PLANO CURRICULAR DO ENSINO SECUNDÁRIO
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- Francisca Barreiro
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1 PLANO CURRICULAR DO ENSINO SECUNDÁRIO julho 2019 Princípios orientadores O Ensino Secundário no Colégio Pedro Arrupe orienta-se de forma coerente para o desenvolvimento integral do aluno, promovendo um crescimento pessoal, social, espiritual, afetivo e psicomotor e respeitando a diferença resultante da sua singularidade. Na base desta pedagogia encontramos o modelo de crescimento pessoal proposto por Inácio de Loyola nos seus Exercícios Espirituais. Um percurso de encontro de cada um consigo próprio no reconhecimento de quem é, dos seus talentos, desejos e limitações; de encontro com os outros, como ser social, chamado a construir pontes com os demais e a assumir um papel de liderança ao serviço do mundo; de descoberta de Deus presente na Vida e na Criação. Ancorados na Lei de Bases do Sistema Educativo, procuramos neste nível de escolaridade: a) Assegurar o desenvolvimento do raciocínio, da reflexão e da curiosidade científica e o aprofundamento dos elementos fundamentais de uma cultura Humanista, Artística, Científica e Técnica que constituam suporte cognitivo e metodológico apropriado para o eventual prosseguimento dos estudos e para a inserção na vida ativa ; b) Fomentar a aquisição e aplicação de um saber cada vez mais aprofundado, assente no estudo, na reflexão crítica, na observação e na experimentação (LBSE, art.7º). Porém, pode e deve ir muito mais longe, e mais profundamente, por impulso de um projeto educativo concebido para estimular o desenvolvimento de um espírito científico, colaborativo, autónomo e empreendedor. Para transformar progressivamente o aluno em sujeito da sua aprendizagem e do seu próprio devir. Desafiados a replicar o legado de Pedro Arrupe, queremos inspirar os nossos alunos a tornarem-se homens e mulheres para e com os outros. A desejarem continuamente aprender, como motor de um processo de formação académica integrada e realizadora. A adquirirem as competências cognitivas, técnicas e tecnológicas, mas também emocionais e sociais, que lhes permitirão integrar um mundo em mudança. A circunstância de o Ensino Secundário se apresentar como uma ponte entre os Ensinos Básico e Superior não pode contribuir para diluir o seu caráter próprio nas exigências do ensino universitário. Bem pelo contrário, queremos que seja capaz de se afirmar pela profundidade com que preparará para as diferentes áreas do conhecimento, permitindo uma inserção nesse mesmo Ensino com uma bagagem cultural, científica, técnica e tecnológica facilitadora do prosseguimento dos estudos.
2 A disciplina de Religião será obrigatória no plano de estudos e contribuirá para o aperfeiçoamento de atitudes de discernimento e de compromisso, bem como para o aprofundamento da espiritualidade. Complementada com a Pastoral, que atravessa transversalmente o currículo, fornece aos alunos uma formação intelectual, moral e espiritual que os capacitará para assumirem um compromisso de serviço e serem verdadeiros agentes de mudança. A formação humana na área das competências pessoais e sociais será privilegiada com o desenvolvimento de projetos transversais ou aplicados no campo da educação para o desenvolvimento sustentável, da solidariedade e justiça social, da ética e da cidadania política, ou do ser e do servir, tudo isto visando uma formação da pessoa comprometida consigo próprio e com o mundo. Modelo pedagógico A ênfase na componente disciplinar do Ensino Secundário é um contributo para a superação das aferições nacionais, e para a tomada de decisão quanto à melhor opção de prosseguimento dos estudos a nível superior. Para além disso, procurando contribuir para a definição de uma escolha adequada ao perfil de aluno que se foi desenhando ao longo do ensino básico, pretendemos promover a articulação ativa com o mundo profissional/ empresarial, nomeadamente através do contacto directo entre a escola e a empresa, de fóruns de debate sobre a formação académica e humana necessárias à futura integração na vida académica e profissional. A organização do Ensino Secundário pressupõe a definição do grupo de alunos por ciclo, que se constitui como unidade base que será afeta a um grupo de docentes, coordenados nesta instância pelo Diretor de Ciclo e em cada disciplina ou área disciplinar pelo respectivo Coordenador de Departamento. O grupo de alunos está organizado por cursos, em turmas base, mas que poderão em algumas disciplinas ser desdobradas em função das condicionantes dos currículos, das atividades escolares, das características dos espaços físicos e dos tempos necessários para a realização dessas atividades. Este modelo terá como base o das Equipas Educativas, adaptado numa óptica curricular interdisciplinar em que o princípio da continuidade pedagógica ao longo do ciclo será preferencialmente respeitado numa perspetiva integrada do currículo. Da adequação prática de um trabalho em equipas por áreas disciplinares, especialização dos saberes, interesses, experiência acumulada e boas práticas resultará uma proposta organizacional capaz de responder à importância deste ciclo de Ensino. A fim de desenvolver, no aluno, a integração equilibrada das diferentes áreas de crescimento, potenciamos a ligação com as Famílias, com os diferentes educadores e instâncias educativas, e com alunos de diferentes ciclos. Em coordenação com o Diretor de Ciclo e com os Pais e Encarregados de Educação, o PRT acompanhará em regime tutorial os alunos que revelem necessidades específicas de aprendizagem ou integração, e orientará para soluções particulares a resolução de necessidades detetadas.
3 Organização curricular A organização curricular do Ensino Secundário no Colégio Pedro Arrupe está predominantemente orientada para o prosseguimento de estudos a nível universitário. Assim, a matriz adotada é a dos cursos científicohumanísticos (v. matriz curricular) A organização dos horários reparte as aulas por períodos letivos de 60 ou de 75 minutos. A carga horária semanal de cada curso será determinada pela implementação de ajustamentos e reforços à matriz curricular de base, que serão ditados pela especificidade de cada disciplina e de cada ano deste ciclo. Privilegiamos um modelo pedagógico que implemente estratégias de reforço e individualização. Assim, em algumas disciplinas quer da componente de formação geral quer da componente específica serão reforçadas as cargas curriculares com atividades de carácter prático e/ou experimental. Matriz curricular Curso 1 - CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS Formação Pessoal e Português Educação Física Disciplina trienal : Matemática A Disciplinas bienais (10º e 11º) - 2 disciplinas: Física e Química A Biologia e Geologia/Geometria Descritiva A Disciplinas anuais (12º) - escolher 2 disciplinas, 1 de cada grupo de opções: Biologia/Química/Física Aplicações Informáticas B/Filosofia A/Psicologia B/Ciência Política Religião Formação Humana
4 Curso 2 - CIÊNCIAS SOCIOECONÓMICAS Português (10º, 11º Educação Física Disciplina trienal : Matemática A Disciplinas bienais (10º e 11º) - 2 disciplinas: Economia A Geografia A/História B Religião 11º Disciplinas anuais (12º): escolher 2 disciplinas, 1 de cada grupo de opções: Economia C Aplicações Informáticas B/Filosofia A/Psicologia B/Ciência Política Curso 3 - LÍNGUAS E HUMANIDADES Português Educação Física (10º, 11º Disciplina trienal : História A Disciplinas bienais (10º e 11º) 2 disciplinas: Geografia A Literatura Portuguesa/MACS Religião 11º Disciplinas anuais (12º) - escolher 2 disciplinas, 1 de cada grupo de opções: Filosofia A/Psicologia B Aplicações Informáticas B/Filosofia A/Psicologia B/Ciência Política
5 Curso 4 - ARTES VISUAIS Português Educação Física (10º, 11º Disciplina trienal : Desenho A Disciplinas bienais (10º e 11º) 2 disciplinas Geometria Descritiva A Matemática B/ História da Cultura e das Artes Religião 11º Disciplinas anuais (12º) escolher 2 disciplinas, 1 de cada grupo de opções: Oficina de Artes/Oficina Multimédia Aplicações Informáticas B/Filosofia A/Psicologia B/Ciência Política Avaliação No Ensino Secundário, o processo de avaliação promove a certificação dos saberes e das competências, bem como de comportamentos de responsabilidade, autonomia e respeito pelo outro, e traduz-se numa classificação aferida e global. No entanto, a tarefa de avaliar não se reduz a classificar; deve ser vista como um meio para individualizar, aconselhar e encorajar tomadas de decisão e renovação de estratégias que permitam uma melhoria continuada, e para promover alterações nos processos de ensino-aprendizagem. O Colégio Pedro Arrupe terá uma cultura de avaliação focalizada na melhoria contínua, no desenvolvimento de capacidades para ir mais além, na adaptação ou renovação de estratégias adaptadas às características individuais de cada interveniente, visando não só a qualidade académica, mas também a formação humana ao nível das competências pessoais e sociais. O processo de avaliação adota uma atitude essencialmente reflexiva e contempla, na diversificação das suas formas e dos seus instrumentos, a avaliação de tipo diagnóstico, formativo, sumativo e prognóstico, que permitam perspetivar o crescimento pessoal do aluno, o seu saber e a sua competência nas diversas áreas e disciplinas. Qualquer processo de avaliação pressupõe partilha e reflexão crítica entre os seus intervenientes. No nosso modelo pedagógico, estão previstos momentos específicos para essa reflexão e partilha, que decorrerão regularmente ao longo do ano letivo. O progresso académico, pessoal e social dos alunos será avaliado em função dos Critérios Gerais de Avaliação e dos Critérios Específicos definidos por cada disciplina ou área disciplinar. Este processo formativo de avaliação deve fornecer as ferramentas que permitam ao aluno desenvolver um exercício de reflexão crítica sobre si próprio e assumir um compromisso amadurecido e sério de progresso e de crescimento pessoal.
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