3. O Tribunal, ao tomar conhecimento da aludida tomada de contas especial, decidiu nos seguintes termos (fl. 57):

Transcrição

1 Fl. n. 346 Tribunal de Contas do Distrito Federal MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO N.º 1611/1999 PARECER N.º 880/2002 E M E N T A: Tomada de Contas Especial. Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília - TCB. Fraudes em catracas de 37 ônibus da frota daquela Empresa. Audiência. Análise das razões de justificativa. Opinião divergente, em parte, do corpo técnico. O presente processo cuida da tomada de contas especial instaurada na Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília - TCB, constituída para apurar irregularidades relacionadas com fraudes em catracas de 37 ônibus daquela Empresa. 2. Nesta oportunidade, retornam os autos ao Ministério Público por força da Resolução N.º 140, de , nos termos do artigo 1º, inciso I, alínea a. 3. O Tribunal, ao tomar conhecimento da aludida tomada de contas especial, decidiu nos seguintes termos (fl. 57):! " # $ %& ' ( ) %* %+, (-. / $ (0 1 # ( 2 ( 3 2 %+, %+ + 4! ' 0! 5 64 ' 4 ( 7 ( :; # %& ' < = 9-6< 9 >? < ( 67 ( :; $ A %

2 Fl. n !?! 64 &? ( 7 ( 8 ' < :;A $ %1 0 1 B(-C 1 # ( (. ( -! ;) * ( ;(> ;" %+ A, $ ( ;( %& ' A 0 1 B ; 4. Observe-se, preliminarmente, que apesar de o Conselheiro-Relator dos autos ter acolhido a sugestão do Ministério Público registrada no Parecer N.º 704/2001, conforme voto proferido na Sessão Ordinária N.º 3607, de 10 de setembro de 2001, não houve a inserção, no texto, da citação dos responsáveis apontados pela Comissão de Tomada de Contas Especial (cf. fl. 43, parágrafo 10, com o voto de fls. 54/56). Conseqüentemente, a Decisão N.º 5773/2001 ora transcrita não contém a determinação então sugerida. Assim, o Ministério Público opina pela citação, utilizando-se os parâmetros definidos pela Lei Complementar N.º 435/2001, conforme a Decisão N.º 3315/02 a seguir transcrita. 5 ( (! D / 9 = ( 6 E > 2 & ' 5.3 ) # $ F 8 9 %> & ' ($ 1 $ # # 6 ( C / ( 0! C / /!?! (!. 2 > & " 1 + A > & " A 1 ) ( $ # # 6 0 (G! E > 2 & '! ; 5. Dito isso, por meio da Informação N.º 193/2002, o corpo técnico examina os elementos informativos resultantes da referida Decisão, apresentando os tópicos: DAS DILIGÊNCIAS, DA AUDIÊNCIA, DA TEMPESTIVIDADE DAS JUSTIFICATIVAS, DO MÉRITO DAS JUSTIFICATIVAS, DAS JUSTIFICATIVAS INTERPOSTAS PELO NÚCLEO DE PLANEJAMENTO, DAS JUSTIFICATIVAS INTERPOSTAS PELA SEÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, DAS JUSTIFICATIVAS INTERPOSTAS PELA SEÇÃO DE FISCALIZAÇÃO OPERACIONAL, CONSIDERAÇÕES FINAIS e SUGESTÕES (fls. 328/345).

3 Fl. n Mediante a aludida Informação, a 1ª ICE, ante os elementos expostos, concluiu como procedentes as justificativas apresentadas de acordo com o trecho seguinte: A $ ; & -. 7 ( C ((.. /!.! ( ( 0!. 0! (.@ ( 2 (.((! C 6(. ; A 1 ; D =.! 2 ( C 4! D! (. ;.!...! H H. ; A A ; &.(-. (6 ; 7. Antes de mais nada, convém destacar que o Tribunal, por intermédio da Decisão N.º 5773/2001, no texto referente ao item 2, determina à TCB o encaminhamento a esta Corte dos nomes dos titulares das unidades relacionadas nas letras a, b e c do mesmo item. Note-se que a Empresa, por meio do Ofício N.º 278/ PRES/TCB, indica os nomes dos Chefes das Seções e da Assessoria (unidades mencionadas na Decisão) bem como de Supervisores (fls. 60/62). Contudo, não se entende Supervisor como titular de Seção ou de Assessoria. O documento de folha 63 dá respaldo para esse entendimento. 8. Assim sendo, examinam-se, a seguir, as razões de justificativas dos Senhores: Luiz Roberto Parente Lins (Chefe da ASPLAN, fls. 61 e 138), Daniel Castro Sales (Chefe da ASPLAN, fls. 61 e 140), Renato Carlos Alves Costa (Chefe da ASPLAN, fls. 61 e 142), Vicente Martins (Chefe da SEAFI, fls. 62 e 144/145) e Juaci Macedo Correa (Chefe da SETRA, fls. 61 e 126). 9. Os então titulares do Núcleo de Planejamento (atual Assessoria de Planejamento - ASPLAN), Luiz Roberto Parente Lins (fls. 247/251); Daniel Castro Sales (fls. 200/246) e Renato Carlos Alves Costa (fls. 326/327) alegaram dificuldades assemelhadas nas razões de justificativas apresentadas. Observe-se, por óbvio, que os servidores do então Núcleo de Planejamento não desenvolviam

4 Fl. n. 349 atividades atinentes à fiscalização in loco da frota, conforme demonstrou o informante no parágrafo 14 (fl. 336). Na realidade, os servidores foram chamados a apresentarem razões de justificativa acerca do fato de não identificarem, nas atividades afetas ao planejamento, o desvio de recursos. As informações concernentes às flutuações da demanda em dias da semana ou em dias chuvosos, ao transporte clandestino, ao sistema de transportes público coletivo de Brasília caótico e irracional, aos furos de viagens, às férias escolares, aos feriados não podem ser acolhidas como justificativas, pois plenamente conhecidos pela administração da Empresa à época. Apesar disso, não se identificam, nesse caso, provas satisfatórias para vincular o descumprimento de normas regimentais com o desvio de recursos objeto dos autos. 10. Quanto ao defendente da Seção de Administração Financeira - SEAFI (então Seção de Arrecadação - SEDAR), Senhor Vicente Martins (fls. 320/325), entende-se que as justificativas podem ser acolhidas pelo Tribunal, uma vez que, nesse caso, não se tem evidências robustas acerca do descumprimento de normas regimentais. 11. No que se refere ao justificante da Seção de Fiscalização Operacional - SEFIS (então Seção de Tráfego - SETRA), o Senhor Juaci Macedo Correa (fl. 319) alega, entre outros elementos, que ".". Contudo, não apresentou informações acerca do cumprimento do artigo 10, conforme solicitado na Decisão N.º 5773/2001 (apesar do erro da redação ao se referir ao RI/TCDF em vez do RI/TCB, fl. 57), principalmente quanto ao inciso I, alínea i, ou seja, "! ". Assim, o Tribunal pode rejeitar as razões apresentadas e determinar a aplicação de multa ou conceder novo prazo para que se pronuncie conclusivamente.? ; # F I 4! ' 0! 5 F 4 ' ( 5 ( F!. 0! :;;;. 0 3 C.2 (.

5 Fl. n (! ! ( 0 ( (! ( 2 (.(! C ( 0 C 2. 0 (.( (0 ( (. 0 2 E (. 2. / 3? ;1 A 6?.( 2 4 ( 2 6 7! 6.0 C ( 0 ( 67 C K 6. 4! K 60 (!! 0 ( K K 6 2. ( 3. K 67 -;( os grifos não são do original) 12. Pelo exame realizado, excetuando-se o Senhor Juaci Macedo Correa, não se tem, após as justificativas apresentadas, evidências para vincular os defendentes aos desvios verificados. Não se observam condutas negligentes, falta de precaução ou imperícia. Não existe comprovação de que os recursos foram desviados a favor dos titulares apontados pela Empresa. É certo que houve a fraude, mas não se conseguiu estabelecer o nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido pela Empresa e o comportamento dos empregados chamados em audiência.

6 Fl. n Dessa forma, opina o Ministério Público por que o Tribunal: I) tome conhecimento do Ofício N.º 278/ PRES/TCB e dos documentos que o acompanham, bem como das justificativas apresentadas; II) III) IV) dê por cumprida a diligência determinada; considere satisfatórias as justificativas apresentadas, excetuando a do Senhor Juaci Macedo Correa; rejeite as razões de justificativa apresentadas pelo Senhor Juaci Macedo Correa, uma vez que não apresentou informações acerca do cumprimento do artigo 10, conforme solicitado na Decisão N.º 5773/2001, principalmente quanto ao inciso I, alínea i, ou seja, "! ", aplicando multa ou concedendo novo prazo para que o defendente se pronuncie conclusivamente; V) determine a citação dos responsáveis apontados pela CTCE, para que apresentem suas alegações de defesa, em face da imputação de débito que lhe são feitas, consoante opinado no parágrafo 10 do Parecer N.º 704/2001 (fl. 43), utilizando-se os parâmetros definidos pela Lei Complementar N.º 435/2001 (Decisão N.º 3315/02). É o parecer. Brasília-DF, 2 de setembro de DE OLIVEIRA PEREIRA Procuradora do Ministério Público junto ao TCDF