Prof. Dr. Antonio Nivaldo Hespanhol Prof. Dr. Carlos de Castro Neves Neto
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1 Aula 4: As políticas públicas de desenvolvimento rural do Governo Federal (PAA,PNAE) e do Governo do Estado de São Paulo (Programa de Microbacias e PPAIS) Prof. Dr. Antonio Nivaldo Hespanhol Prof. Dr. Carlos de Castro Neves Neto 2017
2 Políticas do Governo Federal - PAA O Programa de Aquisição de Alimentos foi criado, em 2003, no âmbito do Programa Fome Zero enquadrando-se na política agrária e de segurança alimentar. Objetivo: garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar.
3 O PAA envolve vários ministérios. Foi comandado pelo MDS e coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) e a parte operacional é feita pela Conab e por Estados e municípios; A partir de 2015, com o fim do MDS, o PAA passou a ser executado pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD), ligada à Casa Civil e pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA). Também é necessário ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
4 Quadro 1: Modalidades do PAA Modalidade Forma de acesso Limite Origem do Recurso Ação Compra da Agricultura Familiar para Doação Simultânea Formação de Estoques pela Agricultura Familiar CPR Estoque Individual Organizações (cooperativas/associ ações) Organizações (cooperativas/associ ações) R$ 4,5 mil R$ 4,8 mil MDS R$ 8 mil MDS/MDA Responsável pela doação de produtos adquiridos da agricultura familiar a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Disponibiliza recursos para que organizações da agricultura familiar formem estoques de produtos para posterior comercialização. Compra Direta da Agricultura Familiar CDAF Incentivo à Produção e Incentivo de Leite PAA Leite Compra Institucional Individual ou organizações (cooperativas/associ ações) Individual ou organizações (cooperativas/associ ações) Individual ou organizações (cooperativas/associ ações) R$ 8 mil MDS/MDA R$ 4 mil por semestre MDS R$ 8 mil - Voltada à aquisição de produtos em situação de baixa de preço ou em função da necessidade de atender a demandas de alimentos de populações em condição de insegurança alimentar. Assegura a distribuição gratuita de leite em ações de combate à fome e à desnutrição de cidadãos que estejam em situação de vulnerabilidade social e/ou em estado de insegurança alimentar e nutricional. Atende os estados do Nordeste. compra voltada para o atendimento de demandas regulares de consumo de alimentos por parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
5 Efeitos do PAA Criação de um canal institucional para a compra dos alimentos produzidos pela agricultura familiar, Diminuição da fome, ajudando o Brasil a sair do Mapa da Fome da ONU; Incentivo à diversificação de culturas; Incentivo à alimentação mais saudável (frutas, olerícola, verduras) das pessoas em situação de insegurança alimentar. Elevação da renda do agricultor familiar; Diminuição da atuação dos atravessadores.
6 Ano Valor (R$) Centro - Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Total TOTAL
7 Gráfico 1 Distribuição dos recursos do PAA por região em 2016
8 Gráfico 2 Distribuição dos recursos do PAA na modalidade Aquisição de Sementes em 2016 (%)
9 Tabela 2 Distribuição dos projetos do PAA formalizados por região em 2016 Região Origem dos Recursos MDSA SEAD Nº de Projetos Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Total
10 Políticas do Governo Federal - O Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE consiste na transferência de recursos financeiros do Governo Federal, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e municípios, para a aquisição de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar; São atendidos pelo Programa os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público), por meio da transferência de recursos financeiros.
11 Origem do PNAE Começa a ser implantado em 1955, mas só com a Constituição de 1988 foi assegurado o direito à alimentação escolar. O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento.
12 Responsabilidade pelo PNAE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE - autarquia vinculada ao Ministério da Educação - é o órgão responsável pela assistência financeira, coordenação, acompanhamento, monitoramento, cooperação técnica e fiscalização do programa.
13 Nutricionistas Elaboração de um Plano Anual de Trabalho Importante papel na elaboração dos cardápios da alimentação das escolas; Devem priorizar os alimentos produzidos localmente para facilitar a participação da agricultura familiar; Deve haver um diálogo constante entre as nutricionistas e os agricultores familiares;
14 Conselho de Alimentação Escolar (CAE) responsável por acompanhar e monitorar os recursos federais repassados pelo FNDE para a alimentação escolar e garantir boas práticas sanitárias e de higiene dos alimentos; A composição do CAE: um representante do poder executivo; dois representantes das entidades de trabalhadores da educação e discentes; dois representantes de pais de alunos; e dois representantes das entidades civis organizadas.
15 Valores repassados pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno Creches: R$ 1,07 Pré-escola: R$ 0,53 Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64 Ensino fundamental e médio: R$ 0,36 Educação de jovens e adultos: R$ 0,32 Ensino integral: R$ 1,07 Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral: R$ 2,00 Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contraturno: R$ 0,53
16 A Lei nº , de 16 de junho de 2009 determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas.
17 Essa Lei criou um importante canal institucional de aquisição de produtos da agricultura familiar. O agricultor familiar pode entregar até R$ ,00 por DAP/ano/entidade executora. O orçamento do Programa para 2014 foi de R$ 3,5 bilhões, para beneficiar 43 milhões de estudantes da educação básica e de jovens e adultos, 30% desse valor ou seja, R$ 1,05 bilhão deveria ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar,
18 Ano Recursos financeiros (em bilhões de R$) Alunos atendidos (em milhões) , ,693 42, ,542 43, ,306 43, ,051 44, ,034 45, , * ,490 34, ,520 35, ,500 36, ,266 36, ,025 37, ,954 37, ,848 36, ,920 37, ,901 37, ,871 36, ,785 35, ,673 35, ,454 30, ,590 33,2 Tabela 2: Recursos financeiros e alunos atendidos pelo PNAE mas/alimentacaoescolar/alimentacao-escolarconsultas/alimentacao-escolardados-f%c3%adsicos-efinanceiros-do-pnae, acesso em 22/05/2016
19 Fonte: FNDE, disponível em acesso Em 12/09/2015.
20 Os Programas de Microbacias Definição de microbacias: A microbacia hidrográfica pode ser entendida como a área geográfica de captação de água (de chuva), composta por pequenos canais de confluência e delimitada por divisores naturais (espigões), considerando-se a menor unidade territorial. Uma bacia hidrográfica a área de drenagem de um rio com seus afluentes é composta, portanto, por inúmeras microbacias.
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22 O Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas (1987) - manejar corretamente o solo e água; - aumentar a produção e a produtividade da agropecuária; - reduzir os riscos de secas e inundações; - melhorar a qualidade da água; - incentivar o fortalecimento das associações de produtores rurais; - fixar o homem no campo; - estimular o planejamento e a comercialização de alimentos nos municípios. (OLIVEIRA, 2004).
23 O Paraná Rural e o Microbacias em Santa Catarina Indicadores Gerais Paraná Rural Microbacias Período de implementação Custo total dos projetos US$ Técnicos envolvidos das s.d. distintas instituições Empreendimentos comunitários apoiados Área total trabalhada (hectares) Microbacias trabalhadas Número total de agricultores beneficiados
24 Políticas do Governo do Estado de São Paulo. O Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas em SP Entre : o Programa foi executado com recursos exclusivos do tesouro estadual. As ações dessa política pública restringiram-se a práticas de conservação do solo, sobretudo terraceamento, adoção de calagem e adequação de estradas rurais. 1997: Negociado um novo empréstimo com o Banco Mundial. O valor destinado ao PEMH foi de US$ ,00, para ser executado entre
25 PEMH teve que atender algumas exigências do Banco Mundial valorização da dimensão ambiental, definição de critérios socioeconômicos para escolha dos beneficiários, garantia da participação dos produtores na elaboração do Plano da Microbacia, descentralização das ações e transparência na aplicação dos recursos.
26 O foco principal do PEMH foi o meio ambiente, que respondeu por seis do total de nove propostas que embasaram sua implantação: - conscientizar os agricultores sobre a importância de conservar os recursos naturais; - incentivar a criação e/ou fortalecimento das associações de produtores; - reduzir o uso de agrotóxicos; - controlar erosões; - recuperar as áreas degradadas; - recompor as matas ciliares; - proteger mananciais e nascentes; - readequar as estradas rurais (ANTUNIASSI, 2009).
27 Práticas apoiadas pelo PEMH Adubação verde, aquisição de calcário, cerca para proteção de mananciais, terraceamento, faixas de retenção, fossas sépticas biodigestoras, sistema de divisão de pastagens controle de erosão e aquisição de mudas para recuperação de matas ciliares enquanto que para os projetos coletivos foram disponibilizados: edificação de abastecedouros comunitários e aquisição de escarificador/subsolador, distribuidor de calcário, roçadeiras (costal/tratorizada), semeadora de plantio direto e kit informática.
28 Áreas Prioritárias do PEMH ( )
29 Valores investidos pelo PEMH nos EDRs As regionais de Dracena (R$ ,00) e General Salgado (R$ ,00) foram as que mais utilizaram recursos do Programa de Microbacias. Já os EDRs de Piracicaba, Mogi das Cruzes e Araraquara foram os que receberam os menores valores, R$ ,00, R$ ,00 e R$ ,00.
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31 Número de projetos aprovados pelo PEMH nos EDRs General Salgado (65 microbacias), Presidente Prudente (57), Jales (50), Ourinhos (47) e Dracena (45).
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33 Valores investidos pelo PEMH nos quatro municípios do EDR/Dracena que mais receberam recursos do programa Tupi Paulista (R$ ,27), Dracena (R$ ,85), Irapuru (R$ ,57) e Junqueirópólis (R$ ,79)
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36 Avaliação do PEMH Atraso na execução do programa; Pontos positivos: ênfase na recuperação dos recursos naturais, fortalecimento das associações de produtores; política pública voltada ao produtor mais descapitalizado, revitalizou a malha rural de muitos municípios Problemas: Pouca articulação da Cati com outros órgãos e instituições, não cumprimento das metas iniciais estipuladas, muitos produtores não foram beneficiados, dependência da poder municipal na execução do programa, descontinuidade do programa, pouca opção de benefícios oferecidos pelo PEMH.
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39 O Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável MICROBACIAS II Acesso ao Mercado ( ); Novo empréstimo com o Banco Mundia; valor total do Programa: US$ 130 milhões; Órgãos executores: CATI/SAA - e CBRN/SMA; Foco do Microbacias II: elevar a competitividade da agricultura familiar no Estado de São Paulo. objetivo é financiar propostas de negócio coletivas, elaboradas por organizações de produtores rurais, priorizando os produtos que tenham viabilidade no mercado regional e/ou nacional.
40 Com o limite de 800 mil reais por associação/cooperativa o Microbacias II oferece um subsídio de até 70% para as propostas de negócio apresentadas por grupos com mais de 70% de agricultores familiares e, para aqueles formados por 50 a 70% de produtores familiares, o projeto subsidiará até 50% do valor total previsto.
41 Critérios na seleção dos municípios para a execução do Microbacias II critérios socioeconômicos e ambientais: elevada presença de agricultores familiares (LUPA, 2008); a participação do município na totalidade do Produto Interno Bruto estadual; a criação de emprego e a composição da renda; o número de associações e/ou cooperativas existentes no município.
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43 PEMH Microbacias II Foco Ambiental - Aumento da competitividade Unidade de Trabalho Beneficiários Microbacia Hidrográfica Produtores Individuais e/ou Coletivos Associações fortalecimento - Aumento de emprego e renda - Organização de produtores (Associações e Cooperativas) Associação e Cooperativa Agricultores familiares e grupos de uma cadeia produtiva comum envolvidos pela Associação/Cooperativa Execução Plano de Microbacia Plano de Negócio
44 Voltar Resultados do Microbacias II Chamada Interesses Entregues Aprovados Habilitados Investimento R$ 14,8 milhões R$ 16,9 milhões R$ 14,3 milhões em processo R$ 21,9 milhões em processo em processo Após quatro Chamadas Públicas, 165 foram aprovadas, beneficiando as mais variadas cadeias produtivas do agronegócio: leite, café, hortifruti, mel, entre outras.
45 Avaliação do Microbacias II Poucas propostas de negócios foram aprovadas; descontinuidade entre a primeira e a segunda edição do Programa de Microbacias muitos produtores não estão inseridos em cadeias produtivas, o que os impossibilitam de participarem do projeto; a maioria das associações de produtores rurais está inoperante; falta de diálogo entre os elaboradores desta política pública e o público alvo (organizações rurais).
46 Políticas do Governo do Estado de São Paulo. PROGRAMA PAULISTA DA AGRICULTURA DE INTERESSE SOCIAL PPAIS Lançado em 2011 (Lei ); Possui semelhanças com o PAA e com o PNAE; O programa é executado pelo Itesp e pela CATI; no mínimo 30% dos recursos orçamentários estaduais serão destinadas à compra de alimentos dos produtores (agricultores familiares) cadastrados ao PPAIS.
47 Cada unidade familiar poderá comercializar a sua produção até o valor máximo de R$ ,00 por ano; Para participar do programa, os agricultores devem requerer a Declaração de Conformidade ao Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social DCONP.
48 Critérios para o agricultor participar do PPAIS possuir estabelecimento rural de até quatro módulos fiscais; utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas da sua propriedade rural; possuir uma renda familiar majoritariamente originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento rural;
49 Semelhanças do PPAIS com o PNAE DAP e DCONP; E PAA O PAA e o PPAIS objetivam garantir a segurança alimentar da população e, também, possibilitar aos agricultores familiares um canal institucional para a comercialização de sua produção; Leis , de 2011 e , de 16 de Junho de 2009; regularidade (semanal ou durante o ano letivo) na entrega dos alimentos
50 Resultados do PPAIS Desde sua efetivação em 2012, o programa realizou 520 chamadas públicas, beneficiando 900 produtores rurais, sendo realizados, aproximadamente, 2,7 mil contratos, o que corresponde a uma movimentação orçamentária que ultrapassa R$ 10 milhões Foram emitidas pela CATI e ITESP (DCONPs) entre 2012 e destaca-se a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) que, entre 2013 e 2016, adquiriu R$ ,11 em alimentos.
51 Em todo o Estado de São Paulo há aproximadamente 150 mil agricultores familiares, público alvo do PPAIS, e são gastos, pelo Governo, em torno de R$ 90 milhões na compra de gêneros alimentícios (ITESP, 2015b). No entanto, apenas 6,6% desses recursos estão sendo destinados para os agricultores familiares e somente 0,53% deles estão participando do programa.
52 a Secretaria de Administração Penitenciária é a principal parceira do PPAIS e realizou a maioria das Chamadas Públicas; Em seguida, aparecem as Secretarias da Saúde e da Educação; As Universidades também estão participando do programa (FCT/UNESP).
53 Figura 1: Execução do PPAIS nos municípios do Estado de São Paulo ( )
54 Principais problemas do PPAIS o PPAIS repassa o dinheiro diretamente na conta do agricultor familiar, o que tem dificultado a participação das Associações de Produtores Rurais; Falta de diálogo entre a Cati e o Itesp; preço oferecido nos editais que normalmente não leva em consideração os períodos de sazonalidade dos produtos agropecuários; Pouco envolvimento dos atores locais (agrônomos, produtores rurais, extensionistas) na elaboração do programa. Política top
55 Muito Obrigado!!
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