Programa de Capacitação Acadêmica de Polos. Formação Inicial em EaD. Módulo 2 Perfis Profissionais

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1 Programa de Capacitação Acadêmica de Polos Formação Inicial em EaD Módulo 2 Perfis Profissionais

2 O perfil do profissional do século XXI Você já parou para pensar no perfil desejado ao profissional deste século? Quais seriam as características desse profissional? É evidente que hoje a vida em sociedade é bastante diferente, mais rápida e dinâmica, mais exigente e conectada. Por isso, o mercado de trabalho busca nos profissionais a postura adequada para cumprir metas, produtividade, horários, qualidade etc. Diversos autores trabalham sobre o tema das características do profissional do terceiro milênio sob o prisma da rentabilidade empresarial, sem considerar questões sociais. Esta é a luta de mercado, do estado de coisas. Contudo, nós vemos o processo de ensino e aprendizagem como uma saída, um modo de formar profissionais não alienados. Quais competências nos interessam sugerir, então, na formação deste profissional?

3 Particularmente à educação a distância, é preciso acrescentar a este perfil profissional a consciência para com o ecossistema e a preocupação com a ética e diversidade cultural, conforme as observações de Cuellar (1997) que aponta ser possível contar no mundo atual mais de um bilhão de pessoas pobres que estão à margem do processo de mundialização cultural. A formação de profissionais conscientes, com habilidades, mas também princípios éticos, voltados para a cidadania, nos permitirão criar condições de combate a: inflação, desemprego em massa, crescimento da pobreza, alienação e aumento da violência.

4 Ainda, é preciso considerar o respeito a diferentes identidades culturais, envolvendo o olhar ao outro e a maior participação dos indivíduos em seu entorno social, a fim de não interferir, do ponto de vista tecnológico, na cultura e na identidade de outros povos. Acreditamos que esses elementos são fundamentais para que os profissionais da área educacional possam continuar sua atuação como formadores de cidadãos. Mas ao trabalho desses profissionais, novas responsabilidades são propostas, desenhando-se um novo perfil que os capacite para a atuação em cursos a distância. O perfil do docente do século XXI Em virtude da velocidade da evolução tecnológica, que faz tudo mudar rapidamente e gerando a necessidade de atualização constante, é comum, na atualidade, que docentes compartilhem de uma estranha sensação, que é uma preocupação real: afinal, para qual sociedade estou formando os meus alunos?

5 Nós vamos, aqui, traçar dois perfis docentes. O primeiro é o docente auleiro (DEMO, 1998), aquele profissional que dá aulas apenas para complementar seu orçamento, sem que a docência seja sua ocupação principal. Ele é o docente que simplesmente reproduz conhecimentos acabados, sem se preocupar em acompanhar a evolução do aluno. Felizmente, há uma segunda categoria de docentes: são as velhas árvores (ALVES, 1995), que habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos. Esses profissionais não se furtam a enfrentar uma série de desafios que lhes são impostos para que suas ações e sua prática docente sejam mudadas. Podemos dizer, então, que na sociedade atual muitos docentes não têm o conhecimento necessário das modernas tecnologias que permeiam o campo educacional. Esta é uma falha que impede uma ação e prática profissional eficaz e, ainda, provoca algumas distorções no processo de ensino e aprendizagem.

6 Nesse sentido, é possível iniciar a análise de um perfil diferenciado para um novo docente por meio de uma reavaliação do papel dos professores frente às exigências postas pela sociedade comunicacional, informática e globalizada. É um novo tempo, que exige um novo professor, capaz de ajustar sua didática às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, dos diversos universos culturais, dos meios de comunicação. Para Libâneo, grande pensador da educação, (...) o novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar os meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias.

7 Ufa... quanta responsabilidade, não é mesmo? Tenha calma, não se sinta pressionado. Afinal, o professor não é o único componente nesta fórmula e não pode carregar sozinho todo o crédito do sucesso, nem todo o descrédito do insucesso, certo? Equacionando as responsabilidades, temos que cada um deve fazer a sua parte, tanto o docente quando o aluno passando pelas instâncias social, legal etc. Ou seja, muda o professor, e muda também o aluno, pois as salas de aula (presencial ou virtual) já não são como antigamente. Se as práticas comunicacionais em sala de aula permitem interação, e o docente abre esta janela, cabe ao aluno, então, participar, estabelecendo uma comunicação bilateral. Assim, o professor constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos, e disponibiliza coautoria e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo.

8 O professor modifica sua ação pedagógica, a partir do movimento da modalidade comunicacional interativa, preparando os alunos para uma participação cidadã, crítica e responsável. Como a atuação do professor é, atualmente, bastante ampla, é possível categorizar este espectro de atuação em três grupos: Aqueles que são responsáveis pela concepção e produção de cursos e materiais Aqueles que são responsáveis pelo planejamento e por organizar a distribuição de materiais, assim como pela administração acadêmica aprendizagem Aqueles que são responsáveis pelo acompanhamento do estudante durante o processo de

9 Independentemente do grupo de atuação, a experiência do novo docente deve estar pautada em quatro grandes áreas (NOVA, 2013): Cultura Técnica Domínio mínimo das técnicas ligadas ao audiovisual e à informática. Competência de Comunicação Aprendendo a trabalhar em equipes onde a comunicação interpessoal é importante. Competência Metodológica Sistematizando e formalizando procedimentos e métodos necessários ao trabalho em equipe e para alcançar os objetivos de qualidade e de produtividade. Capacidade de Capitalizar Traduzir seus saberes e experiências de modo que outros possam aproveita-los e, em retorno, saber aproveitar e adequar às suas necessidades o saber dos outros formadores.

10 O perfil do aluno EAD Ao assumir a posição de tutor, é importante que você conheça o perfil do seu aluno para poder agir corretamente, de acordo com as necessidades dele e, assim, não comprometer o desenvolvimento de suas competências e habilidades. Em muitos casos, quando os problemas relacionados à evasão acontecem a atuação do tutor pode alterar o rumo dessas situações. Por isso, saber o que o aluno pensa e trabalhar para que ele consiga superar suas dificuldades é uma das principais responsabilidades do tutor.

11 Pesquisa Realizada com Alunos Matriculados no Centro Universitário UNINTER Características socioeconômicas observadas: Jovens ou adultos com idade média de 30 anos. Grande parte é casada. Apresentam colocação definida no mercado de trabalho. Optaram pela modalidade EAD por questões financeiras ou outros problemas. Muitos, por algum motivo, não conseguiram ingressar em um curso superior logo após o término do Ensino Médio. Receiam encarar uma rotina solitária de estudo, devido a características anteriores de formação assistencialista, mas esperam conseguir trabalhar com a mediação tecnológica. Muitos necessitam de cursos de reciclagem, não somente em conhecimentos anteriores que deveriam ter sido aprendidos (matemática e português, por

12 exemplo), mas também de um nivelamento para utilizar a tecnologia da informação. Consideram a flexibilidade de horário e a carga horária presencial menor como o fator determinante para a escolha da modalidade. Apresentam-se como pessoas motivadas e organizadas, mas que podem perder o entusiasmo inicial se não tiverem um acompanhamento adequado. Grande parte, apesar de ter escolhido a EAD, não se considera capaz de estudar à distância, fato que contribui para o aumento de evasão ao logo do curso. Alguns optaram pela modalidade porque desejam estudar perto de casa e o polo de apoio presencial oferece essa possibilidade. Aqueles que permanecem demonstram elevada capacidade de autogerenciamento de suas atividades.

13 A atuação do tutor pode alterar, em muitos casos, o rumo direto para a evasão quando os problemas que estão relacionados acontecem. Saber o que o aluno pensa e trabalhar sobre as suas dificuldades é uma de suas principais responsabilidades. Para estudar à distância, o aluno precisa reunir algumas competências, ou desenvolvê-las, as quais são assim classificadas. Veja a seguir!

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17 Quanto maior for o número de respostas negativas nesse questionário, maiores serão as dificuldades particulares do aluno sem, no entanto, inviabilizar sua jornada na modalidade à distância. A atuação do tutor é de suma importância para minimizar essas dificuldades e dar suporte ao aluno durante seu processo de aprendizagem. Essa avaliação diagnóstica (autoavaliação) realizada pelo aluno é um indicativo para a instituição do nível de conhecimento que ele apresenta e da necessidade de uma atuação maior do tutor no processo de aprendizagem desse aluno. Ao cercar-se de cuidados, é possível diminuir as chances de evasão do aluno, que sempre se justifica com algum ponto abordado nesse questionário.