Choques no preço das commodities minerais e dinâmica macroeconômica Uma avaliação empírica com dados de países em painel

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1 Escola de Pós-Graduação em Economia EPGE Fundação Getulio Vargas Choques no preço das commodities minerais e dinâmica macroeconômica Uma avaliação empírica com dados de países em painel Dissertação submetida à Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas como requisito de obtenção do título de mestre em economia Aluno: Lucas Tomazoli Dias Schuabb Orientador: Samuel de Abreu Pessôa Rio de Janeiro Novembro

2 Escola de Pós-Graduação em Economia EPGE Fundação Getulio Vargas Choques no preço das commodities minerais e dinâmica macroeconômica Uma avaliação empírica com dados de países em painel Dissertação submetida à Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas como requisito de obtenção do título de mestre em economia Aluno: Lucas Tomazoli Dias Schuabb Banca Examinadora Samuel de Abreu Pessôa (EPGE/FGV) Pedro Cavalcanti Ferreira (EPGE/FGV) Fernando Augusto Adeoadato Veloso (IBMEC-RJ) Rio de Janeiro Novembro

3 Agradecimentos A todos os professores da EPGE, que ajudaram na minha formação acadêmica. Ao meu orientador, Samuel Pessôa, pela sua dedicação e idéias que ajudaram no melhor entendimento do tema e desenvolvimento da dissertação, A minha família, pai, mãe e irmã, e namorada, Eliane, pelo apoio incondicional e amor em todos os momentos. A Petrobras por ter, a todo o momento, me apoiado na conclusão do mestrado. A todos os amigos que fiz nesses anos de EPGE, que tornaram o desafio mais fácil e prazeroso. 3

4 Choques no preço das commodities minerais e dinâmica macroeconômica Uma avaliação empírica com dados de países em painel Lucas Tomazoli Dias Schuabb EPGE/FGV Mestrando Samuel Pessoa EPGE/FGV Orientador 12 de novembro de 2008 Resumo Neste artigo é desenvolvido um modelo de equilíbrio das firmas a dois setores, mineral e não mineral, que possibilita a construção da trajetória da produtividade total dos fatores setorial. A partir dessa modelagem, o estudo tem dois objetivos: Primeiro, testar a influência da dotação de recursos minerais no desempenho macroeconômico dos países, via PTF. Segundo, testar a dinâmica macroeconômica, PTF, PIB e inflação, gerada por um choque no preço das commodities minerais. Os resultados sugerem a presença da doença holandesa, países com grande dotação de recurso mineral têm um pior desempenho econômico, e que um choque no preço das commodities minerais leva a um aumento da taxa de crescimento do PIB, no curto prazo, e a elevação da inflação mais adiante, em países ricos nesse recurso. Palavras chaves: Commodity mineral, PTF e Painel. Abstract This article developed a model of firm s equilibrium in two sectors, mineral and non-mineral, that allows the construction of the path of total factor productivity by sector. From this modeling, the study has two main purposes: First, test the influence of mineral resources endowment in the macroeconomic performance of countries, through TFP. Second, test de macroeconomic dynamic GDP, TFP and inflation, generated by a shock in the price of mineral commodities. The results suggest the presence of dutch disease, countries with large endowment of mineral resource has worse economic performance, and that a shock in the price of mineral commodities leads to an increase the rate of GDP growth, in short run, and inflation to, but later, in the resource rich countries. Key words: Mineral commodity, TFP and Panel. 4

5 Índice 1. INTRODUÇÃO 6 2. METODOLOGIA PTF FUNÇÃO DE PRODUÇÃO EDUCAÇÃO ESTOQUE DE CAPITAL CÁLCULO DA PTF MODELO BASE DE DADOS CALIBRAÇÃO FUNÇÃO DE PRODUÇÃO EDUCAÇÃO PROGRESSO TÉCNICO E CRESCIMENTO POPULACIONAL DEPRECIAÇÃO RELAÇÃO PTF E DOTAÇÃO DE RECURSO MINERAL CAUSALIDADE PREÇO DAS COMMODITIES MINERAIS E DINÂMICA MACROECONÔMICA CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ANEXOS 34 ANEXO I GRÁFICOS 34 ANEXO II TABELAS 36 ANEXO III APÊNDICE ECONOMÉTRICO: 75 Parte I Países com alta participação do setor mineral no PIB 75 Parte II Países com baixa participação do setor mineral no PIB 86 5

6 1. INTRODUÇÃO Esta dissertação tem dois objetivos. Primeiro, descrever a dinâmica macroeconômica e o comportamento da PTF dos países frente a um choque nos preços das commodities minerais durante o período de 1970 e Segundo, averiguar a existência de relação entre a produtividade total dos fatores, PTF, e a dotação de recurso mineral. Para a análise da dinâmica macroeconômica, PIB e índice de preços, serão considerados os países descritos nas tabelas II e III, já para o estudo da PTF, os países considerados estão descritos na tabela I. A economia mundial está passando por um período de grande aumento nos preço das commodities minerais. Por exemplo, o petróleo (tipo Brent), que estava cotado, no mercado spot, a US$25,02/bbl em 2003 (média) passou para US$72,39 em 2007 (média), o que representa um aumento de mais de 150%. E esse movimento tem sido persistente, uma vez que o preço já rompeu a barreira dos US$100,00/bbl em Deve-se salientar que esse choque nos preços não é um fenômeno exclusivo do setor petrolífero, sendo observado no setor mineral de forma generalizada em maior ou menor escala. Os gráficos I, II, III e IV ilustram o fato estilizado que serviu de estimulo para entender a dinâmica macroeconômica dos países frente ao aumento de preços das commodities minerais. Esses gráficos representam a dinâmica do PIB agregado, do setor mineral e não mineral da Venezuela, Equador, Noruega e EUA para o período de 1997 e Percebe-se um comportamento distinto entre as três primeiras economias e a última, que está relacionado diretamente ao efeito que o aumento do preço do petróleo tem em cada um deles. Os gráficos mostram que, enquanto os Estados Unidos apresenta um crescimento consistente e independente do preço do petróleo em todo o período, a Venezuela, Equador e Noruega apresentam um perfil de crescimento positivamente correlacionado com o aumento do preço do petróleo, tipo Brent, no mercado Spot. Deve-se salientar que essa relação é mais forte para a Venezuela e Equador. Uma possível explicação para esse fato é que esses países têm uma demanda mais reprimida, tendo em vista seus níveis de renda per capita inferiores ao da Noruega, fazendo com que o efeito renda sobre o consumo nesses países seja mais forte. O aumento do preço do petróleo, como o que o mundo está passando, é para Venezuela, Equador e Noruega um choque positivo, enquanto que para os EUA é um choque, aparentemente, negativo. Isso se deve ao fato dos três primeiros países serem exportadores líquidos de petróleo enquanto o terceiro é importador líquido. Então, diante de uma elevação no preço do petróleo, a Venezuela, o Equador e a Noruega ganham uma receita inesperada, que leva ao aumento da demanda pelos demais produtos da economia, via efeito renda, 6

7 levando a um aumento do PIB dos setores não mineral. Já o setor mineral tem dificuldade de aumentar a produção frente a um choque, pois necessita tempo para descobrir e viabilizar novas áreas de extração para aumentar sua capacidade produtiva existente. Sendo assim, o PIB do setor mineral tende a não ser afetado, pelo menos no curto prazo, por esse choque. Esses fatos podem ser visto no gráfico I, II e II, pois enquanto o PIB mineral permanece praticamente inalterado frente ao aumento de preço do petróleo, o PIB da economia é puxado para cima via crescimento do PIB do setor não mineral. Já os Estados Unidos, que apresentava um crescimento consistente antes do choque no preço do petróleo, permanece com a taxa de crescimento próxima da que vinha tendo anteriormente, mesmo diante da elevação do preço do petróleo. Sendo assim, o choque negativo não reflete, pelo menos aparentemente, num pior desempenho macroeconômico da economia norte-americana. Além disso, há um aumento do tamanho do setor mineral, que no período entre 2004 e 2006 cresce aproximadamente 50%. Esse aumento pode ser ocasionado pelo uso de bens minerais alternativos como, por exemplo, carvão, que, aos preços de outrora, não seriam usados em tal escala, mas que passam a ser mais usado devido ao alto preço dos minerais substitutos, que torna o seu uso mais viável economicamente. Diante dos fatos estilizados apontados, há uma extensa literatura empírica que estuda o impacto de choques de termos de troca no desempenho econômico dos países. Analisando tal fato, Easterly, Kremer, Prichett, and Summers (1993) concluem que choques, especialmente de termos de troca, desempenham um papel central na explicação da variância do crescimento. Esses resultados sugerem que choques são relativamente tão importantes quanto às características do país na determinação do crescimento de longo prazo, ou que as mudanças tecnológicas mundiais determinam o crescimento no longo prazo, enquanto que as características dos países determinam seu nível de renda relativo 1. Seguindo ainda essa linha Easterly, Islam e Stiglitz (200 argumentam que para pequenas economias abertas, choques adversos em termos de troca podem ter aproximadamente o mesmo efeito que um choque tecnológico negativo, e este fato constitui uma das maiores diferenças do desempenho macroeconômico destas economias com relação aos modelos tradicionais de economia fechada. 2 Contrapondo essas idéias, Kehoe and Ruhl (2006) demonstram que sob as definições de PIB, no padrão das Contas Nacionais, mudanças nos termos de troca não 1 Shocks, especially those to terms of trade, play a large role in explaining variance in growth. These findings suggest either that shocks are important relative to country characteristics in determining long-run growth, or that worldwide technological change determines long-run growth while country characteristics determine relative income levels. 2 For small open economies, adverse terms of trade shocks can have much the same effect as a negative technology shocks, and this is one of the important differences between macroeconomics in these economies and that which underlies some of the traditional closed economy models. 7

8 podem ter um efeito de primeira ordem no PIB, e, portanto, não podem afetar a PTF. Embora possa vir a ter um efeito de segunda ordem se a mudança do termo de troca for grande o suficiente. 3 Em outro trabalho, Kehoe and Ruhl (2007) concluem que em modelos padrões, um choque adverso de termo de troca atua como um choque adverso de produtividade para algumas dimensões: queda da renda e do consumo. Em uma dimensão crucial, entretanto, um choque de termo de troca atua de forma diferente de um choque de produtividade: PIB real, a mais comum medida de produto de um país, é frequentemente inalterada em modelos padrões. 4 E vai além, afirmando que apesar de os termos de troca serem choques para a renda do país, eles não são um choque para a produtividade do país. 5 As passagens descritas acima mostram que há uma grande contraposição entre as idéias dos autores. Enquanto os dois primeiros artigos afirmam que o choque negativo (positivo) de termo de troca pode ser visto como uma perda (ganho) de produtividade e com isso afetar diretamente o PIB de longo prazo, os outros dois autores argumentam que há efeito na renda do país, mas o produto real se mantém inalterado, pois não há efeito na PTF. Diante dos fatos estilizados apontados acima e da literatura apresentada sobre o tema, à primeira parte da dissertação tem por objetivo investigar as dinâmicas macroeconômicas (PIB, índice de preços e PTF), agregadas e setoriais, das economias frente a um choque de termo de troca. Considera-se o período de 1970 a 2006 para uma amostra de 118 países (dados do PIB e índice de preços) e 69 países (dados da PTF), que serão convenientemente separados de acordo com a participação do setor mineral no PIB. Buscando com isso verificar e entender as diferentes formas com que os países, ricos e pobres em recursos minerais, são afetados por esse choque. Além da dinâmica macroeconômica, ter-se-á especial atenção para as causalidades das variáveis, ou seja, pretende-se entender se um choque de termo de troca tem um efeito causal, no sentido de Granger, na dinâmica macroeconômica observada ou se não há tal causalidade. Outro ponto que será abordado nessa dissertação pode ser observado nas tabelas IV, V, VI e VII. Nas tabelas IV e VI temos o ranking dos dez países com maior e menor participação do setor mineral no PIB em termos reais na média entre 1970 e 2004, respectivamente. Enquanto que nas tabelas V e VII temos o ranking dos dez países com maior e menor PTF da economia para o mesmo período acima, considerando a PTF da economia dos Estados Unidos em 1970 igual a 100, respectivamente. Nessas tabelas, temos que quatro 3 Under standard national accounting definitions of GDP, changes in the terms of trade cannot have a first order effect on GDP and thus cannot affect TFP. Though there may be second order effects if the change in the terms of trade is large enough. 4 In standard models, an adverse shock to the terms of trade acts like as adverse shock to productivity along many dimensions: income and consumption fall. In one crucial dimension, however, a terms of trade acts nothing like a productivity shock: real GDP, the most common measure of a country s output, is often unchanged in standard models. 5 Although the terms of trade are shocks to a country s income, they are not shocks to a country s productivity. 8

9 dos nove países com maior participação do setor mineral no PIB estão entre os sete com menor PTF, e que nenhum desses países está entre os dez com maior PTF. Enquanto isso, três dos nove países com menor participação do setor mineral no PIB estão entre os dez com maior PTF, e que nenhum desses países está entre os dez com menor PTF. Como não se tem uma variável precisa para se determinar a dotação de recurso mineral de uma economia, iremos adotar que a participação do setor mineral no PIB da economia, em termos reais, como proxy dessa variável. Assim sendo, a hipótese que será testada é que países com alta dotação de recurso mineral teriam uma PTF da economia relativamente baixa, da mesma forma que países com baixa participação do setor mineral no PIB teriam uma PTF relativamente alta, ou seja, existiria uma correlação negativa entre essas variáveis. E, além disso, pretende-se averiguar se a hipótese testada para a PTF da economia vale para as PTF s setoriais. A relevância desse estudo, relação existente entre dotação de recurso mineral e PTF, está em contribuir para o melhor entendimento da natureza da diferença de renda de entre as economias, que é o objetivo principal da literatura de crescimento econômico. Seguindo essa literatura, em meados dos anos noventa, Mankiw, Romer e Weil (1992) e Mankiw (1995) mostraram evidências nas quais fatores de produção representam o grosso da diferença de renda entre as economias. Mas posteriormente, Klenow e Rodriguez-Clare (1997), Prescott (1998), Hall e Jones (1999) e Easterly e Levine (200, dentre outros, estabeleceram, o que agora parece ser um consenso, que a produtividade total dos fatores é mais importante que os fatores de produção na explicação de diferenças no produto. Diante dos resultados que serão encontrados nesse tópico, será possível analisar o efeito da dotação de recursos naturais na produtividade total dos fatores da economia. Buscando desenvolver as idéias acima, a dissertação será estruturada da seguinte forma. Na seção 2 será apresentada a metodologia de decomposição do PIB pela qual será calculada a PTF. Na seção 3 será desenvolvido um modelo pelo qual será possível calcular a PTF de cada setor da economia, com a construção da trajetória de crescimento do capital por trabalhador desses setores. Na seção 4 será descrita a base de dados e na seção 5 será apresentado o procedimento de calibração dos parâmetros. Na seção 6, será testada existência de correlação entre a dotação de recurso natural e a produtividade total dos fatores. Já na seção 7 será feita a análise da dinâmica macroeconômica dos países frente a um choque de termo de troca, assim como a direção da causalidade dessas variáveis. E finalmente na seção 8, conclui-se a dissertação. 9

10 2. Metodologia PTF Uma contribuição dessa dissertação, como afirmado na introdução, é analisar a trajetória da PTF das economias, diferenciando as economias de acordo com a participação dos recursos minerais no PIB real. Ou seja, pretende-se investigar a existência ou não de correlação entre a PTF e dotação de recurso mineral. A hipótese que se defende é que países com grande dotação de recurso mineral têm uma baixa PTF, o que tem levado esses países a um baixo nível de desenvolvimento econômico em comparação com as demais economias. Para o calculo da PTF, usarei a metodologia padrão adotada em Gomes, Veloso e Pessoa (2003). Nessa metodologia, adota-se o modelo de crescimento neoclássico, em que: i. A função de produção das economias é representada por meio de uma função de produção agregada, homogênea do primeiro grau nos fatores de produção capital e trabalho; ii. Os parâmetros da função de produção e a taxa de depreciação física do capital são iguais para todas as economias, com exceção do termo multiplicativo na função de produção que é específico ao país em questão, que corresponde a PTF; e iii. O impacto da educação sobre a produtividade do trabalhador é bem descrita pelo impacto da educação na remuneração do trabalhador no mercado de trabalho. Analogicamente, o impacto do capital sobre o produto é bem descrito pela remuneração do mercado de capital. 2.1 Função de Produção Supomos que a produção agregada da economia possa ser representada pela função Cobb Douglas dada por: em que α it 1 ( L H ) α Y = A K, it no instante t, it it it Y it é o produto da i-ésima economia no instante t, L it é a PEA da i-ésima economia no instante t, A it é a PTF da i-ésima economia H it é o capital humano (educação) por trabalhador da i-ésima economia no instante t e α é a elasticidade do produto em relação ao capital, que também pode ser visto como a participação do capital na renda em equilíbrio competitivo. 10

11 2.2 Educação Adotaremos a hipótese que a educação afeta a produtividade seguindo a abordagem minceriana, segundo Bils e Klenow (2000), ou seja: φ ( h it ) =, H it e em que hit é o ano médio de escolaridade da PEA do i-ésimo país no instante t. A evidência empírica mostra que há uma relação decrescente entre escolaridade média e taxa de retorno da educação, temos com isso que φ (.) é côncava. Em particular adota-se a formulação proposta por Bils e Klenow (2000), que vale a seguinte função: φ β 1 ψ 1 ψ ( ) = h h, em que β >0 e 0<ψ < Estoque de capital O estoque de capital por trabalhador será calculado utilizando-se o método do inventário perpétuo, como se segue: t ( 1 ) I t K = K δ + t 1, em que δ é a taxa de depreciação física do capital, em t e I t é o investimento bruto em t. K t é o estoque de capital da economia O cálculo do capital pela fórmula acima requer a existência de um capital inicial, K 0. Usualmente, para o cálculo desse capital, considera-se que a economia se encontra em crescimento balanceado no início do período, de modo que o investimento cresce a soma da taxa dada pelo progresso tecnológico com a taxa de crescimento populacional. Nesse caso, teremos que: I 0 K =, 0 ( 1+ g)( 1+ n) ( 1 δ ) em que I 0 é o investimento bruto inicial, g é a taxa de progresso técnico, n é a taxa de crescimento da população. Usualmente, considera-se I 0 como sendo a média do investimento nos primeiros anos. Nesse caso, teremos que: 11

12 I L 0 0 I = L I I ( ) ( ) ( ) ( ) g L g L g L g L1954 I + I Cálculo da PTF Como foi descrito nas subseções anteriores, para se chegar à trajetória da produtividade total dos fatores (PTF) da economia i, basta ter a trajetória do produto por trabalhador, do capital físico e do capital humano dessas economias. Sendo assim, temos que: em que y A, = it it k α 1 it it ( H ) α y it é o produto por trabalhador da i-ésima economia no instante t e trabalhador da i-ésima economia no instante t. k it é o capital por 12

13 3. Modelo Nessa seção será desenvolvido um modelo de equilíbrio das firmas no qual será construído a trajetória da participação do capital na renda da economia, que se mostrará como uma média ponderada da participação do capital na renda de cada um dos setores, e a trajetória do capital per capita do setor mineral e não mineral. De posse dessa trajetória e adotando a hipótese de homogeneidade dos anos de estudos da PEA nos setores da economia, será possível construir a trajetória da Produtividade Total dos Fatores (PTF) do setor mineral e não-mineral da economia. Problema da Firma do setor j: max P Y j j K r L w j j Y = A K α 1 α j L j H i i s.a. ( ) j j, em que P j é o preço do setor j, Y j é o produto do setor j, K j é o capital do setor j, PEA do setor j, r é a taxa de juros da economia, w é o salário da economia, setor j e α j é a elasticidade do produto em relação ao capital do setor j. Pela condição de primeira ordem do problema acima, teremos que: P α A K α 1 α i ( L H ) r i 1 j j j j j =. ( L j é a A j é a PTF do Passando a variável PEA, para o denominador, multiplicando e dividindo pelo capital por trabalhador, temos que: α P j j A k j αi j k H j 1 α i = r, (2) em que k j representa o capital per capita do setor j. Sabendo que o termo do numerador é o PIB per capita, rearmando a equação acima teremos que: 13

14 rk j α j = (3), que é a participação do capital na renda. P y j j Como vale para os dois setores, valerá para o agregado, então: rk α =.(4) Py Sabemos que o capital da economia é a soma do capital de cada setor da economia. Então, teremos que: K1 L1 K 2 L2 K K 1 + K 2 = K + = k1l1 + k2l2 = k. (5) L L L L L 1 2 Além disso, sabemos que os setores 1 e 2 têm uma parcela θ 1 e θ 2, respectivamente, do PIB real da economia, de forma que θ 1 +θ 2 = 1, e uma parcela l 1 e l 2, respectivamente, da população economicamente ativa da economia, de modo que l + l 1. Diante disso, 1 2 = temos que podemos escrever o PIB real per capita de cada setor como: P y i i PY PYθ L P y Py i i i = = i i = θ i. (6) Li Li L li 1 Continuando o cálculo da participação do capital na renda da economia, temos que ao ( ) r k1 l1 + k2l2 substituir (5) em (4), chegamos que: α =. (7) P y Rearmando a equação acima e multiplicando e dividindo o primeiro termo por θ e o segundo termos por ( 1 θ ), temos que: α rk l Py rk l P y rk 1 P y θ l ( 1 θ ) = + θ +. (8) 1 P y rk ( 1 θ ) 1 l 2 14

15 Substituindo a equação (6) para cada setor da economia em (8), chegamos que: α rk P y ( 1 θ ) 1 2 = θ + (9) 1 1 rk P y 2 2 Após isso, substituindo a equação (3) em (9), teremos que: ( θ ) 2 α = θα α (10) Uma vez encontrada a equação que representa a participação do capital na renda da economia, voltamos ao cálculo da trajetória do capital per capita setorial. Pela equação (2), sabemos que o termo no numerador equivale ao PIB por trabalhador da economia, assim temos que: α k j j P y j j = r. (1 Adotando a hipótese de perfeita mobilidade do capital entre os setores da economia, que corresponde à igualdade da taxa de juros entre os dois setores, temos que: α k 1 1 P y 1 1 α 2 = P2 y. (12) 2 k2 que: Substituindo o PIB per capita de cada setor de acordo com a equação (6), temos α k α θ 1 θpy = (1 θ ) Py k2 = k1. (13) 1 l1 k2 l2 α1 θ l2 α l Sabemos que o capital da economia se divide entre os dois setores da economia. Sendo assim, substituindo (13) em (5), encontramos que: k l θ l + α θ l α1θ + α 2 = k k1l1 α1θ ( 1 θ ) = k k α 1 1 k1l α θ = k. (14) l α De posse do capital por trabalhador do setor 1, facilmente temos o capital por trabalhador do setor 2, substituindo (14) em (13): 15

16 ( 1 θ ) k α 2 1 θ l1 1 α1θ 1 α 2 k2 = k k2 =. (15) α θ l l α l α Como sabemos que essa relação vale para todo período t, então basta substituir as variáveis que já são conhecidos que teremos toda a trajetória do capital por trabalhador dos setores 1 (mineral) e 2 (não - mineral) da economia. por: A produtividade total dos fatores (PTF), como derivada na seção anterior, é dada y j A j =. (15) k α1 1 α 1 j H j Pela equação acima, temos que a produtividade total dos fatores do setor j dependerá do PIB do setor j, do capital por trabalhador do setor j e do capital humano do setor j. Sabemos que o setor 1 (2) tem uma parcela θ ((1-θ )) do PIB da economia e que o capital por trabalhador do setor 1 (2) é dada pela equação 14 (15). Para o capital humano, adotaremos a hipótese que o trabalhador dos setores 1 e 2 têm os mesmos anos médios de escolaridade. Sendo assim, temos que a produtividade total dos fatores da economia 1 e 2 são dadas, respectivamente, pelas seguintes equações: A 1 θ. y 1 = (16) e α1 1 α l 1θ 1 α 1 1 k H l1 α ( 1 θ ) y 1 A2 = (17). α 2 1 α 2 (1 θ ) l 1 α 2 2 k H l2 α 16

17 4. Base de Dados Nesta dissertação, investiga-se a evolução do PIB e PTF da economia, agregado e setorial, para um conjunto de países. O objetivo é confrontar países com alta e baixa participação do setor mineral no PIB. A amostra de países utilizada para cada variável, PIB e PTF, foi diferente. Enquanto na análise da evolução do PIB utilizou-se uma amostra de 118 países (tabelas II e III), para a análise de PTF utilizou-se uma amostra de 69 países (tabela I). Essa diferença se justifica pela não existência de dados da PEA desagregados por setor para uma grande quantidade de países. Os dados do PIB, para o cálculo da participação do setor mineral no PIB, foram retirados do site das Nações Unidas 6, no qual foram usados dados de PIB Mineral, Não- Mineral e agregado, real e nominal, da economia de 1970 a Os dados do produto por trabalhador, PEA e investimentos para o cálculo das PTF s foram retirados da atualização 6.2 da PWT. Essa base de dados contém informações de 24 variáveis para 188 países no período de 1950 a A grande vantagem dos dados da PWT é que os produtos por trabalhador, investimento e estatísticas das Contas Nacionais são calculados segundo o critério de paridade do poder de compra. Para o cálculo da PTF do setor Mineral e Não-Mineral, fez-se necessário, além das variáveis anteriores, duas outras variáveis. A primeira é a participação do setor mineral no PIB da economia, θ, que foi obtida pela divisão, ano a ano, do PIB real mineral pelo PIB real agregado. A segunda é a participação da PEA do setor mineral na PEA da Economia, l 1. Esses dados são de duas fontes principais: O site da Universidade de Groningen 7, no qual temos a série completa da PEA para grande parte dos países da América Latina (8 países), USA, Europa (16 países) e Tigres Asiáticos (10 países). E o site da Organização Internacional do Trabalho 8, ILO (sigla em inglês) para os demais 34 países, sendo que para os anos em que não há estatísticas, foi feita uma interpolação entre os dados existentes. Os dados de ano médio de escolaridade da PEA foram retirados de Barro e Lee (2000). Nessa base de dados, temos a escolaridade média da PEA de cinco em cinco anos para um período de 1960 a Para os anos no período de 2001 a 2004 extrapolou-se para 6 site: 7 site : 8 site : 17

18 frente à taxa de crescimento disponível. Para os anos do período de 1970 a 2000 em que não havia observações, fez-se uma interpolação entre os dados existentes. 18

19 5. Calibração Abaixo está especificado como foi feito a calibração dos parâmetros: α (participação do capital na renda), β (parâmetro de educação), ψ (parâmetro de educação), g (taxa de crescimento tecnológico) e n (taxa de crescimento da população). 5.1 Função de produção As funções de produção (setor mineral, não mineral e agregada da economia) são Cobb-Douglas, ou seja, a participação do capital na renda é igual a α. Para os parâmetros das funções de produção setoriais, iremos considerar que α = 0, 1 7 e α = 0, 4 2. Para chegar a esses valores, temos que a participação histórica do trabalho na renda, da economia americana 9 do setor mineral, 1 -α 1, é aproximadamente igual a 0,3, então α 1 = 0,7 enquanto que a participação do capital na renda da economia excluindo o setor mineral, α 2, foi adotado assim como em Gollin (2002). O valor desse parâmetro para a economia foi retirado a partir de um modelo, explicitado na seção III, em que o seu valor é uma média ponderada da participação do capital na renda de cada um desses setores ponderados pela participação no PIB de cada um dos setores (mineral e não mineral), que varia com o tempo. 5.2 Educação A calibração deve ser realizada para encontrar os parâmetros da função φ ( h), e para isso utilizaremos os parâmetros sugeridos por Bils e Klenow (2000), em que: β = 0, 32 e ψ = 0, Progresso Técnico e crescimento populacional Para a calibração do progresso tecnológico, g, recorrerei ao trabalho de Gomes, Pessôa e Veloso (2003), no qual se chegou ao valor da taxa de progresso tecnológico ajustando-se uma tendência exponencial à série do produto por trabalhador dos Estados

20 Unidos entre 1950 e 1972, corrigindo pelo aumento da escolaridade média da força de trabalho. Com isso, a taxa de crescimento tecnológico encontrada foi de 1,53%a.a. Já para a taxa de crescimento populacional, será utilizado como proxy a taxa anual média de crescimento populacional da economia no período de 1950 a Depreciação Para a calibração da taxa de depreciação do capital, será usado o valor calculado por Gomes, Pessôa e Veloso (2003), que encontraram uma taxa de depreciação de 3,5%a.a. com base em dados dos Estados Unidos. 20

21 6. Relação PTF e dotação de recurso mineral Nessa seção será testada a existência de relação entre a produtividade total dos fatores (PTF), agregada e setoriais, e a dotação de recurso mineral. Para isso será utilizada uma amostra de 69 países, que estão representados na tabela I, entre 1970 e O calculo da PTF desses países foi realizado considerando as equações (16) e (17), descritas na seção 3, em que os parâmetros α 1, α 2, β, ψ e g foram calibrados segundo a seção anterior e os valores das variáveis y, θ, l 1, l 2, k e H foram retirados das bases de dados, como descritas na seção 4. Uma vez calculado a série de PTF agregada e setorial, mineral e não mineral, de cada país entre 1970 e 2004, seguindo o que foi descrito no parágrafo anterior, procedeu-se da seguinte forma: Considerou-se a PTF agregada dos Estados Unidos, em 1970, igual a 100 e a PTF de cada um dos demais países passou a ser calculada como uma proporção dessa PTF padrão, e isso foi feito para os dados agregados e setoriais. A tabela VIII mostra os valores calculados dessas PTF s, agregada e setorial, para os 69 países da amostra para o período de 1970 e Com base na metodologia descrita acima, nas tabelas IV e VI temos o ranking dos dez países com maior e menor, respectivamente, média de participação do setor mineral no PIB em termos reais entre 1970 e Enquanto que nas tabelas V e VII temos o ranking dos dez países com maior e menor, respectivamente, média da PTF da economia para o mesmo período acima. Pelas tabelas acima, temos que quatro dos nove países com maior participação do setor mineral no PIB estão entre os sete com menor PTF, e que nenhum desses países está entre os dez com maior PTF. Enquanto isso, três dos nove países com menor participação do setor mineral no PIB estão entre os dez com maior PTF, e que nenhum desses países está entre os dez com menor PTF. Os fatos acima sugerem a existência de uma relação negativa entra a produtividade total dos fatores da economia e a dotação de recursos minerais, medida pela participação do setor mineral no PIB em termos reais. Com o objetivo de testar essa afirmação, será montado um painel balanceado em que será feita a regressão da variável dotação de recurso mineral na produtividade total dos fatores, agregada e setorial. Como estamos tratando de séries temporais, o uso das variáveis em nível leva a correlação serial dos erros, o que enviesa a estimativa, sendo assim, as variáveis serão usadas em primeira diferença. Com essa formatação teremos que se houver uma correlação negativa entre as variáveis, diante de um aumento (diminuição) da participação do setor mineral no PIB, haverá uma diminuição (aumento) da produtividade total dos fatores da economia. 21

22 Essas regressões serão feitas para todo o período, 1970 a 2004, e para subperíodos, 1970 a 1979, 1980 a 1989, 1990 a 1999 e 2000 a 2004, assim sendo, será possível testar a consistência do coeficiente dessa regressão entre os diversos sub-períodos. Além disso, será realizada a regressão com a sem fator fixo, que tem por objetivo eliminar características próprias do país, que não a dotação de recurso mineral, que influencia sua PTF. Abaixo temos a tabela da primeira regressão, que é a regressão da diferença da participação do setor mineral no PIB real, proxy da dotação de recursos minerais, pela produtividade total dos fatores da economia. Painel 1 - Variável Dependente: PTF da economia em diferença Variáveis Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Sem Fator Fixo Const. 0,002 3,298 0,005 4,437-0,001-0,860 0,001 1,604 0,004 5,340 Dotação Mineral* -0,16-19,09-0,150-11,215-0,204-12,399-0,184-9,277-0,222-12,451 0,137 0,169 0,176 0,112 0,321 N Com Fator Fixo Const. 0,001 0,983 0,007 5,940-0,007-7,147-0,001-0,832 0,007 10,719 Dotação Mineral* -0,16-18,63-0,144-9,648-0,206-12,129-0,163-8,395-0,238-14,923 0,150 0,204 0,240 0,209 0,595 N *- Participação do setor mineral no PIB em diferença A tabela acima mostra a presença de uma correlação negativa e significativa entre as variáveis, considerando ou não o fator fixo. Além disso, deve-se considerar que no período entre essa correlação é mais negativa que anteriormente. Ou seja, pelas tabelas acima existe uma forte correlação negativa entre a PTF da Economia e a participação do setor mineral no PIB, corroborando a hipótese levantada. Diante disso, temos que países com alta (baixa) participação do setor mineral no PIB teriam uma PTF menor (maior), sendo assim deveriam apresentar, seguindo a teoria de desenvolvimento econômico, um pior (melhor) desempenho econômico, contribuindo para uma maior dispersão de renda entre as economias. Podemos concluir desse raciocínio, que a dotação de recurso mineral aumentaria a dispersão de renda entre as economias. Os resultados acima não implicam, necessariamente, que essas correlações valham para ambos os setores da economia. Como ilustração, podemos comparar duas economias fictícias, 1 e 2. Por construção, iremos supor que: A economia 1 tem uma participação do setor 22

23 mineral no PIB de 90%, enquanto que na economia 2 essa participação é de 10%. Já para as PTF s setoriais desses países, será suposto uma PTF Mineral de 20 e PTF não mineral de 120 para a economia 1 10, enquanto que a economia 2 terá, respectivamente, os valores de 10 e 110 para as PTF s setoriais. Ao se comparar as PTF s setoriais, teremos que a economia 1 tem PTF mais elevada para ambos os setores, ao mesmo tempo em que tem uma maior participação do setor mineral. Mas ao considerarmos a produtividade total dos fatores agregada, poderemos chegar a um resultado contrário, pois a economia 1 tem uma alta participação do setor mineral no PIB, então terá uma PTF agregada mais próxima da PTF mineral que da PTF não mineral, e o contrário ocorrerá com a economia 2. Sendo assim, chegaríamos à correlação negativa, como na hipótese inicial. Logo, para se verificar com exatidão o sinal das correlações, deve-se testar a sua validade para cada um dos setores da economia em separado. Sendo assim, será feita as regressões, seguindo a metodologia acima, para a PTF da economia excluindo o setor mineral e a PTF do setor mineral. A tabela abaixo representa os resultados para a PTF do setor mineral. Painel 2 - Variável Dependente: PTF do setor mineral Variáveis Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Sem Fator Fixo Const. 0,004 5,069 0,001 0,879-0,001-0,615 0,008 6,084 0,006 4,462 Dotação Mineral* 0,336 30,188 0,369 25,025 0,360 21,790 0,308 12,386 0,256 13,065 0,285 0,506 0,410 0,187 0,332 N Com Fator Fixo Const. 0,001 2,006-0,001-0,484-0,006-4,887 0,008 6,623 0,009 6,782 Dotação Mineral* 0,339 29,883 0,368 22,494 0,369 23,559 0,307 12,318 0,268 11,158 0,305 0,524 0,489 0,267 0,376 N *- Participação do setor mineral no PIB em diferença A tabela mostra que, ao contrário do encontrado anteriormente, o coeficiente da regressão da participação do setor mineral no PIB real na produtividade total dos fatores do setor mineral é positivo para todo o período, e independe do uso do fator fixo. Além disso, deve salientar que, a partir da década de 90, o valor desse coeficiente cai sistematicamente, de um ápice de 0,369 para 0, As médias das PTF s de toda a amostra são: PTF da Economia igual a 77, 13, PTF mineral igual a 10, 43 e PTF dos setores não mineral igual a 101, 95. Sendo assim, em média, os países têm uma PTF não mineral bem mais elevada que a PTF do setor mineral, isso ocorre porque o setor mineral é intensivo em capital. 23

24 O fato de termos encontrado que países com grande participação do setor mineral no PIB real têm uma elevada PTF do setor mineral não parece razoável, pois, como vimos anteriormente, esses países não se encontram entre os que apresentam maior PTF da economia. Então não seria razoável imaginar que eles sejam mais eficientes em usar o capital físico e humano para gerar mais produto somente no setor mineral. O que parece mais razoável em explicar essa correlação é o fato de que países com grande dotação de recurso mineral têm maior facilidade de extração desse recurso ou/e melhor escala de produção, dentre outros fatores físico, que independem da ação dos países. Como exemplo, temos os países produtores de petróleo do Oriente Médio, que possuem grandes poços de petróleo, localizados próximo à superfície e de altíssima qualidade, essas variáveis não estão contempladas na função de produção do setor mineral, ficando assim representadas na variável produtividade total dos fatores. Ou seja, a produtividade total dos fatores do setor mineral seriam super estimadas para países ricos em recurso mineral. A tabela abaixo representa os resultados da regressão para o setor não mineral da economia. Painel 3 - Variável Dependente: PTF da economia excluindo o setor mineral Variáveis Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Coef. T-Stud Sem Fator Fixo Const. 0,001 2,413 0,004 3,334-0,002-1,786 0,001 1,137 0,004 5,425 Dotação Mineral -0,01-1,52 0,005 0,507-0,013-1,058-0,053-2,857-0,084-5,528 0,002 0,0009-0,014 0,011 0,099 N Com Fator Fixo Const. -0,00-1,165 0,004 3,850-0,009-9,223-0,001-1,598 0,007 10,476 Dotação Mineral -0,01-1,29 0,010 0,957-0,016-1,226-0,011-0,642-0,099-6,484 0,029 0,077 0,118 0,126 0,427 N *- Participação do setor mineral no PIB em diferença A tabela mostra que, ao contrário do que se esperava, não se pode afirmar que há relação entre a PTF da economia excluindo o setor mineral e a participação do setor mineral no PIB real, pois o coeficiente da regressão dessas variáveis não é significativo, a 95% de significância. Esse resultado mostra-se diferente para o período , em que a o coeficiente é significativo e significante. 24

25 Considerando os problemas apontados acima, como resultado final tem-se que: A correlação entre a participação do setor mineral no PIB, em termos reais, é negativa com relação à PTF da economia, assim como, com relação a sub-períodos mais recentes, para a PTF da economia excluindo o setor mineral. Já com relação à PTF do setor mineral essa correlação é positiva. Com isso, temos que os países ricos em recurso mineral tendem a se especializar cada vez mais nesse setor, devido à perda de produtividade nos demais setores da economia. 25

26 7. Causalidade das commodities minerais e dinâmica macroeconômica Nessa seção analisaremos a dinâmica macroeconômica dos países frente a um choque no preço das commodities minerais. Iremos primeiramente dividir os países entre os com grande e pequena dotação de recurso mineral, para isso iremos considerar como países com grande dotação de recurso mineral os que têm participação do setor mineral no PIB, em média, maior que 10% (Tabela II), e os com pequena dotação de recurso mineral serão os demais países da amostra (Tabela III). As variáveis analisadas serão as taxas de crescimento das seguintes variáveis: PTF ECO (produtividade total dos fatores da economia agregada), PTF MIN (produtividade total dos fatores do setor mineral), PTF N MIN (produtividade total dos fatores dos países excluindo o setor mineral), PIB ECO (PIB real agregado da economia), PIB MIN (PIB real do setor mineral), PIB N MIN (PIB real da economia excluindo o setor mineral), I PREÇO (deflator implícito do PIB da economia, proxy para o índice de preços da economia), PREÇO MIN (deflator implícito do PIB do setor mineral, proxy do preço internacional da commoditie mineral para determinado país) e I EXCL MIN (deflator implícito do PIB excluindo o setor mineral, proxy do índice de preço da economia excluindo o setor mineral). Os dados da produtividade total dos fatores foram retirados da seção anterior, contemplando 64 países, os dados do PIB real da economia e do setor mineral foram retirados da base de dados e os do PIB real da economia excluindo o setor mineral veio da diferença entre o PIB agregado e mineral. Já os índices de preços da economia e da economia excluindo o setor mineral vieram da divisão do PIB corrente pelo PIB real, da economia e da economia excluindo o setor mineral, respectivamente. De posse das variáveis em taxa, será montado um painel balanceado para testar a causalidade entre as variáveis e de posse desses resultados analisaremos a dinâmica que cada uma dessas variáveis tem diante de um choque no preço das commodities minerais. Como os países têm as suas características intrínsecas que influenciam essa dinâmica, iremos considerar nas regressões a presença de efeito fixo, para levar em consideração essas particularidades. Para testar a presença de causalidade, será usada a metodologia de Granger-Sims [Granger 1969; Sims 1972], como feito em Blomström, Lipsey e Zejan (1996). Primeiramente serão estimadas as seguintes regressões: ( i) X t = α X 1 t 1 + β X 1 t 2 ( ii) X t = α X 2 t 1 + β X 2 t 2 + θ Y 2 t 1 26

27 , em que X t e Y t são duas séries estacionárias. Interpretamos que Y t Granger causa X t quando a predição de X t em base de sua história passada pode ser melhorada usando os valores passados de Y t. Nas equações acima estamos testando somente se há causalidade, no sentido de Granger, na direção de Y t para temos que estimar as seguintes regressões: ( ii) Y t ( iv) Y t = γ Y 1 t 1 = γ Y 2 t 1 X t. Então se deve fazer a mesma coisa para + ϕ Y 1 t 2 + ϕ Y 2 t 2 + µ X 2 t 1. X t, ou seja, Estimando essas equações será possível verificar se X t Granger causa Y t. Ou seja, através das equações (i), (ii), (iii) e (iv) é possível saber se há ou não causalidade entre as séries estacionárias. Uma vez existindo a causalidade, será possível verificar a direção, que pode ser: de X t para Y t, de Y t para X t ou dupla. A causalidade dupla implica a existência de uma terceira variável que Granger causa as duas anteriores, ou seja, não haveria causalidade entre as variáveis X t e Y t. Ainda seguindo Blomström, Lipsey e Zejan (1996), é necessário fazer um último teste para verificar a existência de causalidade, uma vez que se encontrou causalidade nas equações anteriores. Se, por exemplo, existir causalidade na direção de X t para Y t, teremos que estimar outra regressão, que inclua o período anterior, presente e posterior de Y t na regressão de X t, concomitantemente, como na regressão abaixo: ( v) X t = α + β1yt β 2Yt + β3yt 1 + θx t 1 A regressão acima testa a forma de Sims (1972), de definição de causalidade, e tem por objetivo confirmar a presença de causalidade. De acordo com essa metodologia, para se confirmar a causalidade devemos ter o coeficiente β 1 mais significativos que os demais β ' s. Assim sendo, iremos testar essa causalidade, em que X t represente a variável PREÇO MIN e Y t representará as outras 8 variáveis. O interesse dessa seção é justamente entender o efeito de um choque no preço dos bens minerais, X t, nas demais variáveis da 27

28 economia, Y t. E para o teste de cada uma dessas variáveis, usaremos as taxas de crescimento em termo anual, dois em dois, três em três, quarto em quatro e cindo em cinco anos. Os objetivos em adotar essa metodologia de variação são dois: Primeiro, verificar a duração do choque, ou seja, se houver causalidade na taxa anual e não houver na taxa de cinco em cinco anos, poderemos concluir que o choque tem um caráter mais temporário, uma vez que não se observa alteração na taxa de crescimento para um prazo maior, já se acontecer o contrário, pode-se dizer que o efeito tem certa defasagem dando uma idéia de maior longevidade e atraso no efeito. E em segundo lugar, fica menos vulnerável a algum tipo de viés na escolha dos anos de variação. Primeiramente iremos ver os efeitos dos choques de termo de troca para países com grande participação do setor mineral, posteriormente faremos essa mesma análise para países com uma pequena participação do setor mineral. As regressões para os países ricos em recursos minerais, que se encontram na parte I do apêndice econométrico, mostram que diante de um choque no preço das commodities minerais, o PIB da economia aumenta no curto prazo, variação anual, assim como o PIB da economia excluindo o setor mineral. Há um efeito inflacionário no médio prazo, variação de três em três anos, tanto agregado como da economia excluindo o setor minerar e por último, temos uma piora da produtividade do setor mineral, para variação de três em três anos. Diante desse resultado, pode-se imaginar que a seguinte dinâmica macroeconômica esteja ocorrendo: O aumento do preço das commodities minerais faz com que os países ricos em recurso mineral tenham um grande acréscimo de renda, que leva ao aumento da demanda por bens de consumo. Uma parte desses bens de consumos virá da importação, mas grande parte será produzida dentro do próprio país, o que levará a um aumento do PIB da economia excluindo o setor mineral e, por conseguinte, do PIB da economia. Os países têm como acomodar esse acréscimo de consumo no curto prazo (anual), consumindo o estoque disponível ou usando a capacidade ociosa, mas no médio prazo (três anos) os demais setores da economia não conseguirão acomodar esse acréscimo de demanda, levando com isso a uma elevação dos índices de preços, inflação. Deve-se salientar que essa causalidade do preço das commodities minerais para o índice de preços é muito poluída, pois o aumento do preço dos bens minerais leva primeiro a uma inflação de custos de produção e após isso que levará a uma inflação de demanda, então a causalidade pode não ficar tão clara como com relação ao PIB da economia. Já com relação ao setor mineral, esse aumento nos preços não leva a um aumento de sua capacidade produtiva, uma vez que há grande dificuldade em se fazer novas descobertas e se viabilizar projetos no curto prazo, necessitando um tempo maior para se 28

29 aumentar a produção. Além disso, temos, por exemplo, o setor petrolífero, em que existe um cartel, OPEP, que pressiona os participantes a não aumentar a produção. Uma vez que a produção não sofre aumento significativo, o que ocorre é a diminuição produtividade total dos fatores, e isso pode ser explicado por dois motivos: Primeiro, temos que essa maior renda no setor mineral faz com que haja um menor controle sobre os gastos e na seleção dos projetos, piorando com isso a situação do setor no médio prazo, pois a produção permanece a mesma, mas agora com projetos de pior qualidade. Segundo, vêm do fato que os países que possuem grandes quantidades de recursos minerais têm, normalmente, o poder político centralizado e com fracas instituições. Ou seja, diante de um aumento do preço das commodities esses chefes de Estado passam a ter maior interesse na apropriação de tais recursos, piorando o marco regulatório/legal desse setor, o que leva a piora de sua produtividade no médio prazo. A primeira justificava seria uma explicação mais financeira enquanto a segunda teria um caráter de economia política. As regressões para os países pobres em recursos minerais, que se encontram na parte II do apêndice econométrico, mostram que não há causalidade na direção do termo de troca para o PIB, agregado ou setorial, e para os índices de preço, agregada ou excluindo o setor mineral. A causalidade que existe é do preço das commodities minerais na direção da PTF mineral e, por conseguinte na PTF da economia, com sinal negativo. Ou seja, diante de um choque no preço das commodities minerais, há uma piora da PTF do setor mineral. A justificativa para tal fenômeno pode ser a mesma da anterior, ou seja, diante de um aumento da receita e a necessidade de maior produção, as empresas do setor mineral, desses países, acaba por selecionar projetos que não são tão atraentes, pois se fossem já teriam feitos anteriormente. Esse cenário leva a uma piora da produtividade total dos fatores do setor mineral. Se na direção do preço das commodities minerais para as variáveis macroeconômicas não há causalidade, já não se pode dizer a mesma coisa para a causalidade no sentindo oposto. Pelos testes de causalidade, temos que um aumento do PIB agregado dos países com pouco recurso mineral, ou melhor, aumento do PIB da economia excluindo o setor mineral, levará a um aumento do preço das commodities minerais. Ou seja, uma das fontes de aumento do preço das commodities minerais é o aumento da demanda por bens não minerais dos países pobres, que leva a maior necessidade de bens minerais em sua economia. Além disso, temos que o índice de preços, das economias pobres em recurso mineral, GRANGER causa o termo de troca, mas segundo a metodologia de SIMS (1972) o valor corrente do índice de preços influencia mais o preço dos bens minerais que os valores passados. Isso ocorre porque como a economia está aquecida, fica difícil separar da elevação de preço o que é referente ao aquecimento da economia, anterior ao aumento do preço das commodities minerais, e o que é referente propriamente ao aumento dos custos de produção proporcionado 29

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