PREVENÇÃO DA INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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1 1 PREVENÇÃO DA INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Ananda Lopes de Lima* Eliene dos Santos Brandão São Pedro* Heilane Miranda Silva* Cristiane Maria Carvalho Costa Dias** RESUMO A infecção hospitalar é a causa de grande preocupação nas instituições de saúde do Brasil, portanto o estudo trata-se de uma revisão sistemática com um objetivo de identificar na literatura nacional as ações de prevenção de infecções relacionadas à assistência a saúde (IrAS) na unidade de terapia intensiva. Para tanto se realizou uma revisão nas bases de dados SCIELO, LILACS e BVS, foram encontrados 187 artigos, sendo selecionados 41 e excluídos 35, totalizando sete para produção do artigo. Os resultados encontrados nos estudos foram divididos em três tópicos: profilaxia das infecções; atuação dos profissionais; e programa de treinamento/educação. Conclui- se que a maioria dos profissionais mostra saber a importância da adesão às medidas de precauções, mais na prática não se vê empenho em fazê-lo, mostrando a relevância em aprimorar os treinamentos e incentivos nas instituições para maior adesão as medidas de precaução de contato. PALAVRA-CHAVE: Infecção na UTI. Precaução de contato. Infecção na assistência à saúde. ABSTRACT The infection To the hospital and the cause of great concern In the establishment tions of health in Brazil, so the study it is a revision Systematically with the aim of identifying as a national literature S of prevention To of infection tions related to health care (IRAS) in the intensive care unit. For that we carried out a review in the databases SCIELO, LILACS and BVS were found 187 articles, 41 were selected and 35 excluded, totaling seven for production the article. The findings in the studies were divided into three topics: prophylaxis of infection; acts Of the professional and program training / education It. It is concluded that most professionals know the importance of showing adherence to precautionary measures tions, the more one sees in practice no commitment to do it, showing the relevance in improving the training and incentives in establishing tions for greater adherence to precautionary measures to contact. Keyword: Infection in UTI. Contact precaution. Infection in health care. *Bacharel em Enfermagem, Pós-graduanda em Enfermagem em UTI - ATUALIZA Pós-Graduação anandalima@hpotmail.com *Bacharel em Enfermagem, Pós-graduanda em Enfermagem em UTI - ATUALIZA Pós-Graduação elienespedro@hotmail.com *Bacharel em Enfermagem, Pós-graduanda em Enfermagem em UTI - ATUALIZA Pós-Graduação heilanems@hotmail.com **Mestre em Medicina e Saúde Humana - EBMSP Docente em Metodologia de Pesquisa - ATUALIZA
2 2 1 INTRODUÇÃO No Brasil, o Ministério da Saúde (MS), na Portaria nº de 12/05/1998, aponta como infecção hospitalar aquela adquirida depois da admissão do paciente e que se revela durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (1). Nos últimos anos as infecções acometidas nas Unidades de Terapias Intensivas têm trazido uma preocupação mundial, no que tange o aparecimento de microorganismos multirresistentes (2). A infecção hospitalar é a causa de grande preocupação nas instituições de saúde do Brasil. Nos países desenvolvidos, cerca de 5% a 10% dos pacientes internados contraem uma infecção que não está relacionada com seu quadro clínico. Mundialmente, de 1 a 4 pacientes de terapia intensiva contagiam com uma infecção, sendo duplicada em regiões em desenvolvimento (3). As infecções hospitalares possuem alguns sinônimos que são utilizados no meio profissional, podendo citar: infecção nosocomial, infecção institucional e ultimamente esta sendo utilizado o termo Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IrAS), estando nesse grupo também as infecções cruzadas (2). As infecções podem ocorrer por meios de microorganismos patogênicos como: vírus, bactérias e fungos, que são freqüentemente encontrados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), centro cirúrgico e unidades com pacientes imunodeprimidos. A contaminação ocorre por meio das mãos ou dos produtos que são utilizados diretos e indiretamente nos pacientes através dos profissionais de saúde que ao manipulá-los não higienizam, deixando de fazer a prevenção e a redução de possíveis infecções (3). Medidas simples e eficazes são necessárias, como método de prevenção que acarretam custos bem menores do que o tratamento e tempo de internação. As medidas englobam a uma simples lavagem correta das mãos, uso de luvas, capa, touca, máscara, medidas assépticas, dentre outras (2). A higienização das mãos é uma medida de grande valia na interferência nas transmissões de
3 3 microorganismos, inumeros estudos já comprovaram o beneficio desse procedimento, a primeira evidência foi em 1846 com o médico Semmelweis, mediante um estudo experimental, em relação a febre puerperal com a assistência médica, notando-se que eles saiam diretamente da sala de autópsia para a de obstetrícia tinham odores nas mãos; foi evidenciado que a higienização das mãos podia evitar infecções puerperais e evitar mortalidades maternas (2). Portanto, o problema a ser investigado a partir desse estudo é: Quais as ações para prevenção das IrAS na unidade de terapia intensiva? Diante do exposto objetivamos identificar as medidas de prevençoes que a equipe utiliza no cuidado dos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva. 2 MATERIAL E MÉTODOS Medicina (Bireme) e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). As palavras-chaves utilizadas foram: infecção UTI, precaução de contato, infecção na assistência à saúde, utilizando também os seus respectivos sinônimos. Foi realizada também uma busca nas referências dos artigos inseridos nas bases de dados. Os critérios de inclusão utilizados na seleção para a realização do artigo foram: artigos nacionais indexados no período de 2005 a 2010, realizados em humanos. A busca dos artigos foi inicialmente através do título, sendo analisados primeiramente com a leitura do resumo, excluindo aqueles que não apresentavam relação com o tema e os repetidos, foram lidos na íntegra os incluídos no estudo. A Figura 1 mostra uma sinopse da seleção dos artigos localizados nas bases de dados e analisados quanto aos critérios de inclusão e exclusão. Este artigo foi realizado a partir de uma revisão sistemática selecionadas nas bases de dados de saúde disponíveis no meio eletrônico, dentre elas a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), incluindo também o Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Biblioteca Regional de
4 4 142 Referências Selecionados: 34 Excluídos: 30 LILACS 45 Referências Selecionados: 7 Excluídos: 5 Não apresenta relação com o tema Não estavam disponíveis na íntegra SCIELO 1 repetido 3 Não apresentam relação com o tema 1 Não estava disponível na íntegra Figura 1 Seleção das publicações sobre a prevenção da infecção relacionada à assistência a saúde na unidade de terapia intensiva ( ), Salvador, RESULTADOS / DISCUSSÃO Os dados serão apresentados através dos seguintes subgrupos: Profilaxia das infecções; Atuação dos profissionais de saúde; e Programa de treinamento/educação, para melhor disposição das informações obtidas nas bases de dados pesquisadas. Foram encontrados os seguintes resultados relacionados à profilaxia das infecções na unidade de terapia intensiva: precaução padrão deve ser adotada por todos os profissionais de saúde independente do diagnóstico 4 2 Total: 6 publicações presumido e estado de infecção dos pacientes tais como: lavagem das mãos; uso de luvas; uso de mascara; óculos; capa de proteção; limpeza do ambiente e alojamento privativo (4). Dos 06 artigos selecionados, 04 mostraram que os profissionais de saúde utilizam parcialmente as medidas de precaução (4-7). Evidenciou que existe maior aderência, relacionada ao uso de luvas e máscaras, contrastando com a baixa adesão a higiene das mãos e o uso da capa, salientando o uso das luvas apenas para auto proteção, consequentemente servindo como meio de disseminação de microorganismos (6-7). Relata que no cotidiano das atividades hospitalares a maioria dos profissionais faz o uso de aliança, relógio e até mesmo uniforme utilizado em outro hospital (6). A lavagem das mãos apesar de ser a medida preventiva mais importante para a redução da transmissão de microorganismo por contato e a conduta de maior facilidade a ser adotada, os estudos mostram que a sua adesão pelos profissionais é insatisfatória (8;9). Diante dos fatores dificultadores para adesão da lavagem das mãos, foi evidenciado o esquecimento dos profissionais, falta de motivação, descaso sobre a
5 5 importância, falta de conhecimento de alguns profissionais, sobre a concepção dos riscos de disseminação, irritação da pele, distância da pia, ausência de materiais (9). Com relação à atuação dos profissionais de saúde: As ações de enfermagem têm implicação direta na disseminação de microorganismo, somado ao conhecimento sobre as medidas de controle em infecção ao comportamento no ambiente de trabalho, pois apesar de conhecimento científico em biossegurança na pratica as ações muitas vezes é negligenciada, devido a condições de trabalho, ao tempo de permanência ao local, horas reduzidas destinadas ao descanso, trabalho noturno, local impróprio para o repouso e estresse do trabalho (6;9). Segundo Pereira, as maiorias das queixas estão centradas nas longas jornadas de trabalho, fruto da necessidade de duplicidade ou multiplicidade de emprego, tendo como determinante os salários muito baixo (5). Entende-se que a adesão dos profissionais as medidas de controle não permitira que os mesmos sejam disseminadores coletivos de microorganismos, mais sim que assumam o papel de multiplicadores de condutas adequadas (6). Diante disso, entende se a necessidade da atuação junto a esses profissionais por meio da educação em serviço, treinamentos, seminários temáticos e reuniões clinica para ressaltar orientações necessárias sobre as precauções a serem adotadas, participação efetiva em campanha como a de lavagem das mãos, adoção de equipamento individual, utilizando de estratégias inovadoras com uma linguagem compreensiva para diferentes níveis culturais, sobretudo se faz necessário incentivo a participação de todos os profissionais, promovendo o reconhecimento e a sua valorização (5-7). Considerando as observações realizadas, vários estudos expõem que apesar de os profissionais terem referido o conhecimento sobre as medidas de prevenção, percebe-se a resistência na aplicabilidade dessas medidas, demonstrando uma divisão de forma contraditória entre o saber e fazer. 5 CONCLUSÃO Diante dos dados encontrados constatou-se que é necessário elaborar dentro das unidades hospitalares estratégias de ensino
6 6 para disseminar a mudança de comportamento na atuação do processo de cuidar, definindo os indicadores epidemiológicos sobre os riscos de infecção, propagando o conhecimento e a sensibilização da equipe. Sendo fundamental o comprometimento de toda a equipe envolvida no atendimento para que haja mudanças na rotina de trabalho e o maior número de adesão nas medidas de precauções de contato, tendo assim resultados positivos, acarretando menor tempo de internamento e diminuição de custo beneficio. Referências 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n 2.616, de 12 de maio de Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Disponível em: < ivos/legislacaosanitaria/estabelecimentosde-saude/controle-de-infeccaohospitalar/portaria_2616.pdf>. Acesso em: 15 fev Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviço de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília: Anvisa, p Disponível em: <http: // s/paciente_hig_maos.pdf.> Acesso em: 12 de fev de ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Diretrizes da OMS sobre higienização das mãos na assistência à saúde (versão preliminar avançada): resumo Disponível em: http: // s>. Acessado em: 15 de fev de FERREIRA, C. N. et al. Atuação da equipe multiprofissional com pacientes em precauções de contato em unidade de terapia intensiva. R. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, Jan./mar. 2006, 14(1): Disponível em: < v14n1a07.pdf >. Acesso em: 05 fev PEREIRA, M. S. et al. Controle de Infecção Hospitalar em Unidade de terapia Intensiva: desafios e perspectivas. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v.2, n.1, out./dez Disponível em:< Acesso em: 05 fev PRADO PALOS, M. A.; COSTA, D. M., et al. Atuação de enfermagem em unidades de terapia intensiva: implicações para disseminação de micro-organismo multirresistente. Rev. Panam. Infectol, 2010; 12(1); Disponível em: < Acesso em: 25 fev OLIVEIRA, A. C.; CARDOSO, C. S.; MASCARENHAS, D. Conhecimento e comportamento dos profissionais de um centro de terapia intensiva em relação à adoção das precauções de contato. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 17, n. 5, Ribeirão Preto, Set./out Disponível em: < &script=sci_arttext& tlng=pt>. Acesso em: 20 jan FELIX, C.C.P.; MIYADAHIRA, A.M.K. Avaliação de técnica de lavagem de das mãos executada por aluno do curso de graduação em enfermagem. Rev. Esc. Enfermagem USP, 2009;43.1: Disponível: <
7 7 9. OLIVEIRA, A. C.; CARDOSO, C. S.; MASCARENHAS, D. Precaução de contato em unidade de terapia intensiva: fatores facilitadores e dificultadores para adesão dos profissionais. Rev. Esc. Enferm. USP, 2010, p. 44(1): Disponível em: < 3v44n1.pdf>. Acesso em: 24 jan
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