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1 Floresta Urbana: Patrimônio a ser Compreendido e Preservado Vladimir Stolzenberg Torres Biólogo, Dr. SMAM / PMPA Mail: biologo.vladimir@gmail.com

2 Introdução Os processos de urbanização e industrialização, ao mesmo tempo em que constituem bom indicador do nível de desenvolvimento e progresso alcançado, também tem se comportado como um grande problema, podendo-se exemplificar na visível degradação do meio ambiente urbano e de sua qualidade de vida.

3 As alterações climáticas decorrentes da ocupação desordenada do solo implicam em desconforto aos habitantes da urbe e também repercutem no desempenho energético da cidade.

4 As plantas refletem, absorvem e transmitem radiação e, através da fotossíntese, também fixam energia, influenciando as condições locais de temperatura (baseado em Grey & Deneke, 1978).

5 Efeitos de maciços arbóreos nas condições de temperatura e umidade relativa do ar (baseado em Grey & Deneke, 1978).

6 Vejamos os dados de estudo realizado em Maceió - Alagoas Os resultados apresentados (gráficos adiante), permitem constatar que a influência das áreas verdes monitoradas sobre as condições térmicas de diferentes recintos urbanos na cidade de Maceió-AL pode ser considerada significativa para o conforto humano. Destaque-se, se, nesse sentido, os valores da umidade relativa do ar que em todos os recintos é quase a mesma, com valores em torno de 78%.

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9 A análise dos perfis térmicos das duas áreas estudadas evidencia o efeito amenizador, do ponto de vista térmico, que é proporcionado pela presença da vegetação nos diversos recintos urbanos, reduzindo os valores da temperatura do ar, sobretudo nos horários entre 09:00 00h e 15:00 00h.

10 Os resultados menos satisfatórios foram encontrados no ponto 3 rua Augusta -, devido à forma de agrupamento de caráter homogêneo e, sobretudo, pela forma e pela densidade das copas, que apresentam verdadeiras barreiras à penetração dos ventos, reduzindo sensivelmente o fluxo de ar em seu interior:

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12 Túnel de plátanos

13 Túnel de jacarandás

14 As cidades são ambientes alterados que possuem vegetação remanescente de áreas naturais ou que estão em áreas implantadas, que se apresenta de diferentes formas, tanto em áreas públicas (parques, jardins e praças), como em torno de córregos e rios ou em áreas privadas (residências e indústrias).

15 Desta forma, a presença de vegetação nas cidades tem sido considerada um sinônimo de qualidade de vida. Por outro lado, a pressão do mercado imobiliário é fator crucial no processo de degradação da qualidade de vida dos indivíduos e das adequadas condições ambientais.

16 Este segmento de construção civil e comércio defende o aumento das áreas impermeabilizadas e diminuição da largura das calçadas, em detrimento da existência da vegetação urbana, o que implica na redução do percentual de áreas verdes, principalmente, nos novos loteamentos.

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18 Um outro fator que tem contribuído de forma significativa para a redução do índice de vegetação dentro da malha urbana são as inúmeras ocupações irregulares em diferentes áreas que constituem cada município.

19 Maciço do Morro da Cruz Florianópolis.

20 Complexo do Alemão Rio de Janeiro.

21 Margem de um arroio Porto Alegre.

22 Área urbana Porto Alegre.

24 Segundo dados oficiais da Prefeitura de Porto Alegre, 95% dos 757 parcelamentos de solo implantados em Porto Alegre no período de 1985 a 2004 são clandestinos ou irregulares. Houve 250 loteamentos clandestinos e 470 ocupações irregulares e apenas 37 loteamentos (5%) construídos de forma regular.

26 Uma explicação é que as normas para execução de loteamentos em Porto Alegre são incompatíveis com a realidade do poder aquisitivo da maioria da população, que acaba construindo "na marra". Conforme informações do Ministério das Cidades, o Estado do Rio Grande do Sul é o campeão de ocupações irregulares no Brasil.

27 O verde é o elemento mais ágil nas cidades, uma vez que sofre diretamente os efeitos da ação antrópica, representada pelas pressões da urbanização e do adensamento populacional. Para garantir um mínimo de bem-estar estar à população, é importante quantificar os elementos presentes como verde nas urbes. Entretanto, o desafio que se apresenta é qualificá-los los e relaciona- los entre si.

28 Definição e caracterização da floresta urbana O processo de urbanização transforma profundamente os ambientes naturais, criando uma paisagem variável, na medida em que se intensifica o adensamento das construções. Povoamentos pequenos podem ainda preservar muitas áreas com cobertura vegetal, nos quintais e jardins das casas e nas vias públicas.

29 As florestas, como parte da vegetação, são um dos principais componentes naturais que garantem a vida sobre a superfície da Terra.

30 Trecho da Av. João Pessoa Porto Alegre.

31 Na atualidade, porém, árvores enfileiradas já não são suficientes para a melhoria da qualidade de vida e, desde o século passado, já por imposição da industrialização, o homem vem procurando aumentar a massa arbórea no tecido urbano com a criação dos parques municipais e metropolitanos.

32 Trecho da Av. Ipiranga Porto Alegre.

33 Assim, a diferença básica entre a Arborização Urbana e a Floresta Urbana está na mudança de visão do elemento árvore, de individual para coletivo, agregando com isto, também, os demais componentes verdes que integram a totalidade urbana destacando-se, se, inclusive, o espaço público.

34 Terceira Perimetral e Parque Farroupilha Porto Alegre.

35 Praça dos Açorianos Porto Alegre.

36 Vista aérea de parte de Porto Alegre.

37 Vista parcial Lago Guaíba Porto Alegre.

39 Praça da Matriz Porto Alegre.

40 Av. Otávio Rocha Porto Alegre.

41 Rua lateral à UFV Viçosa.

42 Exemplar solitário de Extremosa, Lagerstroemia indica L. (Lythraceae ) em uma pequena via Viçosa.

43 Qualquer floresta urbana apresenta duas categorias, a primeira pertencendo ao setor privado e a outra ao setor público. Ambas são interligadas e agregadas aos elementos físicos. São sujeitas a função do espaço, população biológica, valores sócio-econômicos e condições geo-ambientais ambientais.

44 Os princípios ajustados à racionalidade estrutural da análise criaram a seleção daquilo que é desejável para as necessárias considerações tais como: as ilhas de calor, o usuário na escala espaço-tempo, os elementos ecossistêmicos, o processo de estruturação e a expansão territorial.

45 Importância dos inventários O sucesso da arborização de uma cidade depende das condições de implantação das mudas, da manutenção realizada e da conscientização de sua população; por isso é necessário que o poder público esteja atento as demandas do próprio órgão, mas também as demandas das comunidades.

46 A densidade representa o número de indivíduos da população por unidade de área (ou volume!). Os indivíduos devem ser facilmente reconhecíveis, como árvores, ervas ou plântulas. A importância do uso de índices que mostrem a diversidade de espécies é permitir que se obtenha o máximo de informações referentes à variabilidade relativa.

47 Em estudo realizado em 2005, em uma guilda da Floresta Urbana de Porto Alegre, neste caso, considerado o Bairro Petrópolis, foram calculados vários índices, adiante expressos:

48 Número de Indivíduos Amostrados Exóticas Nativas regional 56 Nativas do Brasil 181

49 Ipê-amarelo Espécies mais Freqüentes Extremosa Cinamomo Ligustro Jacarandá

50 Condição Fitossanitária Boa 1126 Regular Ruim

51 Espécies Previstas no Plantio Ipê Roxo Quaresmeira Primavera Açoita Cavalo Sibipiruna Ipê Amarelo Tipuana Araçá Jacarandá Pata-de-Vaca Cerejeira Caroba Pau Ferro Extremosa Ligustro

52 Número de Espécies Moderadamente Abundantes 25 Espécies Quantidade de , , , , Espécies Existentes Espécies a Introduzir Após Introdução Média dos Índices

53 Número de Espécies Abundantes 12 10, Espécies 8 8, , ,04253 Quantidade de Espécies Existentes Espécies a Introduzir Após Introdução Média dos Índices

54 Diversidade Total - Índice de Shannon-Wiener 4 Diversidade Co onsiderada , , ,9213 2, Espécies Existentes Espécies a Introduzir Após Introdução Média dos Índices

55 Índice de Riqueza de Menhinick 4 Riqueza Con nsiderada , , , , Espécies Existentes Espécies a Introduzir Após Introdução Média dos Índices

56 Índice de Uniformidade - Pielou - J' 1,5 Uniformidade Co onsiderada 1 0,5 0, ,8273 0, , Espécies Existentes Espécies a Introduzir Após Introdução Média dos Índices

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58 Animais associados O ambiente urbano é a resultante das interações dos fatores ambientais, biológicos e sócio-econômicos, onde o meio edificado pelo homem predomina sobre o meio físico, causando profundas alterações sobre este e na qualidade de vida dos seres.

59 São Lourenço MG.

60 O adensamento urbano leva à formação de inúmeros microecossistemas, os quais refletem diretamente na fauna urbana, o que a torna resultante de fatores tanto ecológicos como históricos e, portanto, não originada, somente, pela depauperação da composição faunística, original pelo processo de urbanização, mas, também, pela constante introdução de espécies.

61 Pardal Pardal Pardal Pardal se se se se alimentando alimentando alimentando alimentando de de de de brotos brotos brotos brotos de de de de Sibipiruna Sibipiruna Sibipiruna Sibipiruna (Caesalpinia Caesalpinia Caesalpinia Caesalpinia pelthophoroides pelthophoroides pelthophoroides pelthophoroides Benth Benth Benth Benth.) Gaturamo Gaturamo Gaturamo Gaturamo se se se se alimentando alimentando alimentando alimentando em em em em Escova Escova Escova Escova-de de de degarrafa garrafa garrafa garrafa (Callistemon Callistemon Callistemon Callistemon citrinus citrinus citrinus citrinus (Curtis) (Curtis) (Curtis) (Curtis) Skeels) Skeels) Skeels) Skeels)

62 Abelhas sem ferrão (ASF) em flores de Pata-de de-vaca vaca.

63 A urbanização modifica a estrutura física e biótica do hábitat, podendo afetar diversos processos ecológicos que envolvem a fauna e a flora nestas áreas. Como resultado da intervenção antrópica, a paisagem urbana geralmente se apresenta fragmentada em um mosaico de diferentes ambientes e, tanto a estrutura da vegetação, quanto a sua composição florística, costumam diferir daquela originalmente presente, disponibilizando, portanto, condições e recursos distintos a serem explorados pela fauna.

64 O que constitui a fauna urbana? relacionada com a Floresta Urbana? Ou, fauna São animais considerados domésticos, outros silvestres e, outros mesmos, considerados como rurais.

65 Parque das Águas, São Lourenço MG. Girinos no ladrão do lago no Parque das Águas. Cupinzeiro em Guapuruvu.

66 Parque das Águas, São Lourenço MG. Vespa Casco-de de-tatu em Guapuruvu.

67 Parque das Águas, São Lourenço MG.

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69 A presença da avifauna brasileira em ambientes modificados pela ação antrópica, como as áreas urbanas, tem se tornado comum, já que, devido à diversificação do ambiente, tendem a sofrer variações menos acentuadas de recursos, mantendo sua diversidade constante, o que explica o fato de 31% das espécies de aves brasileiras estarem representadas nestes ambientes.

71 Exemplar de Arapuã, Ortalis motmot (Spix, 1825) (Crasidae),, Área da Casa dos Prefeitos, UFV Viçosa, MG.