Aula 2: Relatividade Restrita
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- Jessica Luísa Caires Galvão
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1 Aula 2: Relatividade Restrita Postulados e transformações de Lorentz A C Tort 1 1 Departmento de Física Teórica Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro 17 de Março de 2010 Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 1 / 26
2 Roteiro 1 Postulados da RR. 2 A velocidade da luz 3 As TL Versão canônica Dilatação do tempo Contração de Lorentz Versão alternativa 4 As transformações de Lorentz como rotações imaginárias 5 Mais cinemática: velocidade e aceleração na RR Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 1 / 26
3 A origem da RR A Relatividade Restrita ou Especial surge para resolver problemas teóricos suscitados pela teoria eletromagnética de Maxwell: S N S N Figura: A corrente induzida no condutor é experimentalmente a mesma. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 2 / 26
4 Se supusermos que o condutor tem uma resistência R, então a corrente i(t) induzida no condutor será dada por: i(t) = E(t) R = 1 dφ(t). (1) R dt Em um caso a f.e.m. relaciona-se com o campo magnético: i(t) = 1 (v B) dl. (2) R condutor e no outro com o campo elétrico. i (t) = 1 R condutor E dl. (3) Mas, experimentalmente: i(t) = i (t)!!! (4) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 3 / 26
5 E, en passant: Exemplos deste tipo em conjunto com tentativas mal sucedidas de detectar um movimento da Terra relativo ao meio luminífero levam à conjectura de que não apenas os fenômenos da mecânica, mas também os da eletrodinâmican não têm propriedades que correspondam ao conceito de repouso absoluto. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 4 / 26
6 Os postulados da RR Ao contrário, as mesmas leis da eletrodinâmica e da óptica serão válidas para todos os sistemas de coordenadas nos quais valem as equações da mecânica, como foi recentemente demonstrado para quantidades de primeira ordem. Elevaremos essa conjectura [...] à condição de um postulado. Iremos introduzir também um outro postulado, apenas aparentemente incompatível com esse, a saber: que a luz sempre se propaga no vazio com uma velocidade definida, que é independente do estado de movimento do corpo emissor. Esses dois postulados são suficientes para a obtenção de uma eletrodinâmica dos corpos em movimento simples e consistente, baseada na teoria de Maxwell para corpos em repouso. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 5 / 26
7 A velocidade da luz e a equação da onda A equação da onda se escreve: 2 Ψ(x, t) x Ψ(x, t) c 2 t 2 = 0; (5) A solução geral é (d Alembert): Transformações de Galileu: Ψ(x, t) = F(x ct) + G(x + ct). (6) x = x + vt, t = t ; x = x vt t = t. (7) (1 v 2 ) 2 Ψ(x, t ) c 2 x Ψ(x, t ) c 2 t v 2 Ψ(x, t ) c 2 x t = 0, (8) Ψ(x, t ) = F(x c t ) + G(x + c t ), (9) onde c = c v. (10) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 6 / 26
8 Transformações de Lorentz. Versão 1 x = a x + b t (11) t = e x + f t, (12) a, b, e, e f podem depender de v; y = y, e z = z. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 7 / 26
9 Versão 1: continuação A seguir, aplicando os postulados da TRR, podemos calcular os coeficientes da transformação. Os resultados são: e: 1 a = f = 1 v, (13) 2 c 2 v b = c 2 1 v 2 c 2 e = v c 2 1 v 2 c 2 (14). (15) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 8 / 26
10 Definindo: γ(β) := 1 1 β 2, β := v c. (16) Segue que: e x = γ ( x + vt ), (17) ( ) β t = γ c x + t. (18) Para obter a transformação inversa basta fazer as substituições: β β, x x, e t t. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 9 / 26
11 Dilatação do tempo l0 l0 v v v l vt/2 vt/2 Figura: Relógio em repouso e em movimento com celeridade constante. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 10 / 26
12 γ(β) := τ = γ(β)τ 0, (19) 1 1 β 2, β := v c. O intervalo de tempo marcado por um relógio em movimento (τ) é igual ou maior do que o intervalo de tempo marcado por um relógio em repouso (τ 0 ). Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 11 / 26
13 Contração de Lorentz Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 12 / 26
14 l(β) = l 0 γ(β). (20) A Eq. (20) descreve a contração de um corpo rígido na direção do movimento. Historicamente, ela foi proposta por Lorentz e por FitzGerald para explicar os resultados nulos de experiências projetadas para determinar a velocidade da Luz em relação à Terra. No texto, ela é deduzida como conseqüencia dos postulados da RR. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 13 / 26
15 TL Versão 2 K y y K v P x O O x Figura: TL. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 14 / 26
16 Considere agora um ponto P do espaço. Do ponto de vista do referencial K podemos escrever x = vt + }{{} x, (21) visto dek onde x e x são as abicissas do ponto P em relação aos seus referenciais respectivos. Mas, em razão da contração de Lorentz podemos escrever: Segue que: }{{} x = x γ(β). (22) visto dek x = γ(β)(x β ct). (23) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 15 / 26
17 Do ponto de vista do referencial K, teremos: mas agora, Segue que: x = vt + x visto dek }{{}, (24) }{{} x = visto dek Com um pouco de algebrismo obtemos: x γ(β). (25) x = γ(β) ( x + β ct ). (26) t = γ(β) ( t β x c ). (27) e a transformação inversa: t = γ(β) (t + β x ), (28) c Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 16 / 26
18 Rotações no lr 2 y y P x r θ x Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 17 / 26
19 x = cos θ x sen θ y (29) y = sen θ x + cos θ y. (30) Para obter a transformação inversa fazemos as substituções θ θ, x x, e y y : x = cos θ x + senθ y (31) y = sen θ x + cos θ y. (32) O invariante associada com essa transformação é: x 2 + y 2 = x 2 + y 2, (33) que é o quadrado da distância da origem a um ponto P do lr 2. Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 18 / 26
20 A figura geométrica naturalmente associada com essa rotação e o seu invariante é o círculo de raio r, cuja equação em cartesianas é: A relação trignométrica fundamental: sugere a representação paramétrica: x 2 + y 2 = r 2. (34) cos 2 θ + sen 2 θ = 1, (35) x = r cos θ (36) y = r sen θ. (37) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 19 / 26
21 Consideremos agora o invariante relativístico fundamental: ( s) 2 = c 2 ( t) 2 + ( x) 2 + ( y) 2 + ( z) 2, (38) e as transformações: ct = cosh θ ct senhθ x (39) x = senhθ ct + cosh θ x (40) y = y, (41) z = z, (42) onde θ é determinado por: β = tanh θ. (43) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 20 / 26
22 Lembrarando a relação fundamental: cosh 2 θ senh 2 θ = 1. (44) segue que: senh θ = γ(β), (45) e Segue então que: cosh θ = β γ(β). (46) t ( = γ(β) t β x ) c (47) x = γ(β)(x β ct), (48) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 21 / 26
23 Essa forma das TL representam uma rotação de um ângulo imaginário i θ e a figura geométrica naturalmente associada com o invariante é uma hiperbóle cuja equação se escreve: (ct) 2 + x 2 = r 2, (49) A representação paramétrica natural dessa hipérbole é" x = r cosh θ = ct = r senhθ = r β 1 β 2, (50) r 1 β 2, (51) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 22 / 26
24 Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 23 / 26
25 TL para a velocidade u x = u x + β c 1 + v u x c 2 (52) u y = u z = u y 1 + v u x c 2 u z 1 + v u x c 2 (53) (54) Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 24 / 26
26 TL para a aceleração a x = a x ( γ V v x ) 3, c 2 a y = a y ( γ V v x ) 2 (V v y/c 2 ) a x ( γ V v x ) 3, c 2 e uma expressão similar para a z. Para obter as transformações inversas troque V por V. c 2 Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 25 / 26
27 Fim da aula 2 Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 26 / 26
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