CONHEÇA A VERDADE SOBRE A EC 50

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1 CONHEÇA A VERDADE SOBRE A

2 Porque os interesses de Goiás e do povo goiano estão acima de interesses pessoais e corporativistas. O que é a /2014? É uma Emenda Constitucional, que disciplina a representação judicial, a consultoria e assessoria jurídica dos entes da administração indireta do estado (fundações e autarquias), dotados de personalidade jurídica própria. Antes, a situação estava desorganizada. Havia cargos de Gestor Jurídico, Advogados e Procuradores Jurídicos. O que a Emenda fez foi organizar todos em uma carreira única. Quem teve a iniciativa da /2014? A Proposta de Emenda Constitucional PEC que gerou a foi de iniciativa do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Goiás com ofício mensagem dirigida à Assembleia Legislativa, respeitando em sua totalidade o art. 61, 1º, da CF. Quais as vantagens da para o Estado? Ela garante a desburocratização e maior efetividade do serviço público, recuperação de receitas garantindo recursos para investimentos e maior segurança jurídica. A carreira de Procurador Autárquico só existe em Goiás? Não. Ao organizar as carreiras, Goiás segue o modelo adotado no âmbito federal quando estruturou a carreira dos Procuradores Federais para atuação nas Autarquias e Fundações daquele ente. A medida também foi adotada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Alagoas, Pará, Rondônia. já concursados, Advogados e Procuradores Jurídicos efetivos e estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT da Constituição Federal, todos, antes da /2014, já possuiam atribuições na lei para atuarem como advogados nas Autarquias e Fundações. A /2014 cria uma Procuradoria Paralela ou Procuradoria-Geral Autárquica? Não cria. Apenas organiza as carreiras integrantes da advocacia na administração indireta. Não há previsão de criação de nenhum órgão, nem de chefias e de nenhuma outra estrutura dentro do Estado. A PGE tem competência legal para atuar na administração indireta do Estado de Goiás? Não tem. Em toda a história da PGE, nunca houve previsão em suas leis de atuação nos entes da indireta, salvo casos excepcionalíssimos e por procuração. Particularmente em Goiás, o STJ já se manifestou que Procurador do Estado não tem legitimidade para recorrer em ação em que é parte ente da administração indireta (AgRg no Ag / GO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 09/03/2011). A /2014 cria despesas para o Estado? Profissionais não concursados vão ser efetivados como procuradores? Haverá trem da Alegria? Definitivamente não. A EC não aumenta salários, não prevê a criação de novos cargos ou empregos, nem contempla servidores comissionados. Serão organizados em uma única carreira apenas os Gestores Jurídicos,

3 Saiba o que algumas instituições jurídicas, inclusive a PGE-GO, já disseram sobre a competência exclusiva dos Gestores Jurídicos: Dr. Ronald Christian Alves Bicca Procurador-Geral do Estado à época: Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, os entes da Administração Indireta possuem personalidade jurídica própria, razão pela qual gozam de autonomia administrativa na execução de suas finalidades institucionais. Por esse motivo, a representação judicial e a consultoria jurídica dessas entidades compete à assessoria jurídica do próprio ente. (Ofício-Circular nº 02/2012-GAB). Parecer da Procuradoria Geral do Estado de Goiás: Outrossim, cumpre registrar que o cargo de Gestor Jurídico também deverá ser excepcionado, pois somente é legítima sua atuação enquanto Advogados Públicos propriamente ditos na Administração Indireta. (Processo administrativo nº / ). Posição do Ministério Público de Goiás: O principal motivo é que a advocacia pública desempenhada nas autarquias é norteada pelos mesmos princípios que delineiam a atuação das procuradorias, estaduais e municipais, estando sujeita ao art. 37 da Carta Magna, que equipara a Administração Pública Indireta à Direta. No Poder Executivo do Estado de Goiás é exercida tanto pela Procuradoria Geral do Estado, a qual atua na Administração Direta, quanto pelos gestores jurídicos/advogados autárquicos e fundacionais operantes na Administração Indireta. (AI no MS n ( ). Conheça a opinião de grandes juristas brasileiros sobre a existência da Procuradoria Autárquica: Pedro Lenza, professor de Direito Constitucional da USP: Entendemos que nada impediria que o Estado, simetricamente à regra contida no artigo 131, fizesse previsão, por lei, de procuradores autárquicos e de fundações públicas em âmbito estadual ou no DF, para representação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas estaduais. Fonte: Direito Constitucional Esquematizado, 16ª ed, pag. 881 Uadi Lammêgo, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Constitucional: Por que pairam dúvidas em torno das pretensões dos advogados autárquicos? Porque, no Brasil, as ilações têm mais força que as certezas. Hoje o certo é o errado e o errado é o certo. Acontece, porém, que a técnica jurídica repudia quaisquer achismos estribados em conjecturas. ( ) Inexiste qualquer ofensa ao princípio da unidade o ato de se criar uma carreira jurídica, independente e separada dos quadros da Procuradoria Geral do Estado, de sorte que tais membros dessa carreira possam atuar, apenas, na Administração Indireta, Autárquica e Fundacional. Fonte: Parecer Jurídico - link: Gilmar Mendes, Ministro do STF: No que diz respeito às procuradorias federais, logo se percebeu que o modelo de autonomia precisava ser alterado e foi por isso que nós propusemos a ideia da criação da carreira de procurador federal para resolver um problema que era sério, a falta de nivelamento entre as carreiras de procurador federal aqui e acolá porque nós precisávamos, inclusive, engendrar a Procuradoria Federal. Hoje nem se fala nisto, mas esta instituição foi extremamente importante para dar uniformidade e evitar os abusos que se cometiam, o comprometimento do dinheiro público. Fonte: Ricardo Lewandowski, atual presidente do STF: A referência ao termo Procuradores deve ser interpretada de forma a alcançar os Procuradores Autárquicos, uma vez que estes se inserem no conceito da Advocacia Pública trazido pela Carta de 88. Fonte: RE SP.

4 Confira as decisões definitivas dos nossos Tribunais sobre a organização das carreiras das autarquias e fundações: Supremo Tribunal Federal STF: Ementa Constitucional. Recurso extraordinário. Servidor Público. Subteto remuneratório. Art. 37, XI, da Constituição da República. Abrangência do termo Procuradores. Procuradores autárquicos abrangidos pelo teto remuneratório. Alteração que, ademais, exige lei em sentido formal. Recurso extraordinário improvido. A referência ao termo Procuradores, na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição, deve ser interpretada de forma a alcançar os Procuradores Autárquicos, uma vez que estes se inserem no conceito de Advocacia Pública trazido pela Carta de II - ( ). III - Recurso extraordinário conhecido parcialmente e, nessa parte, improvido. (STF, RE , Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, 1a. Turma, j. 09/11/2010, DJe /03/2011, Pub. 18/03/2011, Ement. Vol , p ). Súmula 644 DO STF: Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo. Superior Tribunal de Justiça STJ: Caso autarquia goiana AGETOP: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO AJUIZADA EM FACE DE AUTARQUIA (AGETOP). ILEGITIMIDADE RECURSAL DO ESTADO DE GOIÁS. PEDIDO DE INTERVENÇÃO ANÔMALA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE FINANCEIRO. 1. A Agência Goiana de Transportes e Obras - AGETOP é entidade autárquica estadual, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, dotada de personalidade jurídica de direito público interno, distinta do ente federado, razão pela qual não tem o Estado de Goiás legitimidade para recorrer nos feitos em que referida pessoa jurídica é parte. 2. O instituto da intervenção anômala da pessoa jurídica de direito público, previsto no artigo 5º da Lei nº 9.469/97, exige a demonstração da existência de reflexos de natureza econômica da decisão objeto do recurso. 3. Agravo regimental não conhecido. (AgRg no Ag /GO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 09/03/2011) Tribunal Superior do Trabalho - TST: Pela jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho - TST, não se admite que autarquia com personalidade jurídica própria seja representada por procurador de estado, devendo ser representadas pelos procuradores que fazem parte de seus próprios quadros, conforme a OJ nº 318 da SBDI-1 do TST. REPRESENTAÇÃO IRREGULAR. AUTARQUIA ( DJ ). Tribunal de Justiça de Goiás - TJ: Agravo de Instrumento. Autarquia Estadual. Irregularidade na Representação Processual. Advogado Contratado. 1 - Tendo as autarquias estaduais quadro de gestores jurídicos, legalmente habilitados para representá-las em juízo, nos termos da Lei /01, artigo 9º, inciso VI, é nula a contratação de advogado para exercer função própria daqueles. Ofensa à legalidade e aos princípios insculpidos no artigo 37, inciso II, da Constituição da República. Ausência de pressuposto processual subjetivo de validade que impõe o não conhecimento do recurso. 2 (...) Agravo não conhecido. Agravo de Instrumento nº /180 ( ), de Goiânia. (grifado) Confira o que o novo CPC (Código de Processo Civil) regulamenta: Previsão de atuação dos procuradores autárquicos, conforme critério do ente Federado. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar.

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