DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS: OBJETIVOS: Dar uma visão genérica dos documentos redigidos pelos md legistas e qual a importância de cada um deles.
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- Francisco Gabeira Caldeira
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1 DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS: OBJETIVOS: Dar uma visão genérica dos documentos redigidos pelos md legistas e qual a importância de cada um deles. Mostra ras regras a serem seguidas em cada um deles, forma de redigilos com perfeição e de ser analisado, no futuro, por outra pessoa que irá chegar às mesmas conclusões. Propiciar ao aluno subsídios para o exame da ordem e concursos públicos. CONTEÚDOS: definições e explicações sobre documentos, de forma geral. Estudo das notificações e atestados Estudo do relatório e dos pareceres, inclusive em suas divisões. Apresentação de modelos. METODOLOGIA: Expositiva com apresentação teórica e discussão prática dos conceitos através de exemplos reais. Tecnologia de apoio com a apresentação de diapositivos pertinentes. AVALIAÇÃO: como forma de documento de presença os alunos responderão algumas perguntas pertinentes ao assunto; também, forma de observar se os objetivos foram alcançados. REFERÊNCIAS: as mesmas apresentadas na aula anterior. DOCUMENTOS são instrumentos que têm a faculdade de reproduzir e representar uma manifestação do pensamento de quem o redige. Quando produzidos por médico, são documentos médicos, de interesse do paciente, dos familiares destes, da justiça, etc. Quando redigido por legistas no interesse da Justiça, são Documentos médico legais. Finalmente, se redigidos por médicos embuídos judicialmente da função de peritos, são documentos médico periciais, de interesse da justiça LEGISLAÇÃO PERTINENTE: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
2 a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LEGISLAÇÃO: CÓDIGO PENAL Falsificação de documento público CP - Art Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Falsificação de documento particular CP - Art Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro Falsidade ideológica CP - Art Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Falsidade de atestado médico CP - Art Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 1º: NOTIFICAÇÃO MÉDICA É uma comunicação compulsória e simples de um fato profissional feita pelos médicos a autoridade competente para recebê-la. É notificação médico legal quando é feita pelo médico legista, no exercício de sua função, à uma autoridade policial ou judiciária, sobre fato que interessa à Justiça. EX: Excelentíssimo senhor doutor, Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Lins, SP Ref.Proc. n. 7564/ URGÊNCIA DORIVAL FERNANDES QUEIROZ, médico anestesiologista devidamente intimado para atuar como perito no processo em epígrafe, vem à douta presença de V. Exa. solicitar sua desoneração desse encargo,nos termos do inciso V do artigo 254 (suspeição), ao qual remete o artigo 274, ambos do CPP. Termos em que, pede Deferimento.
3 Lins, SP, 14 de agosto de 2015 Dorival Fernandes Queiroz médico 2º: ATESTADO MÉDICO Atestados médicos são documentos elementares que resumem por escrito a declaração de um fato médico e suas conseqüências. Atestados médicos são documentos elementares que resumem por escrito a declaração de um fato médico e suas conseqüências. ATESTADO DE ÓBITO: Uma prova cabal e incontestável do desaparecimento do individuo, assegurando a realidade da morte, satisfazendo as determinações de sua causa jurídica e esclarecendo questões de ordem estatístico-sanitárias. Causas jurídicas da morte: 1. NATURAL 2. VIOLENTA SUICIDIO HOMICIDIO ACIDENTE 2. O documento a ser fornecido é a DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO) cujo modelo é composto de oito partes, compreendendo os seguintes itens: 1. Cartório 2. Identificação do falecido 3. Óbito fetal ou menor de 1 ano 4. Atestado médico 5. Médico identificação 6. Morte não natural 7. Sem assistência médica 8. Cemitério 2. Adotado a partir de 1950 por todos os países do mundo 3. com a aprovação da 6ª Revisão da CID Finalidade: 5. Obter a opinião do médico sobre as causas que, direta ou indiretamente levaram à morte. 6. Parte I destina-se a doenças relacionadas com a cadeia de acontecimentos patológicos que levaram diretamente à morte. 7. Parte II destina a qualquer outra afecção significativa que contribuiu para o evento fatal mas não relacionada a doença ou afecção que causou diretamente a morte.
4 CAUSA DA MORTE PARTE I: CAUSA BÁSICA é a causa que vai ser tabulada nas estatísticas médico sanitárias que viabilizam as normas preventivas de saúde no país, norteando medidas médico sanitárias. É a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos mórbidos que levou diretamente à morte ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziu a lesão fatal. Exemplo: ferimento perfuro contuso por projétil de arma de fogo. LINHA a : registrar a doença ou lesão que levou diretamente à morte (causa terminal ou imediata). Não usar termos como parada cardíaca ou respiratória No exemplo: hemorragia profusa
5 LINHA b : registrar a doença ou afecção que levou à causa terminal mencionada na linha a No exemplo: ferimento arterial Se afecção mencionada na linha b foi devida a uma terceira, esta deve ser registrada na linha c, lembrando que na última linha deve ser registrada a causa básica da morte Atentar para a frase devido a ou como conseqüência de impressa entre as linhas da parte I No exemplo: ferimento por projétil de arma de fogo Parte II: outros estados mórbidos que, de alguma forma contribuiram para o exito letal. No exemplo anterior: hemofília. A QUEM INCUMBE FORNECER A DECLARAÇÃO DE ÓBITO? AO MÉDICO! O Código de Ética Médica veda ao profissional: Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. COMPETÊNCIA PARA DECLARAR OU ATESTAR O ÓBITO 1. Morte não natural, devido a causas externas: 1. incumbe-se a IML exarar a DO. 2. Nos locais onde não há IML, incumbe-se 2 pessoas idôneas escolhidas, de preferência, entre aquelas que possuem conhecimento técnico (art.159 do CPP). Prestarão compromisso solene. 2. Morte natural 1. Paciente com médico assistente, hospitalizado ou não. 2. Paciente sem médico assistente, hospitalizado: qualquer médico do hospital poderá fornecer a DO. 3. Paciente sem assistência médica: SVO nos locais onde existe este serviço. Qualquer médico (em São Paulo, profissionais da Secretaria de Saúde): Deve-se atestar o óbito e não a causa do óbito especificar que o óbito foi sem assistência médica e não deixar de certificar-se da realidade da morte, nem da identificação do falecido. se houver suspeita de violência, transferir o caso para a esfera policial
6 3º: RELATÓRIO MÉDICO LEGAL Duas formas de relatório: LAUDO: é o relatório redigido pelo perito após a sua investigação pericial. Geralmente em formulário próprio, podendo ser acompanhado de desenhos, croquis, etc. Exemplos: laudo necroscópico, laudo de conjunção carnal, etc. (todos são produto do exame de corpo de delito) AUTO: é o relatório de uma investigação pericial que é ditado a um escrivão, diante de testemunhas. Raramente isso acontece. RML: É a descrição minuciosa de um fato médico, redigido de forma estruturalmente harmônica e dinâmica. É o documento usado para apresentar o resultado de uma perícia. Descreve-a minuciosamente, com todas as suas partes, a fim de responder à solicitação de uma autoridade competente. PARTES DE UM RELATÓRIO: Preâmbulo. Quesitos. Histórico. Descrição. Discussão. Conclusão. Resposta aos quesitos. Preâmbulo: É a identificação da vítima objeto do corpo de delito, da autoridade que requisitou ou exame, e do(s) perito(s) que realizarão a perícia. Se o(s) perito(s) for oficial, sua identificação se limita ao nome. Se for perito não oficial, a identificação deve ser completa, acompanhada de um currículo que clarifiquem os seus conhecimentos profissionais. QUESITOS: Nas ações penais os quesitos são oficiais e já constam dos formulários padrões utilizados pelos Institutos Médico Legais. Nada impede, no entanto, que a autoridade requisitante formule outros quesitos, denominados suplementares. Nas ações cíveis as partes são instadas a apresentar quesitos. São respondidos ao final, de forma a mais lacônica possivel: sim, não, prejudicado, inconclusivo, etc. DESCRIÇÃO
7 É a parte mais importante da perícia, devendo ter o dom de transformar fatos transeuntes em fatos permanentes, no interesse da Justiça. Deve ser completa, minuciosa, metódica e objetiva, expondo todas as particularidades do fato apresentado sem enveredar para o terreno do hipotético.visa dar uma imagem a mais aproximada possível da lesão ou dano e de suas consequências. DISCUSSÃO É a parte mais livre do relatório, onde o perito manifesta as várias hipóteses para o fato, colocando suas convicções pessoais e de outros, doutrinadores e luminares da Medicina em sua especialidade, não deixando de citar a fonte donde decorre tais afirmações. Quando há discordância com outras fontes de conhecimento nas conclusões, próximo item do relatório, é aqui que se deve explicitar as divergências, defendendo seu ponto de vista. É OBRIGATÓRIA A REQUISIÇÃO PELA AUTORIDADE
8 OS EXAMES DAS LESÕES CORPORAIS CONSTITUEM O AMBULATÓRIO DO MÉDICO LEGISTA. SÃO OS FATOS MAIS FREQUENTES NA ROTINA PROFISSIONAL DESTES PERITOS
9 AS NECRÓPSIAS SÃO OS EXAMES MAIS TRABALHOSOS; DEVEM SER REALIZADAS COM MUITO CUIDADO PARA EVITAR-SE AS EXUMAÇÕES, QUE ACONTECEM QUANDO O PRIMEIRO EXAME É IMPERFEITO 4º: PARECER MÉDICO LEGAL: (Trata-se de corpo de delito indireto, porque não examina a vítima e sim, apenas documentos exarados dos fatos acontecidos com ela) Algumas vezes o perito é chamado a manifestar-se sobre peças processuais, comumente quando a perícia não mais é possível. Ele vai avaliar e oferecer o seu parecer, isto é, a sua opinião, devendo ser extremamente cauteloso e genérico, atendo-se às expressões do tipo possível, provável, sem fazer afirmações peremptórias. O parecer é formado de todas as partes do relatório menos a descrição. DEPOIMENTO ORAL: Comumente o perito é intimado a comparecer para depor sobre pontos duvidosos de perícia realizada por ele ou mesmo por outrem, ou para relatar algum fato de interesse da Justiça.
10 Observar que o perito, nestes casos, não deve ser considerado como testemunha e sim, um depoente. No entanto, está sujeito ao crime de falso testemunho. PERGUNTA-SE: 1.Dentre os documentos exarados pelo médico legista, qual é o mais importante? 2. Quais as formas que ele pode ser feito? 3. Qual a parte que falta no parecer médico legal que existe obrigatoriamente no relatório médico legal?
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