O PAPEL DAS UNIVERSIDADES E A INVESTIGAÇÃO SOBRE DIPLOMACIA ECONÓMICA. Joaquim Ramos Silva Socius/ISEG jrsilva@iseg.utl.pt
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2 O PAPEL DAS UNIVERSIDADES E A INVESTIGAÇÃO SOBRE DIPLOMACIA ECONÓMICA Joaquim Ramos Silva Socius/ISEG jrsilva@iseg.utl.pt
3 PRINCIPAIS TÓPICOS A emergência da Diplomacia Económica e suas razões As mudanças introduzidas pelo Nova Diplomacia Económica nas políticas externas O papel das universidades e da investigação
4 A IMPORTÂNCIA DA INTERNACIONALIZAÇÃO! Quando uma empresa decide pela primeira vez expandir-se fora do mercado interno, altera-se qualitativamente a complexidade atribuída a qualquer outra das suas decisões. Seja qual for o negócio, operar internacionalmente é um desafio muito maior do que atuar apenas no mercado interno. Em cada uma das suas facetas, essa decisão enfrenta maiores riscos e problemas. Por exemplo, a seleção geográfica da expansão internacional é muito mais complexa do que dentro do mercado interno organizado. Embora a expansão doméstica também acarrete avaliações cautelosas, concorrência, adaptação e outros problemas que não devem ser descurados, DESAFIOS MUITO MAIS VASTOS E DE OUTRA ORDEM EMERGEM QUANDO AS EMPRESAS SE LANÇAM NA EXPANSÃO INTERNACIONAL. Todo o pensamento estratégico ocorre num contexto dinâmico, mas o desenvolvimento de estratégias robustas válidas através das fronteiras internacionais é o contexto mais dinâmico e complexo de todos. Adaptado de S. SEGAL-HORN e D. FAULKNER (1999), The Dynamics of International Strategy, Thomson, pp. 2-3
5 A EMERGÊNCIA DA DIPLOMACIA ECONÓMICA A diplomacia económica ocupa (e ocupará) cada vez mais espaço nas relações internacionais e mesmo, pela primeira vez na história, ela impõese na condução interna das economias nacionais quer se trate da presença de produtos estrangeiros no consumo privado ou na gestão da moeda, quer das normas industriais e das regras de concorrência. (Carrière, 2001)
6 Perda de importância dos instrumentos tradicionais e utilização de novos pela política comercial e de investimento externo: Tarifas (cujo papel é hoje bastante reduzido, ou mesmo nulo por exemplo no caso de muitos espaços de integração regional). Política cambial (por exemplo, na UE Área do euro, o caso das moedas indexadas). Embora dentro dos enquadramentos multilaterais, assistimos à passagem a uma postura comercial e de investimento mais agressiva, utilizando todos os instrumentos ao seu dispor, por parte de muitos estados e empresas. Busca e/ou reforço de alianças estratégicas que possam potenciar a posição económica e competitiva de cada país e suas empresas.
7 A INTERNACIONALIZAÇÃO CRESCENTE AUMENTA O IMPACTO DA DIPLOMACIA NOUTRAS POLÍTICAS O QUE DEVE SER TIDO EM CONTA PELOS GOVERNOS (Em consequência das mesmas mudanças estruturais) verificou-se uma mudança fundamental na natureza da diplomacia. Os governos devem agora negociar não apenas com outros governos, mas também com firmas ou empresas, enquanto as firmas negoceiam agora quer com os governos quer umas com as outras. Como corolário, a gestão macroeconómica e as políticas industriais podem ser tão ou ainda mais importantes para os governos do que as políticas externas convencionais tal como tradicionalmente concebidas. SUSAN STRANGE, States, firms and diplomacy, 1991, pp. 1-2
8 A DIPLOMACIA ECONÓMICA: DERRADEIRO BASTIÃO DO BILATERALISMO? O BILATERALISMO tem vindo progressivamente a ganhar respeitabilidade De facto, a atenção tem estado a mudar dos impostos aduaneiros e restrições ao volume dos produtos exportados e importados para os regulamentos nacionais e arranjos institucionais A diplomacia económica bilateral pode ser benéfica de um ponto de vista de bem-estar se conduz a uma redução dos efeitos de fronteira e resolve falhas de mercado que frustram a divisão internacional de trabalho. A única maneira de saber se este é o caso é investigar se há criação ou desvio de comércio (como para a integração económica). Se há desvio de comércio, então a diplomacia económica entra na categoria de falhas de governo Adaptado de P. A. G. van Bergeijk (2009), pp
9 NOVAS POLÍTICAS Oferta de uma informação repensada e de melhor qualidade. Faturação de serviços comerciais de apoio. O Estado patrocina as atividades internacionais das empresas. O Estado, devido à sua natureza transversal, pode desempenhar com benefício o papel de estratego comercial ou pelo impulsionar a evolução no sentido desejável.
10 Áreas onde as empresas necessitam de informação Sobre as preferências dos consumidores locais e a sua capacidade de se adaptarem a novos produtos (incluindo linguagem, normas técnicas e outras, aspetos culturais e religiosos); Fiabilidade dos parceiros comerciais locais, isto é, as oportunidades para estabelecer relações de longo prazo; Redes de distribuição que existem ou podem ser desenvolvidas; Normas de qualidade, legais e ambientais e requisitos institucionais; Prospetiva dos mercados locais, em particular os nichos e os produtos onde existem oportunidades lucrativas; Procedimentos negociais e contratuais bem como até que ponto os contratos são efetivamente respeitados.
11 O CASO FRANCÊS A PARTIR DO FINAL DOS ANOS 1980 Tendo perdido os instrumentos de intervenção financeira que faziam a sua força, ela (DE) recentrou-se progressivamente sobre as funções públicas de informação e de negociação. Foi uma direção pioneira no seio da administração francesa, dotando-se de uma cultura de resultados, nomeadamente fazendo-se pagar pelos serviços prestados às empresas, como se se tratasse de um consultor privado por outro lado, inverteu a relação secular de submissão da empresa à administração, indo junto das empresas a fim de lhes propor um contrato de acompanhamento estratégico. A informação fornecida pelos postos diplomáticos, que se tornaram missões económicas em Maio de 2002, perdeu o seu caráter generalista, diplomático, de informação económica corrente, reduzida a um estudo de mercado. Ela tornou-se mais especializada, mais estratégica, e visa antecipar a evolução jurídica, financeira e económica do país onde a missão está implantada. Esta informação é elaborada criando sinergias entre o conjunto das redes de informação de que dispõe a diplomacia francesa. Por sua vez, as empresas internacionalizaram-se, autonomizaram-se, aprenderam a definir melhor as suas necessidades junto dos postos diplomáticos, e desenvolveram as suas estruturas comerciais L. Baudel, p. 184
12 É impensável que se pode promover as mudanças que a emergência da diplomacia económica atualmente impõe sem o envolvimento profundo das universidades e dos centros de investigação, ou seja da economia do conhecimento.
13 A investigação na área da diplomacia económica possíveis direções Conhecimento dos mercados externos e das tendências do comércio e do investimento internacionais Conhecimento aprofundado do comércio a partir das caraterísticas das vantagens comparativas de um dado país e do seu upgrading. Como atrair o investimento direto estrangeiro (inward) e tirar partido da sua instalação. Acompanhamento do investimento no exterior como um processo de envolvimento crescente das empresas
14 Bases de uma economia competitiva A formação de clusters competitivos que se adaptam à rápida mudança que ocorre constantemente à escala internacional. Uma internacionalização sistémica e que leve ao aproveitamento de sinergias entre os vários setores da economia. O envolvimento de outras instituições (créditos, transporte, distribuição, etc.) no processo de internacionalização em parcerias e dentro de uma lógica de longo prazo. A atração de pessoal altamente qualificado ao setor.
15 O caso da diplomacia económica COMO ORGANIZAR AS DIVERSAS PARTES DO APARELHO DE ESTADO OPERANDO NA ÁREA DAS RELAÇÕES ECONÓMICAS EXTERNAS A FIM DE OBTER OS MELHORES RESULTADOS POSSÍVEIS E ENCORAJAR AS FIRMAS, DESIGNADAMENTE COM O APOIO DAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS, A ENVOLVER-SE DE FORMA CRESCENTE E COM SUCESSO NO EXTERIOR.
16 OBRIGADO!
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