Tassia Teixeira de Freitas CONTRATOS PARTE GERAL

Transcrição

1 Tassia Teixeira de Freitas CONTRATOS PARTE GERAL

2 TÓPICOS AULA 02 CONTRATO ATÍPICO AUTOCONTRATO PRINCÍPIOS CONTRATUAIS INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS

3 CONTRATOS ATÍPICOS (425 CC/2002):

4 AUTOCONTRATO (ou contrato consigo mesmo): É permitido no ordenamento jurídico? NÃO. Excepcionalmente o mandante ou a lei podem autorizar que o mandatário atue em nome do representante e que também se apresente como a outra parte do negócio jurídico a ser celebrado.

5 AUTOCONTRATO (ou contrato consigo mesmo): Ex: A outorga PROCURAÇÃO para B para que esse realize a venda de sua casa na praia. B se interessa pela casa. A celebração envolverá apenas 1 pessoa fisicamente mas duas vontades.

6 AUTOCONTRATO (ou contrato consigo mesmo): Ex:

7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Princípio da Função Social do Contrato Princípio da Boa-Fé Princípio Da Força Obrigatória Do Contrato Pacta Sunt Servanda Faz Lei entre as partes (nem o Juiz pode alterar)

8 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL *Intangibilidade dos contratos representa a força vinculante das convenções (contratos).

9 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Ninguém é obrigado a contratar, mas quem o fizer, (contrato válido e eficaz), devem cumpri-lo, não podendo fugir de suas obrigações a não ser com a anuência do outro contratante.

10 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Princípio da Autonomia Privada Não se fala mais princípio da Autonomia da Vontade (voluntariedade - advinda do Estado Liberal), em que o sujeito contrata se quiser, sobre o que quiser, com quem quiser.

11 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Hoje o Estado intervém nos contratos. É o direito que a pessoa tem de regular os próprios interesses mas tem aumentado consideravelmente as limitações à liberdade de contratar, em seus três aspectos (CRISE DOS CONTRATOS):

12 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL - Faculdade de contratar e de não contratar(de CONTRATAR SE QUISER) Ex: CDC; - Liberdade de Escolha do outro contratante (DE CONTRATAR COM QUEM QUISER) ). Ex: serviços públicos concedidos sob regime de monopólio e CDC;

13 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL - Poder de estabelecer o conteúdo do contrato(de CONTRATAR SOBRE O QUE QUISER). Ex: Boa-fé, Função Social dos Contratos, supremacia da Ordem Pública.

14 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Princípio da Relatividade dos Contratos Efeitos, em regra, apenas entre as partes. Ou seja, INTER PARTES. É a ideia de que os efeitos vinculam àqueles que manifestaram sua vontade, sem afetar terceiros (dentro do conceito clássico de contrato).

15 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Tal princípio é criticado e cada vez mais mitigado por conta da função social do contrato ou seja, ele possui uma finalidade coletiva e não apenas INDIVIDUAL.

16 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Relação Obrigacional: Antes CREDOR DEVEDOR Agora CREDOR DEVEDOR + TERCEIROS

17 Exceções: Estipulação em favor de terceiro (arts ) Ex: Contrato de Seguro de Vida Promessa de fato de terceiro (arts ) Contrato com pessoa a declarar (arts ) Ex: Concessionária de veículos. Venda futura de bens.

18 Princípio da Supremacia da Ordem Pública A Liberdade contratual encontrou sempre limitação na ideia de ORDEM PÚBLICA.

19 Limita o princípio da autonomia da vontade (autonomia privada). Supremacia da: ORDEM PÚBLICA MORAL BONS COSTUMES. DIRIGISMO CONTRATUAL É a intervenção do Estado na vida contratual. Ex: Lei do Inquilinato, CDC, Lei da Usura.

20 A Ordem Pública é também cláusula geral (art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) que retira eficácia de qualquer declaração de vontade ofensiva quanto à Ordem Pública.

21 Bons Costumes: observância das normas de convivência, segundo padrão de conduta social estabelecidas pelos sentimentos morais da época.

22 Princípio Do Consensualismo O contrato resulta do consenso ( ACORDO DE VONTADES) independente da entrega da coisa. Direitos e Deveres decorrem desde o momento do aceite das partes o contrato está perfeito e acabado.

23 O pagamento e a entrega do objeto constituem outra fase cumprimento das obrigações ( 481 CC). O consensualismo é regra. Os Reais- Exceção. Reais somente se aperfeiçoamcom a entrega da coisa (objeto) após o acordo de vontades. Ex: Contrato de depósito, comodato, mútuo.

24 Origem Idade Média INTRODUÇÃO CONTRATOS Princípio da Revisão dos Contratos ou da Onerosidade Excessiva (opõe-se ao princípio da obrigatoriedade). Permite aos contratantes que recorram ao Judiciário para obterem alteração da convenção e condições mais humanas em determinadas situações.

25 CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS e TEORIA DA IMPREVISÃO -consiste em presumir, nos contratos: Comutativos ( prestações certas e determinadas equivalências de prestações sacrifício e vantagem) De trato sucessivo e( parcelas atos reiterados) Execução diferida (num ato só momento futuro)

26 A existência implícita ( ou seja, não expressa), de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato.

27 Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos extraordinários (uma guerra, por exemplo) que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que o isente de tal obrigação, parcial ou totalmente.

28 POSSIBILIDADE DE DESFAZIMENTO OU REVISÃO FORÇADA DO CONTRATO QUANDO POR EVENTOS IMPREVISÍVEIS E EXTRAORDINÁRIOS A PRESTAÇÃO DE UMA DAS PARTES TORNAR-SE EXAGERADAMENTE ONEROSA VIABILIZADA PELA CL. REBUS SIC STANTIBUS.

29 INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS Toda manifestação de vontade necessita de interpretação para que se saiba o seu significado e alcance. FUNÇÕES: A interpretação dos contratos exerce função objetiva e subjetiva. INTERPRETAÇÃO OBJETIVA -Análise do texto; INTERPRETAÇÃO SUBJETIVA - Conduz a descoberta da intenção das partes (alvo principal da operação).

30 INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS O CC deu prevalência à teoria da vontade- SEM ANIQUILAR A DA DECLARAÇÃO. A REAL INTENÇÃO DAS PARTES, A SER CONSIDERADA NAS DECLARAÇÕES DE VONTADE, É A NELAS CONSUBSTANCIADA (identificado), NÃO SE PESQUISANDO O PENSAMENTO ÍNTIMO DOS DECLARANTES.

31 INTERPRETAÇÃO DECLARATÓRIA Descoberta da intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato; INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA ou INTEGRATIVA - objetivo é o aproveitamento do contrato, mediante suprimento de lacunas e pontos omissos pelas partes. Poder Judiciário.

32 Ex: índice de correção monetária extinto aplica-se outro índice próximo, ainda que nada conste no contrato.

33 PRINCÍPIOS BÁSICOS: Boa-fé Conservação do contrato se uma cl. Permite duas interpretações, prevalecerá a que possa produzir algum efeito.

34 REGRAS INTERPRETATIVAS: Art. 423 CC/2002 Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente;

35 Art. 843 CC/2002- A transação interpreta-se restritivamente. Art. 819 A fiança não admite interpretação extensiva. Art cláusula testamentária interpretação diferente prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.

36 INTERPRETAÇÃO NO CDC: Art. 46 Os contratos deixam de ser obrigatórios se ao consumidor não for dada oportunidade de conhecer previamente o seu conteúdo ou se for redigido de forma a dificultar a compreensão. Art. 47 Interpretação de maneira mais favorável ao consumidor.

37 CRITÉRIOS PRÁTICOS PARA INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS: 1) Verificar como as partes vinham executando o contrato; 2) Na dúvida, permanece o que for menos oneroso para o devedor IN DUBIIS QUOD MINIMUM EST SEQUIMUR;

38 3) As cls. não devem ser interpretadas individualmente, mas em conjunto com as demais; 4) Qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, pois, podendo ser claro, não o foi AMBIGUITAS CONTRA STIPULATOREM EST;

39 5) Cls. com 2 significados, mantém a exequível, princípio da confiança ou aproveitamento do contrato.

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