DIREITO CIVIL III - CONTRATOS CONTRATOS TEORIA GERAL DOS. Interpretação Contratual (Hermenêutica) 24/09/09 Prof a. Esp.
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1 DIREITO CIVIL III - CONTRATOS TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Interpretação Contratual (Hermenêutica) 24/09/09 Prof a. Esp. Helisia Góes
2 CONCEITOS RELEVANTES INTERPRETAR é estender ou explicar o sentido, as idéias ias de... INTERPRETAÇÃO CONTRATUAL é a busca do significado jurídico do conteúdo do contrato. como consiste, em duas distintas declarações de vontade que se integram, contrato requer sempre interpretação, mormente quando são obscuras, ambíguas ou duvidosas. Interpretar um contrato é, afinal, esclarecer o sentido dessas declarações e determinar o significado do acordo ou consenso. GOMES (Contratos, 1999, p. 198)
3 OBJETIVOS DA INTERPRETAÇÃO Entender/esclarecer o significado e a extensão jurídica da manifestação de vontade realizada pelos contratantes. Investigar a vontade objetiva no conteúdo contratual. PARA: determinar-se os efeitos juridicamente relevantes do contrato. Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração. GONÇALVES; STOLZE (2009, pág. 41)
4 PRESSUPOSTO DA INTERPRETAÇÃO CONTROVÉRSIA instaurada e não resolvida pelos contratantes. DIVERGÊNCIA acerca do sentido, extensão ou intensidade dos efeitos do conteúdo contratual. A referida controvérsia/divergência decorre, normalmente, da utilização de palavras ou frases confusas, obscuras, duvidosas ou ambíguas.
5 ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO SUBJETIVA OBJETIVA busca aferir a intenção comum das partes (vontade real dos contratantes). busca o esclarecimento dos sentidos das declarações que sejam ambíguas, confusas ou obscuras no contrato. Observação - devem ser aplicados: Princípio da Investigação da Vontade Real Interpr. Subjetiva Princípio da Conservação do Contrato Interpretação Objetiva
6 FORMAS DE INTERPRETAÇÃO DECLARATÓRIA CONSTRUTIVA ou INTEGRATIVA verificação da intenção comum dos contratantes no momento da celebração contratual. (Interpretação Subjetiva). aproveitamento do contrato, com o suprimento de lacunas e pontos omissos deixados pelas partes. (Interpretação Objetiva)...dizer se a vontade declarada ou a vontade real irá prevalecer é algo que só o caso concreto permitirá julgar. FIUZA, 2007
7 INTÉRPRETE Quem deve interpretar os contratos? Partes Contratantes Como o intérprete deve atuar? Poder Judiciário (Revisão dos Contratos) deve buscar a vontade das partes ( espírito das regras formuladas); deve evitar o subjetivismo de sua análise; deve pautar-se nas bases principiológicas vigentes. A hermenêutica contratual ganha importância quando as partes se desentendem, cabendo ao interprete desvendar os meandros do contrato, sua causa, motivo, fim suas bases objetivas e subjetivas, a fim de compor o conflito. FIUZA (2007, pág. 439)
8 REGRAS LEGAIS DE INTERPRETAÇÃO (CÓDIGO CIVIL 2002) Reserva Mental não impede a eficácia cia da vontade declarada (art. 110, CC) Anuência decorrente do silêncio de uma das partes (art. 111, CC) - Manifestada Tácita da Vontade; Prevalência da intenção das partes sobre o conteúdo literal do contrato (art. 112, CC); Boa-fé objetiva e probidade (arts. 113, 1ª parte e 422, CC); Usos e costumes do lugar da celebração (arts. 113, 2ª parte, CC) ;
9 REGRAS LEGAIS DE INTERPRETAÇÃO (CÓDIGO CIVIL 2002) Função social (art. 421, CC); Limitação aos contratos de adesão (art. 423, CC); Limitação dos negócios jurídicos benéficos e da renúncia (art. 114, CC); Limitação da transação (art. 843, CC); Limitação da fiança a (art. 819, CC); Conservação ou aproveitamento do contrato. Ou seja, se uma cláusula contratual permitir mais de uma interpretação, deve-se aplicar aquela que torne o contrato útil, que lhe garanta a efetividade.
10 REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO APLICADAS AOS CONTRATOS 1) Interessa mais a intenção das partes do que o sentido literal das palavras; 2) Quando uma cláusula possuir dois sentidos, deve ser interpretada de modo a produzir algum efeito; 3) As expressões de duplo sentido interpretam-se de acordo com o objeto do contrato; 4) As expressões ambíguas interpretam-se de acordo com os costumes do lugar da formação do contrato; 5) Na dúvida, d os contratos interpretam-se contra o estipulante, ou seja, contra a parte que fez a proposta inicial; 6) As cláusulas contratuais devem ser interpretadas umas em relação às s outras, ou seja, em conjunto
11 REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO APLICADAS AOS CONTRATOS 7) As cláusulas compreendem apenas o objeto do contrato, e não as coisas não cogitadas; 8) Os bens singulares estão todos englobados e seguem os universais; 9) Se para explicar determinada cláusula, as partes aduzirem exemplo, isso não significará que a cláusula só se aplicará ocorrendo o fato, objeto do exemplo; 10) Uma cláusula expressa no plural decompõe-se muitas vezes em cláusulas singulares; 11) O que está no fim do período relaciona-se com todo ele e não sós com a parte antecedente, se com aquele concordar em número n e gênero;
12 REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO APLICADAS AOS CONTRATOS 12) Toda cláusula será interpretada contra o contratante de má-fé; m 13) Expressões inócuas consideram-se se não escritas; 14) As disposições contratuais visam, em regra, a objetivo econômico; 15) Ninguém m contrata para se prejudicar; 16) A interpretação deve ser menos onerosa para o devedor; 17) Se um contrato se segue de outro que o modifica sós em parte, devem ser interpretados em conjunto; 18) Entre cláusula impressa e datilografada ou manuscrita, prevalecem as últimas; 19) A onerosidade é geralmente presumida.
13 APLICAÇÃO PRÁTICA DAS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS 1) Na dúvida, d interpreta-se a favor do devedor; 2) Na dúvida, d interpreta-se a favor do consumidor; 3) Na dúvida, d interpreta-se a favor do aderente; 4) Na dúvida, d interpreta-se a favor da parte mais fraca; 5) Na dúvida, d interpreta-se a favor do empregado; 6) Na dúvida, d interpreta-se a favor do locatário.
14 REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS NO CDC Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores,, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável vel ao consumidor.
15 REVISÃO DOS CONTRATOS Resulta da mitigação dos princípios pios da Autonomia da Vontade e do Pacta Sunt Servanda. Pautado, essencialmente, no Princípio rebus sic stantibus,, que permite a revisão dos contratos ante a modificação das circunstâncias existentes no momento da celebração; O equilíbrio contratual deve existir na formação do contrato, sendo mantido em toda a sua execução; A relativização do contrato encontra fundamento no princípio da conservação do negócio jurídico, o que se torna possível mediante a sua revisão, cujo desiderato é a promoção do reequilíbrio do ajuste originalmente estabelecido, restituindo-se as partes à comutatividade originária, quando da conclusão do contrato. SENISE (2004, pág. 148)
16 REVISÃO DOS CONTRATOS TEORIA DA IMPREVISÃO O contrato só poderá ser mantido se as circunstâncias ou acontecimentos posteriores não o mudarem; Esta teoria é pressuposto da revisão judicial do contrato, com base: no equilíbrio dos contratos; no restabelecimento da comutatividade das prestações contratuais afetadas por eventos que as tornem excessivamente onerosas; na manutenção da base negocial sobre a qual se firmou o contrato; na equidade, na boa-fé, na moralidade e na confiança.
17 REVISÃO DOS CONTRATOS TEORIA DA IMPREVISÃO NO CC 2002 Resolução por onerosidade excessiva (arts. 478 a 480, CC); Fatos Supervenientes, de caráter extraordinário e imprevisível; Desequilíbrio contratual - onerosidade excessiva; A revisão (em lugar da resolução) por onerosidade excessiva superveniente está condicionada a ato de vontade do réu no sentido de oferecer a modificação eqüitativa da equação contratual (art. 479, CC). Deverá se privilegiar a manutenção do contrato, por meio de sua revisão e adequação (art. 421, CC). A Resolução somente deve ser aplicada se não for possível a revisão.
18 OBRIGADA!!!!
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