A produção de leite e carne em pastagens manejadas com integração lavoura, pecuária e floresta.

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1 A produção de leite e carne em pastagens manejadas com integração lavoura, pecuária e floresta. Seminário sobre o plano e o programa de financiamento da agricultura de baixa emissão de carbono plano ABC UFV Viçosa/MG 09/07/2012 Carlos Eugênio Martins Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

2 O QUE É INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA- FLORESTA É a diversificação e rotação das atividades de agricultura, de pecuária e de floresta dentro da propriedade, constituindo um mesmo sistema, com benefícios para ambas Potencialização do uso do solo O diferencial é o PLANEJAMENTO Foto: Embrapa

3 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO Para a Pastagem A lavoura possibilita melhoria da fertilidade do solo permitindo ganhos em produtividade. Adubação de manutenção mantém este novo patamar de produtividade.

4 SISTEMAS TRADICIONAIS DE EXPLORAÇÃO DA FAZENDA: Onde é pasto sempre foi pasto e será pasto! Onde é lavoura sempre foi lavoura e será lavoura! QUASE SEMPRE RESULTA EM: Degradação do solo... das pastagens... das lavouras...

5 OBJETIVOS Recuperar ou reformar pastagens degradadas Reduzir degradação do solo e quebrar ciclo da monocultura, de pragas e doenças Produzir pasto, forragem conservada e grãos para alimentação animal na estação seca e palha para o plantio direto Diminuir a dependência por insumos externos Aumentar a estabilidade de renda do produtor Reduzir os custos tanto da atividade agrícola quanto da pecuária

6 IMPACTOS DA INTEGRAÇÃO AUMENTO DO REBANHO BOVINO AUMENTO DO REBANHO BOVINO - Mais leite e carne com maior Mais leite e carne com maior produtividade produtividade AUMENTO ANUAL DE PRODUÇÃO DE GRÃOS AUMENTO ANUAL DE PRODUÇÃO DE GRÃOS - Maior produção com maior produtividade Maior produção com maior produtividade RECUPERAÇÃO DAS PASTAGENS DEGRADADAS - Mais pasto de melhor qualidade Mais pasto de melhor qualidade SUSTENTABILIDADE NO USO DOS RECURSOS NATURAIS - Menos erosão e melhor qualidade do solo e da água RECUPERAÇÃO DAS PASTAGENS DEGRADADAS MENOR SUSTENTABILIDADE PRESSÃO PARA NO ABERTURA USO DOS RECURSOS DE NOVAS ÁREAS NATURAIS MENOR PRESSÃO PARA ABERTURA DE NOVAS ÁREAS - Preservação Menos erosão Preservação de e matas, melhor de matas, flora qualidade e flora fauna e do fauna solo e da água

7 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO Para a Lavoura A pastagem favorece: Melhoria da qualidade física e biológica do solo; Aumenta a matéria orgânica; Redução de pragas e doenças; Minimiza erosão; Com plantio direto reduz uso de agrotóxicos.

8 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO Para a Floresta Sombra - proporciona maior conforto animal e com isso maior produtividade; Sombra - reduz a amplitude térmica diária - reduz as perdas de água do sistema - melhora a condição de atividade microbiológica no solo - melhora a condição de conservação da matéria orgânica no solo; Barreira contra ventos - reduz a perda de água das lavouras pelo ressecamento; Melhor aproveitamento do volume do solo reduzindo a perda de nutrientes por lixiviação; agregação de renda e diversificação de atividades na propriedade pela possibilidade de comercialização do produto florestal (madeira para serraria, lenha, postes, toretes, estacas, etc.)

9 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO Para o animal Aumento na produção de biomassa da pastagem Maior taxa de lotação da pastagem; Aumento e estabilidade da produção de leite. Melhoria na qualidade da forragem produzida; Maior conforto térmico devido à presença do componente florestal;

10 SISTEMAS TRADICIONAIS DE EXPLORAÇÃO DA FAZENDA... POR QUE ISSO OCORRE?

11 COMO REVERTER ESTE QUADRO?

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14 Manejo de solo e plantas no sistema ilpf Morro Topo de morro Leito menor Leito maior Meia Encosta Terraço Escolha da área e das culturas (lavoura, forrageira e componente florestal) - Amostragem do solo Interpretação e recomendação (Para cada cultura utilizada no consórcio); - Preparo do solo/(práticas conservacionistas) - Plantio direto Calagem/Gessagem -Adubação de plantio - fosfato natural - demais nutrientes Para cada cultura no consórcio - Divisão dos piquetes - Nº de piquetes = (P. descanso/p. de ocupação) +1 Adubação de manutenção Figura Topossequência adaptada de Resende, M. (1995)

15 ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO Sugestão de adubação para as principais forrageiras utilizadas nos sistemas intensivos de exploração a pasto, utilizando a fórmula e, taxa de lotação esperada. Forrageira Adubação (kg/ha/ano) TL (UA/ ha/ano) Tl Para caprinos/ovinos Capim-elefante e Cynodon* a 7 (100 a 120) Panicum** a 5 (80) 1 30 a 40 2 Brachiaria brizantha a 4,5 (60) B. ruziziensis, Setária a 3,5 (50) 1 20 a 25 2 * O gênero Cynodon engloba as forrageiras: Coast cross, Tifton 85, Tifton 68, Estrela Africana, Florona, Florico e Florakirk; * * O gênero Panicum engloba as forrageiras: Colonião, Tanzânia, Mombaça, Tobiatã, dentre outros. 1 Animais em fase de recria/acabamento; 2 Fêmeas leiteiras

16 EXEMPLOS DE SISTEMAS COM ILP + F

17 SÍTIO DO VALÃO Mar de Espanha/MG

18 Rotação de culturas em sistema ilp - Sítio Valão Mar de Espanha/MG Inverno: Pasto Verão: Silagem Palhada para

19 Rotação de culturas em sistema ilp - Sítio Valão Mar de Espanha/MG Safrinha: Feijão Verão-safra: Silagem Palhada para Inverno: Pasto ou palha

20 Unidade de validação (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG) Milho + B. brizantha cv. Marandu

21 Unidade de validação (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG)

22 Unidade de validação em ilpf Foto 23/04/2010 (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG)

23 Unidade de validação em ilpf Foto -3/02/2011 (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG)

24 Unidade de validação em ilpf Foto 03/03/2011 (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG)

25 Vista geral do Sítio Valão Mar de Espanha/MG

26 Dia de campo maio 2008 (Sítio Valão - Mar de Espanha/MG)

27 Produtividade das áreas Produtividade de milho, feijão e pastagem (URT - Sítio Valão - Mar de Espanha/MG) Áreas Milho silagem (t/ha) Milho grão (sc/ha) Feijão (sc/ha)* Pastagem (t/ha) Acima curral ** Sr. Wilson (central) Sr. Wilson (direita) Produtividade média entre 2007 e / sacos/há ** B. brizantha + sorgo - Em pastejo - Produtividade do milho na área de eucalipto 35/t/ha, no 4º ano

28 Produtividade de leite - kg/vaca/dia URT Sítio Valão Mar de Espanha/MG/Brasil Piquete 1 06/05 08/05 14/05 Média (8kg conc./vaca) 23,6 25,1 24,4 Incremento (%) 6,3 3,4 Piquete 2 16/05 19/05 23/05 Lote 1 (8kg conc./vaca) 23,0 24,4 25,0 Incremento (%) 6,1 8,7 Lote 2 (6kg conc./vaca) 21,8 22,8 22,6 Incremento (%) - 4,6 3,7 Lote 3 (4kg conc./vaca) 19,4 18,6 18 Incremento (%) - -4,1-7,2 Incremento médio (%) 2,5 2,2 Índices alcançados (2008, 2009, 2010) TL Média 7,3 vacas/ha Produtividade média 21,5 kg/vaca/dia 10 kg/vaca/dia de silagem de milho + 4 kg/vaca/dia de concentrado, mais pasto de B. brizantha

29 Missão do Sítio Valão

30 Resultados Econômicos do Sítio Valão

34 SÍTIO DO MARCINHO Coronel Xavier Chaves/G

35 Consórcio milho + eucalipto + B. brizantha Sítio do Márcio Coronel Xavier Chaves/MG

37 Consórcio milho + eucalipto + B. brizantha Sítio do Didi Coronel Xavier Chaves/MG

39 CHÁCARA DAS GABIROBAS Coronel Xavier Chaves/G

40 Consórcio milho + eucalipto + B. brizantha Foto Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG Plantio 19/12/2010

42 Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG

44 Cultivo de aveia + azevém Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG

45 Pastejo de aveia + azevém Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/M

46 Consórcio milho + eucalipto + B. brizantha Foto Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG Plantio 19/12/2010 Primeiro ano o pastejo só deverá ser feito com animais de categoria menor ou usa cerca elétrica

47 Consórcio milho + eucalipto + B. brizanth Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG Plantio 19/12/2010

48 Resultados Econômicos Subsolador (Na faixa de plantio) Mudas de Eucalipto 9,86% Estratificação dos Custos de Implantação do i LPF-Ano Zero 0,82% Cupinicida 0,58% Fonte de Boro 1,01% Plantio do Eucalipto Capina( Coroamento) 3,59% 2,16% Semente de milho 6,23% Calcário Dolomítico 6,88% Plantio- Brachiaria 2,30% Plantio Direto 2,30% Dessecação 3,84% Fertilizantes 51,95% Roçadeira 4,60% Brachiaria Brizhanta Cv. Marandú 3,88% Estratificação dos custos de implantação do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ilpf), ano zero, na Fazenda Chácara das Gabirobas, município de Coronel Xavier Chaves/MG CALSAVARA, et al. 2012

49 Resultados Econômicos Percentual de composição dos custos por atividade que compõe o sitema de i LPF-Ano Zero Insumos e Serviços- Floresta 17,60% Insumos e Seviços- Pastagem 15,38% Insumos e Serviços- Lavoura 67,02% Percentual de composição dos custos de implantação por atividade no sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ilpf), ano zero, na Fazenda Chácara das Gabirobas, município de Coronel Xavier Chaves/MG CALSAVARA, et al. 2012

50 Produção de leite Produção de leite (L/vaca/dia) em pastagem de B. brizantha, cv. Marandu, em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta Chácara das Gabirobas Coronel Xavier Chaves/MG. Datas do Controle leiteiro Manhã Tarde Total Concentrado Kg/vaca/dia 11/05/2012 7,86 5,14 13,00 3,3 05/06/2012 8,14 5,00 13,14 3,4 23/06/2012 8,5 5,83 14,13 2,7 06/07/2012* >15,00 * - Vacas recebendo 2,7 kg/dia de concentrado (20% de PB), mais quatro horas de pastejo em aveia mais azevém Taxa de lotação média 2 UA/ha. CALSAVARA, L. H. F. C Comunicação Pessoal por escrito

51 Demais exemplos de Sistema agrosilvipastoris

52 COMO FAZER INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA FLORESTA? Soja

53 Sorgo

54 Milho

55 Arroz FOTO: RAMON C. ALVARENGA

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58 Eucalipto + B. decumbens + Milho (UD Viçosa/MG maio/2008)

59 Eucalipto + Forrageira + Animal

60 Eucalipto + Forrageira + Animal

61 Eucalipto + Cevada

62 Eucalipto + Trigo

63 Eucalipto + Girassol Fazenda Aroeira Candiota RS segundo ano

64 Consórcio milho + Estrela-africana 2007/2008

65 Estrela-africana mais plantas de milho

70 Estrela-africana solteira 3 meses

71 Estrela-africana solteira 5 meses

72 PARA REFLETIR Pastagem é cultura como outra qualquer Não deve ser atividade extrativista Não existe capim milagroso, existe bom manejo ilpf Potencializa o uso do solo Pecuarista de hoje tem de ser um grande agricultor (lavoureiro)

73 Desafios para o manejo da pastagem no sistema ilpf Forrageira a ser utilizada a ser utilizada; Sistema de manejo Período de descanso (Intervalo de desfolha) e período de ocupação; Melhoramento visando à adaptação ao sombreamento; Adubação de manutenção; Alternativas de suplementação volumosa Forrageira de inverno; taxa de lotação (UA/ha); Desrama e desbaste de plantas do componente florestal - luminosidade, dentre outros.

74 Não há problema sem solução, não há solução sem erro e não há erro que não possa ser corrigido Muito obrigado Pela Atenção!!! Carlos Eugênio Martins Cacá caeuma@cnpgl.embrapa.br (32) Equipe: Pesquisadores: Alexandre Magno Brighenti dos Santos; Carlos Augusto de Miranda Gomide; Carlos Eugênio Martins; Carlos Renato Tavares de Castro; Domingos Sávio Campos Paciullo; Fausto de Souza Sobrinho; Fermino Deresz; Jackson Silva e Oliveira, Marcelo Dias Müller; Wadson Sebastião Duarte da Rocha e Paulino José Melo Andrade. Extensionistas da Emater Leonardo Calsavara, Weliton, Vinícius, Luiz Paulo, Ana Produtores Vicente de Paula Machado, Carlos Machado, Sérgio Machado, Márcio Resende, Vanderlei, Didi, Enilton, Sílvio, Beleza, Assistentes: Raymundo César Verassani de Souza, Ronaldo de Assis e Reginaldo Neves Santos. Estagiários Vários de Residência Zootécnica, Iniciação Científica e Estudantes de Pós-graduação

75 O Programa ilpf desenvolvido pela Embrapa e seus parceiros.