Área Temática: Gestão de Pessoas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Área Temática: Gestão de Pessoas"

Transcrição

1 Área Temática: Gestão de Pessoas Título do Trabalho: Comprometimento Organizacional e Satisfação no Trabalho: Quais as Possíveis Relações com Antecedentes? AUTORES NILDES R. PITOMBO LEITE UNINOVE - Universidade Nove de Julho nildespitombo@consensopg.com.br ANA CAROLINA DE AGUIAR RODRIGUES Universidade Federal da Bahia anacarolina.ar@gmail.com LINDOLFO GALVÃO DE ALBUQUERQUE Universidade de São Paulo lgdalbuq@usp.br Resumo Este estudo comparou dois modelos estruturais diferenciados quanto ao papel direto ou mediador da satisfação na predição do vínculo de comprometimento, em contexto de uma organização pública e tradicional Polícia Militar da Bahia. Foi empregada uma combinação sofisticada de metodologias quantitativa e qualitativa, tendo, a primeira, objetivo de avaliar as relações entre as variáveis medidas, e a segunda, papel de contextualizar e favorecer a compreensão dos resultados encontrados. Participaram desta pesquisa trabalhadores, com disponibilização do questionário na intranet, na capital, e distribuição impressa no interior do Estado, assegurando acesso em todas as regiões. Para as entrevistas, envolveram-se seis representantes do alto comando e, para o grupo focal, sete integrantes dos três mais altos escalões. Utilizaram-se a modelagem de equações estruturais (MEE), softwares AMOS 16.0 e SPSS 13.0 e análise de conteúdo. Foram encontradas evidências de que a satisfação com relações interpessoais media o efeito das características do trabalho sobre o comprometimento, enquanto as características pessoais impactam diretamente no comprometimento organizacional. A compreensão das características da corporação e a utilização de uma amostra significativa de seus trabalhadores viabilizaram, simultaneamente, o teste de modelos estruturais complexos e a investigação de um segmento de trabalhadores menos avaliado pelos estudos de comprometimento. Palavras-chave: Comprometimento Organizacional. Satisfação no Trabalho. Antecedentes. Title: Comprometimento Organizacional e Satisfação no Trabalho: Quais as Possíveis Relações com Antecedentes? Abstract This study compared two structural models that distinguish direct and moderator role of work satisfaction on organizational commitment prediction, in context of a public and traditional organization Bahia Military Police. Sophisticated quantitative and qualitative methods combination was used to measure relations between variables and to contextualize and help to comprise found results workers were surveyed. Questionnaires were available in intranet to workers in capital and were responded in printed version by workers from municipal districts, assuring accessibility to all regions. Six high command workers 1

2 were interviewed and, to focus group, the three higher organizational levels were represented by seven invited members. Structural equation modeling (SEM) was performed using AMOS 16.0 and SPSS Found evidences indicate that interpersonal relationships satisfaction mediates work characteristics relations with commitment and that personal characteristics have direct impact on organizational commitment. Organization features comprehension and expressive sample employed in SEM analysis allowed, at the same time, tests of complex structural models and investigation of a less studied segment of workers in commitment research. Keywords: Organizational Commitment. Job Satisfaction. Antecedents. 2

3 1. Introdução Na área de Comportamento Organizacional, os estudos dos vínculos com a organização, especialmente do comprometimento, têm recebido particular atenção, devido ao seu papel de possibilitar um maior entendimento das relações estabelecidas entre os trabalhadores e suas organizações. Do ponto de vista dos atores organizacionais, o comprometimento é esperado por seu impacto em variáveis desejáveis, como desempenho, comportamentos de cidadania organizacional, entre outros. Partindo desse pressuposto, muitas pesquisas foram conduzidas nas últimas décadas para avaliar que variáveis contribuem para o desenvolvimento desse vínculo, e que consequências são esperadas com o seu estabelecimento. A consolidação desse campo de estudo destacou o conceito de comprometimento como mais desejável e esperado do que construtos antes predominantes nas pesquisas de comportamento organizacional, a exemplo de motivação e satisfação. A principal causa para essa reorientação dos estudos foi a verificação de uma maior estabilidade do vínculo de comprometimento, em comparação à satisfação e à motivação dos empregados, que tendem a sofrer impactos mais imediatos de variáveis do contexto (Bastos, 1993). É compartilhada entre os autores a noção de que a motivação dos empregados seja explicada em parte pelo comprometimento organizacional, sendo, portanto, uma consequência do vínculo. Em contrapartida, não há consenso quanto à relação entre satisfação e comprometimento, embora a maioria dos autores considere que são correlatos (Mathieu e Zajac, 1990; Meyer et al., 2002). Apesar da predominância dessa idéia, pesquisadores reportam questionamentos que situam a satisfação como um consequente do comprometimento, como um antecedente, ou mesmo como uma variável mediadora de sua relação com outros antecedentes (Falkenburg e Schyns, 2007). Tendo em vista essa lacuna ainda presente na agenda de pesquisa da área, o presente estudo parte da hipótese de que a satisfação no trabalho antecede o comprometimento organizacional e busca comparar dois modelos estruturais que se diferenciam quanto ao papel direto ou mediador da satisfação na predição do vínculo de comprometimento. O contexto da pesquisa abrange a Polícia Militar, uma organização pública e tradicional, existente desde 1825, quando de sua criação na fase do Brasil Império. Após quase 185 anos de existência, a Polícia Militar sedimentou características de sua cultura, a exemplo dos valores de hierarquia e disciplina (Rosa e Brito, 2010), que particularizam a identidade organizacional e guiam as atitudes e comportamentos dos policiais. Nesse sentido, o presente estudo cumpre ainda o objetivo de investigar um segmento distinto daqueles tradicionalmente abordados na área, em geral voltada para indústria e serviços, com foco no setor privado (Costa, 2005). Busca-se, dessa forma, compreender possíveis impactos desse contexto nas relações estabelecidas entre as variáveis investigadas. 2. Comprometimento organizacional A agenda de pesquisa sobre comprometimento com a organização atualmente reflete o grau de complexidade alcançado pelos estudos em cenários nacional e internacional nas últimas décadas, sendo possível identificar algumas tendências: (a) Discussão das questões conceituais do vínculo, que ainda apresenta sobreposição com diferentes construtos, como resultado do fenômeno denominado por Osigweh (1989) de esticamento do conceito. Embora seja um tema presente nos estudos de comprometimento desde as primeiras publicações, pesquisas recentes têm buscado sistematizar os pontos mais críticos e propor soluções (Rodrigues e Bastos, no prelo; Solinger et al., 2008); (b) Estudo dos seus antecedentes e consequentes que, apesar de assumir um papel de tradição da área, é um campo para frutíferas análises, especialmente pela falta de consenso ainda presente, pelas mudanças no mundo do trabalho e pela necessidade de manter um exame constante das variáveis relacionadas ao 3

4 comprometimento (Meyer et al., 2002); (c) Investigação dos focos do comprometimento que, também tradicional e igualmente relevante, abrange objetos fora da organização, como sindicatos, carreira e clientes, e dentro da organização, a exemplo de ocupação, trabalho, equipe, mudança, entre outros (Bastos, 1994; Fink, 1992). Um dos principais méritos dessa linha é manter em pauta a existência de vínculos difusos e de diferentes relações de trabalho no contexto das organizações. (d) Reflexões sobre gestão do comprometimento, tema que esteve ao longo dos anos subjacente à análise de antecedentes e consequentes. Novas pesquisas buscam minimizar as lacunas ligadas aos impactos e à efetividade das práticas organizacionais e de gestão de pessoas nos níveis de comprometimento dos empregados (Bastos et al., 2010; Leite, 2008; Leite e Albuquerque, 2009a e 2009b; Wright e Kehoe, 2009). Os estudos mais recentes no Brasil sobre as questões conceituais do comprometimento caminham no esforço de diferenciá-lo de outros vínculos com a organização (Rodrigues, 2009; Silva, 2009), sob o argumento de que a pesquisa na área chegou a um estado de maturação em que a amplitude de enfoques causa mais danos do que benefícios, sendo indispensável selecionar as abordagens mais adequadas ao construto (Klein et al., 2009). Complementarmente, meta-análises de antecedentes e consequentes apontam para inconsistências empíricas (Meyer et al., 2002) ligadas às bases mais estudadas do comprometimento organizacional, denominadas por Meyer e Allen (1991) afetiva (identificação e compartilhamento dos valores organizacionais pelo indivíduo), normativa (sentimento de obrigação e internalização das normas organizacionais) e instrumental (necessidade de permanecer na organização devido aos retornos materiais e aos custos associados à saída). Dentre as principais inconsistências observadas nas pesquisas empíricas, estão as relações positivas entre variáveis indesejáveis (rotatividade, negligência, estresse, absenteísmo) e o comprometimento instrumental, que se relaciona negativamente com variáveis desejáveis (desempenho, satisfação). Em contrapartida, o comprometimento afetivo apresenta fortes relações positivas com variáveis desejáveis e negativas com resultados indesejáveis. Diante dos problemas apresentados pela base instrumental, e das evidências de sobreposição da base normativa à base afetiva (Meyer et al., 2002), estudos recentes têm proposto um retorno do conceito de comprometimento à definição unidimensional (Solinger et al., 2008; Rodrigues e Bastos, no prelo) apresentada inicialmente por Mowday et al. (1982). Partindo desse conceito unidimensional, uma breve revisão de meta-análises publicadas na área (Cohen, 1992; Meyer et al., 2002; Mathieu e Zajac, 1990) identifica alguns consensos quanto a variáveis preditoras do comprometimento, informação que interessa particularmente a pesquisadores e gestores preocupados com a gestão do vínculo. De todos os antecedentes investigados, os mais frequentes nas pesquisas e de maior força na predição do comprometimento são aqueles ligados a experiências de trabalho, como características do trabalho (escopo, desafio e variedade das tarefas), percepções de justiça, suporte organizacional e relações estabelecidas (interdependência de tarefas, comunicação com o líder, liderança participativa, entre outros). Variáveis ligadas a conflito e ambiguidade de papel também apresentam relações fortes, porém negativas, com o comprometimento. Já as características pessoais (diferenças individuais, valores, variáveis demográficas) têm sido investigadas com menor freqüência, sendo verificadas relações mais tênues com o comprometimento. Uma explicação de Meyer e Allen (1997) para esse fato é que características pessoais poderiam ser consideradas antecedentes distais do comprometimento, ou seja, que não apresentam uma relação direta com o vínculo, mas mediada por antecedentes proximais, como experiências de trabalho, estados de papel e contratos psicológicos. As meta-análises consultadas confirmam, também, a relação prevista entre o comprometimento e a satisfação (geral, com o pagamento, com o colega, com o trabalho, com a 4

5 supervisão, entre outros). Apesar da constatação de que há relação entre os construtos, não é consenso o entendimento de que ambos são correlatos, ou de que a satisfação antecede o comprometimento. Partindo da acepção de Mathieu e Zajac (1990), que pressupõem que comprometimento e satisfação são correlatos, devido à falta de clareza do impacto da satisfação no comprometimento, pretende-se, no presente estudo, analisar as relações entre variáveis antecedentes e o comprometimento, destacando o papel da satisfação no trabalho nos dois modelos de predição aqui testados. 3. Satisfação no Trabalho Na literatura internacional, assim como na nacional, vem sendo dada substancial atenção para a relação entre comprometimento organizacional e satisfação no trabalho. Breve revisão da literatura internacional sobre satisfação no trabalho mostra a emergência de semelhantes perspectivas: Smith, Kendall e Huh, (1969) consideram-na como o grau em que um empregado, por meio de uma orientação afetiva ou de uma atitude positiva, obtém um resultado positivo em relação ao seu trabalho, em geral, ou a aspectos particulares dele. Locke (1970) defende-a como um estado emocional agradável ou positivo do empregado, decorrente do resultado da avaliação do próprio trabalho e de experiências relacionadas. Schmidt (2007) o corrobora integralmente. Cook, Hepworth, Wall, e Warr (1981) e Cranny, Smith e Stone (1992) elucidam-na como uma resposta afetiva oriunda da análise de resultados atuais de um trabalho individual, comparados àqueles esperados, desejados e necessários. Lambert, Hogan, e Barton (2002) referenciam-na como um sentimento individual subjetivo, o qual reflete se as necessidades de uma pessoa estão sendo atendidas por uma determinada tarefa/determinado trabalho ou deixando de sê-las. Esses autores são corroborados por Griffin et al (2010) que relembram Spector (1996) quando define satisfação no trabalho como essencialmente a medida com que as pessoas gostam de seus trabalhos. Yoon e Thye (2009) consideram que ela pode ser interpretada como um tipo de emoção positiva que direciona a organização. Diferenciando comprometimento afetivo e satisfação no trabalho, Kooij et al (2009) afirmam que enquanto o comprometimento afetivo se refere aos sentimentos afetivos na direção da organização em geral, a satisfação no trabalho refere-se aos sentimentos afetivos em relação ao trabalho mais específico ou função. Com o objetivo de analisar a relação entre a satisfação e a realização do trabalho, Zhang e Zheng (2009), testando o comprometimento afetivo como mediador entre a satisfação e o desempenho no trabalho, e a tradição (valores culturais) como mediadora entre a satisfação profissional e o comprometimento afetivo, trazem a hipótese de que o comprometimento organizacional afetivo intermedia a relação entre satisfação no trabalho e desempenho profissional e examina como os valores culturais podem moderar a relação entre satisfação no trabalho e comprometimento afetivo, uma vez que ambos os construtos refletem as atitudes das pessoas, geralmente moldadas por valores culturais. Moynihan e Pandey (2007) examinam os efeitos dos atributos individuais, características do trabalho e variáveis organizacionais em três aspectos, considerados dimensões da motivação com o trabalho: satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional. Brooke, Russell e Price (1988) e Mathieu e Farr (1991) sinalizam que há evidências de que a satisfação no trabalho, o envolvimento com o trabalho e o comprometimento organizacional atitudinal podem ser considerados construtos distintos. Quatro estudos em sistemas prisionais chamam a atenção para o desenvolvimento deste artigo, pela similaridade de contextos: em staffs de prisões Griffin et al (2010) verificaram que uma variedade de políticas administrativas tem o potencial de influenciar as questões de satisfação, estresse e envolvimento com o trabalho e advogam que, por 5

6 identificação e implementação de políticas que trabalhem para promover resultados positivos, os administradores têm a capacidade de influenciar resultados organizacionais negativos como burnout e turnover; em uma prisão de segurança máxima privada; Lambert e Hogan (2009) mostram que os resultados da análise com praças, em geral, em relação à idade, indicam a satisfação no trabalho e o comprometimento organizacional influenciando diretamente a intenção de saída. Garland, Mccarty e Zhao (2009) em um staff de uma prisão enfatizam que a influência dos preditores na satisfação no trabalho e no comprometimento organizacional varia entre os grupos; Lambert e Paoline III (2008) advogam que são três as atitudes profissionais importantes identificadas entre agentes penitenciários: estresse no trabalho, satisfação no trabalho e comprometimento organizacional. Essas atitudes têm efeitos significativos sobre as intenções e os comportamentos desses agentes penitenciários. Na literatura nacional, o construto satisfação no trabalho é considerado complexo e de difícil definição, em parte pelo fato de ser entendido como um estado subjetivo em que pode variar de pessoa para pessoa, de circunstância para circunstância, ao longo do tempo para a mesma pessoa, e estar sujeito a influências de forças internas e externas ao ambiente de trabalho imediato. Martinez e Paraguay (2003) sinalizam que as conceituações mais freqüentes referemse à satisfação no trabalho como sinônimo de motivação, como atitude ou como estado emocional positivo. As autoras consideram que ainda não há consenso sobre conceitos nem sobre teorias ou modelos teóricos desse construto. Siqueira e Gomide Jr. (2004) as corroboram. Borges-Andrade e Pilati (2001) salientam que o estudo do comprometimento tem vantagens sobre o de satisfação, em razão das oscilações desse último construto e ressaltam o fracasso, nas pesquisas das últimas décadas, da satisfação como variável preditora. Os autores corroboram Bastos (1993), que argumenta que o estudo sobre comprometimento tem superado o de satisfação por ser uma medida mais estável, podendo ser um preditor de vários produtos humanos no contexto do trabalho. Diante da literatura revisada, pode-se depreender que a satisfação no trabalho ocupa posição de destaque, em boa parte decorrente de pressupostos elaborados por gestores e pesquisadores, no que tange ao seu papel determinante sobre os comportamentos dos trabalhadores considerados relevantes para as organizações. 4. Aspectos metodológicos da pesquisa Foi empregada para a realização deste estudo uma combinação de metodologias quantitativa e qualitativa, tendo a primeira o objetivo de avaliar as relações entre as variáveis medidas, e a segunda, o papel de contextualizar e favorecer a compreensão dos resultados encontrados. A etapa qualitativa foi subdividida em um momento anterior à coleta dos dados quantitativos, em que foram realizadas seis entrevistas em profundidade, e em um momento posterior, no qual foi adotada a técnica de grupo focal. Oliveira e Freitas (2006) caracterizamna como uma técnica de coleta de dados que, usada conjuntamente com outros métodos, pode ajudar a esclarecer resultados obtidos e explicar o fenômeno por trás desses resultados. Morgan (1997) considera-a uma técnica intermediária entre a observação participante e a entrevista aberta, sem que uma técnica substitua a outra. O grupo focal utiliza-se, explicitamente, da interação grupal a respeito de um tema, em um período limitado. Nele, a pluralidade das idéias é o que se busca, o que possibilita ao pesquisador aprofundar a compreensão das respostas obtidas. As entrevistas e o grupo focal objetivam, portanto, desvendar a cultura que permeia o tecido social da corporação, com vistas a melhorar o entendimento do mapa de relacionamentos estabelecidos entre o comprometimento e as demais variáveis. Assim, a cultura organizacional é como o pano de fundo na interpretação dos resultados quantitativos. 6

7 Para as entrevistas, estiveram envolvidos cinco representantes do alto comando da corporação e o responsável por recursos humanos. O grupo focal foi constituído por sete integrantes dos três mais altos escalões. Foi eleita, para os dados coletados nessa etapa, a análise de conteúdo, considerada por Bardin (2010) como um conjunto de técnicas de análises das comunicações emitidas nos processos de coleta de dados, o qual faz uso de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. Essas técnicas que formam o conjunto consistem em análise categorial, que leva em consideração a totalidade da mensagem e a classifica de acordo com a presença ou a ausência dos elementos significativos e constitutivos dessa mensagem. A etapa quantitativa foi caracterizada por um estudo de corte transversal. O instrumento era composto por questões estruturadas, avaliadas em escala likert de sete pontos, variando de discordo plenamente a concordo plenamente. A seguir, são descritas as medidas utilizadas e as principais informações provenientes das análises psicométricas conduzidas para avaliar a qualidade das escalas. Todas as análises confirmatórias revelaram ajustes satisfatórios e cargas entre 0,38 e 0,86. Comprometimento organizacional: foram utilizados seis itens extraídos da escala de Mowday et al. (1982), entre eles Eu me sinto contente por ter escolhido esta corporação para trabalhar, comparando com outras organizações que considerei na época da contratação. A análise de consistência interna revelou Alfa de Cronbach de 0,76. Satisfação: dos nove itens utilizados inicialmente, construídos e testados por Chang (2001), seis foram utilizados nas análises, sendo quatro da dimensão Satisfação com os relacionamentos interpessoais (α=,76) e dois da dimensão Satisfação com a recompensa (α=,83). Exemplos dos itens são: Estou satisfeito(a) com o grau de respeito e justiça que recebo da minha chefia imediata, Estou satisfeito(a) com as pessoas com quem me relaciono e convivo no meu trabalho e Estou satisfeito(a) com o montante de pagamento e de benefícios que recebo. Características do trabalho: foram utilizados itens adaptados de escalas validadas por Rizzo et al. (1970) e Sims, Szilagyi e Keller (1976) e testados no contexto brasileiro por Bastos (1994), além de itens construídos por Chang (2001). Três dimensões foram extraídas: Variedade das tarefas (α=,79), que busca avaliar o quanto o trabalho realizado é variado e desafiante, com três itens ( Eu tenho oportunidade de aprender coisas novas para realizar as minhas tarefas ); Tensão no trabalho (α=,67), que objetiva mensurar a sobrecarga de atividades e conflitos de papel, com três itens ( O meu emprego exige que eu trabalhe muito intensamente ); e Escopo do trabalho (α=,65), que objetiva avaliar a compreensão e domínio do indivíduo sobre o conteúdo do seu trabalho, com dois itens ( Os chefes me mantêm informado(a) sobre assuntos importantes em relação ao desempenho do meu trabalho e sobre mudanças na corporação ). Criatividade no contexto de trabalho: busca avaliar o quanto a organização incentiva e é receptiva a novas idéias, e o quanto tolera possíveis erros decorrentes. É composta por quatro itens construídos por Chang (2001), com Alfa de Cronbach de 0,79 ( A corporação onde trabalho é receptiva às idéias criadoras ). Expectativas prévias realistas: tem como finalidade mensurar o grau de precisão, avaliado pelo trabalhador, das informações recebidas sobre tipo e responsabilidades do trabalho ao ingressar na organização. Foram empregados três itens construídos por Bastos (1994), com consistência interna de 0,70 ( No momento em que aceitei o emprego, a corporação me apresentou o que esperava de mim em relação ao tipo de trabalho que deveria desempenhar ). Participaram desta pesquisa trabalhadores da Polícia Militar da Bahia. Como estratégias de coleta dos dados, foram utilizadas a disponibilização do questionário na intranet, 7

8 no caso de profissionais da capital, e a distribuição de questionários impressos, no caso dos profissionais do interior do Estado, como forma de assegurar o acesso em todas as regiões. A maioria da amostra é composta por profissionais do sexo masculino (81,5%), adultos jovens, entre 26 e 35 anos (52,1%), casados (57,6%) e com segundo grau ou menos (67,9%). Com relação a variáveis ocupacionais, a maior parte dos participantes atende à categoria de praça (82,4%), alocada em postos operacionais na capital (22%) ou no interior (56,5%), com remuneração de 2,5 a 5,0 salários mínimos (77,2%) e tempo de corporação entre seis e vinte anos (76,5%).Os procedimentos de análise dos dados quantitativos estão descritos no próximo tópico Procedimentos de análise dos dados quantitativos Foi adotada a modelagem de equações estruturais (MEE), com a utilização dos softwares AMOS 16.0 e SPSS A MEE consiste em um conjunto de técnicas estatísticas que incluem características de análise fatorial e regressão múltipla e que permitem analisar, simultaneamente, diferentes relações de dependência e interdependência entre variáveis observáveis e construtos latentes (Hair et al. 2009, Ullman, 2007). Seu objetivo é avaliar o quanto um modelo construído com base na teoria ajusta-se ao conjunto de dados coletados. Dessa forma, a aplicação da MEE permite dizer se um grupo de relações hipotetizadas é confirmado ou não, mas é insuficiente para afirmar se é esse o melhor entre todas as relações possíveis. No presente estudo, foi adotada a estratégia de modelos concorrentes, com o objetivo de comparar dois modelos possíveis de relações entre as variáveis estudadas e identificar aquele que fornece a melhor solução. O primeiro estágio da análise consiste em especificar os modelos, ou seja, indicar quais relações, denominadas parâmetros, supostamente existem ou não existem entre as variáveis. É fundamental que o número de parâmetros especificados seja igual ou inferior à quantidade de correlações ou covariâncias entre os itens, caso contrário haverá mais relações hipotetizadas do que as existentes nos dados, impedindo que o modelo seja estimado. Graus de liberdade iguais ou maiores que zero indicam, respectivamente, se um modelo é exatamente-identificado ou super-identificado, situações que viabilizam a estimação (Hair et al., 2009; Weston e Gore Jr., 2006). Os dois modelos especificados para este estudo estão descritos mais adiante. Antes da estimação, é necessário avaliar a adequação dos dados à análise, especialmente no que se refere ao tamanho da amostra, casos perdidos (missing values) e normalidade dos dados. Embora não haja um consenso para o número adequado de casos, os autores concordam que o tamanho da amostra deve ser proporcional à complexidade do modelo (Weston e Gore Jr., 2006), sendo geralmente indicados quinze respondentes por parâmetro especificado em casos de desvios de normalidade (Hair et al., 2009). No presente estudo, foi verificada a presença de pequenos desvios de normalidade, prováveis em pesquisas que envolvem desejabilidade social. Contudo, o tamanho da amostra contribui para a superação desse limite, suportando a análise de modelos mais complexos e a estabilidade dos resultados. Foi também verificada aleatoriedade dos dados perdidos, premissa para o procedimento de substituição pela média da variável correspondente. Para encontrar os valores dos parâmetros que sejam mais fiéis à matriz de correlação dos dados, é empregado um método de estimação, que é o algoritmo matemático utilizado para identificar as estimativas de cada relação especificada (Hair et al., 2009). Atualmente, muitos métodos estão disponíveis para os pesquisadores, sendo a Máxima Verossimilhança (ML maximum likelihood) o mais adotado. Embora seja mais sensível a grandes amostras, tendendo a identificar qualquer diferença e a apresentar medidas de qualidade de ajuste que sugiram um ajuste ruim (Hair et al., 2009), a opção no presente estudo foi pela estimação de 8

9 Máxima Verossimilhança. Além de ser indicada para baixos desvios de normalidade, sua popularidade favorece as diretrizes de interpretação dos índices de ajuste. A interpretação do modelo requer, em primeiro plano, a avaliação dos índices de ajuste ou da validade do modelo de medida. Essa é, talvez, a etapa menos anuente da modelagem de equações estruturais, tanto na categorização dos índices de ajuste disponíveis, quanto nos valores esperados para a classificação de um bom ajuste. Hair et al. (2009), na tentativa de organizar as diferentes diretrizes para um ajuste aceitável, mostram que a exigência de determinados valores é diminuída à medida que aumentam o tamanho da amostra e a complexidade do modelo. Dentre as diferentes categorias de índices apresentadas pelos autores, no presente estudo serão adotadas quatro categorias propostas por Ullman (2007): a) índices de ajuste comparativo (NFI, CFI, RMSEA), que buscam comparar o modelo estimado com modelos alternativos, situando-o em um contínuo que se inicia em um modelo perfeitamente justificado (todas as variáveis correlacionadas) e finaliza em um modelo nulo (todas as variáveis são não correlacionadas); b) índices de proporção da variância explicada (GFI, AGFI), que consideram o quanto da variância da matriz da amostra é explicada pela matriz estimada da população; c) índices de parcimônia do modelo (PGFI, AIC), que informam qual modelo é melhor em um conjunto de modelos concorrentes, a partir do número de parâmetros estimados e do número de correlações não-redundantes da matriz de dados; d) índices de ajuste baseados em resíduos (RMR), que avaliam a amplitude entre os parâmetros estimados do modelo e os dados observados na matriz de correlação da amostra. No Quadro 1, estão descritos os índices de ajuste empregados neste trabalho. Quadro 1- Índices de Ajuste Empregados Índice de Ajuste Normado (NFI). Avalia o modelo estimado, comparando o valor do χ 2 do modelo ao valor do χ 2 de um modelo independente. (Ullman, 2007). Meta: a partir de 0,90. Índice de Ajuste Comparativo (CFI). É uma versão do NFI, com menor sensibilidade ao tamanho do modelo (Hair et al., 2009). Meta: a partir de 0,90. Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação (RMSEA). Usado como uma alternativa ao χ 2, estima a lacuna de ajuste em um modelo, comparando-o a um modelo perfeito (Ullman, 2007). Pode ser considerado um índice de má qualidade de ajuste, uma vez que valores altos indicam piores ajustes (Hair et al., 2009). Meta: valores inferiores a 0,08. Índice de Qualidade do Ajuste (GFI). Calcula a proporção de variância na matriz da amostra que é explicada pela matriz estimada da população (Ullman, 2007). Meta: a partir de 0,90. Índice de Qualidade do Ajuste Calibrado (AGFI). Ajusta o GFI ao número de parâmetros estimados no modelo. (Ullman, 2007). Meta: a partir de 0,90. Índice de Qualidade de Ajuste Parcimonioso (PGFI). Ajusta o GFI de acordo com o grau de parcimônia do modelo (Ullman, 2007). É um ajuste útil para a comparação de modelos, sendo preferível aquele que apresenta PGFI maior (valores positivos e próximos a 1,0). Critério de Informação de Akaike (AIC). Usado na comparação de modelos concorrentes, é considerado índice preditivo de generalização da amostra para a população (Weston e Gore Jr., 2006). São classificados como modelos de melhor ajuste aqueles que apresentarem menores valores. Pilati e Laros (2007) atentam, contudo, que é importante considerar os graus de liberdade dos modelos para a análise desses índices (relação entre o valor do índice e o número de parâmetros do modelo). Raiz do Resíduo Quadrático Médio (RMR). É a média das diferenças entre a covariância observada e a covariância explicada pelo modelo (Quintana e Maxwell, 1999). Não há um nível de referência estabelecido (Hair et al., 2005), mas são esperados valores pequenos. Um indicador de ajuste tradicionalmente utilizado em MEE é o qui-quadrado (χ 2 ), que avalia a significância da diferença entre a matriz estimada e a matriz dos dados. Uma vez que é desejável a igualdade das matrizes, são esperados valores baixos e resultados não significativos para o χ 2. Contudo, o χ 2 é uma função matemática atrelada ao tamanho da amostra, o que significa que, para maiores tamanhos amostrais, também o χ 2 tende a ser maior. A mesma tendência é verificada à medida que aumenta o número de variáveis 9

10 observadas (Hair et al., 2009). Assim sendo, em situações de teste de modelos complexos com um grande número de casos, o χ 2 não é uma medida apropriada, podendo ser significativa e apresentar um alto valor mesmo quando as matrizes estimada e real não apresentam diferenças. Diante desse fato, o χ 2 será reportado visando à manutenção da tradição da área, mas não será considerado para a avaliação do ajuste do modelo. No caso da comparação de modelos aninhados (compostos pelas mesmas variáveis, com alterações nos parâmetros especificados), uma medida adicional de comparação é a diferença de qui-quadrados (Δχ 2 ), dada pela proporção entre a diferença de χ 2 dos modelos e a diferença de graus de liberdade (Δdf), que deve ser superior a 3,84 (Hair et al., 2009). Feita a análise de validação do modelo e dos ajustes competitivos (para modelos concorrentes), a fase final, desde que não seja necessária re-especificação dos modelos, é a avaliação dos coeficientes e de suas significâncias. No presente trabalho, dois modelos estruturais foram testados: o primeiro, aqui denominado Modelo de Mediação baseia-se na hipótese de que a satisfação (com a recompensa e com os relacionamentos interpessoais) modera a relação do comprometimento com seus antecedentes (criatividade no contexto de trabalho, expectativas prévias realistas, variedade de tarefas, escopo do trabalho e tensão); o segundo, denominado Modelo Diretivo considera que a satisfação, assim como os demais antecedentes testados, possui impacto direto no comprometimento organizacional. Ambos os modelos são super-identificados, com 298 e 292 graus de liberdade, respectivamente. 5. Apresentação e discussão dos resultados A Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas e correlações bivariadas entre os construtos incluídos nos modelos. Observa-se que há, no geral, a presença de correlações moderadas e significativas entre as variáveis do estudo. Tabela 1 Estatísticas descritivas e correlações entre as variáveis do estudo Média DP Comprometimento 4,4 1, Criatividade no contexto do trabalho 3,1 1,4,24* 1 3. Expectativas prévias realistas 4,0 1,5,42*,28* 1 4. Escopo do Trabalho 3,1 1,7,29*,49*,38* 1 5. Variedade das tarefas 3,6 1,7,44*,42*,34*,40* 1 6. Tensão 4,0 1,5 -,03* -,04* -,02** -,00 -,15* 1 7. Satisfação com as recompensas 2,6 1,7,18*,43*,27*,34*,33* -,13* 1 8. Satisfação com relacionamentos interpessoais 4,3 1,5,55*,31*,35*,34*,52* -,07*,23* Fonte: Dados da pesquisa Nota: *p<.001, ** p<.05 O exame dos índices de ajuste dos modelos testados (Tabela 2) aponta para resultados satisfatórios. O NFI, que em geral apresenta resultados mais baixos, atingiu um valor próximo à meta no Modelo de Mediação, sendo satisfatório no Modelo Diretivo. Os demais índices de ajuste comparativo (CFI e RMSEA) complementam a análise de que ambos apresentam bons ajustes em relação a outros modelos que poderiam ser especificados com essas mesmas variáveis, com um número maior ou menor de relações. O GFI e o AGFI indicam que as matrizes estimadas pelos modelos explicam significativamente a variância da matriz de dados coletados. O RMR, que não possui um ponto de corte estabelecido, apresentou valores pequenos, indicando que os modelos apresentam baixos volumes de resíduos. Ao comparar modelos aninhados, os índices de parcimônia são particularmente importantes. Nota-se que o PGFI do Modelo de Mediação é um pouco maior do que o valor 10

11 desse índice no Modelo Diretivo, apontando, a princípio, para uma maior parcimônia do primeiro modelo. Em contrapartida, o exame do AIC, pautado na razão entre o valor encontrado e o número de parâmetros (entre parêntesis), aponta para uma maior parcimônia do Modelo Diretivo. Uma medida adicional para a comparação dos modelos é a diferença de quiquadrados. Observa-se que a diferença do qui-quadrado do Modelo do Mediação em relação ao Modelo Diretivo é significativa (χ 2 dif(6)=800,5), somando evidências de que o primeiro modelo é mais parcimonioso do que o segundo. Tabela 2 Índices de ajuste dos modelos testados df χ 2 NFI CFI RMSEA GFI AGFI RMR PGFI AIC Modelo Mediação ,81*,89,90,06,93,91,25, ,8(126,4) Modelo Diretivo ,31*,90,90,06,93,91,24, ,3(108,4) Fonte: Dados da pesquisa Nota: *p<.001 Diante dos resultados encontrados, é possível afirmar que ambos os modelos apresentam bons ajustes e podem ser confirmados. Embora o Modelo de Mediação tenha sido um pouco mais parcimonioso que o Modelo Diretivo, os resultados empíricos não são suficientes para a determinação do melhor modelo. Tal situação é advertida por Quintana e Maxwell (1999), que recomendam o resgate de considerações teóricas para a escolha do modelo. Os autores alertam, também, para casos em que argumentos teóricos não são suficientes para o descarte de nenhum dos modelos, sendo importante analisá-los de forma mais aprofundada e propor investigações futuras que contribuam para a elucidação do impasse. A seguir, são apresentados e discutidos os coeficientes encontrados para cada um dos modelos, acrescidas as considerações provenientes dos resultados da análise qualitativa. Busca-se, dessa forma, um melhor entendimento dos resultados obtidos. A inspeção dos coeficientes do Modelo de Mediação (Figura 1) revela que 43% da variância do comprometimento organizacional é explicada pelo conjunto de relações diretas e indiretas especificadas. A satisfação com relacionamentos interpessoais possui impacto positivo e significativo sobre o comprometimento (,66), mediando sua relação com três dos cinco antecedentes investigados: expectativas prévias realistas (,18), escopo do trabalho (,16) e variedade das tarefas (,50). A satisfação com a recompensa, por outro lado, não apresentou impacto no comprometimento. Embora contradiga estudos anteriores (Mathieu e Zajac, 1990; Meyer et al., 2002), tal resultado é coerente com a noção de que recompensas materiais impactam mais fortemente em vínculos instrumentais (Rodrigues, 2009). Nota-se também que, das variáveis antecedentes pesquisadas, somente criatividade no contexto de trabalho apresentou forte impacto na satisfação com a recompensa (,39), comportamento contrário ao observado em relação à satisfação com relacionamentos interpessoais (,00). É possível que o incentivo às novas idéias esteja ligado à avaliação de desempenho e à remuneração dos empregados, não sendo necessariamente um estímulo a trocas de conhecimento entre colegas e a relações de confiança. Ao contrário, um contexto de trabalho competitivo, menos favorável ao fortalecimento de relações interpessoais, pode ser, ao mesmo tempo, propício para novas idéias, estimuladas pelas recompensas. No contexto da Polícia Militar da Bahia, o espaço para criatividade é percebido como pequeno, em decorrência da velocidade e variedade de acontecimentos que, embora a princípio exigissem soluções criativas, são tratados conforme normas e padrões préestabelecidos. Tal formalização não deve necessariamente impactar nos relacionamentos interpessoais, uma vez que os indivíduos atuam em conjunto em todas as operações. Em geral, o relacionamento interpessoal é percebido como excelente, com identificação recíproca, muito respeito e consideração, entre oficiais e entre praças. 11

12 Criatividade,36*,00,39*,34*,68* Expectativas prévias realistas,08* Satisfação com a recompensa,54*,51*,18*,00,43* -,07*,42* Escopo do trabalho,11*,16* Comprometimento -,03**,00,55* Variedade das tarefas,07*,50*,50* Satisfação com relacionamentos interpessoais,66* -,18* -,13* -,02 Tensão Figura 1 Modelo de mediação das relações com o comprometimento pela satisfação Fonte: Dados da pesquisa Nota: *p<.001, ** p<.05 Com relação à satisfação com as recompensas, um exame dos resultados encontrados após análise qualitativa indica que o salário é um disparador para movimentos de reivindicação, quando os grupos internamente competem e se atritam, ao comparar funções e salários. Foi notificada a existência de um ciclo de dez anos na ocorrência de movimentos de reivindicação, em que problemas se acumulam. Os salários interessam a todos, e as reivindicações tendem a ser coletivas, pois, individualmente, não têm peso. Essa situação é mais agravada na capital do Estado, onde as despesas são maiores que no interior e, talvez por isso, alguns membros da corporação prestam serviços oficiosos de seguranças para complementar seus salários. Há a percepção de que esses problemas são permeados por falta de atenção do próprio Estado com seus integrantes, por falta de diálogo dos comandantes com seus comandados e, para as greves nesses ciclos de dez anos, nem sempre as respostas foram adequadas. Vale ressaltar também o resultado observado para a tensão no trabalho, que não impacta na satisfação com os relacionamentos interpessoais e apresenta um baixo coeficiente negativo (-,13) em relação à satisfação com as recompensas. O exame dos coeficientes do Modelo Diretivo (Figura 2) complementa as informações sobre essa variável, que apresenta coeficientes muito baixos ou não-significativos, sendo a única que possui fracas covariâncias com os demais antecedentes. Contradizendo a literatura de antecedentes do comprometimento (Cohen, 1992; Meyer et al., 2002; Mathieu e Zajac, 1990), a tensão no trabalho não apresentou impacto negativo significativo sobre o vínculo com a organização. Atenta-se, diante desse resultado, para a possibilidade de viés da amostra, composta por um grupo de trabalhadores cuja atividade possui características particulares e que afetam a variável em questão. No grupo focal, uma das questões discutidas referiu-se ao quanto a padronização e a rotinização contribuem para a redução dos conflitos entre as tarefas. Embora esses aspectos apresentem impactos negativos quando investigadas diferentes populações de trabalhadores, no caso de uma organização cuja cultura é ligada à disciplina, seguir regras e padrões não constitui um ponto de insatisfação. Outra discussão destacada está ligada à sobrecarga de atividades, que é minimizada pelas operações realizadas rotineiramente em grupo. 12

13 Figura 2 Modelo diretivo das relações com o comprometimento Fonte: Dados da pesquisa Nota: *p<.001, ** p<.05 O exame dos coeficientes estimados no Modelo Diretivo aponta para impactos diretos sobre o comprometimento organizacional provenientes da satisfação com relacionamentos interpessoais (,40), variedade das tarefas (,26) e expectativas prévias realistas (,32). Em contrapartida, além de tensão no trabalho (,04), observou-se que outras variáveis não apresentam impacto direto significativo no comprometimento, como satisfação com recompensas (-,06), criatividade no contexto de trabalho (-,04) e escopo do trabalho (-,09). Ao comparar os coeficientes estimados nos dois modelos testados, é possível afirmar que variedade das tarefas e escopo do trabalho têm efeito indireto sobre o comprometimento, mediado pela satisfação com os relacionamentos interpessoais. As expectativas prévias, por sua vez, não são necessariamente mediadas pela satisfação, apresentando impacto positivo e significativo direto sobre o comprometimento. É interessante notar que as expectativas prévias realistas podem ser classificadas como características pessoais, ou como uma variável de diferenças individuais, já que estão fortemente ligadas a aspectos subjetivos dos sujeitos. Por outro lado, a variedade das tarefas e o escopo do trabalho, embora sejam medidas a partir do nível de percepção do indivíduo, estão ligadas às experiências ou características do trabalho na organização. Os resultados encontrados, portanto, fornecem evidências de que a satisfação media o efeito das características do trabalho sobre o comprometimento, enquanto que as características pessoais (aqui representadas pelas expectativas do indivíduo) impactam diretamente no comprometimento organizacional. 13

14 6. Considerações finais O presente estudo teve como principal objetivo comparar modelos diferentes no que se refere ao papel da satisfação na predição do comprometimento organizacional, considerando a inexistência de um consenso na área quanto à relação estabelecida entre os dois construtos. Para tanto, foram incluídas nos modelos variáveis antecedentes ligadas a características do indivíduo, do contexto e do trabalho. Os resultados encontrados indicaram que a satisfação com a recompensa não prediz o comprometimento organizacional. A satisfação com os relacionamentos interpessoais, em contrapartida, antecede o comprometimento, mediando principalmente sua relação com variáveis do trabalho, sem mediar, entretanto, sua relação com a variável individual investigada, que apresentou impacto direto no comprometimento organizacional. A combinação de uma análise quantitativa sofisticada com a análise qualitativa possibilitou um maior entendimento do contexto e de sua influência das relações verificadas. A compreensão das características da Polícia Militar da Bahia e a utilização de uma amostra significativa de trabalhadores da organização viabilizaram, ao mesmo tempo, o teste de modelos estruturais complexos e a investigação de um segmento de trabalhadores menos avaliado pelos estudos de comprometimento. Uma das principais limitações do estudo reside no fato de, embora extensa, ser a amostra restrita a apenas uma organização, reduzindo as oportunidades de generalização dos resultados. Além disso, da amplitude de dimensões da satisfação no trabalho, somente duas foram investigadas. Tendo em vista essas condições, propõe-se que, em estudos futuros, sejam incluídos outros tipos de satisfação no trabalho, a exemplo de satisfação com autonomia, status, tarefa, supervisão e políticas, de modo a integrar a compreensão acerca das relações entre esse construto e o comprometimento organizacional. Indica-se que esses e outros modelos sejam testados em amostras de organizações distintas, incluindo modelos que tratem a satisfação como consequente do comprometimento organizacional. Tal indicação segue o intuito de refletir sobre os problemas empíricos e conceituais que cercam as pesquisas do comprometimento organizacional e da satisfação no trabalho, devendo prosseguir estimulando o incremento de estudos que visem superá-los. Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, BASTOS, A. V. B. Comprometimento no trabalho: a estrutura dos vínculos do trabalhador com a organização, a carreira e o sindicato. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, BASTOS, A. V. B. Comprometimento organizacional: um balanço dos resultados e desafios que cercam essa tradição de pesquisa. In: Revista de Administração de Empresas, v. 33, n. 3, pp São Paulo: FGV, Mai./Jun BASTOS, A. V. B.; RODRIGUES, A. C. A.; PINHO, A. P. M. Comprometimento organizacional: o que as pesquisas sugerem aos gestores? In: Anais do IV Congresso de Psicologia Organizacional e do Trabalho. São Paulo: CBPOT, BORGES-ANDRADE, J. E.; PILATI, R. Comprometimento atitudinal e comportamental: relações com suporte e imagem nas organizações. In: Revista de Administração Contemporânea, v. 5, n. 3, pp Curitiba: ANPAD, Set./Dez BROOKE, P. P.; RUSSELL JR., D. W.; PRICE, J. L. Discriminant validation of measures of job satisfaction, job involvement, and organizational commitment. In: Journal of Applied Psychology, v. 73, pp ,

15 CHANG Jr., J. Gestão de pessoas através do desenvolvimento do comprometimento organizacional: uma abordagem holística e simultânea dos determinantes envolvidos nesse processo. São Paulo: FEA/USP Tese de Doutorado, COHEN, A. Antecedents of organizational commitment across occupational groups: a metaanalysis. In: Journal of Organizational Behavior, v. 13, pp , COOK, J.; HEPWORTH, S.; WALL, T.; WARR, P. The experience of work: a compendium and review of 249 measures and their use. New York: Academic Press, COSTA, F. M. Múltiplos comprometimentos no trabalho: identificando padrões e explorando antecedentes entre trabalhadores de organizações agrícolas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Bahia, Bahia, CRANNY, C.; SMITH, P.; STONE, E. Job satisfaction: how people feel about their jobs and how it affects their performance. New York: Lexington, DORMANN, C.; ZAPE, D. Job satisfaction: a meta-analysis of stabilities. In: Journal of Organizational Behavior, v. 22, pp , FALKENBURG, K.; SCHYNS, B. Work satisfaction, organizational commitment and withdrawal behaviors. In: Management Research News, v. 30, n. 10, pp , FINK, S. L. High commitment workplaces. In: Quorum Books: New York, NY, GARLAND, B. E.; MCCARTY, W. P.; ZHAO, R. Job satisfaction and organizational commitment in prisons: an examination of psychological staff, teachers, and unit management staff. In: Criminal Justice and Behavior, v. 36, pp , GRIFFIN, M. L.; HOGAN, N. L.; LAMBERT, E. G.; TUCKER-GAIL, K. A.; BAKER D. N. Job involvement, job stress, job satisfaction, and organizational commitment and the burnout of correctional staff. In: Criminal Justice and Behavior v. 37, pp , HAIR, J. F.; BLACK, W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L. Análise multivariada de dados. 6. Ed. Porto Alegre: Bookman, KLEIN, H. J.; MOLLOY, J.C.; COOPER, J.C. Conceptual Foundations: Construct Definitions and Theoretical Representations of Workplace Commitments. In: Commitment in Organizations: Accumulated Wisdom and New Directions, New York: Routledge Academic, KOOIJ, D. T. A. M.; JANSEN, P. G. N.; DIKKERS, J. S. E.; LANGE, A. H. The influence of age on the associations between HR practicesand both affective commitment and job satisfaction: a meta-analysis. In: Journal of Organization Behavior. Published online Wiley InterSicience, LAMBERT, E. G., HOGAN, N. L.; BARTON, S. M. Satisfied correctional staff: a review of the literature on the correlates of correctional staff job satisfaction. In: Criminal Justice and Behavior, v. 29, pp , LAMBERT, E.; HOGAN, N. The importance of job satisfaction and organizational commitment in shaping turnover intent: a test of a causal model. In: Criminal Justice Review, v. 34, n. 1, pp , LAMBERT, E.; PAOLINE III, E. A. The influence of individual, job, and organizational characteristics on correctional staff job stress, job satisfaction, and organizational commitment. In: Criminal Justice Review, v. 33, n. 4, pp ,

Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais

Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais Juliana Alvares Duarte Bonini Campos 1 Paula Cristina Jordani 1 Fernanda

Leia mais

4.1.1 Participantes, Instrumentos de Medição e Procedimento

4.1.1 Participantes, Instrumentos de Medição e Procedimento 4 Estudo 2 4.1 Metodologia da Pesquisa 4.1.1 Participantes, Instrumentos de Medição e Procedimento O PSWQ e o IDATE-T foram aplicados para uma segunda amostra composta por 978 universitários. As características

Leia mais

Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues

Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues O que é análise fatorial? É uma técnica de interdependência, cujo propósito principal é definir

Leia mais

Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes RESUMO EXPANDIDO

Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes RESUMO EXPANDIDO Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes Gean Carlos Tomazzoni (gean.tomazzoni@mail.ufsm.br) Vânia Medianeira Flore

Leia mais

Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Resumo

Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Resumo 1 Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Juliana Alvares Duarte Bonini Campos*; Lívia Nordi Dovigo**; Fernanda Salloumé Sampaio Bonafé**; João Maroco*** *Profa. Dra. Da Disciplina

Leia mais

1 Introdução 1.1. Problema da pesquisa

1 Introdução 1.1. Problema da pesquisa 1 Introdução 1.1. Problema da pesquisa A importância das pessoas para o alcance dos resultados e o sucesso de uma empresa, é uma declaração indiscutível hoje em dia. Destaca-se, portanto, o valor do capital

Leia mais

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia Michele Firmino Guimarães Vanessa Q. Rocha Centro Universitário do Norte (Uninorte) RESUMO Este trabalho vem mostrar o

Leia mais

Organização da Aula. Cultura e Clima Organizacionais. Aula 4. Contextualização

Organização da Aula. Cultura e Clima Organizacionais. Aula 4. Contextualização Cultura e Clima Organizacionais Aula 4 Profa. Me. Carla Patricia Souza Organização da Aula Clima organizacional Cultura e clima organizacional Indicadores de clima Clima e satisfação Contextualização A

Leia mais

Comprometimento organizacional, gestão de conflitos e liderança em instituições de saúde

Comprometimento organizacional, gestão de conflitos e liderança em instituições de saúde 10º CONGRESSO NACIONAL DE PSICOLOGIA DA SAÚDE Comprometimento organizacional, gestão de conflitos e liderança em instituições de saúde Camila Silloto ECTS - ULHT Maria da Graça Andrade ESTeSL - IPL Fevereiro

Leia mais

variável dependente natureza dicotômica ou binária independentes, tanto podem ser categóricas ou não estimar a probabilidade associada à ocorrência

variável dependente natureza dicotômica ou binária independentes, tanto podem ser categóricas ou não estimar a probabilidade associada à ocorrência REGRESSÃO LOGÍSTICA É uma técnica recomendada para situações em que a variável dependente é de natureza dicotômica ou binária. Quanto às independentes, tanto podem ser categóricas ou não. A regressão logística

Leia mais

3 Metodologia de Estudo

3 Metodologia de Estudo 3 Metodologia de Estudo Este capítulo apresenta as características do método adotado para o estudo, compreendendo a descrição sobre o instrumento de pesquisa adotado (questionário), bem como os critérios

Leia mais

8 Testes de Hipóteses e Comparação entre Modelos

8 Testes de Hipóteses e Comparação entre Modelos 8 Testes de Hipóteses e Comparação entre Modelos 8.1 Testes de Hipóteses No Capítulo 3 foram levantadas diversas hipóteses relacionando os principais fatores estudados ao desempenho das alianças ou à realização

Leia mais

UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar Braga

UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar Braga UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar 4710-057 Braga Medida de Burnout de Shirom-Melamed (MBSM) Shirom-Melamed Burnout Measure (SMBM) Tradução e adaptação: A. Rui Gomes (2012) (rgomes@psi.uminho.pt)

Leia mais

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental Insight.lideracoaching.com.br 1 Introdução A Avaliação O Índice Comportamental Spectrum Assessments foi desenvolvido

Leia mais

3 Metodologia Tipo de pesquisa Papel do pesquisador

3 Metodologia Tipo de pesquisa Papel do pesquisador 3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa A presente pesquisa pode ser considerada como descritiva, baseada nos critérios de classificação propostos por Vergara (2006), levando-se me consideração que os fatos

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL PARA O SUCESSO DA EMPRESA

A IMPORTÂNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL PARA O SUCESSO DA EMPRESA A IMPORTÂNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL PARA O SUCESSO DA EMPRESA O sucesso de uma empresa e um bom clima organizacional estão intimamente ligados. Quando os funcionários sentem felicidade nas tarefas e

Leia mais

COMPREENDENDO OS ENFOQUES DO COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL

COMPREENDENDO OS ENFOQUES DO COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL ISBN 978-85-61091-05-7 Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 27 a 30 de outubro de 2009 COMPREENDENDO OS ENFOQUES DO COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL Paula Suemi Souza Kuabara 1 ; Maria Iolanda

Leia mais

UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar Braga

UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar Braga UNIVERSIDADE MINHO Escola de Psicologia Campus de Gualtar 4710-057 Braga Medida de Burnout de Shirom-Melamed (MBSM) Shirom-Melamed Burnout Measure (SMBM) Tradução e adaptação: A. Rui Gomes (2012) (rgomes@psi.uminho.pt)

Leia mais

CLIMA ORGANIZACIONAL. Adriana S. Oliveira Botelho 10/06/2011. Adriana Botelho - FORMAÇÃO E GESTÃO DE COMPETÊNCIAS EM RECURSOS HUMANA 1

CLIMA ORGANIZACIONAL. Adriana S. Oliveira Botelho 10/06/2011. Adriana Botelho - FORMAÇÃO E GESTÃO DE COMPETÊNCIAS EM RECURSOS HUMANA 1 CLIMA ORGANIZACIONAL Adriana S. Oliveira Botelho nome dado ao ambiente interno existente entre os membros da organização. Intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes... É a qualidade

Leia mais

Palavras-chave: Comprometimento organizacional. Variáveis antecedentes. Servidores públicos. Gestão pública. 1 INTRODUÇÃO

Palavras-chave: Comprometimento organizacional. Variáveis antecedentes. Servidores públicos. Gestão pública. 1 INTRODUÇÃO Título: Comprometimento Organizacional no Âmbito do Serviço Público: reflexões sobre o fenômeno a partir da visão dos servidores de uma Universidade Federal. Autores: 1- Mariana de Brito Sassi Farias,

Leia mais

5 Análise dos resultados

5 Análise dos resultados 5 Análise dos resultados Os dados foram analisados utilizando o software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) base 18.0. Para Cooper e Schindler (2003) a análise de dados envolve a redução de

Leia mais

4 Modelagem e análise dos dados

4 Modelagem e análise dos dados 4 Modelagem e análise dos dados Neste capítulo são avaliadas as propriedades estatísticas e psicométricas da amostra coletada, sendo ajustados os modelos de mensuração e estruturais propostos. São testadas

Leia mais

PERCEPÇÃO DE APOIO ORGANIZACIONAL EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL: QUE RELAÇÃO? Catarina José Faustino Honório

PERCEPÇÃO DE APOIO ORGANIZACIONAL EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL: QUE RELAÇÃO? Catarina José Faustino Honório UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PERCEPÇÃO DE APOIO ORGANIZACIONAL E EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL: QUE RELAÇÃO? ESTUDO DE UMA AMOSTRA NUMA EMPRESA DO SECTOR BANCÁRIO

Leia mais

Desenvolvimento da Versão em Português do PSWQ

Desenvolvimento da Versão em Português do PSWQ 3 Estudo 1 3.1 Metodologia da pesquisa 3.1.1 Participantes A amostra consistiu de 871 graduandos de diferentes Universidades do Rio de Janeiro com uma faixa de idade de 17 a 68 anos (M = 23,41; DP = 5,80).

Leia mais

ANTECEDENTES E CONSEQUÊNTES DE INTERAÇÕES ENTRE TRABALHO-FAMÍLIA

ANTECEDENTES E CONSEQUÊNTES DE INTERAÇÕES ENTRE TRABALHO-FAMÍLIA ANTECEDENTES E CONSEQUÊNTES DE INTERAÇÕES ENTRE TRABALHO-FAMÍLIA Dr. Alexsandro De Andrade/UFES PhD. Elaine Hatfield/University of Hawaii/EUA alexsandro.deandrade@yahoo.com www.labamp.com.br Conflito Trabalho-Família

Leia mais

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012 1 AULA 09 Regressão Ernesto F. L. Amaral 17 de setembro de 2012 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fonte: Triola, Mario F. 2008. Introdução à

Leia mais

submissão, pautados em recompensas intrínsecas; e um instrumento contendo trinta indicadores afetivos, normativos, instrumentais e afiliativos.

submissão, pautados em recompensas intrínsecas; e um instrumento contendo trinta indicadores afetivos, normativos, instrumentais e afiliativos. 3 Metodologia Por meio da pesquisa bibliográfica sobre as bases do comprometimento organizacional foi realizada a seleção do instrumento de coleta de dados. O modelo escolhido foi a Escala de Bases do

Leia mais

SENAI&'&ES& O"METODO"QUANTITATIVO" " " 26/06/14 MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS & &

SENAI&'&ES& OMETODOQUANTITATIVO   26/06/14 MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS & & SENAI&'&ES& & & O"METODO"QUANTITATIVO" " " Prof."FÁBIO"CAMPOS" E O que é método? É a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. O que são procedimentos metodológicos?

Leia mais

MÓDULO V: Análise Bidimensional: Correlação, Regressão e Teste Qui-quadrado de Independência

MÓDULO V: Análise Bidimensional: Correlação, Regressão e Teste Qui-quadrado de Independência MÓDULO V: Análise Bidimensional: Correlação, Regressão e Teste Qui-quadrado de Independência Introdução 1 Muito frequentemente fazemos perguntas do tipo se alguma coisa tem relação com outra. Estatisticamente

Leia mais

1 Introdução 1.1. Descrição do problema

1 Introdução 1.1. Descrição do problema 1 Introdução 1.1. Descrição do problema As organizações existem, pois todos precisam de bens e serviços para viver e são as organizações as responsáveis por produzir esses bens e serviços através do trabalho

Leia mais

4 Análise dos resultados

4 Análise dos resultados 4 Análise dos resultados 4.1. Exame dos dados Convém examinar os dados antes de conduzir qualquer análise, pois é possível obter várias informações relevantes relacionadas às suas características (Hair

Leia mais

RESUMO EXPANDIDO 1 PROPÓSITO CENTRAL DO TRABALHO

RESUMO EXPANDIDO 1 PROPÓSITO CENTRAL DO TRABALHO Avaliação Da Satisfação Das Consumidoras Do Varejo de Roupas e Calçados Feminino de Candelária/RS Lilian Alves (lilianalves@mx2.unisc.br) Dr. Carlos Alberto Mello Moyano (carlos@unisc.br) Universidade

Leia mais

Administração. Clima Organizacional. Professor Rafael Ravazolo.

Administração. Clima Organizacional. Professor Rafael Ravazolo. Administração Clima Organizacional Professor Rafael Ravazolo www.acasadoconcurseiro.com.br Administração Aula XX CLIMA ORGANIZACIONAL Principais definições Toro (2001): consiste nas percepções compartilhadas

Leia mais

Professora: Cira Souza Pitombo. Disciplina: Aplicações de técnicas de análise de dados

Professora: Cira Souza Pitombo. Disciplina: Aplicações de técnicas de análise de dados UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E URBANA Apresentação do Curso Introdução Professora: Cira Souza Pitombo Disciplina: Aplicações de técnicas de análise

Leia mais

A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO DE TRABALHO NO IMPACTO DO TREINAMENTO NO DESEMPENHO DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS

A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO DE TRABALHO NO IMPACTO DO TREINAMENTO NO DESEMPENHO DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO DE TRABALHO NO IMPACTO DO TREINAMENTO NO DESEMPENHO DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS INTRODUÇÃO MESTRANDA: GEORGYA ARAUJO DA SILVA ORIENTADORA: PROFª. LUCIANA MOURÃO Em uma economia de

Leia mais

4 Análise dos. dados. versão abaixo. arrependimento

4 Análise dos. dados. versão abaixo. arrependimento 4 Análise dos dados Esta parte apresentaa os resultados obtidos neste trabalho. Serão detalhados os procedimentos estatísticos e as análises utilizadas. A variável independente é a motivação de compra

Leia mais

Validação da versão portuguesa da Situational Motivation Scale (SIMS) em contextos académicos

Validação da versão portuguesa da Situational Motivation Scale (SIMS) em contextos académicos XII Congresso Internacional Galego- Português de Psicopedagogia Validação da versão portuguesa da Situational Motivation Scale () em contextos académicos Vítor Gamboa * (vgamboa@ualg.pt) Sandra Valadas*

Leia mais

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1 SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1 Angélica Tamires Gasparin Casalini Zweigle 2, Marisandra Da Silva Casali 3. 1 Trabalho de conclusão de curso realizado no ano de 2014

Leia mais

Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem

Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem Elisabete Borges 1 2 3 4 & Margarida Abreu 5 1 Escola Superior de enfermagem do Porto, Professora Adjunta, (elisabete@esenf.pt); 2 Escola de Enfermagem

Leia mais

3 Método Tipo de pesquisa

3 Método Tipo de pesquisa 3 Método Este capítulo descreve a metodologia adotada neste trabalho: o tipo de pesquisa, os construtos mensurados, a delimitação da população estudada, o processo de amostragem, a escolha das escalas

Leia mais

19/07/2016. Aula 9. Gestão do Desempenho. Prof. Lucia B. Oliveira. Prof. Lucia B. Oliveira. Agenda. Seminário. Prof. Lucia B.

19/07/2016. Aula 9. Gestão do Desempenho. Prof. Lucia B. Oliveira. Prof. Lucia B. Oliveira. Agenda. Seminário. Prof. Lucia B. Aula 9 Gestão do Desempenho Agenda 1 Seminário 2 Gestão do Desempenho 1 Seminário 4 Getting 360-Degree Feedback Right Maury A. Peiperl Harvard Business Review, 2001. Gestão do Desempenho 2 Gestão Estratégica

Leia mais

Epidemiologia na Construção da Saúde para Todos: Métodos para um Mundo em Transformação

Epidemiologia na Construção da Saúde para Todos: Métodos para um Mundo em Transformação Epidemiologia na Construção da Saúde para Todos: Métodos para um Mundo em Transformação Validade de construto da escala reduzida de estresse no trabalho no Estudo Pró-Saúde: análise fatorial confirmatória

Leia mais

Ralph S. Silva

Ralph S. Silva ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA Ralph S Silva http://wwwimufrjbr/ralph/multivariadahtml Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Sumário Revisão:

Leia mais

Motivação Página 1. Motivação

Motivação Página 1. Motivação Motivação Página 1 Objetivo: Entender o processo de motivação; descrever as teorias da motivação mais antigas e explicar como as teorias contemporâneas sobre motivação se completam mutuamente. Referências:

Leia mais

9 Uma Análise Comparativa: TCT, TRI e TRIN

9 Uma Análise Comparativa: TCT, TRI e TRIN 9 Uma Análise Comparativa: TCT, TRI e TRIN Este capítulo apresenta a descrição e a análise dos resultados obtidos pela aplicação dos modelos da Teoria Clássica dos Testes, do modelo unidimensional logístico

Leia mais

Fatores Psicossociais de Risco no Trabalho nos Fisioterapeutas Portugueses: Resultados da Validação Fatorial do Inquérito Saúde e Trabalho

Fatores Psicossociais de Risco no Trabalho nos Fisioterapeutas Portugueses: Resultados da Validação Fatorial do Inquérito Saúde e Trabalho Fatores Psicossociais de Risco no Trabalho nos Fisioterapeutas Portugueses: Resultados da Validação Fatorial do Inquérito Saúde e Trabalho L. Simões Costa a, M. Santos b a ESTESC-Coimbra Health School,

Leia mais

O indivíduo na organização

O indivíduo na organização Aula 2 O indivíduo na organização 1 Agenda Valores Atitudes Percepção Personalidade 2 1 Valores Valores Representam convicções básicas de que um modo específico de conduta ou de condição de existência

Leia mais

RAMO DE AUTOMÓVEIS EM PALMAS-TO

RAMO DE AUTOMÓVEIS EM PALMAS-TO RAMO DE AUTOMÓVEIS EM PALMAS-TO 1 2 3 6 Resumo Este trabalho busca estudar um dos mais complexos elementos do comportamento seja na cultura, crença, classe social entre outros, o clima organizacional analisa

Leia mais

Análise estatística multivariada

Análise estatística multivariada Análise estatística multivariada Conjunto de procedimentos para a análise simultânea de duas ou mais medidas de cada caso/observação Os dados coletados p variáveis - de uma amostra de tamanho n podem ser

Leia mais

1 Introdução 1.1. Descrição do problema

1 Introdução 1.1. Descrição do problema 1 Introdução 1.1. Descrição do problema As empresas, na busca por melhores desempenhos, têm dado especial atenção ao comprometimento dos seus empregados no trabalho. A base para este interesse é a crença

Leia mais

4 Resultados 4.1. Efeitos sobre Rentabilidade

4 Resultados 4.1. Efeitos sobre Rentabilidade 23 4 Resultados 4.1. Efeitos sobre Rentabilidade A metodologia de Propensity Score Matching (PSM) tem como finalidade tornar os grupos de controle e tratamento comparáveis. Para tanto, tal metodologia

Leia mais

6 Conclusões e Recomendações

6 Conclusões e Recomendações 6 Conclusões e Recomendações Como o tradicional modelo ideal de masculinidade vem sendo questionado pelo mainstream e novas formas de identidades masculinas vêm sendo ofertadas a partir da ênfase no paradigma

Leia mais

PESQUISA DE MERCADO. Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza

PESQUISA DE MERCADO. Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza PESQUISA DE MERCADO Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza Pesquisa de Mercado no Contexto de Marketing É uma ferramenta para tornar as decisões a respeito do Mix de Marketing mais seguras. Algumas dúvidas envolvidas

Leia mais

Palavras-chave: Comprometimento de continuação, entrincheiramento organizacional, sobreposição conceitual e empírica

Palavras-chave: Comprometimento de continuação, entrincheiramento organizacional, sobreposição conceitual e empírica Do Comprometimento de Continuação ao Entrincheiramento Organizacional: Evidências de Sobreposição entre os Construtos Autoria: Ana Carolina de Aguiar Rodrigues, Antônio Virgílio Bittencourt Bastos Na agenda

Leia mais

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas 7 Conclusões Esta tese teve por objetivo propor e testar um modelo analítico que identificasse como os mecanismos de controle e as dimensões da confiança em relacionamentos interorganizacionais influenciam

Leia mais

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI Sumário PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI CAPÍTULO 1 O processo de pesquisa e os enfoques quantitativo e qualitativo rumo a um modelo integral... 2 Que enfoques foram apresentados

Leia mais

02/12/2014. Aula 10. Gestão do Desempenho. Prof. Lucia B. Oliveira. Prof. Lucia B. Oliveira. Agenda. Seminário. Prof. Lucia B.

02/12/2014. Aula 10. Gestão do Desempenho. Prof. Lucia B. Oliveira. Prof. Lucia B. Oliveira. Agenda. Seminário. Prof. Lucia B. Aula 10 Gestão do Desempenho Agenda 1 Seminário 2 Gestão do Desempenho 1 Seminário 4 Getting 360-Degree Feedback Right Maury A. Peiperl Harvard Business Review, 2001. Gestão do Desempenho 2 Gestão Estratégica

Leia mais

Análise de dados, tipos de amostras e análise multivariada

Análise de dados, tipos de amostras e análise multivariada Les-0773: ESTATÍSTICA APLICADA III Análise de dados, tipos de amostras e análise multivariada AULA 1 12/05/17 Prof a Lilian M. Lima Cunha Maio de 2017 Introdução O que significa o termo estatística? No

Leia mais

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação Fatores de Motivação

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação Fatores de Motivação Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação Fatores de Motivação Insight.lideracoaching.com.br 1 Introdução A Avaliação A Avaliação dos Fatores de Motivação da Spectrum Assessments Internacional

Leia mais

Comprometimento Organizacional, Relações Interpessoais e Desempenho No Trabalho

Comprometimento Organizacional, Relações Interpessoais e Desempenho No Trabalho Comprometimento Organizacional, Relações Interpessoais e Desempenho No Trabalho Organizational Commitment, Interpersonal Relationships and Work Performance Aline Ortiz Rauber Acadêmica do Curso de Psicologia

Leia mais

Entrincheiramento Organizacional: Construção e Validação da Escala

Entrincheiramento Organizacional: Construção e Validação da Escala disponível em www.scielo.br/prc Entrincheiramento Organizacional: Construção e Validação da Escala Organizational Entrenchment: Scale Development and Validation Ana Carolina de Aguiar Rodrigues *, a &

Leia mais

3 Método. 3.1 Tipo de pesquisa

3 Método. 3.1 Tipo de pesquisa 3 Método Este capítulo descreve o método adotado: o tipo de pesquisa, os construtos mensurados e escolha das escalas de mensuração de cada variável, a delimitação da população estudada, o processo de amostragem,

Leia mais

Definições. Tarefa: atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Cargos simples e repetitivos.

Definições. Tarefa: atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Cargos simples e repetitivos. Desenho de Cargos 1 Definições Tarefa: atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Cargos simples e repetitivos. Atribuição: atividades individualizadas, executadas por um ocupante

Leia mais

Exigências laborais associadas ao stress profissional e bem-estar laboral: O papel moderador da coesão grupal percebida

Exigências laborais associadas ao stress profissional e bem-estar laboral: O papel moderador da coesão grupal percebida Departamento de Psicologia Social e das Organizações Exigências laborais associadas ao stress profissional e bem-estar laboral: O papel moderador da coesão grupal percebida Rita Menezes dos Santos Dissertação

Leia mais

5 Apresentação e Análise dos Resultados

5 Apresentação e Análise dos Resultados 5 Apresentação e Análise dos Resultados Este capítulo tem como objetivo descrever, analisar e tratar os dados coletados, de forma a possibilitar a obtenção da resposta ao problema de pesquisa. Dessa forma

Leia mais

Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Rui Pereira A. Cristina Guerra M.ª José Peixoto Teresa Martins M.ª Céu Barbieri A. Vaz Carneiro Escola

Leia mais

RESUMO EXPANDIDO 1 PROPÓSITO CENTRAL DO TRABALHO

RESUMO EXPANDIDO 1 PROPÓSITO CENTRAL DO TRABALHO Relação da Gestão dos Recursos, Orientação Empreendedora, Capacidades Dinâmicas e o Desempenho Organizacional: Um Estudo no Setor Metalmecânico de Caxias do Sul Deise Taiana de Ávila Dias (deiset.dias@gmail.com)

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINAS

PROGRAMA DE DISCIPLINAS UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA SUPERINTENDÊNCIA ACADÊMICA SECRETARIA GERAL DOS CURSOS PROGRAMA DE DISCIPLINAS FCH069 CÓDIGO N O M E DISCIPLINAS PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO I CARGA HORÁRIA ASSINATURA

Leia mais

Coeficiente de determinação R 2 no modelo de regressão linear normal

Coeficiente de determinação R 2 no modelo de regressão linear normal Coeficiente de determinação R 2 no modelo de regressão linear normal Fernando Lucambio Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná Curitiba/PR, 81531 990, Brasil email: lucambio@ufpr.br

Leia mais

Aula 2 Uma breve revisão sobre modelos lineares

Aula 2 Uma breve revisão sobre modelos lineares Aula Uma breve revisão sobre modelos lineares Processo de ajuste de um modelo de regressão O ajuste de modelos de regressão tem como principais objetivos descrever relações entre variáveis, estimar e testar

Leia mais

COMPROMETIMENTO E CARREIRA: Estudo de Caso em uma Instituição Pública Federal de Pesquisa

COMPROMETIMENTO E CARREIRA: Estudo de Caso em uma Instituição Pública Federal de Pesquisa COMPROMETIMENTO E CARREIRA: Estudo de Caso em uma Instituição Pública Federal de Pesquisa Ana Regina Ferreira 1, Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci 2 1 Universidade de Taubaté, Aluna do Programa de Mestrado

Leia mais

Teoria da Administração

Teoria da Administração Teoria da Administração RAD-0111 Bibliografia Filipe Sobral, Alketa Peci. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro, cap.7 Direção Objetivos da aula Definir os conceitos de direção e de comportamento

Leia mais

Avaliação de Desempenho Organizacional

Avaliação de Desempenho Organizacional Avaliação de Desempenho Organizacional O que é avaliar? Avaliar significa julgar alguma atitude ou atividade de forma qualitativa, podendo-se transcrever essa percepção com o auxílio de informações quantitativas

Leia mais

Fundamentos da Direção

Fundamentos da Direção Aula 7 Direção Fundamentos da Direção Inerente a qualquer organização está a necessidade de gerir esforços individuais em função de objetivos organizacionais. A direção é a função da administração responsável

Leia mais

Aspectos Contextuais e Desempenho Escolar

Aspectos Contextuais e Desempenho Escolar Aspectos Contextuais e Desempenho Escolar Aspectos Contextuais e Desempenho Escolar Subsídios para a reflexão sobre a prática escolar Palestrante: Luiz Vicente Fonseca Ribeiro Equipe de Análises Educacionais

Leia mais

Clima Organizacional

Clima Organizacional slide 1 Clima Organizacional Maria Cristina Bohnenberger cristin@feevale.br Conceitos de Clima organizacional É a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos

Leia mais

Análise de Regressão

Análise de Regressão Análise de Regressão Tópicos em Avaliação de Desempenho de Sistemas Aline Oliveira Camila Araujo Iure Fé Janailda aso2@cin.ufpe.br cga2@cin.ufpe.br isf2@cin.ufpe.br jbs4@cin.ufpe.br Agenda Parte I: Contextualização

Leia mais

O efeito interacção em modelos de equações estruturais

O efeito interacção em modelos de equações estruturais O efeito interacção em modelos de equações estruturais Maria de Fátima Salgueiro - ISCTE Business School, Lisboa fatima.salgueiro@iscte.pt XIV Congresso Anual da SPE - Covilhã 2006 XIV CONGRESSO DA SPE

Leia mais

Fatores associados à depressão relacionada ao trabalho de enfermagem

Fatores associados à depressão relacionada ao trabalho de enfermagem Estudos de Psicologia Fatores associados à depressão relacionada ao trabalho de enfermagem Marcela Luísa Manetti Maria Helena Palucci Marziale Universidade de São Paulo Ribeirão Preto Resumo ao trabalho

Leia mais

5 Conclusões e sugestões

5 Conclusões e sugestões 5 Conclusões e sugestões O presente trabalho teve como objetivo avaliar o contexto de trabalho e refletir sobre melhores práticas para promoção de bem-estar no trabalho, eficiência e eficácia dos processos

Leia mais

Rio de Janeiro, 31 de março de (Finalizando a aula anterior) AULA 3: A IMPORTÂNCIA DO INSTRUMENTO A VALIDADE DE CONTUDO DE UMA ESCALA

Rio de Janeiro, 31 de março de (Finalizando a aula anterior) AULA 3: A IMPORTÂNCIA DO INSTRUMENTO A VALIDADE DE CONTUDO DE UMA ESCALA Prof. Landeira-Fernandez Bioestatística Rio de Janeiro, 31 de março de 2014. (Finalizando a aula anterior) AULA 3: A IMPORTÂNCIA DO INSTRUMENTO A VALIDADE DE CONTUDO DE UMA ESCALA Quando constrói uma nova

Leia mais

AULA 07 Inferência a Partir de Duas Amostras

AULA 07 Inferência a Partir de Duas Amostras 1 AULA 07 Inferência a Partir de Duas Amostras Ernesto F. L. Amaral 10 de setembro de 2012 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fonte: Triola,

Leia mais

Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21. Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23

Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21. Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23 SUMÁRIO Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21 Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23 Natureza da pesquisa 23 Métodos não científicos e científicos de solução de problemas 30 Modelos

Leia mais

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL INFLUÊNCIA CULTURAL NO VALOR SUBJETIVO EM NEGOCIAÇÃO: ESTUDO COMPARATIVO

Leia mais

PERCEÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, CAPITAL PSICOLÓGICO E DESEMPENHO

PERCEÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, CAPITAL PSICOLÓGICO E DESEMPENHO 1 PERCEÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, CAPITAL PSICOLÓGICO E DESEMPENHO Susana Leal susana.leal@esg.ipsantarem.pt Orientação de: Prof. Arménio Rego (Universidade de Aveiro) Prof. Arnaldo Coelho (Universidade

Leia mais

Avaliação Monte Carlo do teste para comparação de duas matrizes de covariâncias normais na presença de correlação

Avaliação Monte Carlo do teste para comparação de duas matrizes de covariâncias normais na presença de correlação Avaliação Monte Carlo do teste para comparação de duas matrizes de covariâncias normais na presença de correlação Vanessa Siqueira Peres da Silva 1 2 Daniel Furtado Ferreira 1 1 Introdução É comum em determinadas

Leia mais

3 Metodologia. 3.1 Tipo de Pesquisa

3 Metodologia. 3.1 Tipo de Pesquisa 3 Metodologia Neste capítulo será explicado em profundidade o método utilizado e a classificação do tipo de pesquisa. Serão descritos o universo e a seleção da amostra, o método de coleta de dados empregado,

Leia mais

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA PROFESSOR : Romilson Lopes Sampaio PESQUISA Pesquisa é o conjunto de investigações,

Leia mais

O Torcedor-Consumidor: Identificação com os Clubes e Barreiras para a Adoção do Programa Sócio Torcedor

O Torcedor-Consumidor: Identificação com os Clubes e Barreiras para a Adoção do Programa Sócio Torcedor Leandro de França Pereira O Torcedor-Consumidor: Identificação com os Clubes e Barreiras para a Adoção do Programa Sócio Torcedor Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação

Leia mais

3 Metodologia Tipo de pesquisa

3 Metodologia Tipo de pesquisa 3 Metodologia Este capítulo está dividido em seis seções que descrevem a metodologia empregada neste estudo. A primeira seção refere-se à classificação da pesquisa quanto ao seu tipo, em seguida são apresentados

Leia mais

Nesse capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada.

Nesse capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada. 4 Resultados Nesse capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada. Na primeira parte do capítulo serão exibidas as características demográficas e transacionais dos respondentes da amostra.

Leia mais

3 METODOLOGIA Tipo de Pesquisa

3 METODOLOGIA Tipo de Pesquisa 48 3 METODOLOGIA Neste capítulo são apresentados detalhes a respeito das seguintes questões metodológicas: O tipo de pesquisa, com suas classificações e conceitos; O universo e a amostra focados na pesquisa,

Leia mais

3 Metodologia da Pesquisa

3 Metodologia da Pesquisa 50 3 Metodologia da Pesquisa 3.1 Tipo da Pesquisa O Tipo de pesquisa utilizada foi a pesquisa qualitativa. Segundo Wolcott (2001 apud CRESWELL, 2007) a pesquisa qualitativa é interpretativa, ou seja, o

Leia mais

Bases do Comprometimento da Geração Y em uma Empresa Pública: um estudo de caso

Bases do Comprometimento da Geração Y em uma Empresa Pública: um estudo de caso 1 Roberto Alves da Silva Bases do Comprometimento da Geração Y em uma Empresa Pública: um estudo de caso Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Administração de

Leia mais

ABORDAGEM COMPORTAMENTAL

ABORDAGEM COMPORTAMENTAL ABORDAGEM COMPORTAMENTAL Desdobramentos da Escola de Relações Humanas o Kurt Lewin Dinâmica de grupo (1935) o Chester Barnard As funções do executivo (1938) o George Homans Sociologia funcional de grupo

Leia mais

Juliana Werneck Rodrigues. Comprometimento e Intenção de Troca O Consumidor e a Marca. Dissertação de Mestrado

Juliana Werneck Rodrigues. Comprometimento e Intenção de Troca O Consumidor e a Marca. Dissertação de Mestrado Juliana Werneck Rodrigues Comprometimento e Intenção de Troca O Consumidor e a Marca Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Administração de Empresas da PUC-Rio

Leia mais

i j i i Y X X X i j i i i

i j i i Y X X X i j i i i Mario de Andrade Lira Junior lira.pro.br\wordpress lira.pro.br\wordpress Diferença Regressão - equação ligando duas ou mais variáveis Correlação medida do grau de ligação entre duas variáveis Usos Regressão

Leia mais

SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental Componente curricular: SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL Professor Antônio Ruas 4 créditos 60 horas

Leia mais

DETERMINANTES DA SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES NO SERVIÇO DE CALL CENTER: UM ESTUDO EMPÍRICO COM CONSUMIDORES BRASILEIROS

DETERMINANTES DA SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES NO SERVIÇO DE CALL CENTER: UM ESTUDO EMPÍRICO COM CONSUMIDORES BRASILEIROS Seminário: DETERMINANTES DA SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES NO SERVIÇO DE CALL CENTER: UM ESTUDO EMPÍRICO COM CONSUMIDORES BRASILEIROS Universidade de São Paulo - Instituto de Matemática e Estatística MAE0535

Leia mais

Equações Estruturais: Uma aplicação a perfis de consumidores de café

Equações Estruturais: Uma aplicação a perfis de consumidores de café Equações Estruturais: Uma aplicação a perfis de consumidores de café Gislene Araujo Pereira 1 Letícia Lima Milani 2 Marcelo Ângelo Cirillo 2 4 1 Introdução O café sempre teve um papel importante para a

Leia mais