Reflexões sobre o corpo, o ritmo e a constituição psíquica a partir de um caso clínico

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1 Reflexões sobre o corpo, o ritmo e a constituição psíquica a partir de um caso clínico Marília Sobral Benjamin [1] RESUMO O presente trabalho visa refletir a função sensorial do ritmo como movimento pulsional próprio da constituição psíquica e como elemento organizador da percepção, do corpo e da linguagem. Com base no caso clínico de uma criança de três anos que apresenta sintomas autísticos, procura-se tecer considerações sobre a constituição psíquica e as formas sensoriais de expressão da criança. Nesse caso, elementos como a transferência e a postura para além da interpretação da analista foram fundamentais para que a criança pudesse se presentificar na relação transferencial, de forma própria e criativa. O trabalho clínico tem se mostrado importante para problematizar a teoria psicanalítica em relação ao lugar que o analista ocupa na clínica com a criança autista. O analista é, de início, uma presença corporal coisificada pela criança em termos da sua aparência física, comportamentos, tom de voz, olhar, etc. É notório a agonia da criança autista face às mudanças físicas do analista, tais como, corte de cabelo, tom de voz alterado por uma gripe, mudanças físicas na sala de atendimento, entre outras. A criança autista demonstra se sentir mais acolhida quando o analista pode se manter nesse lugar de uma presença corporal e psíquica que não sofra grandes alterações. Esse fenômeno é discutido nesse trabalho principalmente em função dos aspectos sensoriais do ritmo como movimento pulsional. De forma contígua e criativa, o trabalho vem se desenrolando e mostrando como certos indícios sensoriais da criança vão sendo contextualizados e marcados como ações e vivencias próprias de um sujeito já imerso no mundo da linguagem.

2 Palavras chave: ritmo, corpo, pulsão, autismo, transferência.

3 Reflexões sobre o corpo, o ritmo e a constituição psíquica a partir de um caso clínico Marília Sobral Benjamin História Clínica O relato clínico deste trabalho é sobre uma criança de três anos que apresenta sintomas de sofrimento psíquico grave. Inicialmente, Mônica foi levada pelos pais a outros profissionais para uma avaliação médica geral (neurologia, genética e psiquiatria). Tais profissionais detectaram um atraso global de desenvolvimento (principalmente da linguagem, da interação social e da aprendizagem). Em março de 2005, Mônica foi encaminhada a nossa equipe [2] para avaliação e tratamento psicológicos. Foi realizada uma primeira consulta de avaliação com os pais e a criança pela Dra Maria Izabel Tafuri. Após a discussão sobre o caso em supervisão, resolvemos que a continuidade dos atendimentos seria realizada por mim e o acompanhamento terapêutico por outro membro da equipe. Mônica é a primeira filha de um casal jovem. Nas entrevistas com os pais, eles relataram que a criança não foi amamentada, pois não quis pegar o peito, engatinhou aos 9 meses e andou com 1 ano. Os primeiros sinais de atraso ou problema no desenvolvimento, notado pelos pais, foi a partir de uma mudança para casa da avó paterna com 1 ano e 3 meses, em que Mônica começou a regredir na linguagem oral, começou a se isolar, não brincando com outras crianças e não aceitando o contato próximo de outras pessoas a não ser dos pais. Em torno de 2 anos e meio seu irmão mais novo nasceu. A partir dos primeiros encontros com Mônica, posso resumir algumas observações clínicas realizadas no consultório quanto à linguagem, ao relacionamento

4 da criança com seus pais e ao setting analítico. Com referência à linguagem, percebi que Mônica emitia uma pequena variedade de sons e os pais relataram que, entre esses sons, só identificavam 2 palavras maman e bebê. Ela apresentava comunicação gestual para demonstrar algum incômodo ou necessidade (abrir portas, tirar sapatos, pegar a mamadeira e dar aos pais quando tinha fome). Do relacionamento com os pais, Mônica mantinha contato visual e afetivo. No entanto, não respondia quando era chamada, principalmente quando estava mais isolada. Os pais se mostravam muito preocupados com os cuidados com a criança e se antecipavam a qualquer reação, na tentativa de não lhe causar desconforto. No setting analítico, Mônica evitava o contato visual e a proximidade comigo; apresentava grande agitação motora e diversidade de estereotipias (flappings, andar nas pontas dos pés, rodar em volta de si mesma); choros e gritos frente à dificuldade de permanecer na sala estranha, de portas fechadas e com uma pessoa desconhecida. Mônica só se apaziguava quando escutava algum barulho externo ou quando se isolava tocando algum objeto com as mãos ou com os pés. Ela transitava de uma forma brusca e repentina entre momentos de satisfação autística (ensimesmamento prazeroso), ensimesmamento vazio (fica ausente) eensimesmamento sofrido (choros, gritos e comportamentos agressivos) (TAFURI, 2003). Evolução Clínica Como uma das particularidades do atendimento de Mônica, foi marcante a necessidade em manter e respeitar o próprio ritmo expresso pela criança em suas ações e limitações. O tratamento é recente, com duração de 1 ano e meio, mas já é possível notar mudanças sutis e significativas na particularidade como Mônica se expressa. Aos poucos, Mônica começou a explorar a sala, os brinquedos e a se aproximar mais de meu corpo. Quanto aos brinquedos, há interesse em brincar com uma maior variedade de objetos. Em relação às outras pessoas, Mônica passou a buscar de forma espontânea o prazer compartilhado, principalmente seus familiares (tios, avós e primos).

5 Com o maior reconhecimento do espaço terapêutico e a possibilidade de recorrer ao corpo de alguém próximo, Mônica vem demonstrando capacidade de suportar comportamentos imprevisíveis de outras pessoas e ruídos externos que ela não tem controle. Esta forma de recorrer ao corpo de alguém ocorre, principalmente, quando ela está cansada, doente ou irritada com algo. Nestes momentos, Mônica, encosta totalmente seu corpo na outra pessoa, cheirando e mexendo as mãos em torno do corpo do outro, dando a impressão de reconhecimento e apaziguamento. Considero importante lembrar que alguns comportamentos estereotipados ainda persistem, principalmente quando ela aparenta estar mais agitada e excitada. Nestes momentos, procuro observar o motivo pelo qual ela se apresenta desta forma. Percebo que se trata, em geral, de alguma brincadeira que ela estava fazendo e que, por algum motivo, não tem a continuidade que ela esperava ou previa. Por exemplo: quando está empilhando canetinhas lado a lado e de repente todas caem ou quando ela tenta se expressar e os outros não conseguem perceber o que ela quer. No momento atual, Mônica está sendo incluída em uma escola de ensino regular escolhida pelos pais e com o apoio da equipe terapêutica (terapeuta e AT). Para o período de transição e adaptação na escola, ela será também acompanhada por outra profissional de nossa equipe que realizará o acompanhamento escolar. Reflexões e articulações sobre o caso. A metafísica do corpo se entremostra nas imagens. A alma do corpo modula em cada fragmento sua música de esferas e de essências além de simples carne e simples unhas Em cada silêncio do corpo identifica-se A linha do sentido universal que à forma breve e transitiva imprime a solene marca dos deuses e do sonho (Carlos Drummond de Andrade, Metafísica do Corpo).

6 Ao fazer este recorte do caso, pretendo tecer uma continuidade entre escuta, pensamento e expressão na prática clínica, a partir de uma teorização flutuante (AULAGNIER, 1989). Ressalto que este recorte é trabalhado por meio do campo transferencial constituído entre criança e terapeuta. Assim, três vias de análise são tomadas. A primeira refere-se ao modo como o ritmo é apresentado nos sintomas autísticos da criança. A segunda, como o ritmo permeia a relação transferencial. E a terceira, pensar o ritmo como parte fundamental da constituição psíquica. I O ritmo e os sintomas autísticos da criança Minha alegria, minha dor, minha esperança, meu amor, Tudo se move neste círculo. Um círculo estreito. (Edmund Waller, citado por BETTELHEIM, 1967, p. 253). Para iniciar a discussão sobre o ritmo e a circularidade expressa pelas crianças autistas recorro a algumas considerações em torno deste fenômeno. Na introdução do caso, Bettelheim (1967) refere-se às descrições que Kanner em 1943 faz de uma criança autista e como o girar blocos, panelas e outros objetos redondos exercem um fascínio sobre esta criança. E ainda acrescenta esse círculo no qual as crianças giram eternamente é o mais restrito e o pior de todos os mundos possíveis. Mas, pelo menos gira à sua volta, pertence-lhes. Sair dele, mesmo num triciclo, é se exporem à destruição (BETTELHEIM, 1967, p. 353).

7 Considero que não dá pra negar a existência de sofrimento neste círculo restrito, mas penso que falar dele como o pior de todos os mundos, seja uma impressão neurótica dos que estão de fora. Acessar este círculo e tentar fazer parte dele também não é tarefa fácil. No entanto, tem sido um desafio estimulante quando percebo ser minimamente possível. Na intenção de esclarecer o ritmo, adoto aqui, uma primeira definição de que o ritmo se refere a: 1-Movimento ou ruído que se repete no tempo, a intervalos regulares, com acentos fortes ou fracos. 2- No curso de qualquer processo, variação que ocorre periodicamente de forma regular. (FERREIRA, 1988, p. 448). No caso clínico em questão, o ritmo foi uma questão que me chamou atenção a partir dos movimentos corporais de Mônica. Eles variavam desde a excessiva agitação motora até a aparente graciosidade do rodar em volta de si mesma nas pontas dos pés. De acordo com os momentos e dependendo do estado de Mônica, tais movimentos pareciam ter funções ou representações diversas e eram freqüentemente acompanhados por sons. Por vezes, pareciam expressar a tentativa de se apaziguar na prazerosa repetição de movimentos com seu corpo. É dito aqui prazerosa, pois seus

8 comportamentos, neste momento, eram suaves, ligeiros e ritmados. No entanto, quando demonstrava raiva, irritação ou algum tipo de sofrimento, seus comportamentos eram mais bruscos e violentos, seus movimentos eram caóticos, destruidores e imprevisíveis (derrubava todos os objetos da mesa, me agredia com mordidas, beliscões e puxões de cabelo). Nos momentos prazerosos, percebi que Mônica emita sons mais melódicos e organizados, enquanto nos momentos de desprazer, ela gritava, chorava e emitia sons mais fortes, desde os mais agudos (os gritos) aos mais graves (os grunhidos e os resmungos). Nos momentos em que ela se ausentava, parava de emitir sons, ficando em silêncio e se isolava, no canto do divã atrás de duas almofadas. A dificuldade de lidar com as variações no ambiente era percebida através da necessidade da criança em manter uma mesmice controlada. Para Mônica, era fundamental manter a sala do mesmo jeito, com os objetos no mesmo lugar, o que parecia lhe dar uma sensação de controle, sobretudo das minhas ações. No que concerne ao ritmo, a variação e o movimento são destaques. Porém, tinham momentos que a variação e o movimento assumiam um sentido mais instável, inconstante e descontínuo. Por exemplo, tanto no ensimesmamento sofrido como no

9 ensimesmamento vazio, suas ações eram ou estereotipadas, ou caóticas, ou desorganizadas. Assim, não posso dizer que as ações de Mônica se configuravam num movimento regular e ritmicamente organizado. No ensimesmamento prazeroso, ao contrário, Mônica se expressava pelo ritmo de seus movimentos e de seus sons. Sua expressão tinha cor, tom e textura. O que possibilitou a minha aproximação de Mônica e uma melhor compreensão de suas manifestações. II O ritmo e a relação transferencial As observações das diferentes manifestações da criança e a análise da contratransferência me levaram ao reconhecimento da importância em manter e respeitar a forma que Mônica se expressava. Foi preciso manter a sala e os brinquedos sempre na mesma configuração. Procurei também me manter a uma certa distância, em silêncio, sem interpretações precipitadas e me mostrando sinceramente interessada no que ela fazia. Suportava seus choros, gritos e comportamentos agressivos de maneira contígua. Além disso, na relação com Mônica, tenho demarcado os momentos em que ela está mais presente, de forma própria e criativa, possibilitando abertura a alguns encontros entre nós. Menciono alguns importantes momentos de encontro e criatividade. Por exemplo, na segunda sessão (em março de 2005), Mônica tentava equilibrar um pino fino de madeira em pé, deitando-se e encostando totalmente seu corpo no chão. Logo após algumas tentativas, eu imitei o seu gesto, tentava equilibrar o pino e falei com

10 entusiasmo eba, consegui! ela me olha, sorri e começa a balançar as pernas com entusiasmo. Outro momento clínico importante aconteceu três meses adiante (em junho de 2005). Após trocar a fralda de Mônica no início da sessão, a vi olhando para o pote de lenços umedecidos. Percebi que o pote tem a imagem de uma mãe com seu bebê. Naquele dia, quando entrou no consultório, Mônica repetia ma ma ma ma e em seguida be be be be. Neste momento, eu apenas repeti as sonorizações sem perceber um sentido. Mas, com esta encenação, pude lhe falar é a mamãe e o bebê, o que faz ela me olhar rapidamente e cair do divã aonde estava deitada. Em uma sessão em janeiro de 2006 (com 10 meses de atendimento), estávamos empilhando potinhos coloridos, de diferentes tamanhos, quando um caiu. Com isso, perguntei cadê o pote vermelho, caiu? Cadê, Mônica?. A criança parecia me escutar, até que indiquei a direção achei! Tá logo ali atrás da mesa.... Neste momento, Mônica tirou a cadeira do caminho, pegou o pote, me olhou e deu continuidade à brincadeira. Em recortes como esses, observo o quanto há movimento, alternância, prazer, sexualidade, compartilhamento de sensações. Embora as experiências de Mônica (sensações, percepções e até mesmo pensamentos) surjam no corpo de forma anárquica ou repetitiva [3], posso observar indícios de um ritmo contextualizado, de uma relação com o outro e, até mesmo, de um diálogo, de um jogo. Contudo, é apenas no contexto da relação transferencial que as ações e vivências do setting analítico podem ser articuladas, erotizadas e podem assumir um caráter de comunicação. O que leva a Mônica, cada vez mais, tomar iniciativa nas brincadeiras e pronunciar-se na relação. Portanto, o objetivo do trabalho, não se restringe somente à produção da linguagem e de sentido, mas visa enfatizar o ritmo como sendo um dos elementos que circunscrevem a particularidade da transferência e os seus limites. III O ritmo e a constituição psíquica

11 Para pensar a constituição psíquica, tomo a direção do paradigma da clínica psicanalítica de bebês e crianças que leva ao questionamento das fronteiras entre corpo e psiquismo, entre expressividade e linguagem, entre realidade psíquica e realidade material. É o momento privilegiado em que as estruturas fundamentais estão se constituindo. Para isso, retomo Freud e alguns autores contemporâneos para falar da constituição e do funcionamento do psiquismo. Tafuri (2003) e Ogden (1989) são considerados na medida em que apontam uma ampliação de perspectiva. Estes autores alertam que mesmo antes de uma fundação do inconsciente, propriamente dita, e da representação psíquica, há um certo tipo de organização psicológica primitiva, como um modo contínuo e progressivo de gerar experiências. Em ambos há uma ênfase na base corporal do psiquismo, em que os dados sensoriais são ordenados continuamente a partir das primeiras experiências de satisfação do sujeito com seu objeto de amor. Tafuri (2003) traz à tona importantes discussões sobre conceitos como Lust, autismo, auto-erotismo, narcisismo normal e patológico, etc. Em termos gerais, notei como a escuta clínica é uma questão primordial que a criança autista nos coloca. Uma escuta, totalmente diferenciada, sem parâmetros e que privilegia o nãosentido e as sensações. Por uma perspectiva complementar, Ogden (1989) introduz o termo posição autista-contígua para denominar essa organização psicológica primitiva como base integral do desenvolvimento normal. É possível notar como ele articula três formas importantes de falar de sobre as primeiras experiências do ser humano. A primeira delas é o pensamento freudiano sobre o aparelho psíquico (o intrapsíquico de Freud e seu funcionamento de base dinâmica e econômica). A segunda é a contribuição de Melanie Klein sobre as posições depressiva e esquizo-paranóide. A terceira é sobre as noções de Winnicott sobre a necessidade do bebê em dar continuidade às suas experiências com a mãe.

12 Ao seguir nessa relação entre o psíquico e o corporal, considero que o ritmo ocorre permeando e organizando as primeiras experiências sensoriais do ser humano, o que permite caracterizá-lo como pulsional. Tendo em vista que a pulsão (Trieb) aparece como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o corpo. (FREUD, 1915, p. 127). Aliada ao conceito de pulsão, a noção freudiana de Lust é retomada como base para ir além da representação, abordando a constituição e o movimento pulsional. Já que esta noção é também um conceito-limite que se situa na base da pulsão e se caracteriza pelo psíquico no seu nascedouro, pela vivacidade e espontaneidade das sensações corpóreas. Para Freud (1905), pulsão, Lust e auto-erotismo são noções fundamentais para a compreensão da sexualidade infantil. Ao falar sobre auto-erotismo, Freud o apresenta como traço marcante na revivência e na continuidade das sensações prazerosas. Por exemplo, na manifestação do chuchar no latente:... o ato da criança que chucha [4] é determinado pela busca de um prazer já vivenciado e agora relembrado. No caso mais simples, portanto, a satisfação é encontrada mediante a sucção rítmica de alguma parte da pele ou da mucosa. É fácil adivinhar também em que ocasiões a criança teve as primeiras experiências desse prazer que agora se esforça por renovar. A primeira e mais vital das atividades da criança mamar no seio materno (ou em seus substitutos) há de tê-la familiarizado com esse prazer. (FREUD, 1905, P. 171, grifo nosso). No contexto da sexualidade infantil, esta sensação contínua e progressiva que brota e satisfaz-se no próprio corpo, visa a atividade e não o objeto. Ou seja, designa o que há de mais imediato e irredutível na sensação. No caso de autismos, ainda não

13 podemos falar que esta vivência de sensações prazerosas, próprias da satisfação autística, já se configurem num auto-erotismo. Na verdade, embora haja erotismo, ainda não há um auto que organize e integre as pulsões parciais. O artigo de Freud (1911), Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental, é como um guia do pensamento sobre os processos psíquicos inconscientes, cuja peculiaridades entramos em contato com nossos pacientes. Tais processos são considerados os mais antigos e primários, seguem uma tendência dominante guiada pelo princípio de prazer e desprazer e são remanescentes de uma fase de desenvolvimento na qual eram os únicos existentes. No entanto, a instauração do princípio de realidade leva à sobreposição do princípio de prazer, o que resulta uma série de conseqüências psíquicas. A partir do momento em que as pulsões sexuais encontram impedimentos à satisfação, o sujeito passa a conceber as situações reais do mundo externo, através de um afastamento da realidade e de uma satisfação momentânea na fantasia. A satisfação momentânea e imaginária é retida por um certo tempo pela continuidade do autoerotismo, no lugar da satisfação real, que exige esforço e adiamento. Apesar da importância da fantasia na vida psíquica, Freud lembra que mesmo no reino do fantasiar, o recalque permanece onipotente, ocasionando a inibição de idéias ou representações que possam dar margem a liberações de desprazer, antes que elas sejam notadas pela consciência. (FREUD, 1911, p. 241). Neste pensar freudiano, com base nas neuroses e psicoses (afastamento da realidade ou perda da realidade pela fantasia ou pelo delírio) e na linguagem dos sonhos (a partir dos pressupostos de inconsciente, de sonho e, especialmente, do recalque), questiono: que mecanismo ocorre no autismo neste afastamento da realidade, que não pode ainda ser caracterizado como recalque? Na tentativa de responder tal pergunta, me baseio em duas noções freudianas: a metáfora do ovo de pássaro e o desamparo infantil. O desamparo infantil [5] se refere ao momento em que o bebê não dá conta por si só de responder as necessidades impostas pelo seu corpo. Além de uma ação específica, o bebê apela à presença de uma outra

14 pessoa para poder satisfazê-lo. Por meio do choro, do grito, do movimento de procurar o seio, o bebê convida a participação da mãe (FREUD, 1950 [1895], p. 370). De forma complementar, a metáfora do ovo de pássaro (FREUD, 1911, p. em nota de rodapé p. 238) é entendida como um sistema quase fechado de sensações e primeiras vivências do bebê. Neste funcionamento, o bebê procura dar continuidade às sensações prazerosas que teve na presença da mãe, passando a criar uma zona de ilusão, isolando-se do mundo externo. A partir desta via dupla de funcionamento psíquico penso o mecanismo que ocorre no autismo como algo próprio de uma constituição primeira que se fixou, impossibilitando a continuidade do desenvolvimento da criança. Consideramos o autismo, portanto como um apelo real de sobrevivência. Já que o desamparo e o sistema quase fechado, funcionando em conjunto, permitem tanto a sobrevivência como o senso de ser do bebê [6]. Logo, o desamparo, na busca de satisfação pelo outro e a satisfação autística, na tentativa de continuidade das sensações prazerosas são experiências marcantes e decisivas da constituição psíquica (TAFURI, 2004). Portanto, o encontro clínico com Mônica, assim como o encontro da mãe com o bebê, está intimamente relacionado com as sensações experimentadas (pela mãe ou pela terapeuta) ao presenciar o outro desamparado, e, posteriormente, isolado, ensimesmado. Parece ter ocorrido uma ruptura no processo de organização rítmico, contínuo e progressivo das experiências primeiras, sendo uma ruptura antes do recalque e sem possibilidades de representação. Considerações Finais Ao relatar o caso, procurei descrever a situação de vulnerabilidade e de crucial necessidade de suporte para sobrevivência psíquica, tão presente nos sofrimentos psíquicos graves, em especial, nos autismos. Pelo sofrimento ser tão subjetivo, indefinido e multifacetado, foi fundamental uma mudança de lugar na clínica. As sensações experimentadas diante de Mônica e com ela, me levaram a uma posição

15 específica de escuta e receptividade: permanecendo do lado do infantil, do inconsciente, do que não se diz, acompanhando os sujeitos em seu sofrimento e vivenciando o caos, o silêncio e o não-sentido. Estar diante de alguém em desamparo e isolamento é inquietante. Somente a partir desta experiência de encontro com o paciente, da supervisão e da análise pessoal que foi possível compreender melhor os fenômenos, trabalhando a transferência e abrindo um novo caminho para o trabalho analítico. Ver algo de estético, deixando-se permear pelo ritmo, pela sonoridade e pela musicalidade, vias que têm essencialmente direcionado meu trabalho.

16 Referências Bibliográficas AULAGNIER, Piera. O aprendiz e de historiador e o mestre feiticeiro. São Paulo: Escuta, BETTELHEIM, Bruno. A fortaleza vazia. São Paulo: Martins Fontes, FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, FREUD, Sigmund. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção geral de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. VII. (1911). Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção geral de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XII. (1915). Os instintos e suas vicissitudes. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção geral de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XIV [1895]. Projeto para uma psicologia científica. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção geral de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. I. HANNS, Luiz Alberto. Dicionário comentado do alemão. Rio de Janeiro: Imago, OGDEN, Thomas H. The primitive edge of experience. Northvale: Jason Aronson, 1989.

17 TAFURI, Maria Izabel. Dos sons à palavra: explorações sobre o tratamento psicanalítico da criança autista. Brasília. ABRAFIPP, A Metáfora Freudiana do Ovo de Pássaro e o Autismo Normal em Bebês. In: V Encontro Nacional sobre os Bebês, 2004, Belo Horizonte. V Encontro Nacional sobre os Bebês. São Paulo: Casa do Psicólogo, [1] A autora é psicóloga clínica formada pela Universidade de Brasília, mestranda do Departamento de Psicologia Clínica (PCL), orientada pela Dra. Maria Izabel Tafuri. È também integrante do grupo de pesquisa do Laboratório de Psicopatologia e Psicanálise e atende no Centro de Atendimento e de Estudos Psicológicos (CAEP), ambos da Universidade de Brasília. [2] Esta equipe se refere aos profissionais e estudantes que participam do grupo de pesquisa do Laboratório de Psicopatologia e Linguagem da Universidade de Brasília, sob orientação da Dra. Maria Izabel Tafuri. [3] Essa consideração está relacionada ao conceito de Lust. De acordo com o dicionário de Hanns (1996) e retomado por Tafuri (2003), Lust é um prazer que circula na imediaticidade de sensações difusas que brotam e se renovam incessantemente no corpo durante ações prazerosas. [4] Em alemão chuchar é Lustschen. [5] Essa idéia é chamada por Freud de desamparo inicial. Refere-se à descrição da experiência de satisfação, exemplificada pela função do grito da criança quando sente alguma alteração interna (fome, desconforto). O grito assume um caráter de comunicação na medida em que é dirigido a uma pessoa experiente que lhe ajuda. [6] Aqui, o termo sobrevivência é usado no sentido de satisfazer as necessidades corporais e nutricionais do bebê e senso de ser, no sentido de fundação e constituição psíquica do bebê.

8. Referências bibliográficas

8. Referências bibliográficas 8. Referências bibliográficas ABRAM, J. (2000). A Linguagem de Winnicott. Revinter, Rio de Janeiro. ANDRADE, V. M. (2003). Um diálogo entre a psicanálise e a neurociência. Casa do Psicólogo, São Paulo.

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