Superior Tribunal de Justiça

Transcrição

1 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº PR (2011/ ) RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA 2A VARA CRIMINAL DE PARANAGUÁ - PR SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DE PARANAGUÁ - SJ/PR INTERES. : JUSTIÇA PÚBLICA INTERES. : EM APURAÇÃO EMENTA CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DESENVOLVIMENTO CLANDESTINO DE ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÃO. CRIME COMETIDO A BORDO DE NAVIO ANCORADO NO PORTO DE PARANAGUÁ. SITUAÇÃO DE POTENCIAL DESLOCAMENTO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. A Constituição Federal, em seu art. 109, IX, expressamente aponta a competência da Justiça Federal para processar e julgar "os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar". 2. Em razão da imprecisão do termo "navio" utilizado no referido dispositivo constitucional, a doutrina e a jurisprudência construíram o entendimento de que "navio" seria embarcação de grande porte o que, evidentemente, excluiria a competência para processar e julgar crimes cometidos a bordo de outros tipos de embarcações, isto é, aqueles que não tivessem tamanho e autonomia consideráveis que pudessem ser deslocados para águas internacionais. 3. Restringindo-se ainda mais o alcance do termo "navio", previsto no art. 109, IX, da Constituição, a interpretação que se dá ao referido dispositivo deve agregar outro aspecto, a saber, que ela se encontre em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento. 4. Os tripulantes do navio que se beneficiavam da utilização de centrais telefônicas clandestinas, para realizar chamadas internacionais, pertenciam a embarcação que estava em trânsito no Porto de Paranaguá, o que caracteriza, sem dúvida, situação de potencial deslocamento. Assim, a competência, vista sob esse viés, é da Justiça Federal. 5. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá - SJ/PR. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 1 de 10

2 ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Suscitado, Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá - SJ/PR, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Gurgel de Faria, Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ/SC), Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Felix Fischer, Maria Thereza de Assis Moura e Sebastião Reis Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE). Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Jorge Mussi. Brasília (DF), 22 de abril de 2015 Ministro Rogerio Schietti Cruz Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 2 de 10

3 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº PR (2011/ ) RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA 2A VARA CRIMINAL DE PARANAGUÁ - PR SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DE PARANAGUÁ - SJ/PR INTERES. : JUSTIÇA PÚBLICA INTERES. : EM APURAÇÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ: O JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DE PARANAGUÁ PR suscita conflito de competência diante do reconhecimento da incompetência ratione materiae efetivada pelo JUÍZO FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DE PARANAGUÁ SJ/PR. Extrai-se dos autos que foi instaurado inquérito policial para apurar possível prática do crime de desenvolvimento clandestino de atividades de telecomunicação (art. 183 da Lei n /1997). Os fatos, segundo o relatório do Ministério Público Federal, foram os seguintes (fls ): [...] no dia 07 de maio de 2004, agentes da polícia federal se deslocaram até o Porto de Paranaguá em virtude de denúncia anônima que relatava a prestação de serviços telefônicos não autorizados aos tripulantes, dentro do navio MV SYROS. Neste dia foi preso em flagrante VASSILIOS HALIANIS, com o qual foram apreendidos celulares utilizados para praticar, em tese, a atividade ilícita de telefonia. No entanto, verificou-se que as chamadas realizadas a bordo dos navios, que estavam em trânsito pelo Porto de Paranaguá, eram completadas de centrais clandestinas localizadas fora da orla portuária. Quanto ao modus operandi, fls. 217, os investigados adquiriam os telefones fixos em nome de "laranjas". Assim, quando a operadora não identificava o pagamento das contas telefônicas, normalmente passados 20 a 30 dias, cortava o fornecimento do serviço. Eram então procuradas outras vítimas, para pedir novas linhas, geralmente pessoas desorientadas, de boa-fé, ou que tinham seus documentos extraviados, os quais eram novamente usados para obtenção de novas linhas telefônicas. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 3 de 10

4 Ademais, apurou-se a existência de empresas que locavam aparelhos celulares para prestarem serviços de telefonia a bordo dos navios, sendo que a empresa CASSIMIRO & AGUIAR LTDA [...], era uma delas, nos termos do documento de fls. 217/219. Segundo o engenheiro WALTER COMES CORREA JÚNIOR, contratado para instalar a central de telefonia nessa empresa, declarou às fls. 214 do IPL 45/05 em apenso que a aparelhagem encontrada era usada para fazer ligações internacionais, conforme auto de apreensão às fls. 127/131 do IPL 045/2005. Assim, do aparelho celular, no interior do navio, efetuava-se a ligação para a central telefônica, e esta transmitia a ligação para um "link" da empresa TRANSIT, licenciada a operar com ligações internacionais, fls. 242/248. Ainda, a TRANSIT informou que a empresa LOGACELL - Cassimiro & Aguida Ltda contratou serviço de comunicação multimídia, a qual está ciente da obrigação contratual de não usar o serviço contratado indevidamente ou de maneira fraudulenta ou ilegal, nem auxiliar ou permitir que terceiros o façam, sob pena de rescisão de contrato, sendo-lhe vedado inclusive o fornecimento ou revenda do referido serviço a terceiros, fls. 290/291. Os laudos de Exame de Aparelho Eletrônico registram que todos os celulares que possuiam cartão SIM (ship) eram da operadora CLARO, fls. 337/350, 392/396 e 419/425. Efetivamente, no caso concreto, a mencionada "central telefônica clandestina" (sic) era utilizada apenas para realizar fraudulentamente ligações internacionais, em prejuízo da operadora privada, que não recebia dos responsáveis pelas citadas linhas fixas o pagamento pelos serviços presentados. Resta evidente que a telecomunicação utilizada pela aludida "central" era fornecida pela prestadora de serviço de telefone fixo comutado TRANSIT DO BRASIL LTDA, o que era por esta feito regularmente, nos termos da Lei 9472/97, utilizando-.se celulares da operadora CLARO. Declinada a competência pelo Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá SJ/PR, o Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Paranaguá PR suscitou este conflito de competência, nestes termos (fls ): [...] Não obstante o entendimento lançado na decisão de f. 519 entende-se pela competência da Justiça Federal, apesar de não Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 4 de 10

5 configurada lesão a bens ou serviços de interesse da União. Com efeito, trata-se de condutas praticadas no interior de embarcações ancoradas no Porto de Paranaguá/PR, com desrespeito as normas nacionais referentes às telecomunicações. Tal conclusão tem amparo na previsão do artigo 109, inciso IX, da Carta da República: "Aos juízes federais, compete processar e julgar: IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar". Assim, verificado que o crime tenha-se perpetrado no interior de navio, não importa que esta se encontre aportado ou, ainda, a qualidade da vítima. Além das considerações doutrinárias e jurisprudenciais sobre o tema, tem-se que a regra sobre a competência territorial da lei brasileira, inscrita no artigo 5º, 2º, do Código Penal: "É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil". 4. Desta forma, constatado no caso que eventual estelionato é afronta às normas das telecomunicações foram perpetrados no interior de navios, impõe-se a aplicação da regra de competência da justiça Federal prevista na Constituição da Republica (artigo 109, IX), conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de justiça: [...] Em conclusão, é indiferente a qualidade das pessoas lesadas, constituindo razão suficiente e autônoma para a fixação da competência federal, a implementação da hipótese prevista no inciso IX, do artigo 109, do Texto Maior. Ouvido, manifestou-se o Ministério Público Federal, em parecer subscrito pelo Subprocurador-Geral da República Jair Brandão de Souza Meira, pelo conhecimento do conflito para declarar competente o Juízo estadual suscitado. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 5 de 10

6 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº PR (2011/ ) EMENTA CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DESENVOLVIMENTO CLANDESTINO DE ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÃO. CRIME COMETIDO A BORDO DE NAVIO ANCORADO NO PORTO DE PARANAGUÁ. SITUAÇÃO DE POTENCIAL DESLOCAMENTO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. A Constituição Federal, em seu art. 109, IX, expressamente aponta a competência da Justiça Federal para processar e julgar "os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar". 2. Em razão da imprecisão do termo "navio" utilizado no referido dispositivo constitucional, a doutrina e a jurisprudência construíram o entendimento de que "navio" seria embarcação de grande porte o que, evidentemente, excluiria a competência para processar e julgar crimes cometidos a bordo de outros tipos de embarcações, isto é, aqueles que não tivessem tamanho e autonomia consideráveis que pudessem ser deslocados para águas internacionais. 3. Restringindo-se ainda mais o alcance do termo "navio", previsto no art. 109, IX, da Constituição, a interpretação que se dá ao referido dispositivo deve agregar outro aspecto, a saber, que ela se encontre em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento. 4. Os tripulantes do navio que se beneficiavam da utilização de centrais telefônicas clandestinas, para realizar chamadas internacionais, pertenciam a embarcação que estava em trânsito no Porto de Paranaguá, o que caracteriza, sem dúvida, situação de potencial deslocamento. Assim, a competência, vista sob esse viés, é da Justiça Federal. 5. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá - SJ/PR. VOTO O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator): Como visto no relatório, foi instaurado inquérito policial para Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 6 de 10

7 apurar possível prática do crime previsto no art. 183 da Lei n /1997, que teria ocorrido no interior de navio de procedência estrangeira ancorada no Porto de Paranaguá. A Constituição Federal, em seu art. 109, IX, expressamente aponta a competência da Justiça Federal para processar e julgar "os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar". Em razão da imprecisão do termo "navio", utilizado no referido dispositivo constitucional, a doutrina e a jurisprudência construíram o entendimento de que "navio" seria embarcação de grande porte embarcação seria gênero, do qual navio uma de suas espécies o que, evidentemente, excluiria a competência para processar e julgar crimes cometidos a bordo de outros tipos de embarcações, isto é, aqueles que não tivessem tamanho e autonomia consideráveis que pudessem ser deslocados para águas internacionais (v.g. CC n /SP, rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe 2/3/2005; CC n /PA, rel. Ministro Vicente Leal, DJ 11/12/1995). No caso, é incontroverso que a suposta prática delitiva teria se dado à bordo de embarcação de grande porte (navio). Aliás, segundo o pronunciamento do Ministério Público do Estado do Paraná, o crime teria ocorrido com a participação de vigias portuários, que, por meio de centrais telefônicas clandestinas, permitiam que tripulantes de diversos navios estrangeiros que lá aportavam se utilizassem dos serviços de telefonia a bordo dos navios (fl ). Entretanto, não perco de vista também outro aspecto que tem sido exigido pela jurisprudência desta Corte, consoante se vê no seguinte aresto: CRIMINAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL CULPOSOS OCORRIDOS DURANTE OPERAÇÃO DE CARREGAMENTO DE NAVIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. I. Não basta, à determinação da competência da Justiça Federal, apenas o fato de que o eventual delito tenha sido cometido no interior de embarcação de grande porte. Faz-se necessário que este se encontre em situação de deslocamento internacional ou ao menos em situação de potencial deslocamento. II. Hipótese na qual a embarcação encontrava-se ancorada, para Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 7 de 10

8 fins de carregamento, o qual, inclusive, estava sendo feito por pessoas - no caso as vítimas - estranhas à embarcação, visto que eram estivadores e não passageiros ou funcionários desta. III. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo da 3.ª Vara Criminal de Guarujá/SP, o suscitado. (CC n /SP, rel. Ministro Gilson Dipp, DJe 1/12/2011). Nesse entendimento, restringindo-se ainda mais o alcance do termo "navio", previsto no art. 109, IX, da Constituição, a interpretação que se dá ao referido dispositivo deve agregar outro aspecto além do fato de a embarcação ser de grande porte, a saber, que ela se encontre em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento. A par da dificuldade de se delimitar a ideia de "potencial deslocamento", cuja análise, a meu juízo, impõe seja feita de maneira casuística, revela-se ponto comum na interpretação dada pela jurisprudência desta Corte o fato de que a embarcação deve estar apta a realizar viagens internacionais, tal como ocorre na hipótese. Com efeito, os tripulantes do navio que se beneficiavam da utilização de centrais telefônicas clandestinas para realizar chamadas internacionais, tal como destaca o Ministério Público estadual, pertenciam a embarcação que estava em trânsito no Porto de Paranaguá (fl. 107), o que caracteriza, sem dúvida, situação de potencial deslocamento. Assim, a competência, vista sob esse viés, é da Justiça Federal, ao contrário do que concluiu o Órgão Ministerial com assento nesta Corte. O simples fato de a aparelhagem da central telefônica clandestina que permitia a utilização dos aparelhos celulares a bordo do navio ser encontrada em terra (o que resultaria na participação de outras pessoas que não exclusivamente de tripulantes do navio), não se mostra suficiente para afastar a competência Federal, porquanto a utilização, pela tripulação, dos referido aparelhos, se dava no interior do navio. Nesse particular, precisas as ponderações do Parquet estadual assim reproduzidas (fl. 107): Não obstante o argumento sustentado pelo eminente Procurador da República, configura-se claramente nos Autos a realização de parte do esquema criminoso a bordo dos navios, o que, em razão do art. 109, IX já atrairia a competência para Justiça Federal, pois, embora haja indícios de consumação de crimes de formação de quadrilha e estelionato que teriam ocorrido na cidade de Paranaguá, a utilização efetiva do serviço de telefonia, Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 8 de 10

9 sem autorização da ANATEL ocorreu a bordo dos navios. Por conseguinte, imprescindível o momento consumativo com a venda ilegal do serviço de telefonia,em local sob jurisdição federal. À vista do exposto, conheço do conflito para declarar competente o Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá SJ/PR, ora suscitado. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 9 de 10

10 CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA SEÇÃO Número Registro: 2011/ PROCESSO ELETRÔNICO CC / PR MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: EM MESA JULGADO: 22/04/2015 Relator Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. HAROLDO FERRAZ DA NOBREGA Secretário Bel. GILBERTO FERREIRA COSTA SUSCITANTE SUSCITADO INTERES. INTERES. ASSUNTO: DIREITO PENAL AUTUAÇÃO : JUÍZO DE DIREITO DA 2A VARA CRIMINAL DE PARANAGUÁ - PR : JUÍZO FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DE PARANAGUÁ - SJ/PR : JUSTIÇA PÚBLICA : EM APURAÇÃO CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Terceira Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitado, Juízo Federal e Juizado Especial de Paranaguá - SJ/PR, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Gurgel de Faria, Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ/SC), Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Felix Fischer, Maria Thereza de Assis Moura e Sebastião Reis Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE). Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Jorge Mussi. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2015 Página 10 de 10