HISTÓRICO. Ayur-Veda, 1400 ac Estados demoníacos. Sorano, dc Doente recusava urinar, com medo de provocar um dilúvio
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1 Prof. José Reinaldo do Amaral Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia PSICOPATOLOGIA CLÍNICA 2013 / 2 HISTÓRICO Ayur-Veda, 1400 ac Estados demoníacos Sorano, dc Doente recusava urinar, com medo de provocar um dilúvio PARADIGMA DA ALIENAÇÃO MENTAL Contribuição da escola francesa 1
2 PARADIGMA DAS DOENÇAS MENTAIS Teoria da causação universal Doutrina clínica de enfermidade KRAEPELIN, 1896 Morel 1852, Démence juvénile 1860, Démence précoce DEMÊNCIA PRECOCE Hebefrenia - Hecker,1871 Catatonia - Kahlbaum, 1874 Delírios crônicos KRAEPELIN, 1896 DEMÊNCIA PRECOCE Terminação comum de todas as variedades pela indiferença, inatividade e estereotipias Caráter intercambiável dos sintomas Noção de hereditariedade similar 2
3 KRAEPELIN, 1896 DEMÊNCIA PRECOCE Enfraquecimento mental Começa cedo e evolui rápido Enfraquecimento mais acentuado sobre a afetividade e energia que sobre a inteligência Ênfase no curso crônico, deteriorante KRAEPELIN, 1896 DEMÊNCIA PRECOCE Sintomatologia Fraqueza do julgamento Diminuição da mobilidade mental Diminuição da produtividade mental Embrutecimento afetivo Perda da energia PARADIGMA DAS GRANDES ESTRUTURAS von Economo Epidemia de encefalite Jaspers Processo X Desenvolvimento Freud Psicanálise 3
4 BLEULER, 1911 ESQUIZOFRENIA Sintomas primários Sintomas secundários Reação do psiquismo doente Fundamentais Acessórios BLEULER, 1911 ESQUIZOFRENIA Sintomas fundamentais (perturbação das) ASSOCIAÇÕES AMBIVALÊNCIA AUTISMO AFETIVIDADE EMBOTADA AVOLIÇÃO (prejuizo da) ATENÇÃO BLEULER, 1911 ESQUIZOFRENIA Sintomas acessórios DELÍRIOS ALUCINAÇÕES SINTOMAS PSICOMOTORES Heterogêneo do ponto de vista etiológico A unidade é de ordem psicopatológica 4
5 JASPERS, 1913 Processo X Desenvolvimento KRETCHMER, 1921 Esquizotimia Esquizoidia Esquizofrenia MAUZ, 1930 Atributos de uma esquizofrenia processual Atualidade da doença Caráter orgânico-físico Tendência destruidora progressiva, em forma esquizocárica ou por brotos 5
6 SCHNEIDER, 1939 Sintomas de 1a. ordem Alterações da consciência do eu Alucinações auditivas Alucinações cenestésicas Percepção delirante Sintomas de 2a. ordem Outras alucinações Ocorrência delirante Sintomas catatônicos Perplexidade RUMKE, 1958 Sentimento ou experiência precoce US-UK Project Study Cooper e Kendall, 1971 Estudo Piloto Internacional de Esquizofrenia OMS,
7 STRAUSS, CARPENTER & BARTKO, 1974 Sintomas positivos Presença de fenômenos psicopatológicos anormais Sintomas negativos Ausência de funções psíquicas normais STRAUSS, CARPENTER & BARTKO, 1974 Sintomas positivos (contexto psicótico) DELÍRIOS ALUCINAÇÕES (contexto desorganizado) FALA DESORGANIZADA COMPORTAMENTO BIZARRO Sintomas negativos ALOGIA EMBOTAMENTO AFETIVO AVOLIÇÃO ANEDONIA CROW, 1981 Tipo I Sintomas característicos: positivos Boa resposta aos antipsicóticos Ausência de prejuízo intelectual Receptores dopaminérgicos aumentados Tipo II Sintomas característicos: negativos Fraca resposta aos antipsicóticos Eventual prejuízo intelectual Perda celular e alterações estruturais no cérebro 7
8 LIDDLE, 1987 Síndrome de pobreza psicomotora POBREZA DO DISCURSO DIMINUIÇÃO DOS MOVIMENTOS ESPONTÂNEOS RETRAIMENTO OU POBREZA AFETIVA Síndrome de desorganização AFETO INAPROPRIADO POBREZA DO CONTEÚDO DO DISCURSO TRANSTORNOS FORMAIS DO PENSAMENTO Síndrome de distorção da realidade DELÍRIOS ALUCINAÇÕES Dimensões Psicopatológicas da Esquizofrenia Psicótica Desorganizada Deficitária Cognitiva Afetiva Agrupamentos ( clusters ) Sintomatológicos Delirios, Alucinações Desorganização do pensamento, Distúrbios da atenção, Comportamento bizarro Embotamento afetivo, Deficit volitivo Retraimento social Perda da capacidade de abstração e de insight Depressão, Sentimentos de culpa, Ansiedade Psíquica e Autonômica CONCEITO Transtorno crônico, deteriorante, irreversível Ausência de característica definidora isolada Sintomatologia de características múltiplas e de domínios múltiplos Impacto sócio-econômico 8
9 ETIOLOGIA Genética 70% Ambiente ETIOLOGIA Estudos de População População... 1% Parentes em primeiro grau...4 a 8 % ETIOLOGIA Estudos de Família (Gottesman e Shields, 1982) RELAÇÃO % Pai...5,6 Irmão...10,1 Irmão e um dos pais afetados...16,7 1 dos pais afetado...12,8 2 pais afetados...46,3 Tio -primo...2,8 Neto...3,7 População...0,86 9
10 ETIOLOGIA Estudos de Gêmeos Monozigóticos...53% Dizigóticos...15% ETIOLOGIA Estudos de Adoção Heston, ,6% entre filhos adotados de mães esquizofrênicas 0% entre controles adotados Kety, ,1% entre pais biológicos de esquizofrênicos 1,6% entre pais adotivos de esquizofrênicos ETIOLOGIA Estudos de Adoção Os parentes biológicos, porém não os adotivos, dos esquizofrênicos encontram-se sob maior risco Filhos biológicos de não esquizofrênicos não estão sob maior risco quando criados por pais adotivos esquizofrênicos 10
11 ETIOLOGIA Estudos de Ligação Bassett, 1988 Sherrington, 1988 Braço longo do cromossomo 5 ETIOLOGIA Acometimentos cerebrais Exposição pré-natal a viroses influenza A2 Excesso de 8% HN: Jan-Abr HS: Jul-Set Privação nutricional pré-natal 1 as semanas de gestação folato não fechamento do tubo neural Complicações de gestação e parto Anóxia ETIOLOGIA Fatores ambientais fisiológicos Mulher melhor que homem 11
12 ETIOLOGIA Fatores ambientais psicossociais Influenciam as manifestações clínicas Não são agentes causais propriamente ditos Fatores de sensibilização? FISIOPATOLOGIA 1 O Estágio Neurodesenvolvimento Polimorfismos genéticos Danos ambientais 2 O Estágio Neuroplasticidade Pressões ambientais (uso de drogas, estresse) Sensibilização neuroquímica sistema dopaminérgico 3 O Estágio Neurotoxicidade Mecanismo desconhecido EPIDEMIOLOGIA 1% da população 5 novos casos em cada habitantes / ano 4% entre parentes de 1 o. grau HOMEM = 15 a 25 anos MULHER = 25 a 35 anos Antes dos 30 anos 90% 25% Após os 40 anos 20% Incidência teria aumentado substancialmente no século XIX, com declínio atual 12
13 CUSTO HUMANO E FINANCEIRO Comum Alta prevalência em jovens Grave e crônica disfunção sócio-ocupacional Taxa elevada de suicídio Grande demanda de serviços Dependência de familiares e da sociedade DIAGNÓSTICO História Curso crônico, deteriorante Sintomatologia Afeto inadequado ou embotado Distorções do pensamento e da percepção Comprometimento da consciência do eu Deficits cognitivos surgem com o tempo Disfunção sócio-ocupacional História familiar positiva SUBTIPOS PARANÓIDE HEBEFRÊNICO (DESORGANIZADO) CATATÔNICO SIMPLES INDIFERENCIADO RESIDUAL 13
14 EVOLUÇÃO Fase pré-mórbida Funcionamento psicossocial abaixo do esperado Alterações neurodesenvolvimentais Polimorfismos genéticos Danos ambientais EVOLUÇÃO Fase prodrômica Comportamento marcadamente peculiar Expressão inapropriada dos sentimentos Fala difícil de ser compreendida Preocupação importante com idéias estranhas Idéias de referência Sentimentos persistentes de desrealização Estágio neuroplástico Pressões ambientais drogas, migração, estresse Sensibilização neuroquímica do sist. dopaminérgico EVOLUÇÃO Fase progressiva Instalação do quadro psicótico Disfunção sócio-ocupacional Deterioração progressiva Estágio neurotóxico Mecanismo desconhecido 14
15 EVOLUÇÃO Fase residual Sintomas negativos duradouros Incapacidade funcional Eventuais crises de agudização Ausência de deterioração clínica DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Formas insidiosas Fobias Obsessões Formas abruptas Reação esquizomorfa Psicose psicogênica Wimmer, 1916 Transtorno sintomático Psicose esquizofreniforme Langfeldt, 1939 TRATAMENTO Tratamento farmacológico Terapias psicossociais Detecção e intervenção precoces Facilitação da farmacoterapia Treinamento de habilidades de vida diária Abordagem familiar Educação sobre a doença Terapia ocupacional 15
16 PROGNÓSTICO Ajustamento pré-mórbido Idade de início Início: agudo X insidioso Duração: curta X longa Sintomas prevalentes: positivos X negativos Exames de imagem (alterações estruturais) Resposta inicial ao tratamento 16
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