TOXICOLOGIA SOCIAL. História. História. Toxicologia Social: Uso não médico de fármacos e/ ou drogas. História. História. Cactus peyoteutilizado
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- Henrique Bayer de Paiva
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1 TOXICOLOGIA SOCIAL Toxicologia Social: Uso não médico de fármacos e/ ou drogas Área da TOXICOLOGIA que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso nãomédico de drogas ou fármacos causando danos não somente ao indivíduo mas também à sociedade. Uso não médico é exposição a uma droga ou fármaco pelo uso ocasional, freqüente e mesmo compulsivo, aceitos ou não pelos padrões de uma sociedade ( de uso abusivo) Fármaco Droga Uso mágico- religioso Sumerianos (atual Irã): 4000 a.c., utilização do ópio (papoula) para alegria e traduzia contato com os deuses Uso mágico- religioso Citas (Rio Danúbio- Europa): 500 a.c, queimavam maconha em pedras aquecidas e inalavam seus vapores dentro de barracas ou tendas; (Ópio- utilizado por camponeses no século XVI, para alívio da tristeza) Uso mágicoreligioso Vinho- dádiva dos deuses (Baco- deus do vinho) Uso mágicoreligioso Cactus peyoteutilizado em cerimônias religiosas (1500- descobrimento da América) 1
2 Uso médico: ópio, maconha, cocaína Drogas na atualidade Utilização para obtenção de recompensa (prazer, fuga de problemas, alívio da dor) USO DE DROGAS NO BRASIL. Ambiente estudantil. Ambiente de trabalho. administrativos 22%. manutenção 29%. operacional 49% 6 8 % - usam drogas 25 % de acidentes de trabalho Principais drogas/fármacos de abuso Estimulantes do SNC: cocaína, anfetaminas Depressores do SNC: álcool etílico, barbitúricos, inalantes/solventes Tabaco Cannabis Alucinógenos: LSD, mescalina, ecstasy Opiáceos: morfina, heroína e codeína. Conceitos Básicos Uso abusivo: leva a problemas para o indivíduo, tais como: comportamento psicopatológico, podendo ocasionar atos criminosos, diminuição da eficiência no trabalho, etc. Vício: estado psicopatológico extremo, em que o controle do uso da droga é completamente perdido Dependência: estado de necessidade da droga ou fármaco para que o organismo funcione dentro de limites normais 2
3 A DEPENDÊNCIA NÃO É UMA REAÇÃO TUDO OU NADA Fatores que influenciam no grau de dependência: Tipo e quantidade de droga ou fármaco Via de administração Persistência no uso Tolerância e Abstinência Personalidade Arcabouço neuropsíquico do usuário Farmacodependência Conceito antigo: correlação com respostas adaptativas à exposição prolongada Conceito atual: comportamento ativo de busca Em termos comportamentais, a farmacodependência é a conseqüência de um comportamento de consumo do fármaco tão freqüente e fortemente reforçado, que este comportamento se torna a resposta dominante Farmacodependência Características do dependente: a) Se isola da família e amigos. b) Tem dificuldades no trabalho. c) Pode se envolver em crime. d) A prioridade é obter a droga. e) A vontade é sempre maior que a prudência. DEPENDÊNCIA ÀS DROGAS O abuso de drogas não pode ser definido apenas em função da quantidade e freqüência de uso (OMS). Uma pessoa somente será considerada dependente se o seu padrão de uso resultar em pelo menos três dos seguintes sintomas ou sinais, ao longo dos últimos doze meses: Forte desejo ou compulsão de consumir drogas; Dificuldades em controlar o uso, seja em termos de início, término ou nível de consumo; Abandono de outros prazeres em favor do uso da droga. DEPENDÊNCIA ÀS DROGAS Persistência no uso mesmo sabendo dos efeitos danosos. Evidência de tolerância; Consumo da droga para alívio da abstinência. Genética: Filhos de alcoolistas tendem tb a serem alcoolistas. Pessoas propensas á dependência: a) Busca por novidade b) Busca por sensação impulsiva. c) Adolecentes. d) Depressão, ansiedade, esquizofrenia. Neuroadaptação Alteração do SNC devido à presença de uma droga ou fármaco, após exposição única ou repetida, que se manifesta pelo aparecimento de transtornos físicos intensos quando se interrompe o uso (síndrome de abstinência) ou pela resposta diminuída para uma mesma concentração no sítio de ação (tolerância farmacodinâmica) 3
4 FARMACODEPENDÊNCIA E SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA FARMACODEPENDÊNCIA E SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Abstinência não deve ser confundida com dependência. 1) É possível ser dependente sem haver sindrome de abstinência. Ex: pessoa que ficou internada em clínicas e reabilitação. 2) É possível te síndrome de abstinência sem ser dependente. Ex: Uso de benzodiazepínicos. Contra-adaptação à ação agonista de drogas/fármacos O cérebro e os tecidos adaptam-se à presença continuada da droga/fármaco mobilizando processos fisiológicos opostos. Efeito rebote Obs: normalmente a síndrome da abstinência causa efeitos contrários aos causados pela droga. FARMACODEPENDÊNCIA E SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA A síndrome da abstinência depende da natureza do fármacos: 1) Fármacos de ação lenta: sintomas de abstinência menos intensos. 2) Fármacos e ação rápida: sintomas de abstinência mais intensos. Tolerância e síndrome de Abstinência - Fenômenos reversíveis. Dependência - fenômeno irreversível. Características das drogas ou fármacos que levam à dependência Ação Prazerosa ou bem-estar Auto-administração Toxicidade neuropsicológica reversível Tolerância Síndrome de abstinência ou privação Sistemas de recompensa Sistema de Recompensa RECOMPENSA Efeitos desempenham papel reforçador Reforço positivo: prazer Reforço negativo: evitar mal-estar e dor Zonas de recompensa = regiões do cérebro que quando estimuladas desencadeiam comportamentos semelhantes às recompensas naturais como alimento e água oferecidos a um animal privado dessas necessidades. Resultado final = liberação de dopamina no núcleo Acumbens. 4
5 Sistema de Recompensa Distribuição anatômica do sistema de recompensa: - Sistema mesolímbico dopaminérgico São neurônios dopaminérgicos na área tegmental ventral (ATV) com projeções no núcleo Acumbens (NAc). São componentes chave do sistema recompensa. Os fármacos e drogas aumentam muito mais a liberação de dopamina que os reforçadores naturais. Alimentos aumentam 45% a [dopamina] Cocaina aumenta 500% a [dopamina]. Sistema de Recompensa Potencial de Reforço de uma droga ou fármaco Capacidade de um fármaco gerar a autoadministração repetida sem necessidade de outros mecanismos externos de indução. Velocidade de Reforço Quanto mais rapidamente o fármaco produzir seus efeitos reforçadores, maiores são as chances de originar um comportamento de consumo repetido 5
6 Intensidade de Reforço Potencial de reforço primário Fármacos Animais de laboratório Homem Psicoestimulantes Cocaína, anfetamina Opiáceos Agonistas (morfina e análogos) Depressores do SNC Barbitúricos, benzodiazepínicos Etanol THC (Cannabis)? + Psicodélicos (LSD e análogos) - + Tolerância Alterações adaptativas do sistema biológico a uma droga ou fármaco que resultam na necessidade de aumentar as doses para a obtenção de efeitos de mesma intensidade/ duração que os obtidos anteriormente. É um fenômeno complexo e depende de: tipo e quantidade da droga ou fármaco; sensibilidade do indivíduo; meio ambiente; história anterior do indivíduo em relação ao uso de drogas e fármacos. Tolerância: tipos 1. Metabólica, farmacocinática ou disposicional : resultante de alterações farmacocinéticas do agente, no organismo, por exemplo, a indução enzimática. Ex: barbitúricos 2. Tissular ou farmacodinâmica: resultante de alterações nos receptores ou sítios de ação da droga ou fármaco. Ex: cocaína, etanol Tolerância: tipos 3. Condicionada: resultante de associações entre o uso da droga e um local, uma música, um grupo, etc. Tolerância ao fármaco nas circunstâncias onde a subst. É esperada. Ex: maconha, etanol 4. Taquifilaxia ou aguda: resultante da instalação rápida da tolerância. Ex: anfetamínicos 5. Inata: resultante da herança genética. Ex: etanol Tolerância: tipos 6. Reversa ou sensibilização: aumento da resposta ao efeito de um fármaco após a administração. efeito Sensibilização 7. Cruzada: quando o desenvolvimento de tolerância para um fármaco ou droga também leva à tolerância a outra (s). Ex: álcool x barbitúricos, anéstésicos Dose 6
7 Fatores de risco na dependência Relacionados ao fármaco: a) Potencial de reforço; b) Via de administração; c) Custo; d) Potência e grau de pureza. Relacionados ao usuário: Predisposição genética; Sintomas psiquiátricos; Adolescência; Comportamento de risco. Relacionados ao ambiente: a) Disponibilidade do fármaco/droga; b) Atitudes da comunidade; c) Contexto sócio-econômico-cultural. ANTECEDENTES INDIVIDUAIS Experiência com drogas Predisposição genética Início muito cedo Estado de ânimo Síndrome de abstinência Expectativas FARMACODEPENDÊNCIA Legislação pouco restritiva CONSUMO DA DROGA Efeitos de reforço Melhora estado de ânimo; desembaraço psicosocial; alívio crise abstinência Neuroadaptação tolerância ANTECEDENTES SOCIAIS Pressão de amigos Relacionamento familiar Uso de drogas pelos pais Pressões sociais Disponibilidade Efeitos de aversão Efeitos tóxicos; tolerância; disfunção orgânica e/ou psicossocial abstinência "O paraíso artificial das drogas é bem a imagem de uma civilização reduzida a pó. Octavio Paz 7
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