ARRASTE FECAL DE LIPÍDIOS EM RATOS ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE GORDURA.

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Manoel Cerveira Fraga
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1 ARRASTE FECAL DE LIPÍDIOS EM RATOS ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE GORDURA. Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: MOURA, Fernanda Aline; NUNES, Débora Vargas; TAVARES, Rafael Aldrighi; LAMEIRO, Magna da Glória Silva; BUCHWEITZ, Márcia Duarte; HELBIG, Elizabete. Fernanda Aline de Moura Elizabete Helbig Álvaro Renato Guerra Dias Fernanda das Neves Muniz UFPel ARRASTE FECAL DE LIPÍDIOS EM RATOS ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE GORDURA. MOURA, Fernanda Aline 1 ; NUNES, Débora Vargas 1 ; TAVARES, Rafael Aldrighi 2 ; LAMEIRO, Magna da Glória Silva 3 ; BUCHWEITZ, Márcia Duarte 4 ; HELBIG, Elizabete 4. 1 Graduanda- Faculdade de Nutrição; 2 Graduando- Faculdade de Medicina Veterinária; 3 Mestranda - Deptº de Ciência e Tecnologia Agroindustrial /FAEM/UFPel; 4 Doutora- Faculdade de Nutrição/UFPel; Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP fernandamoura_nut@yahoo.com.br 1. INTRODUÇÃO De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2001), uma dieta rica em gordura saturada e colesterol pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Dessa forma, houve uma substituição de parte dos ácidos graxos saturados da dieta humana por ácidos graxos poliinsaturados, trocando a manteiga por margarina e a banha por óleos vegetais parcialmente hidrogenados. No entanto, este fato provocou um aumento do consumo de gorduras trans, formadas durante o processo de hidrogenação das gorduras (SILVA et al., 2005). Mesink e Katan (1990) demonstraram que dietas à base de ácidos graxos trans aumentam os níveis plasmáticos de colesterol de maneira similar aos ácidos graxos saturados, elevando o LDL colesterol e diminuindo as concentrações de HDL colesterol. Cuppari et al. (2005) sugerem que as gorduras mono e poliinsaturadas podem ser favoráveis na prevenção e tratamento das dislipidemias. As principais fontes de gorduras poliinsaturadas são os óleos vegetais provenientes do girassol, milho e soja e as gorduras monoinsaturadas estão presentes no azeite de oliva, óleo de canola, abacate e oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas).

2 Os ácidos graxos poliinsaturados reduzem o colesterol total e o LDL-c plasmáticos, por menor produção, maior remoção de LDL-c e/ou alteração na estrutura das LDL-c, diminuindo desta forma o conteúdo de colesterol da lipoproteína, porém, podem baixar os níveis plasmáticos de HDL-c e induzir maior oxidação lipídica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2001). Já as gorduras monoinsaturadas, segundo Maham e Escott-Stump (2005) reduzem igualmente o colesterol, no entanto, sem diminuir o HDL-c e provocar oxidação lipídica. Contudo, estudos sobre metabolismo e excreção de lipídios têm importância significativa para o entendimento do comportamento dos diferentes ácidos graxos no balanço energético e no perfil lipídico. Diante disso, objetivou-se avaliar a excreção fecal de lipídeos em ratos alimentados com diferentes fontes lipídicas. 2.1 Materiais 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados ratos Wistar machos, provenientes do Biotério Central/UFPel. As fontes lipídicas para as dietas foram: óleo de soja, óleo de milho, azeite de oliva, gordura suína e gordura vegetal hidrogenada, adquiridas no comércio local. 2.2 Métodos Ensaio Biológico O ensaio biológico foi realizado no Laboratório de Nutrição Experimental da UFPel. Foram utilizados 18 ratos machos Wistar adultos divididos em três grupos. O ensaio biológico constou de uma fase hiperlipídica de 34 dias e uma fase de tratamento de 30 dias Dietas Experimentais Na fase hiperlipídica, o grupo 1 recebeu dieta comercial sem alteração, os grupos 2 e 3 receberam uma dieta comercial com adição de óleo de soja, gordura suína e gordura hidrogenada. Na fase de tratamento as dietas foram formuladas de acordo com o American Institute of Nutrition (1993), com fonte protéica proveniente em 50% da farinha de trigo e 50% da caseína. O grupo 1 recebeu a dieta AIN sem modificação, o grupo 2 recebeu uma dieta com óleo de soja como fonte lipídica e o grupo 3 recebeu uma dieta com fonte lipídica constituída de 50% de azeite de oliva e 50% de óleo de milho. A composição das dietas utilizadas está apresentada na Tabela 1. Tabela 1. Composição das dietas utilizadas durante o período experimental na alimentação de ratos machos cepa Wistar/UFPel. Dietas* Ingredientes 1 2 3

3 Amido de milho 465, Caseína 153,4 76,7 76,7 Maltodextrina 75,32 5,83 5,83 Sacarose Óleo de soja 40 36,14 5 Óleo de milho ,57 Azeite de oliva ,57 Gordura suína Gordura hidrogenada Fibra 116,28 80,56 80,56 Mix mineral Mix vitamínico L-cistina 1,8 1,8 1,8 Bitartarato de colina 2,5 2,5 2,5 Tetra-butil hidroquinona 0,008 0,008 0,008 Farinha de trigo ,46 656,46 *Dietas: 1 - dieta controle; 2 - dieta hiperlipídica; 3 - dieta hiperlipídica com substituição de óleo de soja por azeite de oliva e óleo de milho Coleta de Fezes e Lipídeos Fecais As fezes dos animais foram coletadas durante 10 dias no período de tratamento sendo os lipídeos fecais determinados através do método Bligh & Dyer (1959) Estatística Foi utilizada a análise de variância (ANOVA), seguida do teste de Tukey com nível de significância p<0, RESULTADOS E DISCUSSÃO Na figura 1 são apresentados os valores de excreção fecal total dos grupos experimentais durante 30 dias.

4 ,26 61, ,55 GRAMAS GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 Figura 1. Excreção fecal total de ratos Wistar durante 30 dias. Na tabela 2 são apresentados os valores de lipídeos consumidos e excretados por ratos Wistar durante 30 dias. Observa-se que a excreção fecal de lipídeos não é diretamente proporcional ao consumo dietético. Conforme a Tabela 2 as dietas com maior teor lipídico (grupos 2 e 3) apresentaram a menor e maior excreção fecal de lipídeos, respectivamente. A dieta com menor teor lipídico (grupo 1) apresentou excreção igual ao grupo submetido à dieta com acréscimo de gorduras (grupo 3). Do total de lipídeos ingeridos pelos animais dos grupos 1, 2 e 3, foram excretados nas fezes 15,38%; 8,50% e 14,32%, respectivamente, demonstrando que a excreção está relacionada ao tipo de gordura ingerida. Tabela 2. Consumo e excreção fecal de lipídeos de ratos Wistar durante 30 dias. Grupo* Consumo de lipídeos (g) Excreção total de lipídeos (g) 1 158,62 c 24,39 a 2 231,67 a 19,69 b 3 217,02 b 31,07 a Médias seguidas de letras diferentes nas colunas são diferentes entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). *Grupos: 1 - dieta controle; 2 - dieta hiperlipídica; 3 - dieta hiperlipídica com substituição de óleo de soja por azeite de oliva e óleo de milho. 4. CONCLUSÂO Diante dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se que dietas contendo gordura vegetal, com baixo teor de gordura saturada e fontes de gorduras mono e poliinsaturadas, proporcionam maior excreção fecal de lipídios. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLIGH, E. G.; DYER, W. J. a rapid method of total lipid extraction and purification. Can Biochem Phisiol. 37(8):911-7, 1959.

5 CUPPARI, L. et al. Nutrição Clinica no Adulto Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar. Monole, SP. 2ª edição, MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Roca, SP. 11ª edição, MESINK, R. P.; KATAN, M. B. Effect of dietary trans fatty acids on high-density and low-density lipoprotein cholesterol levels in healthy subjects. N Engl J Med.; 323(7): ,1990. SILVA, A. P. NASCIMENTO, L.; OSSO, F.; MIZURINI, D.; CAMPOS, D.; MARTINEZ, A. M. B.; CARMO, M. G. T.; Ácidos graxos plasmáticos, metabolismo lipídico e lipoproteínas de ratos alimentados com óleo de palma e óleo de soja parcialmente hidrogenado. Rev. Nutr., Campinas, 18: , mar./abr., SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretrizes de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol, 77(supl III):1-48, 2001.

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