Aula Nº 3 Por que as pessoas resistem às Mudanças?

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Giovanni Galindo Molinari
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1 Aula Nº 3 Por que as pessoas resistem às Mudanças? Objetivos da aula: 1. Demonstrar os efeitos positivos da mudança e os motivos da resistência a ela. 2. Discutir as características das mudanças. Não se encontram pessoas intrépidas entre aquelas que têm algo a perder. (Napoleão) Leia o diálogo extraído do livro de Julio Lobos (2000). Alertado de que os executivos reclamavam demais da mesmice, o presidente decidiu realizar um concurso. A pergunta a ser respondida seria: Como você investiria R$ 20 mil para mudar o que faz hoje? A melhor resposta ganharia um prêmio equivalente a esse valor. _ Não se aplica a mim - desdenhou o primeiro deles. Eu me divirto muito com as minhas rotinas. _ Investiria em mim mesmo. Faria um MBA - disse o segundo. _ Eu já mudei - alegou o terceiro. _ Bem, eu passo: já achei um outro emprego - disse o último executivo, diante da perplexidade do presidente. 20

2 POR QUE AS PESSOAS RESISTEM ÀS MUDANÇAS? Alguns motivos estão expostos abaixo e são os mais freqüentes encontrados na literatura: MEDO DE PERDER ALGO DE VALOR. MEDO DO DESCONHECIDO. CRENÇA DE QUE A MUDANÇA NÃO É BOA PARA A ORGANIZAÇÃO. PERDER A ZONA DE CONFORTO. TER QUE COMEÇAR DE NOVO DÁ TRABALHO. MUDANÇA X DINHEIRO Alguém já disse que a maioria das pessoas odeia qualquer mudança que não coloque dinheiro em seus bolsos. Você concorda com essa afirmação? Você pode não concordar, mas a realidade ainda atual é de que as pessoas têm uma grande dificuldade em aceitar a mudança na sua vida pessoal e, principalmente, se não for planejada e discutida com os envolvidos no processo. E a resistência individual, dos seres humanos, dos trabalhadores, dá-se pelos seguintes fatores: HÁBITOS como seres humanos, somos criaturas de hábitos. Acordar mais cedo, mudar de departamento ou de empresa, fazer um novo itinerário, mudar o cardápio alimentar etc. SEGURANÇA ameaça de demissão, perder o posto de trabalho. FATORES ECONÔMICOS mudança nas tarefas ou rotinas estabelecidas, gerando insegurança quanto ao seu novo desempenho e possível perda de uma promoção/remuneração. MEDO DO DESCONHECIDO trocar o certo pelo incerto. Novas técnicas de difícil aprendizado, novos conceitos administrativos e operacionais. 21

3 As empresas também encontram motivos para resistirem às mudanças, tão necessárias. Vejamos a seguir alguns deles: INÉRCIA ESTRUTURAL as empresas contratam pessoas que se ajustam à sua cultura organizacional. Dão treinamento e, quando querem mudar, encontram dificuldades culturais e estruturais. FOCO LIMITADO DE MUDANÇAS as mudanças atingem todos na organização. INÉRCIA DE GRUPO as normas e acordos grupais, por exemplo, sindicais, podem limitar o andamento do processo. AMEAÇA À ESPECIALIZAÇÃO o processo de terceirização, a multifuncionalidade, a rotação de funções pode prejudicar. AMEAÇA AO PODER ESTABELECIDO principalmente dos supervisores e gerentes. E como fazer para reduzir ou eliminar os resistentes às mudanças? Vejamos, a seguir, algumas providências e ações organizacionais: O ensino e a comunicação podem ajudar, na medida em que as pessoas possam ver a lógica e os benefícios da mudança. A participação é, sem dúvida, uma grande parceira no processo de conscientização para a mudança. A facilitação e o apoio ajudam as pessoas a lidar com o medo e a ansiedade associados à mudança. A negociação é necessária quando a resistência vem de um grupo poderoso e influente. Manipulação e cooptação, quando é necessário o endosso de um grupo poderoso. 22

4 Coerção pode ser ilegal e dificultar a credibilidade do agente de mudança. Vamos, a seguir, demonstrar, por meio de uma estória do milho, como é importante a mudança. Leia e reflita sobre o texto: MILHO DE PIPOCA QUE NÃO PASSA PELO FOGO CONTINUA A SER MILHO PARA SEMPRE. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vou morrer. 23

5 Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. É como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito de elas serem. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém! Seu destino é?... O Lixo! Síntese Vimos, nesta aula, quanto é difícil mudar. As pessoas encontram vários motivos para resistir às mudanças na sua vida pessoal e, principalmente, profissional. Cabe ao administrador ser o agente do processo, como veremos logo a seguir. Aprenderemos como montar uma estratégia no negócio. 24

6 Referências ROBBINS, Stephen P. Fundamentos do Comportamento Organizacional. 7. ed. São Paulo: Pearson, LOBOS, Julio. A Personalidade Executiva. São Paulo: Negócio Editora,

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