Paulo Borges Viríssimo dos Santos; Anna Cecília de Alencar Reis; Luís Paulo de Carvalho Piassi.

Transcrição

1 PROJETO DE DIVULGAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA, A PARTIR DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM FEIRAS DE PROFISSÕES E ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE SÃO PAULO. AP5_ Paulo Borges Viríssimo dos Santos; Anna Cecília de Alencar Reis; Luís Paulo de Carvalho Piassi. Universidade de São Paulo/ Escola de Artes, Ciências e Humanidades Eixo: GT2. Projetos Educativos para a aprendizagem da Docência. RESUMO O presente projeto tem como objetivo a divulgação do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, para alunos do ensino médio, em escolas públicas ou privadas. Neste intuito realizamos experimentos de baixo custos nas diversas áreas das ciências naturais, apresentamos jogos educativos, amostras de rochas e minerais, folhas diafanizadas, animais dissecados ou no álcool, além de realizarmos demonstrações científicas como a Máquina de Nairne e a garrafa pet para demostração de densidade entre líquidos. O interesse despertado pelo aluno, faz com que este procure conhecer o curso que estamos apresentando, para isto demonstramos a interdisciplinaridade existente em um único fenômeno das ciências naturais. Acreditamos que seja essencial a divulgação científica para que haja o interesse do aluno pelas ciências da natureza. INTRODUÇÃO É presente em estudos sobre a escolha profissional, a dificuldade que os jovens encontram na escolha profissional. Na esfera escolar, deve-se pensar nas razões que levam um jovem a se interessar pela carreira de docente e por outro lado, deve-se levar em conta o panorama educacional problemático que se refere nas condições de trabalho e a desvalorização social da carreira do professor, ocorrendo a desprofissionalização docente no Brasil, mesmo enfrentando um cenário desestimulante de trabalho, existe um número significativo de alunos que optam pela licenciatura como primeira escolha (D ÁVILA, 2007), desta forma o presente projeto busca estimular cada vez mais os alunos que estão em dúvida sobre qual profissão seguir, ou aqueles que já têm interesse em biologia, química, física, geologia e /ou astronomia. Utilizamos como artifício a divulgação científica (em seu caráter educacional), pois esta busca a ampliação de conhecimento especializado do público em geral quanto a estimulação da curiosidade científica dos alunos em questão (PIASSI,L.; SANTOS,C.; SANTOS,E.; 2013). Entende-se como divulgação científica a utilização de recursos, técnicas, processos e produtos

2 (veículos ou canais) para a veiculação de informações científicas, tecnológicas ao público leigo (PIASSI,L.; SANTOS,C.; SANTOS,E.; 2013 apud BUENO,2009). A partir da divulgação científica, aplicamos o método de experimentação, no qual criamos uma problematização em cima do experimento que estamos demonstrando, como a Máquina de Nairne, folhas diafanizadas, amostras de rocha e animais e outros que possam despertar o interesse dos alunos. O método de experimentação permite que alunos, de diversos níveis de escolarização, desperte um forte interesse pelo ensino de ciências, estes atribuem ao método um caráter motivador e lúdico. Professores afirmam que o método de experimentação aumenta a capacidade de aprendizado do aluno, fazendo com que o mesmo se envolva nos temas das aulas (GIORDAN,1999). No presente trabalho, buscamos apresentar a experiência do projeto de divulgação do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, no âmbito da divulgação científica utilizando-nos de métodos de demonstrações.o projeto iniciado no ano de 2013, se materializa na forma de apresentações em feiras de profissões e em escolas da rede estadual de São Paulo, com foco nos alunos de 2º e 3º anos do ensino médio. A divulgação tem como principal objetivo despertar o interesse dos estudantes para as ciências da natureza através do uso de experiências científicas, a fim de que se interessem pelo curso divulgado e que passe a ser uma de suas escolhas na hora da inscrição do vestibular. DESENVOLVIMENTO Uma parte dos materiais que utilizamos durante a apresentação do curso é proveniente do laboratório de zoologia da EACH (Escola de Artes Ciências e Humanidades), sendo que deste laboratório utilizamos animais de pequeno porte dissecados ou no álcool. A maior parte dos materiais que utilizamos são produzidos por nós, como as amostras de rochas, que foram coletadas em viagens de campo e as folhas diafanizadas, que foram produzidas nas disciplinas de botânica. A máquina de Nairne (máquina que produz eletrostática), a garrafa pet para demostração de densidade e outros pequenos experimentos são produzidos por nós, baseados no site de experimentos Ciência Mão ( Escolhemos os experimentos conforme o fenômeno natural que queremos representar, testamos antes e reproduzimos nas escolas ou feiras de profissões. Utilizamos o método de experimentação, em que problematizamos o fenômeno ocorrente, para que despertem a curiosidade e o interesse sobre o assunto e assim, busque saber o que ocorre, por meio da divulgação científica, explicamos os experimentos após as hipóteses serem levantados. Ao final das apresentações folhetos explicativos (Figura 1) são entregue aos alunos, contendo informações e contatos do curso Licenciatura em Ciências da Natureza da Escola de Artes Ciências e Humanidades. Os folhetos foram confeccionados com verba proveniente do Centro Acadêmico do próprio curso, pois não possuímos ajuda financeira da instituição.

3 Nosso trabalho consiste em visitas nas escolas, apresentando o projeto para Diretores e Coordenadores Pedagógicos, e quando aceito marcamos uma data para a apresentação. As feiras de profissões mantém um calendário fixo durante todo o ano, bastando um primeiro contato para podermos realizar as apresentações em diversas escolas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao longo de aproximadamente um ano e meio do projeto de divulgação do curso, percebemos na maioria das escolas visitadas, tanto nas feiras de profissões, quanto nas escolas estaduais visitadas (em torno de 15 escolas), o enorme número de alunos que se interessam pelas áreas de biologia, física, química, matemática, astronomia ou geologia, mas que desconhecem o curso de ciências da natureza. De modo unânime, os alunos chegam ao nosso stande com interesse de olhar e participar do experimento, sendo que estes partem do pensamento lúdico, mas aos poucos é inserido na conversa o método de investigação, onde criamos problematizações de experimentos que estamos demonstrando, como por exemplo perguntas sobre a máquina de Nairne (Figura 2), fazendo com que eles pensem e criem hipóteses sobre o que acontece para ocorrer tal fenômeno. Figura 2: Apresentação da Máquina de Nairne. Fonte: Globo News Figura 1: Folheto de divulgação do curso. Fonte: Anna Cecília de Alencar Reis

4 Após a conversa envolvendo as questões da problematização e de um debate rápido de hipóteses dos fenômenos naturais ocorridos, a grande maioria dos alunos interessados, realizam questionamentos do tipo: Qual curso devo fazer para conseguir explicar isto? O que vocês estudam para compreender estes fenômenos em geral? Ainda nos indagam sobre a formação do nosso curso, partindo deles o interesse e curiosidade sobre a Licenciatura em Ciências da Natureza, não sendo necessário partir de nós a iniciativa para a divulgação do curso de ciências da natureza. A divulgação científica em prol da divulgação do curso em questão, nos demonstrou que alunos de 2º e 3º anos do ensino médio não conheciam o curso de ciências da natureza, mas tinham um forte interesse pela área em geral. Como resultado inicial deste projeto, começamos a realizar visitas monitoradas de alunos na unidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, realizando visitas na biblioteca, laboratórios didáticos acompanhados dos técnicos dos laboratórios e em laboratórios de pesquisas acompanhados dos professores responsáveis. Assim os alunos conhecem a estrutura interna da unidade em um dia normal de aula e ainda, acompanham uma aula do curso, sendo na maioria das vezes, aula de diversidade zoológica, ecologia ou evolução e biodiversidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto Divulgação científica em prol da divulgação do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, em seus meses de existência, tem buscado expandir o conhecimento do público em geral, mas tendo como foco central os alunos de pré-vestibular (2º e 3º anos do ensino médio), utilizando de recursos de acervo pessoal dos alunos responsáveis pelo projeto, e de experimentos cedidos de acervo de professores e projetos da unidade EACH-USP, em especial do laboratório de diversidade zoológica, através do professor Rodrigo Hirata Willemart e do Projeto Banca da Ciência, pelo professor Luís Paulo Piassi. Até o presente momento, o projeto atingiu pessoas que ao se interessarem, mantiveram contato conosco (por meio de redes sociais, do centro acadêmico do curso e s), desde a visita monitorada, inscrição para o vestibular, até o dia da prova da fuvest e, para alguns, a felicidade do dia da matrícula. Atualmente o projeto atinge de forma escalar os alunos que estão sendo visitados nas escolas da rede estadual de São Paulo. Deve ser ressaltado que o projeto é gradativamente aplicado, com o intuito maior da propagação do curso em questão.

5 REFERÊNCIAS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Ciência a mão. Ciência a Mão- recursos para a educação em Ciências Disponível em: < > Acesso em 12/set/2014 GIORDAN, M; Experimentação e Ensino de ciências. Química Nova Escola, nº Disponível em < > Acesso em: 09/Set/2014 D'ÁVILA, C. M; Universidade e formação de professores: Qual o peso da formação inicial sobre a construção da identidade profissional docente?. Salvador: EDUFBA, Disponivel em < > Acesso em: 10/Set/ 2014 PIASSI,L.; SANTOS,C.; SANTOS,E.; Ciência e Comunicação: a divulgação científica através de artefatos culturais no projeto Banca da Ciência. In: INTERCOM- Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, n.xxxvi, 2013, Manaus