A INVOCAÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO COMO FATOR RELEVANTE PARA A ANÁLISE DO ANTIDUMPING

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1 1 A INVOCAÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO COMO FATOR RELEVANTE PARA A ANÁLISE DO ANTIDUMPING Regina Zélia Urias Pinto 1 RESUMO O presente trabalho procura demonstrar, no que tange à seara do Direito Internacional, mais especificamente, às relações internacionais de comércio, o instituto do Interesse Público, a sua invocação, definição e importância como justificativa para não aplicar ou suspender o antidumping. Palavras-chave: Dumping; Comércio Desleal; Antidumping; Interesse Público; Direito Internacional. 1 INTRODUÇÃO A partir da globalização, o comércio mundial entre os Estados viveu um processo de liberalização. Nessa nova condição, havia países que agiam de forma honesta, como também havia nações que tinham como característica a deslealdade. Como exemplo de comércio desleal, tem-se a prática do dumping, que ocorre quando um país oferece produtos a outro para serem vendidos no comércio doméstico do importador, tendo como base um preço bem aquém do seu valor normal. Porém, não se considera danoso todo dumping, mas apenas quando se constatam o dano e a sua ligação com, por exemplo, o fechamento de uma sociedade empresária nacional, isto é, o nexo de causalidade entre o encerramento das atividades empresariais domésticas e o comércio praticado de forma desleal. Como antídoto contra essa prática comercial danosa, em contrapartida, tem-se o antidumping, proveniente de um acordo assinado em 1995, configurandose como uma medida de defesa comercial, exceção ao princípio do livre comércio. O antidumping tem o condão de barrar importações a preço de dumping, contudo, há momentos em que o antidumping se mostrará prejudicial a um país como um todo. Embora seja uma medida de defesa, situações haverá em que essa medida, usada 1 regiurias@yahoo.com.br. Bacharelanda em Direito pela Faculdade Promove BH/MG.

2 2 para defender o comércio de um Estado, poderá ser suspensa ou até mesmo não aplicada, se restar provado o motivo de interesse público. É proposta de membros da OMC Organização Mundial do Comércio que se considere o interesse público nas investigações do antidumping. Necessário se faz, outrossim, definir, de forma clara e transparente, o que vem a ser interesse público, pois há grande dificuldade na compreensão desse conceito. O presente artigo ainda tem o escopo de apresentar os critérios usados no teste de análise do interesse público, que são: o emprego, a concorrência e o desenvolvimento tecnológico e industrial. A presença de tais critérios demonstrará, portanto, a necessidade de se aplicar ou suspender uma medida antidumping, com vistas à segurança jurídica do país. 2 CONTEXTO HISTÓRICO Segundo Felipe Hees, 2 para melhor entender o dumping, é necessário fazer menção ao processo de transição do feudalismo para o capitalismo, marco da vida econômica nos séculos XV e XVI. Houve um acúmulo de riquezas estatais, o que levou ao Mercantilismo. Já nos séculos XVI e XVII, estrangeiros foram taxados por vendas prejudiciais a Grã-Bretanha, e holandeses realizavam vendas com redução excessiva de preços, com o intuito de acabar com a concorrência francesa. Ainda no século XVIII, durante a Revolução Industrial, houve diversas queixas quanto ao comércio desleal. Consoante Leonor Cordovil, 3 a história da legislação antidumping passa pela Primeira e Segunda Guerras, quando países se empenhavam para negociar as primeiras legislações internacionais, o que levou, em 1995, ao Acordo contra o dumping da OMC Organização Mundial do Comércio, sua assinatura, seguindo até os dias de hoje.o pioneiro na adoção de uma legislação exclusiva de dumping, 2 HEES, Felipe. Dumping, subsídios e salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. In: HEES, Felipe; CASTAÑON, Marília Penha Valle (Orgs.). O dumping ao longo da história e seus efeitos para o comércio. São Paulo: Singular, p Felipe Hees é atual diretor do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Decom/MDIC). 3 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. São Paulo: Revista dos Tribunais, p.31.

3 3 de acordo com Hees, 4 foi o Canadá, em Seu objetivo era proteger a indústria siderúrgica doméstica da forma agressiva de concorrência da US Steel Corporation (United States Steel Corporation). 5 Pairava no ar, conforme Cordovil, 6 uma carência de transparência e um exagero no ato discricionário por parte das autoridades nacionais na aplicação do antidumping. Necessário era conter a forma de interpretar de cada país, acerca das determinações e condições que permitiriam o uso da medida, consenso era o que se procurava. Surgiu a ideia da criação da OIC Organização Internacional do Comércio, posteriormente rejeitada, optando-se pela assinatura de um acordo que recebeu o nome de GATT Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio, de 1947, cujo artigo VI preconizava que : Art. VI. As partes contratantes reconhecem que o dumping, que permite a introdução de produtos de um país no mercado de outro país, a um preço inferior a seu valor normal, é condenável se causa ou ameaça causar dano importante a uma indústria estabelecida no território da parte contratante ou se materialmente retarda o estabelecimento da indústria doméstica. 7 Ainda segundo Leonor Cordovil, 8 não se proibia o dumping por si só, mas sim o que causasse dano, pois havia países que defendiam o interesse de algumas de suas indústrias, cuja sobrevivência dependia da importação de produtos a baixos preços. Desse raciocínio, aparecem as primeiras análises que abrem discussão sobre o tema do interesse público. A celebração desse acordo foi marcada por muitas dificuldades, constantes negativas de comissões europeias e dos Estados Unidos, pois eles entendiam que teriam menos benefícios, sendo mais inconveniente para eles a assinatura do acordo. 4 HEES, Felipe. Dumping, subsídios e salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. In: HEES, Felipe; CASTAÑON, Marília Penha Valle (Orgs.). O dumping ao longo da história e seus efeitos para o comércio. São Paulo: Singular, p A United States Steel Corporation é uma produtora integrada de aço com operações nos EUA, Canadá e Europa Central [...]. A empresa produz diversos tipos de aço e produtos tubulares utilizados nas indústrias de automóvel, maquinaria industrial, construção, petrolífera e de aparelhos domésticos, entre outras. A US Steel emprega cerca de 24 mil trabalhadores [...] (ALMAÇA, 2012). 6 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. São Paulo: Revista dos Tribunais, p GATT Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio de 1947, art. VI. 8 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. São Paulo: Revista dos Tribunais, p

4 4 3 PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Conforme Paulo Henrique Gonçalves Portela, 9 os princípios gerais do Direito Internacional Público caracterizam-se como regras cujo caráter se apresenta de forma globalizada e intangível, fundamentando e dando nexo ao ordenamento jurídico internacional e servindo como um norte, tanto para a feitura e imposição dos preceitos internacionais, quanto para a ação de todos os sujeitos do Direito Comunitário. Há um rol de princípios gerais do Direito Internacional, dentre eles, indicam-se: a soberania nacional; a não intervenção; a igualdade jurídica entre os Estados; a autodeterminação dos povos; a cooperação internacional; a solução pacífica das controvérsias internacionais; a proibição da ameaça ou do uso da força; e o esgotamento dos recursos internos antes do recurso a tribunais internacionais. Sem perder estes sua importância, outro princípio há, com maior relevância, que boa parte da doutrina considera de maior destaque: trata-se do princípio da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais. 4 CONCEITO DE DUMPING E MEDIDAS ANTIDUMPING O conceito de dumping, conforme Roberto Caparroz, 10 expressão assim mesmo adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro, por não haver tradução para nenhum idioma do planeta, é preconizado pelo artigo 2.1 do Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do GATT, a saber: Art Para as finalidades do presente Acordo, considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, 11 no caso de o preço 9 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Incluindo noções de direitos humanos e de direito comunitário. 5.ed. Bahia: JusPodivm, CAPARROZ, Roberto. Comércio internacional esquematizado. Coord. Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, Art. 8 - Considera-se valor normal o preço do produto similar, em operações comerciais normais, destinado ao consumo no mercado interno do país exportador (Decreto nº 8.058/13. Disponível em:

5 5 de exportação do produto ser inferior àquele praticado, no curso normal das atividades comerciais, para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador. 12 Em conformidade com o artigo 7º, do Decreto nº 8.058/13, dumping é uma prática pela qual se introduzem produtos no mercado doméstico, no caso, o do Brasil. Art. 7º. Para os efeitos deste Decreto, considera-se prática de dumping a introdução de um produto no mercado doméstico brasileiro, [...] a um preço de exportação inferior ao seu valor normal. 13 Nesse mesmo sentido, também o Professor Sebastião José Roque lembra que, no código antidumping, a definição relativa ao dumping teve a seguinte redação: Um produto deve ser considerado como caracterizador de um dumping, isto é, como introduzido no mercado de um país importador a preço inferior ao seu valor normal, se o preço de exportação desse produto, quando exportado de um país para outro, é inferior ao preço comparável, praticado no curso de operações comerciais normais, por um produto similar destinado ao consumo do país exportador. 14 O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC conceitua, exemplificando o que seja dumping: Considera-se que há prática de dumping quando uma empresa exporta para o Brasil, por exemplo, um produto a preço (preço de exportação) inferior àquele que pratica para produto similar nas vendas para o seu mercado interno (valor normal). Dessa forma, a diferenciação de preços já é por si só considerada como prática desleal do comércio. 15 Especificando ainda mais, de acordo com o MDIC: [ ] se a empresa A, localizada no país X, vende um produto neste país por US$ 100 e exporta-o para o Brasil, em condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de Acesso em: 26 jul. 2013). 12 ACORDO sobre a Implementação do Artigo VI do GATT, art Decreto nº 8.058/13, art. 7º. 14 ROQUE, Sebastião José. Direito internacional público. São Paulo: Ícone, (Col. Elementos de Direito). 15 MINISTÉRIO do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Disponível em: Acesso em: 06 ago

6 indústria. 18 Ainda de acordo com o sítio do MDIC, entende-se como indústria 6 comercialização, prazo de pagamento), por US$ 80, considera-se que há prática de dumping de US$ Para Caparroz, 17 a partir da definição jurídica, acima citada, pode-se inferir que a existência de dumping não é, em si mesma, condenável. Para que um Estado possa aplicar medidas de defesa contra a utilização de dumping por empresas estrangeiras, sua atuação deverá estar condicionada, ainda, à presença de dano à indústria nacional ou, ao menos, à real ameaça a um setor de produção do país, instalado ou com projeto de instalação. Ademais, não basta a existência do comércio baseado na deslealdade e o dano, necessário, outrossim, que haja uma relação de causalidade. O que se pretende é que seja verificado até que ponto as importações objetos do dumping responsabilizam-se pelo dano sofrido pela indústria interna. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior lembra que: [...] dano é entendido no sentido de dano material ou ameaça de dano material à indústria doméstica já estabelecida, ou ainda retardamento na implantação de uma doméstica: [...] a totalidade dos produtores nacionais de produto similar ao importado, ou o conjunto de produtores, cuja produção do produto doméstico similar constitua parcela significativa da produção nacional. 19 Para o MDIC, são considerados fatores relevantes, entre outros: [...] o volume e preço de importação que não se vendam a preços de dumping, impacto do processo de liberalização das importações sobre os preços domésticos, contração na demanda ou mudanças nos padrões de consumo, práticas restritivas ao comércio pelos produtores domésticos e estrangeiros, e a concorrência entre eles, progresso tecnológico, desempenho exportador e produtividade da indústria doméstica MINISTÉRIO do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Disponível em: Acesso em: 06 ago CAPARROZ, Roberto. Comércio Internacional esquematizado. Coord. Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, MINISTÉRIO do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Disponível em: Acesso em: 06 ago MINISTÉRIO do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Disponível em: Acesso em: 06 ago MINISTÉRIO do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Disponível em: Acesso em: 06 ago

7 7 Larry John Rabb Carvalho 21 lembra que, desse modo, conclui-se que o dumping, quando preenchidos esses três requisitos, o próprio dumping, dano e nexo, é um ilícito jurídico-econômico. Jurídico porque é um fato regulado por leis e tratados que impõem sanções, claras e objetivas. Econômico, porque a medida tomada contra essa prática visa à proteção do mercado interno. Com o intuito de remediar as consequências de um dano sofrido pela prática do comércio desleal, ainda que seja a ameaça de dano, as indústrias domésticas de um país podem aplicar os chamados direitos antidumping. É um dos tipos de medidas tomadas para a defesa comercial. São, segundo os autores Fernando de Magalhães Furlan e Thomas Benes Felsberg, 22 restrições de ordem legal, definidas na OMC e usadas pelas autoridades nacionais contra importações que, de alguma forma, estejam fora dos padrões adotados naquele organismo. Tais direitos têm como objetivo evitar que os produtores nacionais sejam prejudicados por importações realizadas a preços de dumping. Conceituam-se direitos antidumping como sendo o direito que se aplica a importações de determinado bem de uma parte específica, a fim de eliminar o prejuízo causado pelo dumping à indústria doméstica da parte importadora. É permitida, portanto, pelo artigo VI do GATT 1994, 23 a imposição de direitos antidumping a mercadorias objeto de dumping, se o dumping prejudicar produtores de países concorrentes na parte importadora FUNDAMENTOS A FAVOR E CONTRA A APLICAÇÃO DAS MEDIDAS ANTIDUMPING 21 CARVALHO, Larry John Rabb. Medidas antidumping e a segurança jurídica Disponível em: Acesso em: 08 ago FURLAN, Fernando de Magalhães; FELSBERG, Thomas Benes (Orgs.). Brasil China: comércio, direito e economia. São Paulo: Lex Editora, Acordo Antidumping Acordo relativo à Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, 1994, no Anexo 1 A do Acordo da OMC acordo da OMC oriundo da Rodada Uruguai que implementa o Artigo VI do GATT 1994, que trata do tema sobre direitos antidumping (SICE Disponível em: Acesso em: 09 ago. 2013). 24 SICE Disponível em: Acesso em: 09 ago

8 8 A base jurídica na qual se fundamenta a aplicação da medida antidumping se encontra enquadrada no Acordo Relativo à Aplicação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas Alfandegárias e Comércio de 1994, que foi incorporado pelo Brasil por meio do Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994, e regulamentado pelo Decreto nº 1.602, de 23 de agosto de 1995, revogado pelo Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013, que, hoje, regulamenta os procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping, além de dar outras providências. 25 São igualmente observáveis, juntamente com o Decreto nº 8.058/13, que trata das medidas antidumping, a Resolução Camex nº 13, de 29/02/2012, que institui o Grupo Técnico de Avaliação do Interesse Público GTIP, a Resolução Camex nº 38, de 11/06/2012, que altera a Resolução Camex nº 13/2012, acerca do prazo de proposição de Regimento Interno; e, por último, a Resolução nº 50, de 05/07/2012, que adota roteiro para pedidos de suspensão ou alteração de medidas antidumping definitivas ou a não aplicação das medidas provisórias. Conforme Felipe Hees, 26 adotam-se medidas antidumping com o escopo de proteger a indústria doméstica da concorrência desleal estrangeira. Ele ressalta as justificativas mais utilizadas para que se solicite a proteção através de adoção daquelas medidas de defesa. Dentre elas, incluem-se as seguintes: o dumping representa manifestação de preço predatório, ao conquistar o mercado nacional, os preços dos produtos serão aumentados, pois os produtores estrangeiros objetivam a recuperação do lucro; a discriminação entre os preços apresentados no mercado de origem e no importador representa um fato econômico negativo; há um afastamento de investimentos no mercado importador diante da prática de dumping; e, ainda, a justiça social justifica a aplicação da medida antidumping, com o intuito de se protegerem empresas nacionais e seus trabalhadores contra a concorrência estrangeira. Consoante Fabrizio Panzini e Lucas Spadano, 27 embora se deva levar em conta a importância das medidas para protegerem as indústrias nacionais, quando 25 LIMA, Mônica Elisa de Disponível em: Acesso em: 09 ago HEES, Felipe. Dumping, subsídios e salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. In: HEES, Felipe; CASTAÑON, Marília Penha Valle (Orgs.). O dumping ao longo da história e seus efeitos para o comércio. São Paulo: Singular, p PANZINI, Fabrizio; SPADANO, Lucas. Defesa comercial versus interesse público Disponível em: Acesso em: 10 ago.2013.

9 9 há importações a preço de dumping, ou, como já ressaltado, práticas do comércio desleal, infringindo regras internacionais e prejudicando tais indústrias, de outra banda, é imprescindível que se atente que há momentos em que infligir medidas de defesa, como direitos antidumping, pode causar sérios e lesivos efeitos sobre os parques industriais e sobre a economia do país, afetando o interesse público. A atual redação do Acordo Antidumping, recorda Leonor Cordovil, 28 dispõe que, após analisados todos os requisitos para a aplicação do antidumping (sendo identificados o dumping, o dano e o nexo causal), a autoridade pode (e, não, deve) aplicar a medida. Fica a critério do membro da OMC a aplicação da medida. O motivo pelo qual os membros não aplicam as medidas de defesa reside em, exatamente, ser contrária ao interesse público. Conclui Cynthia Kramer 29 que necessário se faz aplicar o antidumping, mas que não seja prejudicial à economia brasileira. Tem interesse o Estado na aplicação da medida de defesa, porém é preciso observar regras da OMC, sem somente visar à arrecadação de recursos para simplesmente abastecer os cofres públicos. Em que pese alguns estudiosos serem a favor, mas com algumas restrições, à medida de defesa comercial em comento, há também aqueles que concluem que as medidas antidumping não são ideais para a defesa do mercado e das indústrias nacionais, é exatamente o que frisam Roberto Di Sena Júnior e Scheron Dal Pizzol, 30 por acharem que o seu caráter é protecionista, dificultando o comércio internacional. Por isso, os países apresentam, durante as negociações, propostas que visam a restringir a utilização distorcida desse recurso de defesa. Os termos descritos são vagos, e as normas e procedimentos, complexos, por isso, os países que não dispõem de recursos técnicos e financeiros têm dificuldades na aplicação. 28 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. p Cynthia Kramer é advogada de LOB-SVMFA, especialista em comércio internacional. Entrevista por telefone e concedida à autora deste artigo. 30 SENA JÚNIOR, Roberto Di; PIZZOL, Scheron Dal. Dumping e comércio internacional: uma perspectiva em prol do multilateralismo. Org. Osvaldo Agripino de Castro Jr. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2005.

10 10 De acordo com Sena Jr. e Pizzol, 31 ao utilizar as medidas antidumping como forma de controlar a concorrência dos produtos estrangeiros, o Estado beneficia determinadas indústrias ou setores ineficientes, e o custo dessa proteção recai sobre a sociedade. Porém, se utilizadas de forma correta e somente quando necessário pelas autoridades nacionais, defendem os autores, as medidas antidumping irão apenas reequilibrar o mercado que sofreu influências enganosas causadas por importações com dumping e seus danos (quando comprovados). Se há intenção de criar regras para liberalizar o comércio, os países devem também buscar aplicá-las de forma correta para que o benefício advindo do comércio internacional seja percebido por todos. 6 NOVO ACORDO ANTIDUMPING E A CLÁUSULA DO INTERESSE PÚBLICO Como já mencionado, o Decreto nº 1.602, de 23 de agosto de 1995, foi revogado pelo Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013, que foi publicado no dia 29 de julho deste ano, passando a valer, em 1º de outubro de 2013, as novas regras para o processo de investigação antidumping. O novo decreto, de acordo com André Diniz, 32 incorpora mudanças importantes para enfrentar os desafios contemporâneos do comércio exterior brasileiro. Antes, o prazo para investigações de existência de dumping era de 15 meses, e, hoje, tais investigações são concentradas em 10 meses, dentre várias outras mudanças. Tais alterações têm como objetivo fazer com que as investigações sejam mais céleres, transparentes e eficientes, motivo pelo qual foi feita uma consulta pública. 33 Além de pilares positivos que são destaques no novo acordo, como celeridade das investigações, eficácia das medidas e a previsibilidade para o setor privado, este, evidente na descrição detalhada dos procedimentos, diferencia o decreto atual do anterior. Das várias modificações trazidas pelo novo decreto, a 31 SENA JÚNIOR, Roberto Di; PIZZOL, Scheron Dal. Dumping e comércio internacional: uma perspectiva em prol do multilateralismo. Org. Osvaldo Agripino de Castro Jr. Florianópolis: OAB/SC Editora, Compõe a Assessoria de Comunicação Social do MDIC. 33 FIESP/CIESP. Panorama Defesa Comercial Disponível em: content/uploads/2013/08/panorama-dc-%e2%80%93-edi%c3%a7%c3%a3o-especial- %E2%80%93-Agosto.2013.pdf. Acesso em: 08 out.2013.

11 11 cláusula de interesse público, a que se refere este trabalho, é uma das mais importantes. Tal cláusula é prevista pela Resolução Camex nº 13/2012, instrumento normativo que torna pública a aplicação da medida de defesa comercial, submetida diretamente à aprovação da Câmara de Comércio Exterior Camex, à qual compete aplicar medidas de defesa comercial, sendo, portanto, as investigações iniciadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Socex e conduzidas pelo Departamento de Comércio Decom. No acordo anterior, não havia delimitação no prazo para suspensão de direitos antidumping; já pelo novo decreto, os ministros da Camex podem suspender direitos antidumping definitivos por até um ano, com prorrogação desse prazo por uma única vez, por igual período, além de tomar outras providências, em nível excepcional, em razão de interesse público. Conforme o art.3º do Decreto nº 8.058/13: Art. 3 Em circunstâncias excepcionais, o Conselho de Ministros poderá, em razão de interesse público: I - suspender, por até um ano, prorrogável uma única vez por igual período, a exigibilidade de direito antidumping definitivo, ou de compromisso de preços, em vigor; II - não aplicar direitos antidumping provisórios; [...] DISCUSSÕES SOBRE O INTERESSE PÚBLICO Leonor Cordovil 35 ressalta que, na Constituição da República Federativa Brasileira, os primeiros valores a serem perseguidos pelo Estado encontram-se descritos já no art. 3º, a seguir. Esses valores são desdobramentos do interesse público no rol de objetivos fundamentais a serem perseguidos pelos poderes. Também a representação popular e a separação dos poderes são a manifestação da necessária intervenção popular na escolha do que será considerado interesse público. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 34 DECRETO nº 8.058/13, art.3º. Disponível em: Acesso em: 10 set CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

12 12 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 36 Diz Celso Antonio Bandeira de Mello 37 que o interesse público ou primário é o pertinente à sociedade como um todo. Segundo Leonor Cordovil, 38 a expressão interesse público carrega, entretanto, um peso muito grande, significa que a autoridade de defesa comercial deverá desvendar o interesse nacional, um interesse de todas as pessoas, um interesse maior e indiscutível que trará a resposta que o país busca em relação às importações. Além disso, interesse público remete o negociador e a autoridade nacional à esfera do bem comum, da discussão político-social, que ultrapassa as fronteiras de uma simples discussão antidumping (de natureza econômica). O interesse público pode ser definido, no âmbito da legislação de defesa comercial, como uma análise do impacto da imposição de medidas para defesa do comércio do país importador, tomando-se vários interesses em conjunto. Portanto, o interesse público seria a soma de todos os interesses privados da economia. 39 Para Leonor Cordovil, 40 definir o interesse público no antidumping causa, sem dúvida, um embaraço, e isso se deve à própria expressão. Nenhuma outra poderia trazer mais apelo ao clamor de soberania dos países. Se os países tivessem optado por negociar apenas aspectos econômicos relativos aos efeitos provocados pelas medidas, por exemplo, seria mais fácil chegar a um acordo. Essa indeterminação em se definir o interesse público traz dificuldades, outrossim, na sua análise e em uma consequente possibilidade de invocá-lo com o escopo de suspender ou não aplicar medidas de defesa. 36 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 18. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, (Coleção RT Códigos). 37 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. 39 SEAE Disponível em: Acesso em: 12 out CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

13 13 Consoante Cynthia Kramer, 41 interesse público deve ser interpretado como interesse macro. Não se trata, por exemplo, de apenas oferecer mercadoria por preço menor, é muito mais que isso. É lidar com assuntos como inflação, cesta básica, enfim, cadeia produtiva afetada, levando em consideração a economia como um todo. Cordovil 42 chama a atenção no sentido de ser fundamental que sejam definidos parâmetros claros, que devem ser seguidos por todos os membros da OMC, no caso de a definição do interesse público ser considerada obrigatória, no campo das negociações do comércio internacional. De acordo com essa autora, o interesse público serve de justificativa para a não aplicação das medidas de defesa comercial quando se entender que os benefícios gerados, por essas medidas, à indústria doméstica são menores que os prejuízos provocados aos agentes diversamente afetados (consumidores, usuários industriais do produto, importadores, sociedade em geral, etc.). Em um trabalho de pesquisa desenvolvido pela Secretaria de Acompanhamento Econômico - SEAE/Ministério da Fazenda acerca do assunto, Andrea Macera 43 explica o que é o interesse público e assevera que envolve duas vertentes, ou seja, em primeiro lugar, questões políticas mais gerais, por exemplo, preocupação com as relações comerciais, com o país exportador ou com políticas setoriais específicas, e, em segundo lugar, estão questões de natureza econômica, isto é, desabastecimento ou impacto sobre os custos da indústria intermediária, também chamada de usuária. Macera 44 ressalta que os poucos precedentes envolvendo a aplicação dessa cláusula no Brasil não permitem uma definição clara do que possa ser interesse nacional (ou interesse público). Na verdade, a vagueza do termo e as dúvidas quanto aos critérios de uso estão presentes em praticamente todos os países que a adotam em suas legislações. Conquanto tal provisão já exista no arcabouço normativo de diversos países, como os da União Europeia e Canadá, seu uso não é frequente. No âmbito 41 Cynthia Kramer. Entrevista por telefone e concedida à autora deste artigo. 42 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. 43 MACERA, Andrea. Interesse público e defesa comercial: considerações gerais. Revista Brasileira do Comércio Exterior, Rio de Janeiro, n.114, p.12-19, jan./mar Disponível em: Acesso em: 01 nov MACERA, Andrea. Interesse público e defesa comercial: considerações gerais. Revista Brasileira do Comércio Exterior, Rio de Janeiro, n.114, p.12-19, jan./mar Disponível em: Acesso em: 01 nov

14 14 da Organização Mundial de Comércio, continua Andrea, 45 o Acordo Antidumping não proíbe nem obriga a consideração do interesse público. Ainda assim, argumenta-se que a cláusula do interesse nacional exerce importante papel para contrabalançar os efeitos adversos das medidas antidumping. Para Felipe Hees, 46 apesar da relevância do assunto, é limitada a literatura nacional devotada à análise do interesse público na aplicação de medidas antidumping. Hélène Ruiz Fabri 47 ressalta que a autora Leonor Cordovil 48 conseguiu mostrar, em sua obra, que os membros da OMC, notadamente, os países em desenvolvimento que fazem uso crescente do antidumping, parecem ter percebido que devem desenvolver e utilizar, de uma forma melhor, a ferramenta do interesse público. 8 A INSTITUIÇÃO DO GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO GTIP O GTIP Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público foi instituído com o objetivo de analisar a suspensão ou alteração de medidas antidumping e compensatórias definitivas, bem como a não aplicação de medidas antidumping e compensatórias provisórias, por razões de interesse público. Conforme o artigo 1º da Resolução nº 13 da Camex: Art. 1º Instituir o Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público GTIP com o objetivo de analisar a suspensão ou alteração de medidas antidumping e compensatórias definitivas, bem como a não aplicação de medidas antidumping e compensatórias provisórias, por razões de interesse público. 45 MACERA, Andrea. Interesse público e defesa comercial: considerações gerais. Revista Brasileira do Comércio Exterior, Rio de Janeiro, n.114, p.12-19, jan./mar Disponível em: Acesso em: 01 nov HEES, Felipe. Interesse público e a aplicação de medidas antidumping no Brasil. Revista Brasileira do Comércio Exterior, Rio de Janeiro, n.114, p.6, jan./mar FABRI, Hélène Ruiz. Prefácio. In: CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. p CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

15 15 De acordo com Fabrizio Panzini e Lucas Spadano, 49 ao grupo interministerial, secretariado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda, compete analisar os casos em que seja prudente, por razões de interesse público, recomendar à Camex a suspensão ou redução da aplicação de medida antidumping. O GTIP é um órgão consultivo, não delibera, suas conclusões são levadas ao Comitê Executivo de Gestão (Gecex) ou ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Não se pode utilizar o GTIP como foro para que se realizem investigações de infrações à ordem econômica. 50 Se, após as investigações, for possível suspender a exigibilidade de um direito definitivo, com base na cláusula do interesse público, o prazo será de até um ano, prorrogável uma única vez. Ao final desse período, o direito antidumping se extinguirá, caso não haja reaplicação do direito, por decisão da Camex, ou caso não esteja expressamente prevista sua retomada no ato da sua suspensão. Podem, igualmente, não ser aplicados direitos provisórios ou direito definitivo. 51 O GTIP tem como pontos positivos estar em consonância com propostas de organismos internacionais e com a experiência internacional, representar um avanço na institucionalização da cláusula do interesse público, separar as instâncias técnica e política e lidar com mais transparência no processo decisório. 52 Das mais atuais resoluções, uma delas se destaca: a Resolução Camex nº 35/13 instituiu, por razões de interesse público, a suspensão da cobrança de direitos antidumping definitivos e a não aplicação de direitos antidumping provisórios, dentre outras medidas, nas importações destinadas aos eventos da Copa das Confederações Fifa 2013 e Copa do Mundo Fifa A medida relaciona-se à garantia concedida pelo Brasil à Fifa para a realização dos eventos sob comento. Somente os importadores habilitados pela Receita Federal, nos 49 PANZINI, Fabrizio; SPADANO, Lucas. Defesa comercial versus interesse público. Disponível em: Acesso em: 14 out FIESP/2012. Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público. Coordenação Andrea Macera. Disponível em: Acesso em: 08 out FIESP. Guia Antidumping Coord. Jacqueline Spolador Lopes. Disponível em: Acesso em: 08 out SEAE. Interesse Público e Defesa Comercial Coordenadoria-Geral SEAE/MF. Secretaria de Acompanhamento Econômico. Disponível em: NDREA%20MACERA.pdf. Acesso em: 05 nov.2013.

16 16 termos do Decreto nº 7.578/11, poderão usufruir da nova regra, que já está em vigor e perdurará até julho de O TESTE DO INTERESSE PÚBLICO Consoante Leonor Cordovil, 54 as negociações sobre o teste do interesse público no antidumping são antigas, para ela, não se trata de um tema novo. Contudo, pouco se avançou no sentido de torná-lo obrigatório, ou, de alguma forma, tentar harmonizar os entendimentos e a aplicação pelos membros. Há, para alguns deles, a previsão da cláusula em seus ordenamentos, trazendo contribuições relevantes às discussões nos grupos de negociação do GATT e OMC. Outros, contudo, seguem afirmando que a imposição de uma cláusula que obrigue o membro a observar o interesse público, definindo o que é esse interesse, seria uma violação à soberania, já que a definição do que é interesse público cabe ao próprio membro. Vários membros da OMC aderiram e entraram nas negociações sobre o teste do interesse público, houve, sobre o assunto, várias indagações, até se chegar ao objetivo que, segundo Cordovil, 55 deveria ser diminuir ou eliminar direitos antidumping em razão de considerações de um interesse público mais amplo. Seria necessário examinar, durante o curso das investigações, os outros interesses (consumidores, importadores, etc.) também afetados se as medidas forem impostas no todo ou em parte. Outros membros, como os Estados Unidos e Austrália, foram contrários; o primeiro fez indagações sobre a liberdade do membro para determinar os critérios para utilizar a invocação do interesse público; o segundo foi contrário por entender que a consideração do interesse público depende da maneira como cada membro se relaciona com sua própria lei, e enfatizou a necessidade de previsibilidade, transparência e respeito ao devido processo. 53 FIESP/CIESP. Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior Derex da Fiesp. Panorama Defesa Comercial, São Paulo, n.9, p.4-5, maio CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. 55 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

17 17 Para Cordovil, 56 havia uma preocupação dos membros com a aplicação da cláusula, que girava em torno de o conceito de interesse público ser muito subjetivo, objetivando fazer do teste apenas uma diretriz a ser seguida e não uma obrigatoriedade. Consoante Cordovil, 57 a Comunidade Europeia é um dos poucos membros que aplica o teste do interesse público, mesmo que se conclua que as importações a preço de dumping estejam causando dano à indústria doméstica, como dispõe o Regulamento Básico europeu: [...] as medidas antidumping podem não ser aplicadas se a autoridade concluir que não é do interesse comunitário aplicá-las. Tal teste é criticado pela insegurança e opacidade. A experiência brasileira, nessa matéria, diz Cordovil, 58 não permite alcançar conclusões acerca do entendimento das autoridades brasileiras sobre o interesse público no antidumping. Não houve, ainda, um posicionamento uniforme, a formação de um precedente importante, nas decisões brasileiras, que indicasse a posição do país. No que tange ao procedimento, enfatiza ela, de acordo com a legislação brasileira, explica, em resumo, a Camex pode, diante de circunstâncias excepcionais, decidir em favor do interesse nacional, deixando de aplicar medidas antidumping mesmo quando demonstrado o dano, o dumping e o nexo causal. O teste não é obrigatório e não é feito em todos os casos, ademais, a Camex não é a autoridade que conduz a investigação (e sim o Decom), há, portanto, um distanciamento substancial entre os responsáveis pela definição do interesse público e aqueles que pesquisaram o mercado, investigaram os produtos e verificaram as informações. Por não existirem critérios, há dificuldade em se analisar o interesse público no caso concreto, havendo muita pressão de grupos interessados e poucas condições para uma boa decisão pela câmara. 10 CRITÉRIOS ADOTADOS NA ANÁLISE DO INTERESSE PÚBLICO 56 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. 57 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. 58 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

18 18 Três são os critérios, consoante Leonor Cordovil, 59 que são objeto de análise frequentemente pelas autoridades que aplicam o teste do interesse público e exprimem o desejo de buscar a decisão mais adequada e que melhor espelhe o interesse público nacional; são, a saber: a) A concorrência, incluindo os interesses do consumidor por preços baixos e opções de compra - uma boa análise concorrencial, preocupada com a influência do comércio internacional sobre a concorrência, e vice-versa, já é o primeiro passo para a realização do interesse público, entendido como a busca do bem-estar para consumidores e concorrentes em esfera mundial. A imposição de uma medida pode provocar restrição à concorrência. b) O emprego e a redução dos salários - fator quase sempre considerado pelos membros que já aplicam o teste do interesse público é a análise das condições para se chegar à proteção de empregos de algumas das partes prejudicadas por uma investigação antidumping. Salvar empregos da indústria doméstica é preocupação de toda investigação antidumping. Entretanto, preservar os empregos dos produtores domésticos pode significar a perda dos empregos de importadores e usuários industriais do produto, sendo preciso balancear essas duas prováveis perdas. Na maior parte das decisões analisadas, a opção é pela indústria que mais empregava ou demandava trabalho. c) O desenvolvimento tecnológico e industrial - são comuns os casos em que a autoridade nacional decide iniciar uma investigação antidumping, ou aplicar medidas definitivas, baseando-se no fato de que a indústria doméstica é estratégica ao desenvolvimento industrial e tecnológico do país. Esse é um requisito essencial, pois está economicamente ligado ao interesse público e ao desenvolvimento econômico do setor que busca a proteção. Contudo, há que se fazê-lo com cuidado para não se tomar uma decisão errada, pois, talvez, o setor protegido possa não ser mais interessante à economia do país, ou pode ser um setor que não tende a se desenvolver, pela própria natureza da atividade. Necessário se faz observar pontos como a capacidade de desenvolvimento da indústria, a capacidade de investimento, o interesse nacional pelo desenvolvimento da indústria. 59 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

19 19 11 PARTES INTERESSADAS NA SUBMISSÃO DE CONSIDERAÇÕES DE INTERESSE PÚBLICO Segundo Leonor Cordovil, 60 o acordo antidumping, na nova redação que está sendo negociada pelos membros, deve prever quais são as partes interessadas no teste do interesse público; grosso modo, são: a) A indústria doméstica - O dumping produz consequências negativas para o interesse dessas empresas, razão pela qual elas pedem ao governo do país que abra investigações para analisar a existência de práticas desleais de comércio. b) Os importadores - São raros os importadores que revendem apenas o produto investigado. Usualmente, eles oferecem uma gama variada de produtos, sendo possível desviar seus esforços, anteriormente despendidos com o produto sob investigação, para outros produtos não investigados. c) Usuários industriais - Economicamente, os usuários são a indústria mais prejudicada pela aplicação de medidas antidumping. O usuário é o responsável pela encomenda do produto ao importador ou ao exportador. d) Consumidores e suas associações - Eles podem fornecer uma visão realista da oferta, sob o ponto de vista da demanda. São capazes de relatar as dificuldades encontradas no mercado do produto final, uma eventual existência de práticas abusivas, infrações ao direito do consumidor, ou mesmo uma inaptidão da indústria doméstica em fornecer o produto. e) Os exportadores - Não se considera, geralmente, a sua manifestação sobre interesse público. A justificativa é que essas empresas não estão localizadas no território e não estão preocupadas com os desejos e necessidades locais. Esse entendimento tende a mudar por causa da globalização. 12 JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS AO INTERESSE PÚBLICO NO ANTIDUMPING 60 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

20 Cordovil: 61 a) Processo MDIC/Secex / , Importação de pneus 20 A seguir, apresentam-se exemplos de jurisprudências brasileiras relacionadas ao interesse público no antidumping de acordo com estudos de Leonor novos para bicicletas, Res. Camex 37, de , publ. DOU b) Processo MDIC/Secex / , Importação de ferro cromo, Res. Camex 31, de , publ. DOU c) Processo MDIC/Secex / , Importação de cimento portland, Res. Camex 36, de , publ. DOU CONCLUSÃO Verificou-se, pelos registros, no presente artigo, que o dumping que não tem cunho de dano é permitido, visto que há sociedades empresárias que dele necessitam, ou seja, é, para elas, essencial a aquisição de produtos a baixos preços, e, se não causa prejuízos a indústrias nacionais, não há por que proibir a prática do dumping. Lado outro, na existência de tal prática e trazendo consigo um dano juntamente a um nexo de causalidade entre este ato danoso adicionado a consequências graves e prejudiciais àquela sociedade empresária, será, pois, atacado pela medida de defesa comercial antidumping, que tem o poder de agasalhar a indústria doméstica contra deslealdades nas práticas comerciais, garantindo uma concorrência com mais justiça no mundo do comércio internacional entre produtores domésticos e estrangeiros. Mas há uma delicada situação que é imprescindível que seja vista com mais atenção pelas autoridades em comércio internacional, como já fora relatado no presente trabalho e novamente mencionado no parágrafo acima, seria aceitável, dentro de uma normalidade nas situações adequadas para tal, a aplicação do antidumping, porém por causa do Interesse Público, isto é, um interesse macro, semelhante medida deixa de ser imposta. Os estudos realizados levam a concluir que é fundamental que haja a invocação de tal interesse, pois não contempla somente o interesse de uma ou outra 61 CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional.

21 21 parte envolvida no processo das relações comerciais, mas um país como um todo. Porém é mister reconhecer que há situações a serem melhoradas nessa empreitada, uma delas é definir-se com precisão o que vem a ser Interesse Público, há, entre os países-membros, muita insegurança com relação a isso. Importante que estes se entendam no que tange a tal definição. Enfim, há controvérsias sobre o entendimento, da cláusula do interesse público e de vários pontos do Acordo Antidumping, que provocam divergência entre os países-membros da Organização Mundial do Comércio. É essencial, para que haja menos discricionariedade do país investigador e menos protecionismo às suas indústrias, haver mais clareza e transparência, requisitos básicos para tal entendimento, e ainda, maior consciência dos fatores que envolvem a medida de defesa comercial aqui estudada. Em suma, resta comprovada a importância do interesse público, assim como também é preciso que possa ser garantida a todas as partes envolvidas em relações internacionais comerciais a segurança jurídica, além do respeito ao Princípio da Soberania. Infelizmente, nem todas as partes agem com honestidade nessa seara. A globalização trouxe a liberalização comercial, muitos países caminham ao encontro de soluções de controvérsias e análises em prol da utilização consciente do interesse nacional nas várias situações com as quais se deparam, nada obstante, há países que defendem seus lucros, desenfreadamente, em detrimento do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, em detrimento de negociações leais. THE INVOCATION OF THE PUBLIC INTEREST AS A RELEVANT FACTOR FOR THE ANTI-DUMPING ANALYSIS ABSTRACT This present essay (thesis, dissertation) intends to show, into the framework of International Civil Law, more specifically focusing foreign trade relations, the public interest subject, its invocation, definition and importance as a justification in order not to apply or lift antidumping.

22 22 Keywords: International Low; Dumping; Antidumping, Interest Public. REFERÊNCIAS ACORDO sobre a Implementação do Artigo VI do GATT, art Disponível em: Acesso em: 12 out ACORDO para Implementação do art.vi do GATT 1994, ou Acordo Antidumping da OMC Disponível em: Acesso em: 12 out ALMAÇA, Maria Disponível em: p.pdf. Acesso em: 16 set BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 18. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, (Coleção RT Códigos). CAPARROZ, Roberto. Comércio internacional esquematizado. Coord. Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, CARVALHO, Larry John Rabb. Medidas antidumping e a segurança jurídica Disponível em: Acesso em: 08 ago CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. DECRETO nº 8.058/13. Disponível em: Acesso em: 26 jul

23 23 DECRETO nº 8.058/13, art.3º. Disponível em: Acesso em: 10 set DECRETO nº 8.058/13, art.7º. Disponível em: Acesso em: 16 nov FABRI, Hélène Ruiz. Prefácio. In: CORDOVIL, Leonor. Antidumping: interesse público e protecionismo no comércio internacional. São Paulo: Revista dos Tribunais, p FIESP Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público. Coordenação Andrea Macera. Disponível em: Acesso em: 08 out FIESP. Guia Antidumping Coord. Jacqueline Spolador Lopes. Disponível em: Acesso em: 08 out FIESP/CIESP. Panorama Defesa Comercial Disponível em: Edi%C3%A7%C3%A3o-Especial-%E2%80%93-Agosto.2013.pdf. Acesso em: 08 out FURLAN, Fernando de Magalhães; FELSBERG, Thomas Benes (Orgs.). Brasil China: comércio, direito e economia. São Paulo: Lex Editora, GATT Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas, de 1947, art. VI. Disponível em: Acesso em: 10 out GTIP. Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público. Disponível em: Acesso em: 08 out HEES, Felipe. Dumping, subsídios e salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. In: HEES, Felipe; CASTAÑON, Marília Penha Valle (Orgs.). O dumping ao longo da história e seus efeitos para o comércio. São Paulo: Singular, p

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