O QUE SE DEVE FAZER ANTES DE CONTRAIR UM EMPRÉSTIMO
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- Orlando de Miranda Bentes
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1 O QUE SE DEVE FAZER ANTES DE CONTRAIR UM EMPRÉSTIMO ANTES DE CONTRATAR - Pesquise! - Existem no mercado muitas empresas concedendo linhas de crédito pessoal. - Desconfie daquelas que oferecem muitas facilidades. - Informe-se no Banco Central, fone xyzwhijp , ou pelo site se a empresa tem autorização para realizar tais empréstimos. - Ligue para o cadastro de reclamações fundamentadas da Fundação Procon. Analise se as vantagens oferecidas atendem às suas reais necessidades. - Informe-se previamente se as taxas de juros cobradas não irão elevar demais o valor total de seu empréstimo e se elas estão tendo do que preconiza a legislação. - Certifique-se de que as parcelas não irão comprometer o seu orçamento, dificultando o pagamento de outras despesas. - Guarde todo o material publicitário. Ele integra o contrato e suas informações devem ser cumpridas. ATENÇÃO AO CONTRATO - Leia-o com atenção antes de assiná-lo. Não tenha pressa. Caso tenha dúvidas, recorra a um órgão de defesa do consumidor ou a um advogado de sua confiança. - Jamais deixe espaços em branco. Risque o que não for preenchido. - Não acredite em promessas verbais. Tudo o que for acordado deve fazer parte do contrato. - Verifique se a taxa de abertura de crédito (TAC) e o imposto sobre operações financeiras ou de crédito (IOF/IOC) estão inclusos no financiamento. - Exija uma cópia do contrato. Ela é a sua garantia. IMPORTANTE
2 - Muitas empresas oferecem um seguro que garante a quitação do saldo devedor em caso de morte, invalidez ou desemprego. Informe-se. - Depois de assinado o contrato, todos os valores que deixarem de ser pagos e se caracterizarem como descumprimento do mesmo poderão ser cobrados judicialmente. - Saiba que se você deixar de pagar em dia uma das parcelas, seus dados poderão ser incluídos na xyzwhijp (Centralização dos Serviços dos Bancos) e no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), desde que você seja notificado antecipadamente e por escrito. - Em caso de atraso nas parcelas, lembre-se de que a empresa credora não é obrigada a renegociar sua dívida. Fica a critério da empresa decidir sobre um novo acordo. ATENÇÃO! 1-Evite surpresas. Não empreste seu nome para terceiros. 2-Nunca faça um empréstimo apenas por meio de contato telefônico. 3-Jamais deposite valores em contas bancárias de pessoas físicas. O QUE DIZ O CÓDIGO de DEFESA DO CONSUMIDOR Os contratos de financiamento, como todo contrato de adesão, em que as cláusulas já vêm preestabelecidas, devem ser redigidos de forma clara, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. As cláusulas que limitam os direitos do consumidor devem aparecer sempre em destaque. O consumidor pode liquidar seu débito antecipadamente, em sua totalidade ou parcialmente, mediante a redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
3 É considerada prática abusiva prevalecer-se da fragilidade do consumidor para impingir-lhe a venda de qualquer serviço. É proibida toda publicidade enganosa que possa induzir o consumidor a erro. O consumidor pode exigir a correção de seus dados em cadastros de proteção ao crédito, em um prazo de cinco dias, quando eles estiverem incorretos. Fonte: Associação Brasileira do consumidor, lutando pelos seus direitos. O Código de Defesa do Consumidor não permite que o fornecedor, na cobrança de dívida, ameace ou faça o devedor passar vergonha em público. Inúmeros são os casos em que consumidores buscam quitar seu empréstimo ou compra financiada com juros de forma antecipada e vêem negado seu direito à redução proporcional dos juros cobrados no momento da contratação. Evidente que não são todas as empresas que negam este direito ao consumidor. E dentro desta gama de empresas temos ainda aquelas que acabam dando um desconto inferior ao realmente devido e/ou cobram ilegalmente uma taxa ou tarifa para que seja possível a quitação antecipada. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) trouxe em seu bojo o art. 52 tratando exatamente das operações de crédito e financiamento, regulamentando os DEVERES de informação, o valor da multa em caso de atraso no pagamento da prestação e o DIREITO de quitação antecipada com redução proporcional dos juros e demais acréscimos: Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
4 III - acréscimos legalmente previstos; IV - número e periodicidade das prestações; V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 1 As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.(redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º ) 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. (destacamos) A quitação antecipada do débito com o desconto é direito do consumidor e as empresas de crédito não podem negar este direito, mesmo que esteja previsto contratualmente porque o CDC é norma de ordem pública e afasta qualquer disposição contratual que contrarie suas normas jurídicas. Sobre o tema em debate o eminente Desembargador Sejalmo Sebastião de Paula Nery, do TJRS, manifestou-se no seguinte sentido: Da quitação antecipada. O Código de Defesa do Consumidor assegura, em seu art. 52, 2º, a liquidação antecipada do débito, mediante redução proporcional dos juros e outros acréscimos. Segundo o art. 1º, da Lei nº 8.078/90 (CDC), as normas de proteção e defesa do consumidor são de ordem pública e interesse social, indisponíveis, portanto. Insere-se nesse contexto o acima referido dispositivo legal, que encerra direito inarredável ao abatimento proporcional do encargos financeiros, ao qual não pode o credor opor-se. Sobre o tema, assim manifesta-se Nelson Nery Júnior: Uma das mais importantes conquistas do consumidor com o Código foi o direito de liquidação antecipada do débito financiado, com a devolução ou redução proporcional dos juros e demais encargos. Os bancos e instituições financeiras em geral, bem como fornecedores com financiamento próprio (lojas com departamento de crediário), terão de proporcionar ao consumidor a liquidação antecipada do financiamento, se ele assim pretender, fazendo a competente redução proporcional dos juros e outros acréscimos. Cláusula contratual que preveja renúncia do consumidor à restituição ou diminuição proporcional dos juros e encargos previstos neste dispositivo é abusiva, sendo considerada nula, não obrigando o consumidor (art. 51, nºs I, II, IV e XV, CDC). Caso o fornecedor não assegure esse direito ao consumidor, além do direito previsto neste dispositivo, terá ele direito de haver perdas
5 e danos, patrimoniais e morais, nos termos do art. 6º, nº VI, do CDC (in Código Brasileiro de defesa do Consumidor Comentado Pelos Autores do Anteprojeto, Ada Pellegrini Grinover et all. 4ª ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1995). Portanto, havendo a alegação de que o devido abatimento não foi realizado de forma correta de maneira desvantajosa ao consumidor -, é perfeitamente possível a devolução dos valores devidos ao consumidor, ainda que o contrato já tenha alcançado seu término quando da propositura da ação. (Agravo Nº , Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sejalmo Sebastião de Paula Nery, Julgado em 23/04/2009) Não há dúvida quanto ao direito do consumidor à redução proporcional dos juros em caso de compra a prazo, financiamento de veículo ou empréstimo bancário, inclusive o consignado. O grande problema é que as empresas se negam a reconhecer este direito, muitos consumidores ligam para o call center destas empresa e os atendentes, na maioria das vezes despreparados e instruídos de forma equivocada, simplesmente negam este direito alegando inúmeras desculpas como falta de previsão contratual ou a existência de uma clausula contratual dispondo que em caso de quitação antecipada o contratante não tem direito à redução dos juros cobrados. Tais práticas vão de encontro à norma inserta no art. 52, parágrafo 2 do CDC e como tal vem sendo elididas pelo poder judiciário, que vem incessantemente reconhecendo o direito ao abatimento dos juros e condenando as empresas a restituírem o valor devido.
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