CULTURA AFRO-BRASILEIRA, CONSTRUINDO IDENTIDADES

Transcrição

1 CULTURA AFRO-BRASILEIRA, CONSTRUINDO IDENTIDADES E.E PROF. ALCINDO SOARES DO NASCIMENTO Professor(es) Apresentador(es): Mariana Pinto Ramalho Terossi Simone Pereira Cardoso Realização:

2 Foco do Projeto Resgatar as manifestações culturais afro-brasileiras sendo poderosa ferramenta para despertar a identidade social do aluno no processo de construção da cidadania, de forma contextualizada e refletida.

3 Contexto de Aplicação O projeto foi desenvolvido na E.E. Prof. Alcindo Soares do Nascimento com 80 alunos do 1º ao 5º ano na disciplina diversificada de Linguagens Artísticas, durante o primeiro semestre de 2016 (fevereiro a junho). Uma parte dos alunos é carente, provenientes de lares desfeitos pela falta de emprego ou atividade econômica, alcoolismo e/ou uso de drogas. Uma pequena parte pertence a classe média onde os pais dos alunos são pessoas que trabalham em indústrias, comércios e exercem funções de costureiras, faxineiras e servidores públicos.

4 Justificativa A ausência da História Africana é uma lacuna nos sistemas educacionais brasileiros que abre espaço para atitudes preconceituosas, desinformadas ou racistas sobre as origens da população negra. E esta, tem retirado a oportunidade de construir uma identidade positiva sobre sua origem. A partir desta constatação e apoiando-se na implementação da lei 10639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura da África e dos afro-brasileiros no ensino fundamental e médio, propõe-se o resgate de nossas origens culturais, sendo a africana o foco deste projeto.

5 Objetivo Gerais: Possibilitar a releitura e a valorização da cultura afro-brasileira e dos afrodescendentes; viabilizar aos alunos negros a construção de uma autoimagem positiva, bem como aos não-negros reconhecer as marcas da cultura africana que, independente da origem étnica de cada brasileiro, fazem parte do seu dia-a-dia. Contribuir contra todas as formas de discriminação racial, étnica, de gênero e social enquanto obstáculos à construção da cidadania e constituição dos direitos fundamentais.

6 Objetivo Específicos: Educar para a igualdade étnico-racial, rompendo com estigmas, linguagens e atitudes preconceituosas em relação aos negros. Contribuir para a formação cultural e educacional dos alunos para que possam atuar com autonomia na transformação de suas realidades; Conhecer a África de ontem e de hoje, bem como a história do Brasil a partir da perspectiva do negro. Reafirmar e desmistificar a presença africana na nossa literatura, música, arte visual, dança, jogos e brincadeiras, bem como na forma de viver, falar e festejar.

7 Desenvolvimento/ Metodologia Apresentação do projeto aos alunos. Inscrições dos alunos no projeto escolhido. Dinâmica do espelho Como me Vejo. Vídeos educativos para familiarização com a África Conhecendo a África e A Cor da Cultura. Contação de história Bruna e a Galinha d`angola. Brincadeira cantada Roda Africana, música África, grupo Palavra Cantada. Carybé: documentário De Cá pra Lá e vídeo educativo Traçando a Arte. Introdução à técnica aquarela e oficina de pintura: releitura das obras de Carybé.

8 Desenvolvimento/ Metodologia Brincadeiras de origem africana: Mbube, Kameshi Mpugu Ne (Gato e Rato) e Pegue a Cauda. Maculelê: contação de história sobre a lenda; vídeos de grupos de Maculelê; Dançando Maculelê: criação de coreografia em grupo e apresentação para a turma; ensaio de coreografia coletiva para a Culminância. Teatro de sombras sobre lendas africanas e afro-brasileiras: conhecer a técnica de teatro de sombras, confecção de siluetas, ensaio e apresentação para a turma. Capoeira: história do surgimento, sistema de graduação, prática de movimentos básicos. Oficina de capoeira (parceria).

9 Desenvolvimento/ Metodologia A importância da música para o povo africano: contação de história, livro Canção do Povo Africano ; canto coral com o hino da África do Sul. Maracatu com foco nos instrumentos: vídeos educativos sobre seu surgimento; Maracatu Rural e de Baque-virado (personagens e instrumentos); lenda da Calunga. Oficina de Maracatu (parceria). Mancala jogo de origem africana: vídeo educativo sobre surgimento e regras; confecção de tabuleiros pelos alunos e prática. Bonecas Abayomi: história de seu surgimento e importância; confecção de bonecas pelos alunos. Ensaios para a culminância. Culminância com apresentações e exposição das produções dos alunos. Avaliação final.

10 Recursos Utilizados Livros e textos africanos e afro-brasileiros; Aparelho de som, microfone; Projetor, notebook; Lousa; Internet; Câmera fotográfica; Cartolina, folha de sulfite, papel kraft; Lápis, borracha, caneta colorida, fita adesiva, tesoura; Palitos de sorvete; caixas de ovos; feijões; Tecidos; TNT; Aquarela, pincel;

11 Recursos Utilizados Instrumentos de percussão, baquetas, berimbau, caxixi; Bastões de madeira (cabo de vassoura); Lanterna; Espelho; Parceiros: Junior Motta Camunucere (Contramestre de Capoeira); Ivo Mazzei Neto (Arte Educador Social da Nação Estação Quilombo, filiada ao Maracatu Porto Rico)

12 Registros

13 Resultados O principal resultado foi a valorização da autoimagem positiva das crianças negras e a maneira como as crianças não-negras passaram a respeitá-las. E também a ampliação do universo cultural, reconhecendo e apropriando a cultura africana como contribuição na construção da cultura brasileira. Podemos afirmar ainda que, durante as aulas, os alunos mostraram melhora na oralidade, posicionamento crítico, protagonismo, domínio corporal, expressão artística, além do aumento na sensibilidade para reconhecer as diversas linguagens, evidenciada nos resultados das avaliações internas do segundo bimestre.

14 Conclusões Para nós professoras, o projeto foi além de nossas expectativas, pois percebemos uma mudança de postura nos alunos bem como em nós mesmas. Descobrimos ao longo de nossas pesquisas que os conteúdos da Cultura Afro-Brasileira possíveis de serem trabalhados na escola são muitos, riquíssimos, e pouco explorados. Por meio deles foi possível resgatar a história do negro de um ponto de vista pouco explorado: transformar sofrimento em alegria, ou seja, o outro lado da história contada nos livros, pois a do sofrimento já é bem conhecida.

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