A ARGUMENTAÇÃO TEORIA, TÉCNICA, UTILIZAÇÃO E DOMÍNIO
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- Neusa Campelo Carreiro
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1 A ARGUMENTAÇÃO TEORIA, TÉCNICA, UTILIZAÇÃO E DOMÍNIO
2 DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO Servir-se de argumentos; Alegar, Discutir, Questionar.
3 DEFINIÇÃO DIDÁTICA (PRODUÇÃO TEXTUAL) Raciocínio por meio do qual se chega a uma conclusão.
4 TEORIA E DEFINIÇÃO Convencimento; Persuasão; Mudança de atitude; Transformação; Homogeneização do pensamento?
5 ARGUMENTOS ESSENCIAIS! Provas apresentadas para defesa da ideia e convencimento do leitor com relação à coerência do posicionamento do autor.
6 TIPOS DE ARGUMENTOS
7 1 Autoridade; 2 Comprovação; 3 Exemplificação ou Ilustração; 4 Causa e Consequência; 5 Baseado no Senso Comum; 6 Raciocínio Lógico; 7 Comparação; 8 Princípio.
8 ARGUMENTO DE AUTORIDADE CITAÇÃO: autoridade de prestígio no assunto abordado: 1. Especialista; 2. Instituição credenciada e creditada; 3. Líder; 4. Pensador.
9 Se bem utilizado, é um argumento difícil de ser refutado. Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas consagradas, que pensam como nós acerca do tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte.
10 COMO SE CONSTRÓI O ARGUMENTO DE AUTORIDADE A citação pode ser apresentada assim (se menor que três linhas): Assim parece ser porque, para Piaget, toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras (PIAGET, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada.
11 Ou assim (se maior que três linhas): A própria moral pressupõe inteligência, haja vista que as relações entre moral e inteligência têm a mesma lógica atribuídas as relações inteligência e linguagem. De acordo com Piaget (1994, p. 138): A inteligência é uma condição necessária, porém não suficiente ao desenvolvimento da moral. As relações interindividuais que são regidas por regras envolvem, por sua vez, relações de coação, que corresponde à noção de dever, e de cooperação, que pressupõe a noção de articulação de operações de dois ou mais sujeitos, envolvendo não apenas a noção de dever, mas a de querer fazer (PIAGET, 1994, p. 138). Uma das peculiaridades do modelo piagetiano consiste em que o papel das relações interindividuais no processo evolutivo do homem é focalizado sob a perspectiva da ética. Isso implica entender que o desenvolvimento cognitivo é condição suficiente, pois uma postura ética deverá completar o quadro.
12 RESUMINDO O ARGUMENTO DE AUTORIDADE SE MENOR QUE TRÊS LINHAS: vai no corpo do texto, entre aspas. Deve-se inserir a referência, o autor do texto, ano e página (se foi copiado); SE MAIOR QUE TRÊS LINHAS: vai copiado sem aspas fora do texto, com adentramento do parágrafo total de 4cm, com a devida referência do autor, ano e página.
13 O ARGUMENTO DE AUTORIDADE PODE NÃO SER COPIADO? PODE SIM! Quando usamos a ideia do autor, mas não a copiamos ipsis litteris também fazemos uma citação, chamada de indireta. Nesse caso, usamos apenas o nome do autor e o ano da publicação do texto.
14 DICAS DE REFERÊNCIAS PARA ARGUMENTO DE AUTORIDADE (no texto) FORA DOS PARÊNTESES: Piaget (1994, p. 138) DENTRO DOS PARÊNTESES: (PIAGET, 1994, p. 138)
15 E AS REFERÊNCIAS DO FIM DO TEXTO?? Sempre que você utilizar o argumento de autoridade, será obrigatória a inserção de referência no fim do texto. Assim: PIAGET, J. O juízo moral na criança. 2. ed. São Paulo: Summus, 1994.
16 ÚLTIMA DICA DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE! O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
17 ARGUMENTO DE COMPROVAÇÃO Dados; Estatísticas; Percentuais; Junto com uma boa articulação dessas informações ao texto. Esse recurso pode ser explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado.
18 EXEMPLO! O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula. O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil). (Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, )
19 DICA SOBRE O ARGUMENTO DE COMPROVAÇÃO ELE SEGUE AS MESMAS REGRAS DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE AO QUE DIZ RESPEITO ÀS FONTES DOS DADOS! Também não é possível usar termos como a maioria para se referir a argumentos de comprovação, pois os dados devem ser exatos. CUIDADO COM A RELATIVIDADE DOS DADOS ESTATÍSTICOS!
20 RELATIVIDADE DOS DADOS ESTATÍSTICOS Na escola XYZ, 50% dos professores atesta utilizar a noite para corrigir redações. 1. Quantos professores que fazem redação há na escola? 2. Quantos professores há nessa escola? Se for um número pequeno (2, 10), não há como utilizar esse dado para realizar generalizações, pois o dado é pequeno, insignificante.
21 ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO EXEMPLOS REPRESENTATIVOS; FATO REAL; FATO FICTÍCIO.
22 ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos.
23 EXEMPLO! Agosto de 1945: a bomba explode e arrasta consigo milhares de vidas. Os campos, antes arados e férteis, tornam-se secos e só resta na terra o sabor amargo do sal da dor e da morte. casas no chão, crianças órfãs, miséria, fome. Era o Japão após a guerra. Mas é da morte da semente que brota o novo fruto. A natureza é pródiga em lições desse tipo. A fênix é um exemplo do milagre da vida. E o homem não haveria de ser diferente. A nação japonesa, assim como a conhecida ave, ressurge das cinzas e hoje ocupa lugar de destaque entre as potências do mundo.
24 ARGUMENTO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA Relação entre as causas (motivos, os porquês) e as consequências (efeitos).
25 EXPRESSÕES INDICADORAS DE CAUSA X CONSEQUÊNCIA CAUSA: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de. CONSEQUÊNCIA: consequentemente, em decorrência, como resultado, efeito de. DIVERGÊNCIA DE OPINIÕES: em contrapartida; se por um lado..., por outro... ; enquanto uns afirmam..., outros dizem que...
26 EXEMPLOS! Em consequência da grande extensão territorial, da posição geográfica e da configuração do seu território, o Brasil é abrangido por 3 (três) fusos horários. O Brasil é abrangido por três fusos horários devido à grande extensão territorial, da posição geográfica e da configuração do seu território.
27 ARGUMENTO BASEADO NO SENSO COMUM Não se faz um grande país sem investimentos em educação. A destruição de meio ambiente causará sérios problemas às gerações futuras." VERDADES INQUESTIONÁVEIS!!
28 CUIDADO!!!! Opiniões sem validade científica; Opiniões preconceituosas; Opiniões etnocêntricas.
29 EXEMPLO! Por ocasião da copa do mundo, o país inteiro exala um clima de ufanismo: as janelas ficam repletas de bandeiras nacionais e o asfalto se cobre de figuras, logotipos e frases sugestivas pra frente, Brasil! Todo brasileiro se torna técnico da Seleção. A equipe só será campeã se os ídolos de cada um forem escalados.
30 ARGUMENTO DE RACIOCÍNIO LÓGICO Construção de relações lógicas que não podem ser fruto de opiniões pessoais, ou de ocorrências ao acaso.
31 EXEMPLO! Um fenômeno comum que ocorre em centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro é a chegada de migrantes. Sua origem não é somente dos estados do nordeste, como supõem os leigos, mas, principalmente, das cidades interioranas do mesmo estado desses grandes núcleos capitalizados. Atraídos pela ilusão do progresso e do enriquecimento, sem uma suficiente escolaridade, sequer profissão e consequentemente sem condições financeiras, acabam marginalizados debaixo de pontes e viadutos, nas esquinas e favelas engrossando o número de indigentes e sujeitando-se, não raro, à exploração e à violência.
32 Um fenômeno comum que ocorre em centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro é a chegada de migrantes. Sua origem não é somente dos estados do nordeste, como supõem os leigos, mas, principalmente, das cidades interioranas do mesmo estado desses grandes núcleos capitalizados. Atraídos pela ilusão do progresso e do enriquecimento, sem uma suficiente escolaridade, sequer profissão e consequentemente sem condições financeiras, acabam marginalizados debaixo de pontes e viadutos, nas esquinas e favelas engrossando o número de indigentes e sujeitando-se, não raro, à exploração e à violência.
33 RACIOCÍNIO LÓGICO Silogismos dedutivos; Silogismos indutivos; Falácias.
34 ARGUMENTO DE COMPARAÇÃO (a simili) Fatores de semelhança ou analogia evidenciados pelos dados apresentados.
35 EXEMPLO! Os soldados de um batalhão são decididos, corajosos e cooperantes. Uma equipe de futebol é como um batalhão. Um batalhão tem de obedecer ao comandante. Logo, os jogadores de uma equipe de futebol têm de obedecer às decisões do treinador para poderem atingir os seus objetivos.
36 ARGUMENTO DE PRINCÍPIO Princípio: crença pessoal baseada numa constatação (lógica, científica, ética, estética etc.); Verdadeira; Validade universal.
37 PRINCÍPIO (muito parecido com a exemplificação ou consenso) Os dados apresentados dizem respeito a um fato isolado, mas, aparentemente, relacionado ao princípio em que se acredita. Ambos ajudam o leitor a chegar a uma tese, ou conclusão, por meio de dedução.
38 EXEMPLO! A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com a corrupção não é, contudo, praticála, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos. Somos mesmo? Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e a profundidade da corrupção, em várias intensidades.
39 Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu salário datilografando trabalhos para fora, utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não funcionam. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo. (Jaime PINKSKY, J.; ELUF, L. N. Brasileiro(a) é Assim Mesmo. Ed.Contexto)
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