ANÁLISE DA POTÊNCIA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO EM ATLETAS DE FUTSAL DA CATEGORIA JUVENIL DO PARANÁ CLUBE E INDIVÍDuos NÃO- ATLETAS
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- Sarah Carneiro Arruda
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1 LUIZ ALBERTO MANFRÉ KNAUT ANÁLISE DA POTÊNCIA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO EM ATLETAS DE FUTSAL DA CATEGORIA JUVENIL DO PARANÁ CLUBE E INDIVÍDuos NÃO- ATLETAS Monografia apresentada como requisito parcial da obtenção da Graduação, pelo curso de Fisioterapia do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador: Msc. João H. Faryniuk Orientador da Metodologia: Prof Luiz A. N. Dias CURlTmA 2002
2 TERMO DE APROVAÇÃO LUIZ ALBERTO MANFRÉ KNAUT ANÁLISE DA POTÊNCIA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO EM ATLETAS DE FUTSAL DA CA TEGORIA JUVENIL DO P ARANÁ CLUBE E INDIVÍDuos NÃO ATLETAS Monografia aprovada como requisito parcial para conclusão do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná, pela Banca Examinadora formada pelos professores: Orientador: Prof'. Prof'. Prof'. ii
3 Dedico realização deste trabalho Primeiramente a Deus. A meus pais Edmundo e Maria Éster. Aos meus irmãos Michele e Luiz Guilherme. Por estarem presentes em todos os momentos, proporcionando-me muitas felicidades. iii - -
4 Agradeço Ao Professor João H. Faryniuk, pela orientação, dedicação e apoio na realização da pesquisa. Aos Professores Luis Carlos Câmara e Gustavo Buck, pela atenção e disponibilidade na colaboração desta pesquisa. Ao Paraná Clube, principalmente ao Duda (coordenador de esportes); Junior (treinador da equipe juvenil de futsal) e Vina (preparador fisico da equipe juvenil de futsal). A Sibele, pela preocupação, auxílio e companheirismo. Aos amigos Brunnel, Gustavo Batista, Gustavo Rezende, Leandro, Luis Otavio e Raul, por compartilharem todos os momentos vividos nestes quatro últimos anos. iv
5 sumário LISTA DE FIGURAS... vii LISTA DE TABELAS viii LISTA DE GRÁFICOS... IX RESUMO... X ABSTRACT...Xl 1. INTR.ODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA ISOCINETISMO ARTICULAÇÃO DO JOELHO MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO FISIOLOGIA MUSCULAR Sistema do fosfagênio Sistema do ácido lático Sistema aeróbio FORÇA MUSCULAR POTÊNCIA FUNCIONAL DOS MÚSCULOS DESCRIÇÃO DO PROBLEMA mstificativ A DESCRIÇÃO DO OBJETIVO GERAL MATERIAL E MÉTODOS MÉTODO DE ABORDAGEM MÉTODO E PROCEDIMENTOS AMOSTRAGEM E UNIVERSO METODOLOGIA ESTATÍSTICA...39 v
6 RESULTADOS DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS...49 REFERÊNCIA BffiLIOGRÁFICA...51 ANEXOS vi
7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01: DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO MODERNO FIGURA 02: ARTICULAÇÃO DO JOELHO FIGURA 03: BIOMECÃNICA DO JOELHO FIGURA 04: FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO FIGURA 05: ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTlCO DO NíVEL MACROSCÓPICO AO MOLECULAR FIGURA 06: APARELHO ISOCINÉTICO CYBEX MODELO NORM FIGURA 07: AQUECIMENTO EM BICICLETA ERGOMÉTRICA FIGURA 08: ALONGAMENTO DOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO FIGURA 09: POSiÇÃO DE TESTE VII
8 LISTA DE TABELAS TABELA 01: VALOR DAS POTÊNCIAS (EM WATTS) OBTIDAS NO TESTE ISOCINÉTICO A 300"/S TABELA 02: VALORES ESTATíSTICOS DOS RESULTADOS OBTIDOS PELOS ATLETAS E NÃO ATLETAS NO TESTE ISOCINÉTICO A 3000/S...41 TABELA 03: COMPARAÇÃO DOS VALORES DA POTÊNCIA (WATTS) DO LADO DOMINANTE COM O LADO NÃO-DOMINANTE DOS ATLETAS PARA O MOVIMENTO DE FLEXÃO DO JOELHO TABELA 04: COMPARAÇÃO DOS VALORES DA POTÊNCIA (WATTS) DO LADO DOMINANTE COM O LADO NÃO-DOMINANTE DOS ATLETAS PARA O MOVIMENTO DE EXTENSÃO DO JOELHO TABELA 05: COMPARAÇÃO DOS VALORES DA POTÊNCIA (WATTS) DO LADO DOMINANTE COM O LADO NÃO-DOMINANTE DOS NÃO-ATLETAS PARA O MOVIMENTO DE FLEXÃO DO JOELHO TABELA 06:COMPARAÇÃO DOS VALORES DA POTÊNCIA (WATTS) DO LADO DOMINANTE COM O LADO NÃO-DOMINANTE DOS NÃO-ATLETAS PARA O MOVIMENTO DE EXTENSÃO DO JOELHO TABELA 07: COMPARAÇÃO DA MÉDIA DE POTÊNCIA DOS MÚSCULOS FLEXORES DO LADO DOMINANTE DOS ATLETAS E DOS NÃO-ATLETAS...44 TABELA 08: COMPARAÇÃO DA MÉDIA DE POTÊNCIA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO LADO DOMINANTE DOS ATLETAS E DOS NÃO-ATLETAS...45 TABELA 09: COMPARAÇÃO DA MÉDIA DE POTÊNCIA DOS MÚSCULOS FLEXORES DO LADO NÃO DOMINANTE DOS ATLETAS E DOS NÃO-ATLETAS...46 TABELA 10: COMPARAÇÃO DA MÉDIA DE POTÊNCIA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO LADO NÃO-DOMINANTE DOS ATLETAS E DOS NÃO-ATLETAS VIU - ---
9 LISTA DE GRÁFICO GRÁFICO 01: BOX-PLOT COMPARANDO OS LADOS DOMINANTE E NÃO-DOMINANTE DOS ATLETAS DE FUTSAL GRÁFICO 02: BOX-PLOT COMPARANDO A FLEXAO DO LADO DOMINANTE DOS ATLETAS COM O LADO DOMINANTE DOS NÃO-ATLETAS GRÁFICO 03: BOX-PLOT COMPARANDO A EXTENSÃO DO LADO NÃO-DOMINANTE DOS ATLETAS COM O LADO NÃO-DOMINANTE DOS NÃO-ATLETAS ix
10 RESUMO o propósito deste estudo foi analisar e quantificar, através do dinamômetro isocinético, a potência dos músculos flexores e extensores do joelho em atletas de futsal, comparando com indivíduos não-atletas, para verificar a influencia da prática do futsal no aumento da qualidade fisica destes atletas. Foram avaliados 22 voluntários, divididos em dois grupos: 1 - atletas de futsal, formado por 11 atletas de futsal da categoria juvenil do Paraná Clube com idade média de 17 anos; e 2 não-atletas, formado por indivíduos que não são atletas, com a mesma média de idade. Ambos os grupos foram submetidos à avaliação isocinética, com movimentos concêntricos de flexão e extensão do joelho bilateralmente com velocidade angular de 3000/s. Os resultados demonstraram potências musculares maiores para os atletas de futsal com relação aos indivíduos não-atletas nos movimentos de flexão do joelho dominante e extensão do joelho não-dominante (p<0,05). Também foi possível constatar que os atletas de futsal tiveram maior potência no lado dominante ao lado não-dominante para o movimento de flexão do joelho (p<0,05). Palavras chave: isocinético, potência, joelho, futsal. x
11 ABSTRACT The purpose ofthis study was to analyze and to quantify, through the dinamômetro isocinético, the power of the muscles flexors and extensors of the knee in futsal athletes, comparing with individuais non-athletes, to verify her influences of the practice of the futsal in the increase of these athletes' physical quality. They were appraised 22 volunteers, divided in two groups: 1 - futsal athletes, formed by 11 athletes of futsal of Paraná Clube's under 20 category with medium age 17 years old; and 2 - non-athletes, formed by individuais that are not athletes, with the same average of age. Both groups were submitted to the evaluation isocinética, with concentric movements of flexing and extension of the knee bilaterally with angular speed of300o/s. The results demonstrated higher muscular powers in futsal athletes than the individuais non-athletes in the movements of flexing of the dominant knee and extension ofthe non-dominant knee (p <0,05). It was also possible to verify that the futsal athletes had higher power on the dominant side to the non-dominant side for the movement offlexing ofthe knee (p <0,05). Words key: isokinetic, power, knee, futsal. -- -
12 1. INTRODUÇÃO Uma das qualidades fisicas de grande importância presente nas modalidades esportivas, que envolvem, principalmente lançamentos, arremessos, saltos, arrancadas e movimentos de aceleração das partes do corpo ou de objetos, é força rápida ou potência. A potência muscular é um importante parâmetro de performance que está relacionado com o trabalho realizado em um determinado tempo demandado. A potência também pode ser expressa pelo momento máximo multiplicado pela velocidade do movimento, ou seja, é diretamente proporcional à força e à velocidade. O atleta de futsal necessita de todas as qualidades fisicas, porém a força e a velocidade são as mais importantes para a prática da modalidade. Com isso, torna-se essencial o conhecimento da potência e sua avaliação para um melhor rendimento e uma melhor condição fisica, levando em consideração as lesões músculo-esqueléticas. Nos movimentos específicos do futsal, as principais forças que se manifestam são a aceleração (força concêntrica), que pode ser através de uma finalização; e a frenagem (força excêntrica), que ocorre através das mudanças de direção e das paradas abruptas. O treinamento e a prática esportiva resulta no desenvolvimento de uma musculatura específica de acordo com a modalidade praticada. Pensando nisso o desequilíbrio muscular pode se tornar presente, levando à alterações da mecânica articular, acarretando lesões e queda na performance do atleta. Dinamômetros isocinéticos têm sido bastante utilizados com o objetivo de estabelecer perfis musculares específicos para diferentes esportes. Estes aparelhos são capazes de proporcionar informações sobre a força de contração muscular com relação ao tempo de execução e a velocidade de deslocamento do segmento corporal, podendo ser utilizados para medir a potência muscular.
13 2 Este estudo tem como objetivo analisar, através do isocinetismo, a potência dos músculos tlexores e extensores do joelho em atletas de futsal, comparando com indivíduos não-atletas.
14 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 ISOCINETISMO Em 1967, Hislop e Perrine introduziram na literatura o conceito e os princípios do exercício isocinético desenvolvido por James Perrine. A partir desse momento foram desenvolvidos aparelhos que permitem a determinação dos momentos articulares, tendo como característica principal a manutenção de uma velocidade angular constante na articulação avaliada para qualquer nível de força exercido. Esses aparelhos foram chamados de Dinamômetros Isocinéticos, (SHINZATO & BATISTELLA, 1997). o isocinetismo é um método de avaliação e treinamento da função muscular onde a velocidade do movimento é constante; e a resistência exercida pela máquina permite obter, graças à resistência auto-adaptada, uma contração muscular máxima, à velocidade constante sobre a amplitude total de um movimento articular, (HISLOP & PERRINE,1967). Os parâmetros fornecidos pelo sistema isocinético são: o "Peak Torque" (que é o momento de força mais elevado durante o movimento articular), a posição angular, o Trabalho, a Potência, a proporção do "Peak Torque" entre grupos homólogos, a proporção do "Peak Torque" entre grupos antagonistas, a Resistência e endurance muscular. O isocinetismo nos oferece possibilidades de: quantifícar a importância da lesão; quantifícar uma eventual atrofía muscular ocasionada pela inatividade ou imobilização articular; avaliar os desequilíbrios entre grupos musculares homólogos e antagonistas; guiar a reeducação e a retomada esportiva; estabelecer perfis musculares conforme a especialidade esportiva; além de servir como método de reforço muscular. Dinamômetros isocinéticos são instrumentos de medida que proporcionam
15 ÇA., I.V""y"''''.... Giro para aplicações como teste dos elevadores do ombro. A cabeça pode ser movida para cima ou para baixo, usando um motor elétrico, para fins de alinhamento. A incorporação dos servomotores em sistemas isocinéticos é comum. Esses motores movem o braço de alavanca e podem fazer isso nos modos concêntrico e excêntrico. No primeiro modo, o motor resiste a uma força que empurra, enquanto que no segundo, o motor e o segmento do corpo puxam em direções opostas, (DVIR, 1995). E - O assento ou plinth (bloco, espécie de banco) serve para posicionar o sujeito. O assento deve ter uma estrutura estável e opções independentes de alinhamento vertical e horizontal (para frente/para trás). F - A unidade de controle consiste de um computador pessoal e seus equipamentos periféricos associados. O modo de operação e vários outros parâmetros são inseridos no computador pelo teclado. O mesmo computador é também responsável pelo processamento de dados em
16 6 tempo real. G - Acessórios específicos são necessários para as várias aplicações do dinamômetro isocinético. FIGURA 01: DINAMÔMETRO ISOCINÉTlCO MODERNO C D. "." G J Posição parada do dínamômenfro (sete) FONTE: ~DVIR. V. Muscle testig InterpretatJon and cllnlcal aplicauons: isokinetics ofthe knee muscle. New Yorle Chuchill Stone, 1995 NOTA: (A) roda os assentos para a direita e para a esquerda; (8) ajusta o assento para frente e para trás; (C) chave de controle do assento para cima e para baixo; (D) cabeça do dinamômetro para cima epara baixo; (E) sinto de segurança; (F) trava para cima e para baixo; (G) unidade de aceitação de força e célula de carregamento; (H) gancho para prender as correias apertadas; (I) paradas mecânicas do braço de alavanca; (J) tubo de recepção da plataforma de extensão da mesa.
17 7 2.2 ARTICULAÇÃO DO JOELHO Para KAP ANDll o joelho é uma articulação do tipo troc1ear localizada em região intennediária do membro inferior: Possui um grau de liberdade (flexo-extensão) que possibilita controlar a distância do corpo em relação ao solo. Trabalha essencialmente em compressão, sob a ação da gravidade. Acessoriamente, comporta um segundo grau de liberdade, a rotação (medial e lateral), que só aparece quando o joelho está fletido. Em extensão completa o joelho apresenta grande estabilidade. Nesta posição ele sofre importantes esforços devido ao peso do corpo e ao comprimento dos braços de alavanca. Á partir de um determinado ângulo o joelho ganha mobilidade necessária a corrida e a orientação adequada do pé em relação as desigualdades do terreno, (KAPANDJI, 1990). A articulação do joelho é facilmente lesada em jogos esportivos, competitivos e recreativos. É composta por quatro ossos que provêem estrutura para a área em comum. São eles: fêmur, tíbia, fibula e patela, (LEHMKUHL & SMITH, 1997). FIGURA 02: ARTICULAÇÃO DO JOELHO _I FONTE: PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta: atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
18 Possui três superficies articulares: a articulação tibiofemoral medial, tibiofemoral lateral e patelofemoral, situados em uma cápsula articular comum (LEHMKUHL & SMITH, 1997). Entre o remur e a tíbia situam-se estruturas constituídas de fibrocartilagem denominadas meniscos (lateral e medial). Estes agem como coxins amortecedores de choque entre os dois ossos. A mobilidade articular do joelho é fomecida primariamente pela estrutura óssea e a estabilidade é obtida pelos ligamentos, cartilagens e músculos. Existem quatro ligamentos principais sendo dois colaterais e dois cruzados (LEHMKUHL & SMITH, 1997). lateral do joelho: Segundo KAP ANn os ligamentos colaterais são encontrados na face medial e Reforçam a cápsula articular e asseguram a estabilidade lateral quando executado o movimento de extensão do joelho. Já os ligamentos cruzados são os principais estabilizadores do joelho, ambos correm pelo centro articular e conectam o temor à tíbia. O ligamento cruzado anterior (LCA) limita a extensão anterior da tíbia sobre o remor. O ligamento cruzado posterior (LCP) é localizado posterior ao LCA e atua para limitar movimentos posteriores à tíbia. Ambos os ligamentos cruzados atuam também na limitação da rotação desta articulação, (KAP ANDJI, 1987). o tracto iliotibial, uma faixa de tecido conjuntivo situado na face lateral do remur, possui fibras profundas que se prendem à cápsula em comum, funcionando como um ligamento ântero-lateral. Recebe fibras de reforço que vêm da fáscia glútea. De acordo com os movimentos que realiza, as alterações do joelho podem ser no plano sagital, em semiflexão ou em hiperextensão, ou no plano transverso, as rotações. Como do ponto de vista biomecânico as rotações são possíveis somente com o joelho fletido, as alterações no plano transverso sempre aparecem associadas à hiperextensão e clinicamente estas alterações são conhecidas como joelho valgo (eixo de sustentação do membro passa lateralmente ao ponto mediano do joelho) e varo (eixo de sustentação do membro passa medialmente ao ponto mediano do joelho). Os côndilos femorais se deslocam sobre as glenas durante os movimentos do
19 joelho de flexão e extensão. Estes associam dois mecanismos: o rolamento e o deslizamento, que são de fundamental importância para impedir que a partir de um certo grau de flexão o côndilo bascule para trás da glena, o que poderia resultar em uma possívelluxação, (GERMAIN, 1992). Durante o movimento de flexão do joelho, o côndilo femoral rola sobre a glena sem deslizar aproximadamente 15 a 20, depois desta angulação o deslizamento toma-se progressivamente dominante sobre o rolamento, de tal modo que, no final da flexão, o côndilo deslize sem rolar, (KAP ANDn, 1987). Na extensão ocorre o inverso. Primeiro ao deslizamento e depois o rolamento. O côndilo femoral rola mais que o medial, o que produz rotações automáticas do joelho, (GERMAIN, 1992). Esta rotação axial "automática" está inevitavelmente associada ao final da extensão ou início da flexão. Quando o joelho estende-se, o movimento associa-se a uma rotação externa da perna. Inversamente quando o joelho se flete, a perna movimenta-se em rotação interna, (KAP ANDn, 1987). FIGURA 03 BIOMECÂNICA DO JOELHO FONTE: LEHMKUHL, l; SMITH, L ClnesIologla cllnlca De Brumstrom. São Paulo: Manole, 1997
20 ~-_.._.._. 10 o joelho é estabilizado passivamente graças às tensões ligamentares. Em extensão, todos os ligamentos estão tensos, podendo a articulação estabilizar-se sem ação muscular, (GERMAIN, 1992). Em flexão, o joelho tem possibilidades de rotação, uma vez que quase todos os ligamentos estão relaxados. Os ligamentos colaterais permitem a rotação externa; os ligamentos cruzados, embora tensos, estão em uma posição mais axial e permitem a rotação interna, (GERMAIN, 1992). 2.3 MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DO JOELHO O grupo de músculos quadríceps da coxa, como o próprio nome sugere, trata-se de um volumoso músculo. É responsável pela extensão do joelho e consiste em quatro músculos: reto da coxa, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio. Estes quatro músculos formam uma única fixação distal forte na patela, cápsula do joelho e superficie proximal anterior da tíbia, (LEHMKUHL & SMITH, 1997; HAMILL & KNUTZEN, 1999). O único quadriceps biarticular, o reto femoral, não contribui significativamente para a força de extensão do joelho, pois fica limitado nesta quando o quadril está fletido, e é facilitado como extensor do joelho quando a articulação do quadril está estendida, alongando o reto femoral, (HAMILL & KNUTZEN, 1999). A importância do quadriceps femoral é grande, pois exerce funções tanto estáticas quanto dinâmicas. A função estática consiste em evitar a flexão do joelho na posição de pé, enquanto que a função dinâmica consiste na extensão vigorosa do joelho, (HAMILL & KNUTZEN, 1999).
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