Produção de cebola em função da adubação com nitrogênio e molibdênio
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- Beatriz Alvarenga Valgueiro
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1 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8, 2011, Belo Horizonte Produção de cebola em função da adubação com nitrogênio e molibdênio Pedro Carneiro Abreu (1), Sanzio Mollica Vidigal (2), Iza Paula de Carvalho Lopes (3), Marcelo Rezende de Freitas Ribeiro (4), Maria Aparecida Nogueira Sediyama (5) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, pedrocabreu@yahoo.com.br; (2) Pesquisador/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG - Viçosa, sanziomv@epamig.br; (3) Bolsista BAT FAPEMIG/EPAMIG; (4) Estagiário EPAMIG - Viçosa; (5) Pesquisadora EPAMIG - Viçosa, marians@epamig.br INTRODUÇÃO O nitrogênio (N) contribui marcadamente para a melhoria da produção de cebola, sendo absorvido em grandes quantidades e superado somente pelo potássio (K). A melhoria do manejo da adubação nitrogenada faz-se necessária, uma vez que a eficiência de absorção de N varia de 15% a 30% (WIEDENFELD e BRAVERMAN, 1991). O molibdênio (Mo) é essencial à nutrição das plantas, sendo constituinte de pelo menos cinco enzimas catalisadoras de reações. A função mais importante do Mo nas plantas está relacionada com o metabolismo do N e está ligada à ação ou ativação enzimática, principalmente das enzimas nitrogenase e redutase do nitrato (DECHEN; HAAG; CARMELLO, 1991). Este micronutriente tem sido empregado com grande frequência e sucesso na adubação do feijoeiro. Em alguns casos, o Mo pode substituir a adubação nitrogenada de cobertura por suas funções metabólicas, favorecendo a assimilação do N atmosférico e/ou melhorando o aproveitamento do N disponível na forma de nitrato (VIEIRA et al., 1998). O presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de cebola influenciada por doses de N na presença e ausência de Mo. MATERIAL E MÉTODO O experimento foi realizado em área da Fazenda Experimental Vale do Piranga (FEVP) da EPAMIG Zona da Mata, município de Oratórios, MG, no
2 EPAMIG. Resumos expandidos 2 período de abril a setembro de 2010 com cebola híbrida Express. O solo, Argissolo Vermelho-Amarelo, apresentou na camada de 0 a 30 cm de profundidade as seguintes características: ph (água) = 5,4; cálcio (Ca) = 1,7; magnésio (Mg) = 0,8; alumínio (Al) = 0,0; H+Al = 2,47, expressos em cmol c /dm³, fósforo (P) = 23,3 mg/dm³ (Mehlich 1); potássio (K) = 103,00 mg/dm³; matéria orgânica (MO) = 20,0 g/kg. Os tratamentos, no delineamento de blocos casualizados em parcela subdividida, com quatro repetições, consistiram de seis doses de N (0; 60; 120; 180; 240 e 300 kg/ha, na forma de ureia), aplicadas na parcela, em três épocas aos 56, 77 e 107 dias após a semeadura (DAS), e duas doses de Mo (0 e 50 g/ha, na forma de molibdato de sódio), aplicadas aos 78 DAS na subparcela. A semeadura foi realizada em 27/4/2010 e o transplantio 32 DAS, no espaçamento de 0,07 x 0,25 m. A adubação de plantio foi realizada cinco dias antes do transplantio das mudas, em todo o canteiro, com kg/ha de superfosfato simples, 100 kg/ha de cloreto de potássio, 70 kg/ha de sulfato de magnésio, 20 kg/ha de bórax e 20 kg/ha de sulfato de zinco. Utilizaram-se também 200 kg/ha de cloreto de potássio, em duas parcelas, com a primeira e a segunda aplicações do adubo nitrogenado em cobertura. A irrigação foi realizada por microaspersão. A colheita foi feita aos 150 DAS, quando mais de 60% das plantas encontravamse estaladas, permanecendo cinco dias para cura em galpão ventilado. Após a cura, procedeu-se a classificação dos bulbos sem defeitos em cinco classes comerciais, de acordo com o maior diâmetro transversal, em que 1 = diâmetro transversal menor que 35 mm; 2 = 35 a 50 mm; 3 = 50 a 70 mm; 4 = 70 a 90 mm e 5 = diâmetro transversal maior que 90 mm (BRASIL, 1995). Foi considerado como produção comercial, o somatório dos pesos dos bulbos das classes 2, 3, 4 e 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção de bulbos comercializáveis apresentou bulbos das classes 2, 3, 4 e 5. Observou-se resposta significativa do Mo para a produção de bulbos nas classes 2 e 4, não havendo resposta dos tratamentos para a produção nas classes 3 e 5. A classe 4 representou a maior proporção da produção de bulbos comercializáveis e teve a máxima produção igual a kg/ha,
3 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8, 2011, Belo Horizonte 3 estimada com 237 kg/ha de N com a aplicação de 50,0 g/ha de Mo, superior à máxima produção igual a kg/ha, estimada com 223 kg/ha de N sem a aplicação de Mo (Gráfico 1A). A produção de bulbos classe 3 apresentou em média e kg/ha, com e sem Mo, respectivamente. Já na produção de bulbos classe 2, houve redução na produtividade com o aumento das doses de N, sendo a produtividade mínima igual a 494,30 kg/ha, estimada com 201 kg/ha de N com a aplicação de 50,0 g/ha de Mo, inferior à mínima produção igual a 728,87 kg/ha, estimada com 211 kg/ha de N sem a aplicação de Mo (Gráfico 1B). Houve resposta quadrática para produtividade de bulbos comercializáveis, tanto na presença quanto na ausência do Mo, sendo a máxima de e kg/ha estimadas com 226 e 213 kg/ha de N, com 50,0 g/ha de Mo e 0,0 g/ha de Mo, respectivamente (Gráfico 1C). Com 142 e 127 kg/ha de N, estimou-se a produção de e kg/ha, equivalente a 90% da produção máxima de bulbos comercializáveis, com e sem Mo, respectivamente. Apesar de não haver resposta significativa do Mo para a produção de bulbos comercializáveis, a aplicação de 50,0 g/ha de Mo proporcionou uma diferença na produção de bulbos de 7,16%, que significa 175 sacos de 20 kg/ha a mais, com a aplicação de apenas 13 kg/ha de N. As produtividades máximas de bulbos comercializáveis estimadas com e sem Mo superaram a produtividade registrada para Minas Gerais, que é igual a 30 mil kg/ha e também a média nacional que é de 15 mil a 17 mil kg/ha (RESENDE; MASCARENHAS; SIMÃO, 2002). Respostas positivas ao N têm sido observadas em regiões produtoras de cebola no Brasil, como Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, com diferentes variedades e híbridos, no entanto existe variação entre as doses de N estimadas para a máxima produtividade: 265 kg/ha de N / kg/ha, cv. Alfa Tropical em solo arenoso (VIDIGAL; SEDIYAMA; SANTOS, 2000); 125 kg/ha de N / kg/ha, híbrido Optima, 120 kg/ha de N / kg/ha, híbrido Superex, em solo argiloso (MAY et al., 2007); 180 kg/ha de N / e kg/ha, cv. Texas Grano, em plantio de março e agosto, respectivamente, em solo argiloso (RESENDE; COSTA, 2008). Em estudos realizados, nesta mesma área experimental da EPAMIG, observaram-se efeitos positivos do N para o híbrido Superex (203 kg/ha
4 EPAMIG. Resumos expandidos 4 de N / kg/ha) e o híbrido Optima (260 kg/ha de N / kg/ha), portanto, a variação nas doses e produtividades pode ser atribuída aos diferentes tipos de solo, época de cultivo e cultivares ou híbridos. CONCLUSÃO A adubação nitrogenada na produção de bulbos de cebola pode ser mais eficiente com a aplicação foliar de Mo, no entanto mais estudos sobre a época e doses de Mo são necessários. AGRADECIMENTO À Fapemig pelo financiamento do projeto e pelas bolsas concedidas. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura do Abastecimento e da Reforma Agrária. Portaria n o 529, de 18 de agosto de [Norma de Identidade, Qualidade, Acondicionamento e Embalagem da Cebola]. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 1 set DECHEN, A.R.; HAAG, H.P.; CARMELLO, Q.A.C. Funções de micronutrientes nas plantas. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ. M.C.P. da. (Ed.). Micronutrientes na agricultura. Piracicaba: POTAFOS: CNPq, p MAY, A. et al. Produtividade de híbridos de cebola em função da população de plantas e da fertilização nitrogenada e potássica. Horticultura Brasileira, Brasília, v.25, n.1, p , jan./mar RESENDE, G.M. de; COSTA, N.D. Épocas de plantio e doses de nitrogênio e potássio na produtividade e armazenamento da cebola. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.2, p , fev. 208.
5 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8, 2011, Belo Horizonte 5 RESENDE, L.M.A. de.; MASCARENHAS, M.H.T.; SIMÃO, M.L.R. Panorama da produção e da comercialização da cebola em Minas Gerais. Informe Agropecuário. Cebola, Belo Horizonte, v.23, n.218, p.7-19, VIDIGAL, S.M. Adubação nitrogenada de cebola irrigada cultivada no verão: Projeto Jaíba, Norte de Minas Gerais p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, VIEIRA, R.F. et al. Foliar application of molybdenum in common bean - II: nitrogenase and nitrate reductase activities in a soil of low fertility. Journal of Plant Nutrition, v.21, n.10, p , WIEDENFELD, R.; BRAVERMAN, M. Fertilizer nitrogen sources for vegetable production. Subtropical Plant Science, v.44, p.33-36, 1991.
6 EPAMIG. Resumos expandidos 6 C4 50 Mo Ŷ = 155, ,135*x - 0,613344*x² R² = 0,9307* C4 0 Mo Ŷ = 918, ,469**x - 0,533501**x² R² = 0,9688** A C2 50 Mo Ŷ = 4.117,23-511,106* x + 18,0261*x R² = 0,9229* C2 0 Mo Ŷ = 5.250,79-622,457** x + 21,4208*x R² = 0,9535** B C 50 Mo Ŷ = , ,411**x - 0,690523**x² R² = 0,9947** C 0 Mo Ŷ = , ,276**x - 0,615659**x² R² = 0,9907** Gráfico 1 - Produção de bulbos de cebola comercial em função da aplicação de doses de nitrogênio, na presença e ausência de molibdênio (50,0 g/ha de Mo e 0,0 g/ha de Mo) - EPAMIG Zona da Mata, Oratórios, MG NOTA: Gráfico 1A - Classe 4. Gráfico 1B - Classe 2. Gráfico 1C - Comercializáveis. C
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