A RELAÇÃO ENTRE ESCRITOR E LEITOR EM O QUE É A LITERATURA?

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1 278 A RELAÇÃO ENTRE ESCRITOR E LEITOR EM O QUE É A LITERATURA? Lucila Lang Patriani de Carvalho 1 A proposta de análise presente neste trabalho se estrutura a partir da relação estabelecida no contexto literário entre o Escritor e o Leitor. O que pretendemos em tal análise é que esta relação seja estudada a partir de dois temas que se encontram intimamente ligados (tanto entre si como com ao contexto literário) tais temas são, a saber, a Intersubjetividade e a Liberdade. A Intersubjetividade e a Liberdade são temas que se encontram presentes anteriormente na obra de Jean-Paul Sartre e que nos auxiliarão a reconstituir o contexto aqui pretendido a exemplo de O ser e o Nada Ensaio de Ontologia Fenomenológica (tratado filosófico de 1943). Em O que é a literatura? (ensaio de 1947), obra sobre a qual melhor nos deteremos, a Intersubjetividade e a Liberdade são retomados sob um aspecto que mantém em seu horizonte a questão da Literatura engajada. O que se pretende, neste cenário, é que, anteriormente à análise do próprio engajamento, é que o foco principal seja relação primeira estabelecida entre dois sujeitos, escritor e leitor, e a partir da qual se darão os apontamentos que permite o engajamento da literatura. O percurso que seguiremos em nossa exposição parte da figura do escritor, do leitor, dos moldes da relação intersubjetiva estabelecida e da liberdade neste contexto. E o que pretendemos com isto é como o os sujeitos presentes na relação têm um papel bem definido no cenário literário, cada qual com uma função própria, e como a liberdade recebe outra delimitação quando em comparação com o presente anteriormente nas obras sartreanas. O primeiro pólo desta relação intersubjetiva a qual pretendemos adentrar se dá a partir do escritor, aquele que exerce a atividade de escrever e, mais especificamente, o que exerce a prosa, uma vez que a poesia não é abrangida pelo conceito de literatura engajada. A poesia estaria, diferentemente da prosa, ao lado da pintura, da escultura e da música. 1 Mestranda em Filosofia pela USP. Bolsista CAPES. <lucilalangpatriani@gmail.com>.

2 279 Apesar de utilizarem o mesmo meio e forma - a linguagem escrita - o escritor da prosa e o da poesia se diferenciam, principalmente, por estabelecerem uma relação diferente com a linguagem. Sartre afirma que o prosador se utiliza da linguagem em uma instrumentalização que abrange a relação entre signos e seus significados: A arte da prosa se exerce sobre o discurso, sua matéria é naturalmente significante: vale dizer, as palavras não são, de início, objetos, mas designações de objetos. (SARTRE, 1989, p. 18). Já a poesia lida com a linguagem de modo diverso, impedindo, deste modo, que haja o engajamento desta: (...) o poeta se afastou por completo da linguageminstrumento; escolheu de uma vez por todas a atitude poética que considera as palavras como coisas e não como signos. (SARTRE, 1989, p. 13). Com isto, Sartre situa o papel do escritor de prosa em um lugar privilegiado em relação ao engajamento. A prosa é da ordem do discurso e, assim como a fala, faz referências para além dos objetos: O escritor é um falador, designa, demonstra, ordena, recusa, interpela, suplica, insulta, persuade, insinua. (SARTRE, 1989, p. 18). Antes de traçarmos o perfil do outro pólo da intersubjetividade, e mesmo com a finalidade de justificar o liame entra os sujeitos, cabe ressaltarmos que a linguagem, neste contexto, por si só, já implica na alteridade. Nas palavras de Sartre: (...) a linguagem ela é nossa carapaça e nossas antenas, protege-nos contra os outros e informa-nos a respeito deles, é um prolongamento dos nossos sentidos. (SARTRE, 1989, p. 19). A isto podemos acrescentara, mais adiante, a afirmação de Sartre de que a finalidade da linguagem é comunicar (SARTRE, 1989, p. 19). Mas o ato de comunicar do escritor, neste contexto, possui uma função muito específica perante os seus leitores a de que ninguém possa ignorar o mundo e considerar-se inocente diante dele (SARTRE, 1989, p. 21). Mas de que modo se concretiza efetivamente esta função? A função do escritor encontra-se em convergência com a própria função do homem, qual seja, a de desvelar a realidade, de desvelar o ser. E ele exerce esta função através do projetar, da possibilidade que este tem de expressão. Na figura utilizada por Sartre o escritor se expressa a partir das folhas em branco sobre as quais escreverá, a partir de um nada. A escolha das palavras projeto/projetar (SARTRE, 1989, p. 36), para designar uma atividade própria ao escritor, entendemos que se faz com um propósito específico. Embora em um contexto mais complexo, devemos retomar, a título de nota, o exposto

3 280 por Sartre em O Ser e o Nada em relação à ideia de projeto, no contexto de que uma consciência viva e livre que se projeta rumo às suas possibilidades e define-se por essas possibilidades (SARTRE, 1997, p. 555). É neste contexto próprio ao existencialismo, também retomado na conferência O Existencialismo é um Humanismo (1946), que devemos entender o papel próprio do escritor: Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. O homem é, antes de mais nada, um projeto que se vive subjetivamente, (...) nada existe anteriormente a este projeto; nada há no céu inteligível, o homem será antes de mais o que tiver projetado ser. (SARTRE, 1978, p. 6). Ocorre que esta atividade de projetar é, nestes moldes, um puro exercício da subjetividade do indivíduo, expressão de sua liberdade. Mas, no contexto da literatura engajada, da linguagem enquanto comunicante e da própria obra de arte, uma subjetividade fechada sobre si mesmo não se completa, não atinge sua finalidade: Não é verdade, pois, que o escritor escreva para si mesmo: seria o pior fracasso; projetar as próprias emoções no papel resultaria, quando muito, em dar-lhe um prolongamento enlanguescido. O ato criador é apenas um momento incompleto e abstrato da produção de uma obra; se o escritor existisse sozinho, poderia escrever quanto quisesse, e a obra enquanto objeto jamais viria à luz: só lhe restaria abandonar a pena ou cair no desespero. (SARTRE, 1989, p ). Deste modo, o outro polo da relação, a figura do leitor, é necessária para que a objetividade da obra se dê. A partir do primeiro ato de criação do escritor podemos passar agora para o leitor e ao próprio ato de leitura, que completa o ato da escrita de um modo muito particular. A função, presente na atividade da leitura, também recebe uma delimitação precisa por Sartre e diferente, por sua vez, da função que é esperada da atividade do outro sujeito, o escritor. No ato da leitura a atividade inicialmente projetada pelo escritor ganha continuidade a cada momento, o objeto literário ganha objetividade, porque Ler implica prever, esperar. Prever o fim da frase, a frase seguinte, a outra página; esperar que elas confirmem ou infirmem essas previsões; a leitura se compõe de uma quantidade de hipóteses, de sonhos seguidos de despertar, de esperanças e decepções; os leitores estão sempre adiante da frase que lêem, num futuro apenas provável, eu em parte se desmorona e em parte se consolida à medida que a

4 281 leitura progride, um futuro que recua de uma página a outra e forma o horizonte móvel do objeto literário. (SARTRE, 1989, p ) Assim, é estabelecida o que Sartre denomina como sendo a Dialética da Leitura, este processo de construção do objeto, da própria objetivação da obra literária, que se dá entre o escritor e o leitor, não separada, mas conjuntamente. Deste modo, em uma dialética, a atuação do escritor e do leitor estão mutuamente implicadas exigindo, portanto, que ambos estejam empenhados em uma tarefa comum. A atividade da leitura tem, neste momento, como ponto de partida, não mais uma página em branco na qual ele pode se expressar inteiramente e espelhar seus projetos concretamente. Cada página a ser lida já possui uma proposta de caminho a se traçar, o caminho projetado pelo escritor, mas que ainda não é de pleno conhecimento do leitor em seu ato de leitura. Apenas posteriormente o leitor possuirá uma visão de todo o seu objeto, que a cada instante é resignificado a partir da expectativa do projeto do leitor e do estabelecido pelo projeto do escritor. Em um contexto intersubjetivo tão específico como a questão da liberdade, tema tão caro a Sartre, deve ser considerada. A liberdade, antes tida como absoluta em O Ser e o Nada, aqui encontra uma nova formulação, qual seja, a de uma interação entre as liberdades de criação e de leitura. A liberdade de criação, parte da página em branco e das intenções subjetivas do sujeito do escritor, já a liberdade de leitura, se faz por meio de um aspecto peculiar a qual Sartre denomina como criação dirigida e se dá nos seguintes moldes (...) essa criação dirigida é um começo absoluto, ela é operada pela liberdade do leitor, naquilo que essa liberdade tem de mais puro. Assim, o escritor apela à liberdade do leitor para que esta colabore na produção de sua obra. (SARTRE, 1989, p. 39). Quais os moldes dessa criação dirigida? Ela existe a partir do que já fora criado anteriormente pelo escritor e se faz necessária para a objetividade da obra de arte, para a própria existência desta Assim, para o leitor tudo está por fazer e tudo já está feito; a obra só existe na exata medida das suas capacidades; enquanto lê e cria, sabe que poderia ir sempre mais adiante em sua leitura, cria mais profundamente; com isso a obra lhe parece inesgotável e opaca, como as coisas (SARTRE, 1989, p. 39). Deste modo, a literatura, a obra de arte, a comunicação somente se aperfeiçoa intersubjetivamente. É no campo estabelecido entre o escritor e o leitor que ela existe.

5 282 Sartre designa a leitura como um exercício de generosidade. Uma generosidade que parte leitor em relação à obra e ao projeto do escritor, de um leitor que compromete a sua liberdade e doa sua subjetividade para um projeto que lhe é alheio. Assim, o autor escreve para se dirigir à liberdade dos leitores, e a solicita para fazer existir a sua obra. Mas não se limita a isso e exige também que eles retribuam essa confiança neles depositada, que reconheçam a liberdade criadora do autor e a solicitem, por sua vez, através de um apelo simétrico e inverso. Aqui aparece então o outro paradoxo dialético da leitura: quanto mais experimentamos a nossa liberdade, mais reconhecemos a do outro; quanto mais ele exige de nós, mais exigimos dele. (SARTRE, 1989, p. 43) Tal exposição contrasta, de algum modo, com a concepção de liberdade anteriormente proposto por Sartre em O Ser e o Nada e na trilogia Os Caminhos da Liberdade. Embora a liberdade do indivíduo ainda experimente suas delimitações (não limitações) nas relações intersubjetivas, o conflito com o intuito de dominação não mais se faz presente neste contexto literário, uma vez que a objetivação pretendida tem dependência mútua dos sujeitos. BIBLIOGRAFIA: SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo; A imaginação; Questão de método. Trad. Vergílio Ferreira. São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores). O que é a literatura? Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Editora Ática, O ser e o nada Ensaio de ontologia fenomenológica. Trad. Paulo Perdigão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

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