DECISÃO RELATÓRIO RESUMO DO RECURSO. Página 1 de 6. Proc nr EJC. Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil

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1 DECISÃO JR Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil Nº AI: 01482/2010 Nº PROC.: / Nº CRED.: NOME DO INTERESSADO: ARGUS Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos Documento de Referência: R.I.A. n o 009E/SIA-GFIS/2010 RELATOR: Edmilson José de Carvalho Mat. SIAPE nrº RELATÓRIO - Trata de recurso impetrado pela empresa supracitada por multa pecuniária imposta através de processo administrativo por infração aos preceitos da Lei nº de 19 de dezembro de 1986 que dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica CBAer, na sua essência o artigo Processo administrativo foi iniciado através da lavratura do Auto de Infração nº 01482/2010 (fl.01) onde descreve que às 18h30min do dia 15 de junho de 2010, conforme relato no RIA n o 009E/SIA-GFIS/2010, de 17 de junho de 2010 (fl.02), no aeroporto do Rio de Janeiro-Galeão/RJ (SBGL), foi constatado que os Agentes de Proteção (APAC), Srs. Jadir Rodrigues dos Santos, Christian da Silva de Oliveira e Sra. Tânia Maria do nascimento da Silva, todos os serviços no canal de acesso de funcionários localizado no prédio da AAL (UAC), estavam operando equipamento de Raio X, com o curso de Operador Especializado de Raio X vencido. No mesmo dia às 19h00min, operando o Raio X de bagagem despachadas da INFRAERO localizado na ARS, do terminal 2, encontravam-se as Sras. Maria Dolores Oliveira e Telma Dias de Vasconcelos Gomes, com o curso de Operador Especializado de Raio X vencido. Não conformidade capitulada em legislação específica (Resolução 63, de novembro de 2008, art. 18, Cap.III, seção V, inciso III, art. 29, 102, 103, 104 e Dec de 5 de maio de 2010, art. 41). - Empresa apresentou Defesa Prévia (fls ), alegando que ainda se encontra com dificuldades em aplicar os cursos de reciclagem, pois a ANAC exige um prazo mínimo para a aprovação dos cursos, e uma série de outros requisitos para permissão dos cursos de Raio-X e de reciclagem, bem como para o curso básico, o que atrasa em muito uma composição de novos cursos de reciclagem, sendo que por este mesmo motivo não encontraram no mercado de trabalho pessoa com qualificação exigida e com os cursos atualizados para suprir uma eventual contratação. Informam que tal pendência já se encontra regularizada, pois estão terminando o curso de reciclagem de Raio X, para os funcionários lotados neste aeroporto, reciclando assim toda a equipe de funcionários desta empresa, deixando-os em dia com seus cursos. - A Autoridade competente de 1ª instância em processo administrativo da ANAC - (fl.07) considerando que a defesa apresentada ratifica a ocorrência de infração atribuída, sendo imputada uma sanção pecuniária de R$10.000,00 (dez mil reais), conforme prevê o CBAer, artigo 289, inciso I e Resolução nº 25, anexo III, Tabela III Segurança de Aviação Civil Empresas de Serviços Auxiliares e outras Concessionárias, Aeroportuários, item 4. Eis o breve relatório. RESUMO DO RECURSO - Empresa impetra Recurso (fl.13), alegando que não procede a informação de que os funcionários neste aeroporto estão sem devidas atualizações de seus cursos. Informam ainda que tomaram providências no sentido de sanar quaisquer motivos que gerem infrações como esta, bem como atualizar antes do prazo de vencimento todos os cursos dos APAC, lotados nesta empresa que Página 1 de 6

2 prestam serviços neste aeroporto. Requerem a possibilidade de desconsiderar a multa aplicada a estar empresa por entender que tal incidente se deu uma única vez, não trazendo maiores prejuízo a boa administração do aeroporto em questão. PARECER DO RELATOR PRELIMINARMENTE: - O Auto de Infração é o ato princípio de um processo administrativo, assim está descrito na Lei nº de 19 de dezembro de 1986, que dispõe o sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer): Art Toda vez que se verifique a ocorrência de infração prevista neste Código ou na legislação complementar, a autoridade aeronáutica lavrará o respectivo auto, remetendo-o à autoridade ou ao órgão competente para a apuração, julgamento ou providências administrativas cabível. - Onde a Resolução ANAC nº 25 de 25 de Abril de 2008, complementa: Art. 4º O processo administrativo terá início com a lavratura do Auto de Infração AI. - O auto de infração como principal documento de um processo administrativo traz embutido em si um dispositivo primordial para sua validade, que é o enquadramento, pois é parte inerente do princípio da legalidade, no qual demonstra taxativamente que foi estabelecida uma regra de cumprimento pelo poder regulador, legalmente concedido, vinculado a uma prévia cominação legal. NO MÉRITO: - O presente processo foi originado após lavratura de Auto de Infração (fl.01) que retrata em seu bojo a ocorrência da Empresa de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ESATA) em 15 de junho 2010, manter em posto de serviços de SBGL, Agentes de Proteção, operando equipamento de Raio X, com o curso de Operador Especializado de raio X vencido, contrariando o que prevê a Resolução ANAC nº 63 de 26 de novembro de 2008, que aprova o Programa Nacional de Instrução em Segurança da Aviação Civil - PNIAVEC: V - Agente de Proteção da Aviação Civil (APAC): profissional certificado pela ANAC, habilitado para exercer atividades de proteção da aviação civil contra atos de interferência ilícita, de acordo com os requisitos estabelecidos no PNAVSEC e nas legislações emitidas pela ANAC; XXI - Empresa de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo: empresa constituída e autorizada a realizar serviços de apoio destinados à operação de aeronaves e à proteção da aviação civil contra atos de interferência ilícita; Art.29 O Operador Especializado em Raios-X é o APAC com uma certificação específica da ANAC para exercer a atividade de inspeção de bagagem de mão, despachada, carga e outros itens, através do exame do conteúdo por equipamento de Raios-X, objetivando a detecção de materiais perigosos e/ou proibidos, que possam ser utilizados para cometer um ato de interferência ilícita. Página 2 de 6

3 Art. 102 O Curso de Operador Especializado em Raios-X é o curso planejado com o objetivo de especializar o Agente de Proteção da Aviação Civil (APAC) na operação e manuseio dos equipamentos de Raios-X, utilizados como medida preventiva para a detecção de armas e objetos que possam ser utilizados contra a aviação civil. Art. 103 O público-alvo do curso de Operador Especializado em Raios-X são os agentes de Proteção de Aviação Civil que deverão operar equipamentos de Raios-X na inspeção de bagagem de mão, bagagem despachada de passageiros, tripulantes e pessoal de serviço, carga e outros itens. Art. 104 O objetivo do curso é o de que, ao seu término, o aluno seja capaz de operar e manusear os aparelhos de Raios-X utilizados como medida preventiva para a detecção de armas e de objetos que possam ser utilizados contra a Aviação Civil. Art. 129 Os Cursos de Atualização (reciclagens) deverão ocorrer periodicamente em função do curso, de acordo com os requisitos abaixo: I- Anual: b) Operador Especializado em Raios-X. - Na primeira fase de defesa a ESATA (fls.05-06), confirma a o ato infracional imputado, se justificando que em um universo de 180(cento e oitenta) funcionários, somente os apontados no Auto de Infração estava irregular, por uma pequena falha no controle da reciclagem dos funcionários. - Em fase de recurso a ESATA (fl.13) refuta a informação de que os APAC lotados em SBGL estejam em 08 de setembro de 2010 sem as devidas atualizações de seus cursos, e que o ocorrido representar um incidente mínimo... ocorrido uma única vez..., e que foi tomado providências no sentido de sanar quaisquer motivos que gerem infrações como esta, bem como atualizar antes do prazo de vencimento todos os cursos dos APAC. - A Resolução ANAC nº 63, de 26 de novembro de 2008, que aprova o Programa Nacional de Instrução em Segurança da Aviação Civil PNIAVEC, institui: Art.1º Esta Resolução estabelece o Programa Nacional de Instrução em Segurança da Aviação Civil (PNIAVSEC), abrangendo as normas, os procedimentos e os requisitos a serem adotados pelos diferentes elos executivos do Sistema de Aviação Civil na implementação do processo de seleção e capacitação de profissional para atuar na área de segurança da aviação civil. Grifos meus. - Desde primeiro artigo da referida Resolução, percebe-se a preocupação do legislador de que os atores que atuam diretamente com o Sistema de Aviação Civil, obedeçam as normas que estabelece critérios de capacitação e aperfeiçoamento de profissionais para atuar na área de segurança da aviação civil. A reciclagem constante de profissionais desta área é imprescindível para que Página 3 de 6

4 mantenham atualizados com os procedimentos e demonstrar manutenção dos conhecimentos adquiridos, além de ser uma oportunidade de trocas de experiências entre os próprios educandos, o que com certeza otimiza o nível de segurança exigido pela legislação já referida. - A manifestação da recorrente de que foram apenas alguns funcionários estavam com os seus cursos de operação especializada em Raio-X desatualizados não pode prosperar, pois a segurança aeroportuária se estrutura em uma esquematização de sistemas, interligados e coordenados, e um elo enfraquecido compromete a segurança em um todo, eis a importância do cumprimento da legislação vigente sobre o assunto. - Desta forma, configurado o ato infracional imputado no Auto de Infração, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso, e em análise ao quantum da multa aplicada, mantenho, o valor da sanção em decisão prolatada pelo competente órgão decisório de primeira instância administrativa, considerando que o valor da sanção aplicada foi estipulado em seu patamar médio, regulado pela Resolução ANAC nº 25 de 25 de abril de 2008, Anexo III (Resolução nº 58 de 24 de outubro de 2008 Anexo II), item III Segurança da Aviação Civil Empresas de Serviços Auxiliares...: 4. Não possuir pessoal qualificado, com cursos atualizados, para exercício das funções de segurança no aeroporto. Valores estipulados: R$10.000,00 R$17.500,00 R$25.000,00 - A dosimetria se inicia de um patamar médio observando o prescrito na mesma Resolução quanto as circunstâncias agravantes e atenuantes que permearam o fato concreto: Art. 22. Para efeito de aplicação de penalidades serão consideradas circunstâncias atenuantes e agravantes. 1º São circunstâncias atenuantes: 2º São circunstâncias agravantes: - Assim partindo de um valor base e considerando ausentes circunstâncias atenuantes e agravantes que permearam o fato concreto, mantém-se o valor da sanção pecuniária no patamar médio, conforme imputada pela autoridade competente de 1ª instância em processo administrativo da ANAC, não havendo previsão legal para outros patamares. É o voto do Relator. Rio de Janeiro, 11 de abril de EDMILSON JOSÉ DE CARVALHO Membro da Junta Recursal da ANAC Mat. SIAPE nº Página 4 de 6

5 Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil CERTIDÃO DE JULGAMENTO JR AUTUAÇÃO Nº AI: 01482/2010 Nº PROC.: / Nº CRED.: NOME DO INTERESSADO: ARGUS Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos Documento de Referência: R.I.A. n o 009E/SIA-GFIS/2010 RELATOR: Edmilson José de Carvalho Mat. SIAPE nrº PRESIDENTE DA SESSÃO: Sergio Luis Pereira Santos ASSUNTO: Falta de pessoal qualificado, com cursos atualizados para exercer funções AVSEC CBAer artigo 289, inciso I, combinado com a Resolução ANAC nº 25 de 25 de abril de 2008, anexo III, Tabela III Segurança da Aviação Civil Empresas de Serviços Auxiliares e outros Concessionários Aeroportuários item 4. CERTIDÃO Certifico que Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, negou provimento ao recurso, mantendo o valor da sanção pecuniária aplicada pelo órgão decisório de primeira instância administrativa, nos termos do voto do Relator. O Presidente da Junta Recursal, Sr. Sergio Luis Pereira Santos e o Membro da Junta Recursal Sr. Carlo André Araripe Leite votaram com o Relator. Rio de Janeiro, 14 de abril de Sergio Luis Pereira Santos PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Página 5 de 6

6 DESPACHO JR Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil Encaminhe-se a Secretaria da Junta Recursal para as providências de praxe. Rio de Janeiro, 14 de abril de Sergio Luis Pereira Santos PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Página 6 de 6