LITERATURA DE ÓLEO DE LINHAÇA

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1 Nome Científico: Linum usitatissimum Nomes Populares: Linhaça Família Botânica: Linaceae Parte Utilizada: Sementes Descrição: A linhaça (Linum usitatissimum L.) é a semente do linho, planta pertencente à família das Lináceas, que tem sido cultivada há cerca de 4000 anos nos países mediterrâneos. É uma semente com várias aplicações, podendo ser usada como matéria-prima para produção de óleo e farelo. É uma cultura de inverno no Brasil. O principal estado produtor é a região Noroeste do Rio Grande do Sul. Seu ciclo curto, de 150 dias, é ideal para o plantio em junho e colheita no final de outubro ou começo de novembro. Constituintes Químicos Principais: Lignina, lignanas, fibras solúveis e insolúveis, vitaminas B1, B2, C, E, caroteno, ferro, zinco, potássio, magnésio, fósforo e cálcio, compostos fenólicos, ácidos graxos essenciais ômega 3 e ômega 6, ácido graxo alfa-linolênico. Indicação e Usos: A semente de linhaça tem cerca de 39% de óleo em sua composição. Seu óleo é um dos alimentos mais ricos em Ômega 3 da natureza (cerca de 57%) e de Ômega 6. A relação ideal entre Ômega 3 e Ômega 6 é de 1:4 respectivamente, enquanto o óleo vegetal de linhaça apresenta uma relação de 1:3, muito próxima do ideal. Essa presença balanceada entre o Ômega 3 e o Ômega 6 permite a produção das prostaglandinas, que são corpos biologicamente muito ativos e importantes que

2 agem como removedoras do excesso de sódio nos rins, diminuindo assim a retenção de líquidos, o que alivia os sintomas do período pré-menstrual. A alta taxa de Ômega 3 faz da linhaça um alimento de cárater preventivo à saúde, sendo um importante agente antioxidante e renovador celular. Além disso, a linhaça é a maior fonte alimentar de lignanas, um fitoesteróide que "imita" a ação do estrógeno. A lignana é muito importante no período da menopausa, quando as taxas desse hormônio são baixas, sendo ela um importante agente natural na reposição desse hormônio. A lignana "engana" os receptores de estrógeno e se acopla a eles. Tratando-se de um óleo vegetal natural, os fitoesteróides têm uma ação fraca em relação ao estrógeno, não tendo ação negativa sobre o tecido mamário. Sendo assim, a lignana é uma substância importante na prevenção do câncer de mama, por neutralizar a ação do estrógeno sobre esse tecido. Existem alguns relatos de indução de icterícia, e reacções exantemáticas, possivelmente relacionadas com a dose e consumo exagerado. Estudos mostram que é boa para os diabéticos, pois estabiliza os níveis de açúcar no sangue e também é uma auxiliar para a prevenção da obesidade, pois ela ativa mais o metabolismo. O óleo é usado pelas indústrias na fabricação de tintas, vernizes e resinas, já o farelo é vendido para fábricas de rações animais. Também estão em desenvolvimento processos que incluem o óleo de linhaça em rações, de forma que os produtos para consumo humano como a carne, ovos, leite, possam estar enriquecidos com ácidos graxos ω3. As sementes também são utilizadas como complemento alimentar, sendo adicionadas a pães, bolos e biscoitos ou ainda misturadas cruas aos alimentos. Estudos têm apontado que a ingestão de pequenas quantidades de linhaça ao dia promove alterações hormonais contribuindo com a redução do risco de câncer e diabetes, dos níveis de colesterol total e LDL-c, assim como favorece a diminuição da agregação antiplaquetária. E, embora os estudos sejam escassos, a linhaça e os componentes parecem exercer efeito sobre o ganho de massa gorda e, portanto poderia ser utilizada para o controle da obesidade e do diabetes melittus tipo 2. Óleo de Linhaça - Cápsulas O óleo de linhaça, ou semente de linho, é um ácido graxo essencial que oferece vários benefícios à saúde, incluindo um bom metabolismo de gordura, produção de energia, regulação de funções celulares e cicatrização de tecidos e machucados. Pesquisadores também acreditam que o óleo de linhaça pode acelerar a taxa de metabolismo do corpo e ajudar a queimar gorduras mais rapidamente. O Óleo de linhaça também possui propriedades anti-inflamatórias, ações preventivas de doenças cardiovasculares e tem ação no controle do colesterol e triglicérides. Sua concentração de fibras facilita trânsito intestinal.

3 O óleo isolado é geralmente comercializado na forma de cápsulas oleosas, é um forte anti-inflamatório, que só é indicado sob orientação médica, para casos quando a necessidade de ômega-3 é bem acima da quantidade máxima de consumo/dia desta semente. O óleo isolado também é bastante indicado para tratamentos externos como de pele, articulações e couro cabeludo. Linhaça Marrom e Linhaça Dourada: Como todos os vegetais, existem muitas variedades na mesma família. No que se refere à linhaça, a marrom e a dourada são as mais conhecidas. Ambas as variedades são praticamente idênticas nas propriedades nutricionais e terapêuticas sendo mínimas as diferenças, as quais, de um modo geral, são resultantes das condições de cultivo. A linhaça dourada desenvolve-se em climas muito frios, como no Canadá (maior produtor mundial de linhaça) e norte dos Estados Unidos. A linhaça marrom pode desenvolver-se em regiões de clima quente e úmido, como é o caso do Brasil. A linhaça dourada apresenta índices de lignana superiores aos da linhaça marrom. Entretanto, ao contrário do que alegam os que comercializam a linhaça dourada, existe discreta vantagem para a linhaça marrom, que é 100% nacional, em relação à quantidade de Omega 3. Contraindicações: Nenhuma contraindicação foi encontrada. Revisão de Interação: A suplementação com lignanas da linhaça parece não ter um efeito significativo sobre os níveis de glicose no sangue em pacientes com diabetes do tipo 2 em tratamento com medicamentos antidiabéticos. Evidências limitadas sugerem que o óleo de linhaça pode aumentar o tempo de sangramento e, portanto alguns cuidados devem ser tomados quando houver o uso concomitante com ácido acetilsalicílico e anticoagulantes. a) Linhaça + Alimentos Nenhuma interação foi encontrada. b) Linhaça + Anticoagulantes ou Antiplaquetários Evidências limitadas sugerem que o óleo de linhaça pode ter efeitos antiplaquetários, que poderiam ser aditivos aos de medicamentos antiplaquetários convencionais, e aumentar o risco de sangramento com anticoagulantes. Evidências clínicas: Dois relatos de caso descreveram brevemente aumento de sangramento (hematúria e sangramentos nasais) em pacientes que tomavam ácido acetilsalicílico e óleo de linhaça, um dos quais estava tomando ácido acetilsalicílico em baixas doses. Alguns estudos investigaram o efeito do óleo de linhaça sobre o tempo de sangramento, e um, realizado com 10 indivíduos saudáveis, mostrou que uma dieta rica em óleo de linhaça

4 durante 56 dias não apresentou efeito significativo sobre os tempos de sangramento, de protrombina ou de protrombina parcial. No entanto, outro estudo realizado com 11 pacientes com artrite reumatoide reportou que doses diárias de óleo de linhaça por 3 meses aumentaram o tempo de sangramento em aproximadamente 1 minuto quando comparados com os valores do início do tratamento; contudo, esse resultado não foi estatisticamente relevante. Mecanismo: Considera-se que os ácidos graxos ômega-3, como o ácido linolênico, apresentam efeitos antiplaquetários e poderiam, portanto, prolongar o tempo de sangramento. Teoricamente, esse efeito pode ser aditivo ao de outros medicamentos antiplaquetários e aumentar o risco de sangramento com anticoagulantes. Importância e Conduta: O significado geral desses relatos é incerto, e nenhuma interação foi estabelecida. Um grande estudo epidemiológico seria necessário para quantificar qualquer risco adicional na ordem daqueles observados com doses antiplaquetárias de ácido acetilsalicílico administrada com varfarina. Tal como acontece com doses elevadas de óleo de peixe, deve-se ter cautela com o uso concomitante de altas doses de suplementos de linhaça por pacientes que também são tratados com ácido acetilsalicílico ou anticoagulantes. c) Linhaça + Hipoglicemiantes A suplementação com lignanas da linhaça parece não ter efeito significativo sobre os níveis de glicose no sangue em pacientes com diabetes do tipo 2 que também tomam medicamentos antidiabéticos orais. Evidências clínicas: Em um estudo randomizado e transversal, realizado com 68 pacientes com diabetes do tipo 2 e hipercolesterolemia leve, a administração de um suplemento contendo lignanas da linhaça, diariamente, por um período de 12 semanas, não apresentou efeito significativo sobre o perfil lipídico do sangue, resistência à insulina, glicemia em jejum e concentrações de insulina. Ocorreu uma redução menor da hemoglobina glicosilada, de cerca de 0,1%, embora o significado clínico dessa redução provavelmente seja ínfimo. Nesse estudo particular, os pacientes continuaram tomando sua medicação habitual, que inclui hipoglicemiantes orais e hipolipemiantes, nenhum dos quais foi especificamente nomeado nesse estudo. Os pacientes que utilizavam insulina foram excluídos. De forma semelhante, em outro estudo, o óleo de linhaça não apresentou efeito significativo sobre o controle da glicose no sangue em diabéticos do tipo 2. Os pacientes que tomavam insulina também foram excluídos do estudo; no entanto, informações sobre outras medicações concomitantes não foram reportadas. Em outro estudo com 25 mulheres com hipercolesterolemia na menopausa, houve uma ligeira redução de 5,3% nos níveis de glicose no sangue com bagaço de linhaça, e esta foi menor do que a observada com a TRH convencional, cujo efeito não é considerado de redução de glicose no sangue.

5 Importância e conduta: A partir desses estudos, aparentemente, o óleo de linhaça ou as lignanas tiveram efeito mínimo sobre o controle glicêmico no diabetes tipo 2 e, em um estudo, as lignanas não apresentaram efeitos de redução da glicose no sangue sinérgicos aos dos medicamentos hipoglicemiantes adicionais. É, portanto, improvável que a linhaça afete a eficiência na redução da glicose no sangue da medicação hipoglicemiante concomitante. Porém, informações mais detalhadas sobre os medicamentos hipoglicemiantes específicos não estão disponíveis. d) Linhaça + Medicamentos Fitoterápicos Nenhuma interação foi encontrada. Referências Bibliográficas: 1. LINHAÇA. Disponível em: < 2. GALVÃO, E.L; SILVA, D.C.F.; SILVA, J.O.; MOREIRA, A.V.B.; SOUSA, E.M.B.D.. Avaliação do potencial antioxidante e extração subcrítica do óleo de linhaça. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campina, v.28, n.3, WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos. Editora Artemed, Porto Alegre RS, LINHAÇA. Disponível em: < 5. MOLENA-FERNANDES, C.A.; SCHIMIDT, G.; NETO-OLIVEIRA, E.R.; BERSANI-AMADO, C.A.; CUMAN, R.K.N.. Avaliação dos efeitos da suplementação com farinha de linhaça (Linum usitatissimum L.) marrom e dourada sobre o perfil lipídico e a evolução ponderam em ratos Wistar. Recitas Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.12, n.2, LINHAÇA. Disponível em: < perguntas-sobre-a-linhaca-i-> 7. ÓLEO DE LINHAÇA. Disponível em: < 8. ÓLEO DE LINHAÇA. Disponível em: <