Famílias satisfeitas com os primeiros resultados
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1 Edição de Março de 2010 Beneficiárias do Programa de Fomento de Gado Caprino Famílias satisfeitas com os primeiros resultados As famílias beneficiárias do programa de fomento de gado caprino, levado a cabo pela concessão Montes Mosale em parceria com os Serviços Distritais de Actividades Económicas de Majune, estão satisfeitas com os bons resultados que o programa está a dar. Segundo o relatório da monitoria de fomento de gado caprino recentemente realizada aos primeiros 15 beneficiários dos povoados de Lugenda, Luambala, Mecualo, Luchessi e Metomone, dos 45 animais que o projecto adquiriu no distrito do Lago (em Outubro de 2009), 2 morreram e, das 29 fêmeas distribuídas, 14 pariram (6 foram gémeos) um total de 20 crias, o que corresponde a 48 por cento da taxa de nascimento. O relatório refere que, apesar de as comunidades em geral terem poucos conhecimentos no ramo pecuário, a espécie caprina tem vindo a crescer e o melhoramento das condições de maneio pode significar o Técnicos da Malonda em conversa com um dos beneficiários aumento de índices de produção e de criadores nestas comunidades. A falta de medicamentos veterinários para assistência dos animais e o facto de muitos beneficiários não terem construído currais para alojar os animais são apontadas como as principais dificuldades deste programa de fomento de caprino. As condições em que são criados os cabritos não são as melhores, lê-se no relatório de monitoria, que adianta que o aumento dos efectivos mostra uma certa adaptabilidade às condições existentes e pode-se considerar uma resistência notável. Sabe-se que para este programa, iniciado no âmbito da responsabilidade social da Fundação Malonda nas aldeias à volta da área de concessão Montes Mosale, foram identificadas 30 famílias, das quais 15 beneficiam desta primeira fase do programa e as restantes da segunda fase, em moldes de trespasse.
2 Embaixador da Suécia reúne-se com PCA da Malonda Na agenda, alguns esclarecimentos sobre o que a Malonda pensa do caminho que a província do Niassa deverá seguir nos próximos anos. O embaixador também quis saber dos desafios e resultados alcançados pela Fundação Malonda na sua missão de promoção do sector privado na província nos últimos anos. Embaixador acompanhado do coordenador do programa do Niassa e PCA da Malonda acompanhado do director de operações Torval Äkesson, Embaixador do Reino da Suécia, esteve no dia 7 de Março de 2010 reunido em Lichinga com o Presidente do Conselho de Administração da Fundação Malonda, Inocêncio Sotomane. Na agenda, o embaixador queria saber da Fundação Malonda quais os possíveis caminhos futuros que a província do Niassa deverá adoptar, olhando para os grandes investimentos em curso na província e para os desafios que se impõem à Malonda no seu relacionamento com o sector privado. Äkesson disse na sua breve introdução que, num encontro mantido com uma empresa florestal a operar no Niassa, soube que a questão de infra-estruturas, com destaque para estrada e linha-férrea, deverão ser os grandes desafios da província nos próximos anos, assim como a continuação do melhoramento do ambiente de negócios, com o governo a desempenhar um papel mais activo no processo de desenvolvimento da província. NotíciasDasComunidades Registado sob número 19/GABINFO-DEC/2009 Av.Filipe Samuel Magaia, Edifício do INSS, 2 andar Esq, Lichinga; Telef : ; Fax: Av. Kim Il Sung 1156, Maputo; Telef: ; Fax: info@malonda.co.mz Website: Para Sugestões e Comentários: alex.chomar@malonda.co.mz; helder.licai@malonda.co.mz Página 2, Inocêncio Sotomane corroborou a opinião do embaixador e alertou para o facto de que o Niassa cresceu e que os grandes investimentos que foram atraídos nos últimos anos para esta parcela do país, outrora desconhecida, serão inviáveis se nos próximos 5 anos não for olhada a questão das infra-estruturas, sendo que o cenário actual mostra que as estradas são longas e os custos altíssimos para a linha-férrea. A outra preocupação do embaixador relacionou-se com o papel do governo, questionando mesmo qual tem sido o envolvimento deste na criação de um bom ambiente para atrair mais investidores do sector privado para a província. O PCA da Malonda explicou haver cada vez mais necessidade de profissionalizar os sectores governamentais que lidam com o sector privado na província, de modo a que estes saibam quais são os papéis que lhes cabem neste processo de desenvolvimento. Ou seja, estes sectores do governo provincial e os respectivos governos distritais deverão ser capacitados para entrarem na dinâmica do sector privado. Continua na página seguinte Boletim Informativo Mensal da Fundação Malonda e seus parceiros
3 Sobre os resultados, desafios e perspectivas da Fundação Malonda Torval Äkesson soube do PCA da Malonda que, nos 10 anos de existência do Programa Malonda e nos 4 anos da Fundação, de entre os vários resultados alcançados se destaca a contribuição para a quebra do mito de Niassa desconhecido, com a atracção de investimento privado estrangeiro avaliado em cerca de 177 milhões de dólares e em 2006 e 2007 Niassa ocupou o 2º e 4º lugar respectivamente a nível nacional no ranking dos investimentos privados. A criação de mais de 6 mil postos de emprego com os projectos florestais, a criação de infra-estruturas sociais no âmbito da responsabilidade social das empresas florestais e o estabelecimento de fundos comunitários nas comunidades foram outros resultados que Sotomane apontou durante o encontro que manteve com o embaixador sueco. Inocêncio Sotomane detalhou ainda os resultados obtidos, afirmando que a sua instituição investe em média 2 milhões de dólares nas áreas de florestas, turismo, agricultura/comercialização agrícola, tendo em seguida revelado que a Malonda apoiou e financiou 214 pequenos e médios empresários nas áreas de comércio, indústria moageira, bombas gasolineiras, transporte, panificação, mineração, entre outros, com um fundo rotativo de 150 milhões de meticais. Mais de 1 milhão de dólares foram investidos na comercialização agrícola, tendo atingido um volume de produtos alimentares comercializado superior a 80 mil toneladas e beneficiado mais de 16 mil produtores. Foram financiados mais de clientes em projectos de microfinanças e aplicados cerca de 40 milhões de meticais no fundo rotativo, disse Sotomane. O estabelecimento de uma Caixa de Poupança Postal de Moçambique, em parceria com os Correios de Moçambique, GAPI e MCEL, a abertura do Balcão de Marrupa, com 500 clientes activos e captando poupanças em pouco mais de 6 milhões de meticais, e a abertura em perspectiva do Balcão de Mandimba (nos próximos 3 meses) foram as outras realizações que o PCA da Malonda deu a conhecer ao embaixador da Suécia. Adiantou ainda que 4 investimentos privados estrangeiros para a área florestal (Chikweti Forests, Florestas do Niassa, Tree Farms e New Forests), um na área de turismo (Mabella Lda) e um outro na produção de semente em Matama (IAP Lda) foram atraídos nos últimos anos para a província do Niassa, tendo sido igualmente estabelecida uma parceria com o IIAM na multiplicação de semente básica em Matama, formação e financiamento a 6 jovens (futuros agricultores) no âmbito do programa de empreendedorismo na agricultura em Matama. Das perspectivas e desafios Inocêncio Sotomane disse haver necessidade de consolidar as realizações dos 10 anos e perspectivar o futuro através das lições aprendidas. Para responder a esta preocupação, disse haver necessidade de olhar para a definição do papel do Programa Malonda e consequentemente da Fundação Malonda em duas dimensões: primeiro, no redimensionamento das suas actividades (core business), olhando o Niassa actual em termos de desenvolvimento, e, segundo, no contexto do seu mercado e sua sustentabilidade a longo prazo. Neste contexto, o PCA anunciou que está em fase de finalização a elaboração do Plano Estratégico para os próximos 3 anos ( ), que, em termos gerais de abordagem, consiste na transformação do papel da Fundação como actor activo no mercado em facilitador e promotor, tornando-se assim num agente do sector privado com impacto directo na redução da pobreza. Fazer o mercado funcionar para os pobres está, segundo o PCA, patente na nova abordagem da Fundação, que se baseará em 4 pilares, nomeadamente: o melhoramento do ambiente de negócios; a facilitação de investimento na agricultura, florestas, turismo e outros potenciais sectores; o fornecimento de serviços financeiros, legais e outros negócios; e os serviços de melhoria do relacionamento entre comunidade e investidor. É nossa convicção que, com a capitalização das experiências e iniciativas existentes e com a garantia de financiamento sueco, podemos contribuir para tornar o Niassa numa referência nacional e regional na atracção e promoção de investimento privado competitivo e sustentável, dado o manancial de recursos naturais existente e a oportunidade de ter pouca população, concluiu o Presidente do Conselho de Administração da Malonda. Página 3
4 Lançado em Chiconono O Fundo de Desenvolvimento Comunitário As comunidades residentes à volta da plantação da New Forests em Chiconono receberam das mãos da empresa, no dia 22 de Março de 2010, um cheque no valor de mais de 500 mil meticais referentes à contribuição anual daquela empresa para os programas de desenvolvimento comunitário daquelas comunidades. Clive Scheepers, da New Forests, que anunciou a quantia de meticais desembolsados para a conta do comité de gestão para uso da comunidade, disse que a empresa estava a plantar para o futuro e que uma das formas de contribuir para o desenvolvimento de Chiconono é através da disponibilização deste valor que a comunidade deverá controlar, não permitindo que seja gerido individualmente. O gestor de plantação da New Forests em Chiconono lembrou que a empresa e a comunidade têm responsabilidades no processo de desenvolvimento e que só juntos podem contribuir. Para Neville Slade, antigo director da empresa e actual responsável pelos assuntos de Terra na New Forests, os valores disponibilizados simbolizam a satisfação da sede da empresa na Inglaterra e vão impulsionar mudanças em Chiconono. A nossa sede está satisfeita com os progressos alcançados na obtenção de terra para o plantio de pinheiro e eucalipto e isto é resultante do diálogo/negociação permanente entre a comunidade, a empresa, o governo e a Fundação Malonda. Verdiano Lopes, presidente do conselho de direcção do comité, afirmou à margem da cerimónia que o dinheiro servirá para a construção de mais unidades sanitárias, escolas e furos de água e que uma parte será atribuída a comerciantes locais para desenvolverem actividades comerciais para o bem da comunidade. Para o Sultão Ntamila, que recebeu o cheque das mãos da empresa, o processo para o início do projecto de reflorestamento naquela região começou há mais de 4 anos e várias situações aconteceram, desde conflitos de terra a falta de clarificação dos limites, mas agora temos mudanças nas nossas vidas, a vinda da empresa veio mudar muita coisa. Os jovens têm emprego aqui, temos um diálogo permanente, vamos lutar seriamente contra as queimadas descontroladas nas nossas aldeias, disse Ntamila. Narciso Dique, administrador do distrito de Muembe, disse na ocasião que este fundo que será entregue anualmente à comunidade servirá de reforço dos investimentos que o governo está a atribuir ao distrito. Acrescentou ainda que, desde que a New Forests chegou ao distrito de Muembe, contribuiu para a redução da taxa de desemprego, com cerca de 600 jovens actualmente a trabalharem, para além de alguns projectos comunitários que iniciaram e que acreditamos que com este fun- Clive (New Forests), Ntamila (sultão), Dique (administrador) e Miuti (régulo) exibindo o cheque do poderão ser continuados pela própria comunidade. O administrador Dique deixou apelos, um as outras empresas florestais a operarem na província para que sigam o exemplo da New Forests e o outro a comunidade d e m o d o a Continua na pág seguinte Página 4 Boletim Informativo Mensal da Fundação Malonda e seus parceiros
5 não invadir as áreas pertencentes aos DUATs da empresa. Para o director Executivo da Fundação Malonda, mentora da iniciativa de criação de FDC junto as empresas, suas parceiras, o lançamento oficial daquele fundo é o culminar de um processo iniciado em 2004 e que teve um marco significativo em 2007 quando a empresa New Forests aceitou iniciar a operar em Chiconono. Eurico Cruz disse que alguns problemas como os de desemprego estão a ser resolvidos e a operacionalização do FDC marca o fim de um processo e começo de outro. Director Executivo da Malonda fala da iniciativa do FDC Eurico Cruz, director executivo da Fundação Malonda, disse que a ideia de criação de Fundo de Desenvolvimento Comunitário (FDC) é a concretização de um projecto da Malonda, como promotora de investimentos, de as empresas atraídas por esta fundação para investirem no Niassa olharem também para os aspectos de desenvolvimento comunitário durante o desenvolvimento dos seus projectos na província e no espírito da responsabilidade social corporativa. Cruz que falava à jornalistas a margem da cerimonia do lançamento do FDC em Chiconono afirmou que a criação do fundo ora lançado resultou de intensas negociações entre a New Forests e as comunidades locais e o mesmo será desembolsado anualmente. A medida que as áreas a serem exploradas pela empresa forem aumentando, o valor para o FDC irá igualmente sofrer reajuste ou seja, neste momento a New Forests explora dois DUATs de cerca de 20 mil hectares e por isso foram desembolsados cerca de USD 20 mil para o presente ano, clarificou Eurico Cruz. Para além do referido fundo, o director executivo da Malonda disse à jornalistas que há vários projectos sociais em negociações, como são os exemplos da reabilitação do sistema de abastecimento de água, fornecimento de energia eléctrica por meio de um grupo gerador, curso de alfabetização e Educação de Adultos para trabalhadores. Eurico Cruz apontou outras oportunidades de desenvolvimento comunitário, como os já anunciados projectos da empresa da construção dos seus escritórios, casas para técnicos. Estas actividades são vistas pelo DE da Malonda como oportunidades para comunidade poder vender tijolos à empresa, abrir carpintarias. ha vários projectos comunitários em negociação, Eurico Cruz O director da Fundação Malonda sublinhou em contacto com os jornalistas que num processo de desenvolvimento, os problemas nunca faltam. Cruz reconheceu que no inicio do processo de implantação da empresa havia conflitos, mas hoje há boas relações. A empresa participa e faz apoios às comunidades durante a realização de cerimónias tradicionais e recentemente fez apoios directos na reparação de algumas campas consideradas representativas para a comunidade. O próximo passo, segundo o director e ainda no âmbito do estabelecimento do Fundo de Desenvolvimento Comunitário, será dado no distrito de Sanga, região de actuação da empresa Tree Farms e onde o comité de gestão foi constituído, a conta bancária aberta, faltando a penas o desembolso do valor monetário para permitir a operacionalização do FDC de Malulu em Sanga. Página 5
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