COMÉRCIO, COMO CATALISADOR DE SERVIÇOS
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- Benedita Vieira Klettenberg
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1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DO NIASSA COMÉRCIO, COMO CATALISADOR DE SERVIÇOS O orador: Horácio Deusdado Gervásio Linaula (Director Provincial)
2 ESTRUTURA No âmbito desta Conferência Sobre as Oportunidades de Investimento no Niassa propomo-nos a apresentar o tema COMÉRCIO, COMO CATALISADOR DE SERVIÇOS no caso específico de Niassa. Assim, propomo-nos uma estrutura que prevê uma introdução, um desenvolvimento que abarca aspectos conceptuais, oportunidades e facilidades terminando com as considerações finais, citando no final as fontes.
3 Introdução No âmbito da Promoção de Investimentos para a Província de Niassa, a Fundação Malonda em coordenação com o Governo Provincial do Niassa e outros parceiros propôs-se e aceitou-se a oportunidade de abordar o comércio como catalisador de serviços. Importa para a melhor abordagem desta ponto, fazer a conceptualização do comércio (A) e o contexto em que hoje o comércio passa a ser considerado como uma oportunidade de investimento (B) para depois considerarmos os pontos fortes para que Niassa seja preferido para os serviços (C) e as considerações finais.
4 A. Enquadramento conceptual do comércio O conceito geral de comércio abrange toda a troca de valores ou produtos que inclui mercadorias ou serviços. Hoje, a troca é feita de forma indirecta, uma pessoa troca o dinheiro pelo produto que deseja, ao contrário de antigamente em que as trocas eram feitas por produtos de valor desconhecido onde cada um valorizava seu produto. A prestação de serviços é entendida como a realização de trabalho oferecido ou contratado por terceiros (comunidade ou empresa), incluindo assessorias, consultorias e cooperação interinstitucional. A prestação de serviços se caracteriza pela intangibilidade, inseparabilidade (produzido e utilizado ao mesmo tempo) e não resulta na posse de um bem.
5 Cont. O comércio pode estar relacionado com a economia formal que é firma registada dentro das normas do país ou à economia informal que são firmas sem registos e que não pagam as obrigações fiscais. As espécies de comércio de bens ou de prestação de serviços, em economia formal são classificados segundo as áreas temáticas ou de actuação tipificadas ou codificadas num Classificador de Actividades Económicas que é referido no processo de licenciamento e cadastro da actividade.
6 Cont. O conceito geral de comércio abrange toda a troca de bens independentemente da sua origem e natureza, sendo por isso um conceito vago para a sua inserção num dado contexto de uma organização (Organização Mundial do Comércio) ou de um país como em Moçambique onde a actividade comercial é delimitada em instituições de tutela segundo a natureza da actividade, surgindo assim comércio na área da agricultura, comercio mineiro, comércio de serviços, comércio fronteiriço, etc, justificando-se a existência de instituições e regulamentos específicos como os Serviços públicos de Agricultura, Recursos Minerais, Comércio, Alfandegas, etc facto que nos remete a uma abordagem institucional por ser mais específica e relevante numa economia formal e com o princípio de formalização gradual do sector informal como a nossa.
7 Cont. Assim, em 2004, o Governo de Moçambique, aprovou Regulamento de Licenciamento da Actividade Comercial através do Decreto n.º 49/2004, de 17 de Novembro, com a especialidade de definir as condições, procedimentos e requisitos para o registo de actividades comerciais, representações comerciais estrangeiras e de operadores de comércio externo num único instrumento jurídico baseado na simplificação de procedimentos e facilitação do exercício das actividades comerciais em particular nas zonas rurais. Para a operacionalização deste Regulamento foi definido como órgão de tutela o Ministério da Indústria e Comércio que, ao nível local, tem as acções asseguradas pelo Governo Provincial de Niassa através da Direcção Provincial da Indústria e Comércio de Niassa, para a implementação de instrumentos estratégicos nacionais (Estratégia do Desenvolvimento Comercial, Estratégia das Pequenas e Médias Empresas e a Estratégia de Melhoria de Ambiente de Negócios, entre outros) e provinciais (Plano Estratégico Provincial 2017 e os Planos Estratégicos Distritais).
8 Cont. É no quadro destas estratégias que se criam instituições do Governo e seus parceiros para a atracção de investimentos e licenciamento de empresas que fornecem bens e serviços as populações tais como a Direcção Provincial da Indústria e Comércio, o Balcão de Atendimento Único e a Fundação Malonda.
9 B. Oportunidades de Investimento Para a abordagem deste ponto importa fazer referência o ambiente actual de serviços existentes na Província e para perceber o campo ainda por explorar em termos de serviço que Niassa representa, uma província cuja área é de km2 incluindo a superfície do Lago Niassa, com 16 distritos (incluindo a capital provincial, Cidade de Lichinga), 4 Municípios e 38 Postos Administrativos e uma população estimada para presente ano em uma densidade de 11,4 habitantes por km2 (a mais baixa do pais) segundo, projecção do Censo 2007.
10 1. Rede Industrial e Comercial As redes industrial e comercial são constituídas, nomeadamente por 586 empresas da Indústria de micro dimensão do ramo de agro-processamento (moageiras) e estabelecimentos comerciais, sendo do comércio exercido em barracas, bancas e agentes de comercialização agrícola, 503 do comércio a retalho e de prestação de serviços e 61 a grosso.
11 Cont. A partir de 18 de Agosto de 2012, a Província do Niassa conta com uma indústria de descaroçamento de algodão com uma capacidade de 30 mil toneladas por ano pela empresa Sociedade Algodoeira de Niassa João Ferreira dos Santos (SAN-JFS). A rácio habitante/unidade industrial é de 1.997,9 hab/unidade industrial e 620 hab/loja ou catina, ou seja em relação aos estabelecimentos comerciais temos a rácio de 620 habitantes para um estabelecimento comercial.
12 Cont.
13 Cont. Evidentemente, o ter estabelecimento comercial não é em si a satisfação da demanda pois esta depende do tipo de produtos e serviços que devem satisfazer a demanda ou expectativa do consumidor. Por isso a questão de fundo é se essa rede e rácio comerciais satisfazem aos que procuram serviços e serviços de qualidade em Niassa. A resposta é que ainda estamos a quem de satisfazer as expectativas dos consumidores e hoje a situação é mais premente pois aparecem consumidores aglomerados nos grandes projectos que já descobriram a opulência das Terras de Mataka.
14 2. Mega Projectos Os grandes programas na provincial do Niassa iniciam com as grandes plantações florestais que acresceram outros que estão em manga tais como a Millenium Challenge Account (MCA), Programa de Produção Agrícola (PROSAVANA), projecto de exploração do carvão mineral de Maniamba e cujas referências detalhadas eventualmente poderemos ter oportunidade de ter nas exposições dos oradores que me antecederam. Esses projectos chamam a si a necessidade de serviços industriais que possam acomodar a sua inserção na Província como serviços complementares ou subsidiários à sua actividade principal.
15 Cont. O relatório preliminar de um estudo sobre Identificação dos Provedores de Serviços e Avaliação do Nível de Prestação destes Serviços na Província do Niassa encomendado pela Fundação Malonda reconhece que as potencialidades da província ditadas essencialmente pela sua base de recursos naturais, aliadas a um processo crescente de desenvolvimento de uma base infra-estrutural, proporcionam excelentes oportunidades para o investimento e desenvolvimento da actividade empresarial mas há o desafio desenvolvimento da base infra-estrutural, expansão e aprimoramento dos serviços ao empresariado pois há um número limitado de provedores de serviços concentrados em áreas geográficas limitadas, com reduzida competitividade do mercado e uma descontinuidade na prestação de serviços, entre outras constatações que constituem desafios e oportunidades para o investimento do sector privado.
16 Cont. É uma situação que a título de exemplo, leva ao encorajamento de serviços de transporte, hotelaria e turismo, advocacia, gestão de negócios, contabilidade e serviços jurídicos.
17 C. Facilidades de Investimento A facilitação do investimento na Província do Niassa é promovida pela Estratégia Para a Melhoria do Ambiente de Negócio e a respectiva Matriz para a sua implementação que contamina a todos os sectores do Governo a adoptarem atitudes e procedimentos para a promoção do Investimento na Província. Esta influencia institucional é acompanhada pela coordenação institucional dos sectores económicos nas acções de: Operacionalização do Balcão de Atendimento Único e sua expansão nos principais distritos do triângulo de desenvolvimento do Niassa (Lichinga, Cuamba e Marrupa) identificado no Plano Estratégico Provincial 2017, com especial enfoque para a simplificação dos procedimentos e descentralização das competências para os distritos e municípios;
18 Cont. Operacionalização de um fórum provincial dos sectores económicos para a remoção das barreiras ao investimento na província chefiada por Sua Excelência Governador; O aprimoramento da acção promotora da Fundação Malonda segundo os acordos de parceria subsumida no Plano Estratégico da Fundação Malonda cuja presença de escritórios na Cidade de Maputo além da sede (Cidade de Lichinga) é um pólo de ligação dos interessados em investir a Província do Niassa com os procedimentos e incentivos aprovados pelo Governo para a Província do Niassa.
19 Cont. Divulgação das potencialidades e dos benefícios fiscais nos investimentos do Niassa especialmente na isenção do pagamento de direito de importação sobre bens e equipamentos classificados na classe K (15% de IRPC durante 5 exercícios fiscais) no âmbito das Zonas de Desenvolvimento Rápido, no sectores das Pescas, Agricultura, Exploração Florestal, Abastecimento de Agua, Transporte, Minas, Turismo, Distribuição de Energia, Telecomunicações, Construção de Infra estruturas e na aquisição de Bens e Equipamento ( Moageiras, tractores, geradores, charrua).
20 Considerações Finais O papel catalisador de serviço por parte do Comércio alicerça-se nas atribuições definidas pelo Governo como difusora das oportunidades e das facilidades para o investimento na Província do Niassa. Neste aspecto torna-se relevante a referência do Niassa como Zona de Rápido Desenvolvimentos beneficiando os investidores de vantagens fiscais relativamente atractivos no âmbito fiscal.
21 FONTES Agenda Estatística 2012; Balanço do 1º Semestre do PES 2012 do Governo da Província do Niassa; Decreto n.º 49/2004, de 17 de Novembro que aprova o Regulamento de Licenciamento da Actividade Comercial; Universal, Dicionário da Língua Portuguesa, Texto Editora, 1998, 3ª Edição. Relatório Preliminar do Estudo de Identificação dos Provedores de Serviços e Avaliação do Nível de Prestação destes Serviços na Província do Niassa. 2Bcomercio&gbv=2&ct=clnk
22 Muito Obrigado
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