ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE
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- Ana Vitória Pais Castilhos
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1 ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE COMISSÃO DE REVISÃO DAS QUOTAS No âmbito das decisões tomadas em sede da 1ª sessão do Conselho Nacional da OAM, o grupo constituído pelos Drs. Ilda Grachane, Tania Waty, William Telfer, Lourenço Macia e Momede Popat, foi incumbido de realizar um estudo para a revisão das quotas, há muito desajustadas à realidade e aos propósitos da Ordem. Fazendo notar que o último reajuste às quotas ocorreu há sensivelmente cinco anos (2008), são inúmeros os motivos pelos quais hoje se mostra necessário efectuar o respectivo aumento. I FUNDAMENTAÇÃO A principal motivação da revisão das quotas que aqui se propõe é a necessidade da OAM poder fazer face seus objectivos e planos integralmente suportados em receitas próprias. Com efeito, em seguida, descrevemos de forma sucinta algumas das premissas levadas em conta neste trabalho: 1. ORÇAMENTO O estudo realizado demonstra que o Orçamento Anual da OAM é maioritariamente suportado pelas contribuições e doações feitas por organizações com as quais a Ordem tem acordos, designadamente, DANIDA, OSSISA, MASC e IBIS. Na verdade, nos últimos anos, o peso das receitas próprias quotização tem decaído substancialmente, cifrando-se actualmente em cerca de 50% do orçamento global. Por outras palavras, se dependesse exclusivamente de receitas próprias, o orçamento da OAM seria deficitário. No quadro abaixo, demonstramos de forma muito sucinta o que acima referimos:
2 Receitas Efectivas (Qoutas) = 2011 a 2012 Item Descrição Quotas + 3 Anos 5,076, ,226, Quotas - 3 Anos 938, , Total 6,014, ,868, Custos Totais Efectivos = 2011 a 2012 Item Descrição Total dos custos 6,930, ,845, Total 6,930, ,845, Peso nas despesas totais (%) NB: As percentagens no quadro acima indicam o peso das quotas nas despesas totais, por exemplo, em 2011, as quotas suportaram 86,79% das despesas realizadas pela Ordem e para 2012, as mesmas suportaram em 53.47%, esta redução está aliada a imputação de uma parte considerável das despesas nos projectos ou parceiros (DANIDA, OSISA, MASC e IBIS). 2. INFLAÇÃO ACUMULADA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS Segundo dados obtidos junto do Banco de Moçambique, a inflação acumulada em pouco mais de quatro anos ascende os 40%. TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CÂMBIO E DE INFLAÇÃO ANO CÂMBIO MT/USD INFLAÇÃO % OBS ,04 MT/USD 10,33% Houve uma redução se comparado com o ano de ,51 MT/USD 3,25% ,00 MT/USD 22,3% A mais elevada dos últimos 10 anos ,14 MT/USD 7,2% 2012 O relatório anual só sai em Outubro de de Julho 2013 Maio ,74 MT/USD 0.41% 43,49% Fonte: Inflação acumulada dos últimos 4 anos e meio. Banco de Moçambique 2
3 3. OBJECTIVOS DA OAM a) Infra-estruturas da OAM A OAM dispõe, hoje, de uma sede própria, localizada na Avenida Vladimir Lenine, na Cidade de Maputo, cujo título continua em fase de tramitação. Este edifício, que beneficiou, muito recentemente, de uma reabilitação profunda, resolveu parcialmente os problemas que a nossa Ordem tinha deste a sua fase embrionária, dificultando uma gestão integrada dos processos internos. Dizemos parcialmente porque tendo a nossa Ordem assumindo uma postura mais dinâmica nos últimos ano e pretendendo-se potenciar cada vez mais esse dinamismo, os desafios são cada vez maiores, exigindo mais do que nunca, infra-estruturas mais adequadas à esta nova realidade. A título de exemplo, neste momento, a capacidade de gestão administrativa de processos dos estagiários e dos advogados inscritos começa a ser um problema em termos de gestão de espaços (arquivos); a OAM não pode continuar refém de espaços alugados a terceiros, pesando ainda mais o nosso orçamento, para a realização de eventos relacionados com os advogados, de entre eles, a realização de assembleias gerais; a implementação dos projectos IAJ e CDH, os quais se mostram imprescindíveis à dinamização da Ordem, poderão também evidenciar algum constrangimento na capacidade infra-estrutural das nossas instalações. Por estes factores, há que pensarmos em desenvolver um projecto eficiente num terreno disponibilizado à OAM na Cidade de Maputo, e porque não pensar num projecto gerador de receitas para a OAM, por exemplo, na construção de um edifício misto, composto por escritórios e salas de conferências, não só para as actividades da Ordem, mas também para arrendar a terceiros, mitigando assim o impacto dos projectos que pretendemos implementar a médio e longo prazo no nosso orçamento. Por outro lado, temos igualmente um imóvel da Beira (Sofala) que foi disponibilizado à OAM, o qual, após regularizada a respectiva situação documental, deverá merecer uma reabilitação profunda. 3
4 b) Vitalização das Delegações Provinciais Um dos principais objectivos da Ordem e que não deve ser descurado é a extensão das suas actividades e peso da sua presença nas Províncias. Trata-se de um objectivo crucial para a afirmação da Ordem e o seu papel na consolidação do Estado de Direito. Neste momento, contamos com Conselhos Provinciais em Sofala e Nampula e com Delegados em Inhambane, Manica, Zambézia e Tete, sendo ainda um número bastante exíguo para aquilo que são as pretensões e objectivos da OAM. Ainda assim, se pensarmos que em nenhum destes locais a Ordem dispõe de um espaço e recursos próprios instalações e pelo menos um administrativo a tempo inteiro -, fica evidenciado o enorme desafio que temos pela frente e os constrangimentos orçamentais que procuramos aqui reflectir. Num estudo breve, pudemos constatar que os custos com arrendamento de um imóvel, salário para o administrativo e despesas operativas não ficarão em menos de ,00Mt/ mês, em média. c) Criação de Delegações Provinciais As mesmas questões acima referidas se levantam quando pensamos em criar representações da Ordem nas Províncias onde a mesma não se faz sentir. Neste momento, está em estudo a implementação de um projecto-piloto para a constituição dos Conselhos Provinciais, numa primeira fase e seguindo o critério do número de advogados residentes em Sofala e Nampula. Novamente, ainda que em fase de estudo, já estão a ser colocados alguns constrangimentos orçamentais. d) Projectos IAJ (Instituto de Acesso à Justiça) e CDH (Comissão dos Direitos Humanos) Estes dois projectos (IAJ e CDH), como dissemos, muito importantes na dinamização da OAM, deverão implicar também algum custo óbvio na sua implementação e execução, designadamente, papel, tinteiros para as impressoras, computador, internet e gestão processual/ arquivos. Tudo isto tem de ser pensado com base no orçamento da OAM. 4
5 e) Formação Uma das apostas do actual elenco é a formação do advogado. Pensamos, por exemplo, na realização de seminários e cursos temporários em áreas específicas e actuais, resultado de intercâmbios com diversas entidades nacionais e internacionais, onde pensamos numa Ordem com capacidade de suportar parte substancial dos referidos custos em benefício dos seus membros. As formações até aqui levadas a cabo pela Ordem tem sido na sua esmagadora maioria, suportados pelos parceiros já identificados acima. Porém, esta formação embora salutar, prova-se incipiente dado o crescimento da classe e a demanda por áreas de especialização e uma melhor qualidade do advogado, o que deverá ser custeado com recurso a custos próprios da Ordem. II PROPOSTA Propomos o seguinte escalão de aumento, abrangente às diversas classes de contribuição (advogados com 3 e com mais de 3 anos). Período Aumento De 01 de Agosto de 2013 a 31 de Julho de % De 01 de Agosto de 2014 a 31 de Dezembro de % De acordo com a taxa Janeiro de cada ano (a partir de Janeiro de 2015) média de inflação do ano anterior Observações: Os aumentos propostos no período de Agosto de 2013 a Dezembro de 2014 visam ajustar o valor da quota à realidade actual da OAM. A proposta do aumento gradual que se segue a partir de Janeiro de 2015 visa, precisamente, o ajuste paulatino das quotas à nova conjuntura económica, evitando, por exemplo, que uma alteração substancial na inflação obrigue a recorrer a uma assembleia geral para deliberar um novo aumento. O presente regime tem efeitos a partir de 01 de Agosto de 2013, não sendo aplicável aos advogados que, à data de 26 de Julho de 2013, tenham quotas pagas até Dezembro de
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