Riscos Climáticos e Ambientais. Maria do Socorro L. C. Branco - ANA Uberlândia/mg 14/09/2015
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- Marisa de Sequeira Palmeira
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1 Riscos Climáticos e Ambientais Maria do Socorro L. C. Branco - ANA Uberlândia/mg 14/09/2015
2 Riscos Climáticos e Recursos Hídricos ou Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica? Sumário Definições e conceitos Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica Mudanças Climáticas no Brasil Governança Impactos das Mudanças Climáticas sobre os Setores Usuários Considerações finais
3 Conceitos Segurança Hídrica ONU (2015) - assegurar o acesso sustentável à água de qualidade, em quantidades adequadas à manutenção dos meios de vida, do bem-estar humano e do desenvolvimento socioeconômico; garantir proteção contra a poluição hídrica e desastres relacionados à água; preservar os ecossistemas em um clima de paz e estabilidade política.
4 Segurança Hídrica Whittington et al (2013), destacam que há duas abordagens para lidar com a segurança hídrica: a) ao longo do tempo, por meio de resultados, na forma de objetivos e metas, mediante combinação de políticas e projetos de investimento em infraestrutura hídrica. b) gerenciando o risco da ausência de segurança hídrica, para redução da vulnerabilidade à variabilidade climática e aos desastres relacionados.
5 Mudanças Climáticas IPCC (2007), qualquer mudança do clima ao longo do tempo, seja devido à variabilidade natural ou como resultado da atividade humana.
6 Mudanças Climáticas Variabilidade do clima aumento das temperaturas medias do ar e do oceano, no derretimento generalizado da neve e do gelo e, na elevação do nível do mar (Banco Mundial, 2010). O aquecimento global é atribuído à emissão de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera, como resultado das atividades humanas.
7 Mudanças Climáticas Atividade humana: últimos duzentos anos, a partir de Revolução Industrial. Mito da natureza infinita, recursos naturais inesgotáveis. Crise ecológica (RODRIGUES FILHO, 2011) atual está relacionada ao modo como a sociedade, a economia e a política se organizam, (...) agravada pelo crescimento explosivo da população e pela distribuição desigual e injusta da riqueza.
8 Mudanças Climáticas Adaptação - iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. Vulnerabilidade - grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema, em função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que está exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os quais a variabilidade climática e os eventos extremos.
9 Mudanças Climáticas Gestão baseada na previsão e no controle não é capaz de lidar com cenário de incertezas e para orientar a ação. Gestão adaptativa ação é orientada pela cenarização prospectiva e pela adaptação. A prospectiva estratégica (GODET, 1991; 2012) e o planejamento baseado em cenários (VAN DER HEIJDEN, 2005) colocam-se como instrumentos necessários para a construção de possibilidades de futuro esperado.
10 Mudanças Climáticas A adaptação proativa pressupõe a definição de uma estratégia robusta, sendo a robustez entendida como a capacidade do sistema perseverar nos diversos futuros alternativos factíveis. (HOLLING, 1972), é propriedade essencial da robustez.
11 Mudanças Climáticas Fonte: Adaptado de ASSIS, 2012
12 Mudanças Climáticas A gestão adaptativa dos recursos hídricos passa pelo processo sistemático de melhoria da política e práticas por meio do aprendizado dos resultados de estratégias de gestão implementadas, levando em conta mudanças em fatores externos, entre eles, os impactos da mudança do clima sobre a disponibilidade hídrica (PALM-WORSTL, 2005, 2007).
13 Mudanças Climáticas As concentrações de CO 2 são crescentes e podem levar à acidificação dos oceanos. A melhor estimativa do aumento da temperatura global de 1900 a 2100 está entre 1,8 e 4 C. O intervalo das estimativas da elevação do nível do mar está entre 60 centímetros e 1,8 metros, excluídos os efeitos das grandes camadas de gelo.
14 Mudanças Climáticas No fim do século 21, espera-se que o Oceano Ártico fique amplamente livre de gelo durante o verão, isso pode ocorrer até antes. A intensidade de furacões e tempestades tendem a aumentar.
15 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica O IPCC (2013), afirma que ocorrerão mudanças no ciclo hidrológico, em função da evolução dos padrões da precipitação (aumento da intensidade e da variabilidade), que poderão afetar significativamente a disponibilidade e a distribuição temporal da vazão nos rios.
16 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica A mudança climática deverá afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ou seja, os recursos de águas subterrâneas renováveis e os níveis dos aquíferos e, portanto, das águas superficiais. O IPCC (2007) afirma que grupos populacionais com piores condições de renda, educação e moradia sofreriam os maiores impactos das mudanças ambientais e climáticas
17 S E G U R A N Ç A H Í D R I C A M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S
18 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica Breve Histórico Normativo O Decreto nº 6.263, de 2007 instituiu Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), o Grupo Executivo (GEx) e os eixos temáticos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).
19 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica Por meio da Lei nº /2009 foi instituída a PNMC, oficializado o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2020.
20 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica A Lei nº , de 2009 criou o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima Fundo Clima O Decreto nº de 2010 estabeleceu a realização de Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação, com a inclusão de ações, indicadores e metas específicas de redução de emissões e mecanismos para a verificação do seu cumprimento.
21 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica Plano Nacional de Adaptação surgiu durante o processo de revisão do PNMC em 2012, tendo em vista a necessidade de: a) identificar as principais lacunas existentes; b) mapear as vulnerabilidades; c) integrar as ações existentes; e d) adoção de escalas de tempo e espaço apropriadas na identificação dos impactos e das vulnerabilidades e na implementação de ações.
22 Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica Foi criado GT-Adaptação (2013)é coordenado conjuntamente pelos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Foi estruturada a rede temática da Água. Não existe uma Política Nacional de Segurança Hídrica.
23 Mudanças Climáticas no Brasil Estudos IPCC indicam: a) Intensificação das condições de aridez no centro da região NE e no Sul da Amazônia, que passaria de clima tropical úmido para um clima tropical subúmido. b) Há relativo consenso em torno de aumentos da precipitação e do escoamento na região sul do País. c) Não há consenso quanto as precipitação para o SE e CO do país.
24 Mudanças Climáticas no Brasil Projeções são prejudicadas pela ausência de: a) informação meteorológica de boa qualidade em séries completas de longo prazo; b) estudos sobre cenários agrícolas que incorporam o melhoramento genético das culturas, principalmente melhoramento de espécies tolerantes à seca. ELEVADO GRAU DE INCERTEZA NECESSIDADE DE ADAPTAÇÃO
25 Governança Definição do Banco Mundial (1992): é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento, a qual implica na capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções.
26 Governança A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE conceitua governança da água como o conjunto de regras, práticas e processos por meio dos quais as decisões para a gestão dos recursos hídricos são tomadas e implementadas e os tomadores de decisão são responsabilizados.
27 Governança Requisitos a) informação e conhecimento; b) gestão de conflitos; c) cumprimento de regras; d) infraestrutura e e) aprendizado e adaptação.
28 Governança A governança dos recursos hídricos, independentemente da ocorrência de impactos provenientes de mudanças climáticas, engloba a capacidade dos entes envolvidos de tomar decisões adequadas e oportunas, de garantir seu cumprimento, e de articular-se entre si e com atores externos ao sistema, mas relacionados ao tema.
29 Governança Diante de incertezas futuras quanto à disponibilidade e demanda de água e da possibilidade de eventos hidrológicos extremos mais frequentes e severos, cresce a importância de contar com capacidades técnicas, planejamento adequado e instrumentos de cooperação entre entidades de diferentes esferas e setores.
30 Governança Dificuldades do Sistema Nacional de Recursos Hídricos SINGREH: a) Burocráticas - não consegue tomar decisões tempestivas em situação de crise. Dupla domíni0. b) Baixo reconhecimento da importância dos instrumentos de gestão e de sua inserção em uma estratégia geral para gerir riscos. c) falta de planos de contingência.
31 GOVERNANÇA Duplo domínio. Constituição Federal Art. 20. São bens da União: III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
32 Instrumentos Instrumentos de gestão: a) Planos de recursos hídricos voltados à sua efetiva implementação, para se reduzir as vulnerabilidades e riscos. Para tanto, é preciso que venham acompanhados de priorização de atuação (sequência e responsáveis) e estejam de acordo com diretrizes mais gerais de desenvolvimento e com estratégias setoriais.
33 Instrumentos b) O enquadramento dos corpos de água deve contemplar o custo das medidas de despoluição necessárias para diminuir este risco e aumentar o atendimento ao enquadramento proposto, relacionar-se com os planos municipais de saneamento, ampliar o monitoramento da qulidade da água.
34 Instrumentos c) Outorga com base em critérios de outorga sejam mais flexíveis e permitam a customização a diversas situações (de balanço hídrico, de arranjo institucional, de capacidade de adequação dos usos e usuários, entre outras). d) Cobrança para incentivar ao uso racional e os investimentos em ações específicas, tais como planos de bacia, de contigência, análises econômicas, projetos.
35 Instrumentos e) Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos SNIRH ser capaz de fornecer dados atuais e confiáveis, com interface acessível a todos os usuários da informação. Instrumentos Complementares Securitização relativa a eventos hidrológicos extremos para cada setor e tipo de usuário. Mecanismos de compensações
36 Outros Instrumentos Adoção de outros instrumentos econômicos, permanentes ou temporários, voltados à promoção do uso sustentável da água, como impostos, subsídios e taxas de efluentes; Potencializar os instrumentos fiscais disponíveis para viabilizar os propósitos do plano de recursos hídricos;
37 Outros Instrumentos instrumentos financeiros para estimular a responsabilidade socioambiental do sistema financeiro nacional; Implementar Sistemas de Suporte a Decisões (SSD)
38 Impactos sobre os Setores Usuários Abastecimento urbano - passa pela gestão da demanda e da oferta de água para os sistemas. A oferta relaciona-se com o investimento em infraestrutura, de forma a garantir maior capacidade de reservação e de adução de água, incluindo redundância de fontes de abastecimento. Conservação dos mananciais. A demanda, a partir da adoção de soluções locais, como o reuso da água e o aproveitamento da água de chuva
39 Impactos sobre os Setores Usuários Irrigação redução da demanda por métodos mais eficientes e aumento do conflito. a) melhorar as previsões de disponibilidade de água para irrigação, em curto e médio prazo; b) métodos mais eficientes no uso da água e energia; c) adoção de manejo eficiente das áreas irrigadas; d) infraestrutura para garantia de oferta integrada com outros usos e com o planejamento de recursos hídricos; e) estratégias de conservação de solo, a manutenção das APP, promoção da conservação e aumento da infiltração em áreas de recarga dos aquíferos, entre outras.
40 Setores Usuários Energia matriz energética nacional (62,5%) a) aumento da capacidade de reservação interanual nos empreendimentos de produção de energia; b) maior integração de usos múltiplos nos reservatórios; c) investimento em soluções locais de geração de energia de maneira complementar à energia proveniente do SIN; d) investimento em medidas recuperação de APPs para de conservação e e) reduzir o assoreamento aumentar sua vida útil. dos reservatórios e
41 Setores Usuários Indústria dificuldade geográfica. a) Aumento da reservação e do reuso de água; b) Modificações no processo de produção, possibilitando menor consumo de água. QUALIDADE DA ÁGUA E MEIO AMBIENTE - redução das cargas poluidoras lançadas nos corpos hídricos pelos setores de saneamento, indústria e agricultura.
42 Setores Usuários a) Aumento no tratamento de águas residuais, reuso, e uso mais eficiente da água nos processos produtivos. b) Monitoramento da qualidade das águas, c) Implementação de planos de segurança da água e de procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano
43 Setores Usuários Gestão de Conflitos entre Usuários escassez a) Regras claras. b) Instrumentos de compensação para os setores que serão obrigados a usar menos água. c) Estabelecimento de mecanismos de negociação. d) Incorporação ao SINGREH grupos de gestão de conflito.
44 Considerações Finais A mudança do clima traz desafios que passam por rever e reformular processos e práticas consagradas. Na gestão de recursos hídricos, por exemplo, não é possível mais trabalhar com a estacionariedade das séries, uma vez que os parâmetros observados no passado não são mais representativos do futuro.
45 Considerações Finais Apesar do nível de incerteza sobre os impactos, é possível adaptar-se. No âmbito da implementação do PNRH, as respostas adaptativas estão relacionadas com os instrumentos preconizados na própria Política, além de outros instrumentos, conforme se demonstrou.
46 Obrigado(a)! Maria do Socorro L. Csatello Branco Assessora da Área de Planejamento na ANA (+55) (61)
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