TITULOS DE CRÉDITO - TEORIA GERAL E ENFOQUE À LETRA DE CÂMBIO*

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1 TITULOS DE CRÉDITO - TEORIA GERAL E ENFOQUE À LETRA DE CÂMBIO* GLÓRIA ISABEL OLIVÁRDlA QUINTO Introdução; 1. Características gerais dos títulos de crédito; 2. A letra de câmbio. Introdução Para compreendermos o que são os títulos de crédito, temos, antes de mais nada, de saber o que é o crédito. Segundo Gide, o crédito é um alargamento da troca. Em seu Compêndio de economia política, ele escreve que a venda a prazo e os empréstimos cons tituem as duas principais formas de crédito. Assim, o crédito é um ato de fé, de confiança do credor. Vivante diz que o crédito passou a ser primordial, chegando a ser um objeto de comércio, um valor patrimonial suscetível de troca, e se retrocederia no processo histórico que produziu esse resultado, se se devolvesse aos contratantes a faculdade de vincular o crédito à pessoa do credor. Se nós chegamos a admitir o poder de troca de bens por serviços, vê-se que não chega a surgir espaço no título de crédito. O título de crédito não foi criado judicialmente; ele surge, como algo mais palpável, a partir de determinados problemas econômicos. O título de crédito é o documento necessário para se exercer o direito literal e autônomo nele mencionado. Se o título está revestido de todas as formalidades exigidas pela lei, incorpora a prestação nele determinada. Imaginemos um país sem crédito. Imaginemos, ainda, que as vendas desse país sejam feitas à vista: veremos que esta economia é estática. Assim, o título de crédito se materializa em um bem, é o direito que incorpora o direito de alguma pessoa contra outra. Crédito é a confiança de receber recursos sem os ter, e aqui entra em jogo o título de crédito, pois ele é a corporificação ou a confiança depositada num papel. Não existe a extrema possibilidade de funcionamento de uma economia de mercado ou de uma economia neocapitalista, como a do Brasil, sem títulos de crédito. * O presente trabalho foi apresentado ao Curso de Direito Empresarial, promovido pelo Centro de Atividades Didáticas do Instituto de Direito Público e Ciência Política, em Mereceu nota máxima e é publicado por decisão do Conselho Editorial da Revista de Ciê.'1cia Política. R. Cio pol., Rio de Janeiro, 25(2):35-50, maio/ago. 1982

2 1. Características gerais dos títulos de crédito Como vemos, o crédito é confiança. É, pois, a possibilidade de se obter recursos sem ter recursos. No título de crédito há a corporificação desse crédito num papel. Vivante dá a definição de títulos de crédito como o documento necessano para o exercício do direito literal e autônomo e nele expresso. Assim, o título - se é de crédito - implica necessariamente a existência de um credor, a quem a prestação deve ser paga, e de um devedor, que deve pagá-ia. 1.1 As características dos títulos de crédito Princípio de literalidade o direito creditório está transcrito no título, ou melhor, o crédito se incorpora no título. Por isso diz-se que o título de crédito é literal, porque só tem validade aquilo que nele está consignado Princípio da autonomia Cada obrigação constante no título é autônoma em relação às demais. Cada signatário assume obrigação autônoma para pagamento do valor nele consignado Princípio da abstração o título se desprende da causa que o gerou. Não se cogita da causa que lhe deu origem. Exemplo: letras de câmbio e nota promissória existem, mesmo que não saibamos o motivo do seu surgimento. Autonomia não pode ser confundida com abstração Princípio da cartularidade Os títulos de crédito se materializaram numa cártula ou documento. Este é essencial para o exercício do direito de crédito. 1.2 Independência Há títulos que intensificam uma qualidade particular, que é a independência. Estes títulos são regulados pela lei, de forma a se bastarem a si mesmos. Eles não surgem, nem se integram a nenhum outro documento; um exemplo é a letra de câmbio. 1.3 Inoponibilidade das exceções ;-..Ia circulação do título, com referência àquele que o adquiriu, porém não partic;pou da relação fundamental, deve ficar assegurado que nada perturbe o seu direito de crédito por quem com ele não esteve em relação direta. 36 R.C.P.2/82

3 A segurança do terceiro de boa-fé é essencial na negociabilidade dos títulos de crédito. Em toda fase da circulação do título, o emissor pode opor ao seu credor direito às exceções de direito pessoal que contra ele tiver. Exemplo: no caso de já lhe ter efetuado o pagamento do mesmo título ou pretender compensá-lo com o crédito que contra ele possuir, mas se este título foi endossado pelo credor direto e foi apresentado o título por um terceiro, que esteja de boa-fé, já nenhuma exceção de defesa ou oposição poderá o devedor usar contra o novo credor. O Código Civil, ao regular os títulos ao portador, consagra no art o princípio da inoponibilidade das exceções, expressando que "ao portador de boa-fé, o subscritor ou emissor não poderá opor outra defesa além da que assente em nulidade interna ou externa do título, ou em direito pessoal ao emissor, ou subscritor, contra o portador". O art. 17 da Lei Uniforme, de Genebra, também faz questão deste preceito ou norma: "As pessoas acionadas em yirtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador, ao adquirir a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor." Afora a oponibilidade de defesa resultante de relação pessoal direta entre o subscritor ou transmitente do título e o novo portador, podem ser opostos, a qualquer portador, os vícios formais ou falta de requisito necessário ao exercício da ação. Exemplo claro: quando a uma letra de câmbio falta um requisito essencial, ela não representa título cambiário, e qualquer pessoa que nela apareça em posição de devedor pode opor ao credor esse vício fundamental, iludindo a ação fundada no título de crédito. Isto ocorre quando o emissor do título é incapaz, não podendo o credor dele exigir o crédito ilegalmente reconhecido pelo menor. Os interesses sociais de proteção ao incapaz superam os interesses sociais de segurança da circulação dos títulos de crédito. Se o adquirente do título age de má-fé, estando em cumplicidade com o portador anterior a fim de frustrar o princípio da inoponibilidade da exceção de defesa que contra ele tivesse o devedor, tem este o direito de opor-lhe a defesa que teria contra o antecessor. A inoponibilidade das exceções fundadas em direito pessoal do devedor contra o credor constitui a mais importante afirmação do direito moderno em favor da segurança da circulação e negociabilidade dos títulos de crédito. 1.4 O título de crédito não opera novação do crédito anterior No direito brasileiro há uma séria controvérsia. Margarino Torre sustenta que a nota promissória, título de crédito a que dedica sua obra, pelo seu caráter de título de crédito completo, desempenha as funções de dinheiro, e paga como este (isto para efeitos jurídicos). Assim, Margarino diz que "a nota promissória leva o dinheiro representado apenas no crédito das assinaturas, de um lugar para outro, de um mesmo ou de diversos países; e realiza, por si, a extensão de uma dívida, quer seja o preço de uma compra ou de um serviço, ou o débito de uma conta, ou um empréstimo; ao mesmo tempo que retarda a entrega efetiva do dinheiro". Assim, o título de crédito, em conseqüência, opera a novação do crédito antigo, pois a novação é a conversão de uma obrigação em outra, que absorve a primitiva. O que acontece com esta doutrina Títulos de Crédito 37

4 é que o crédito primitivo extingue-se, mas ressurge sob a roupagem e forma de título de crédito. Inglez de Souza perfila a mesma opinião, e diz: "O indivíduo devedor de uma conta, e que emite uma nota promissória, deixa de dever aquela conta, que se considera paga pela novação operada com a emissão desse título." No direito brasileiro não é essa a conclusão. J. X. Carvalho de Mendonça, por exemplo, é conclusivo quando compara a moeda corrente aos títulos de crédito, e afirma que "os pagamentos feitos com a primeira são imediatamente operativos e extintivos do débito, enquanto que os pagamentos realizados com os segundos (ou seja títulos de crédito) não extinguem absolutamente a obrigação; a extinção fica dependente do pagamento no vencimento, da execução da prometida prestação, causa única do valor desses títulos. Por outro lado, tais títulos se recebem pró-solvendo e não pró-soluto". O correto parece ser que o título de crédito não opera novação da obrigação subjacente, que lhe deu origem. Pois se o título de crédito engendrasse novação do crédito antigo, extinguindo-o, não se poderia cogitar da ação de locupletamente ou de enriquecimento sem causa, a que alude o art. 48 da Lei n.o 2.044, quando permite que "sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o sacador ou aceitante fica obrigado a restituir ao portador, com os juros legais, a soma com a qual se locupletou à custa dele", nem se admitiria a oponibilidade das exceções fundadas em direito pessoal do devedor contra o portador. 1.5 Classificação dos títulos de crédito Os títulos de créditos são classificados: 1. Classificação quanto ao conteúdo e natureza: - abstratos; - causais. 2. Classificação quanto ao modo de circulação: - títulos ao portador; - títulos nominativos; - títulos à ordem Classificação quanto ao conteúdo e natureza Vivante classifica os títulos de crédito, quanto ao seu conteúdo, em quatro categorias: a) títulos de crédito propriamente ditos, que dão direito a uma prestação de coisas fungíveis. Exemplo: letras de câmbio, cédula hipotecária; b) títulos que servem para aquisição de direitos reais sobre coisas determinadas. Exemplo: conhecimento de embarque, conhecimento de depósitos; c) títulos que atribuem a qualidade do sócio. Exemplo: ações de sociedades anônimas; 38 R.C.P.2/82

5 d) títulos que dão direito a algum serviço. Exemplo: bilhetes de viagens ou de transporte. Para efeitos didáticos, a melhor classificação é aquela, em relação a sua natureza, em abstratos e causais: - títulos abstratos - são os mais perfeitos como títulos de crédito, pois deles não se indaga a origem. Vale o crédito que na cártula foi escrito; - títulos causais - são os que estão vinculados, como um cordão umbilical, à sua origem. São conhecidos como imperfeitos ou impróprios. São considerados títulos de crédito, pois são suscetíveis de circulação por endosso e levam neles corporificada a obrigação. Exemplo: duplicata, os conhecimentos de transporte, as ações, etc Classificação quanto ao modo de circulação Vivante observou que cada título nasce com sua lei de circulação, dependen te da vontade do legislador ou de quem o emite. Assim, para entendimento dos efeitos da circulação dos títulos de crédito, são classificados em: ao portador, nominativos e à ordem. - títulos ao portador - são aqueles que não revelam o nome da pessoa beneficiada. Está inserida à cláusula "ao portador" ou mantém em branco o nome do beneficiário ou tomador, que é o titular do crédito. Os títulos ao portador que contenham promessas de pagamento em dinheiro, devido a sua semelhança com o papel-moeda, têm a emissão duplamente circunscrita: a) pela dependência de autorização expressa de lei federal, sob pena de nulidade (Código Civil, art. 511); b) pela discriminatória taxação da lei do IR, que tratando-os mais pesadamente, exerce pressão no sentido de reduzi-los ou exterminá-los. No direito brasileiro, com o advento da Lei Uniforme, de Genebra, não são admissíveis a letra de câmbio ou nota promissória ao portador. - títulos nominativos - são aqueles emitidos a favor de uma pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Os títulos nominativos somente podem ser transferidos através do endosso em preto. - títulos à ordem - são os emitidos a favor de uma pessoa determinada, transferindo-se pelo endosso. Diferenciam-se, portanto, dos títulos nominativos porque são transferíveis pelo simples endosso, sem qualquer outra formalidade. 1.6 Títulos de crédito conhecidos no direito brasileiro São vários os títulos de crédito conhecidos no atual estágio do direito brasileiro. Eles são regulados por leis especiais. Não há uma disciplina geral para os mesmos. Os títulos de crédito existentes no direito brasileiro são: letra de câmbio, cheque, duplicata, debênture, conhecimento de depósito e warrant, c.onhe cimento de transporte, letra hipotecária, cédula rural pignoratícia, cédula rural hipotecária, cédula rural pignoratícia e hipotecária, nota de crédito rural, nota promissória rural e duplicata rural, letra imobiliária, certificado de depó- Títulos de Crédito 39

6 sito bancário, cédula de crédito industrial, nota de crédito industrial, ação de sociedades por ações, partes beneficiárias, bilhete de mercadorias, cédula hipotecária, certificado de depósitos em garantia, certificado de investimentos. 2. A letra de câmbio 2.1 A unificação das leis cambiais Na Idade Média se originou a idéia de recolocar a letra de câmbio, assim como a nota promissória, como um direito comum a todos os povos. Os esforços nesse sentido se iniciam em 1873, com a fundação do Instituto de Direito Internacional em Gand. Várias foram as reuniões internacionais até que, afinal, na Conferência Diplomática de Haia se fez o projeto de lei uniforme. Porém não se chegou à concretização da lei. Em 7 de junho de 1930 três convenções foram assinadas por vários países, entre os quais o Brasil: a) convenção para adoção de uma lei uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias; b) convenção destinada a regular certos conflitos de leis em matéria das letras de câmbio e notas promissórias e protocolo; c) convenção relativa ao direito do selo em matéria de letras de câmbio e notas promissórias. Mas somente em 1942 o GO\erno brasileiro, por intermédio da sua legação em Berna, depositou perante o Secretário-Geral da Liga das Nações a "Nota" de nossa edição às aludidas convenções. As autoridades brasileiras, tardiamente, providenciaram os atos necessários à sua aplicação interna. Assim, a Lei Uniforme se integrou no direito brasileiro. 2.2 Conceito de letra de câmbio A letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. Sendo uma ordem de pagamento que alguém dirige a outrem para pagar a terceiro. importa numa relação entre pessoas que ocupam três posições no título: a de sacador, a de sacado e a de tomador ou beneficiário da ordem. A (sacador) B (sacado), I i I I I t C (tomador) 40 R.C.P.2/82

7 A trilogia de sacador, sacado e tomador é uma trilogia formal. Sacador: é conhecido como subscritor ou emitente da letra; ele é quem emite ou saca a ordem de pagamento; o ato de criar a letra, quando o sacador a assina para ser submetida ao sacado, se chama emissão ou sque; Sacado: é a pessoa a quem a ordem de pagamento é dirigida, recebendo em suas mãos a letra e se dispondo a cumprir a ordem nela contida; Tomador: é o credor originário do título. A letra de câmbio é um título de crédito que envolve os princípios jurídicos. Vale o que nela está escrito, e isto é chamado literalidade. Assim, os signatários se obrigam por aquilo que nela setá escrito. A letra de câmbio é um título abstrato por excelência, pois pode ser emitida independente de qualquer causa. A letra de câmbio é autônoma - princípio da autonomia, arts. 7 e 17 da Lei n.o A letra de câmbio é um título de apresentação por excelência (apresentação física); rasgado o título, acaba o direito. 2.4 Requisitos essenciais da letra de câmbio A Lei n.o 2.044, no art. 1.0, diz que a letra de câmbio deve conter certos requisitos, porém o art. 2. permite que algumas menções sejam suprimidas. Assim, os requisitos verdadeiramente essenciais são: a palavra "letra" inserida no próprio texto; o mandato puro e simples de pagar a quantia determinada; o nome daquele que deve pagar (sacado); - o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; - a data e o lugar onde a letra é sacada; - a assinatura de quem emite a letra (sacador). - a palavra "letra" inserida no próprio texto. A lei enfatiza que figure a expressão "letra de câmbio"; assim, qualquer pessoa, por mais despercebida que seja, vetifica que se trata de um título de crédito com rigor cambiário. - O mandato puro e simples de pagar a quantia determinada. Na letra de câmbio deve constar ou vir expresso o que e quanto deve ser pago. O objeto da ordem é o pagamento em dinheiro, não podendo ser em outra espécie de riqueza. Portanto, deve designar a moeda e sua quantidade em forma clara e precisa. No caso de existir alguma divergência entre a indicação numérica e a alfabética do valor a pagar, prevalece a alfabética, que é feita por extenso. Porém, se a indicação alfabética e numérica divergem, prevalece a que se achar com menor quantia (art. 6. da Lei Uniforme). A letra de câmbio que foi sacada por devedor ou credor que resida fora do Brasil pode determinar o pagamento em moeda nacional ou estrangeira. O art. 5. da lei admite a cláusula de juros, porém só se limita às letras de câmbio pagáveis à vista ou a um certo tempo de vista. - O nome daquele que deve pagar (sacado). A letra de câmbio, como ordem de pagamento que é, dirige-se a alguém que deve pagá-la. Esta pessoa é o sacado, e pode ou não aceitá-la. No caso de aceitação, ele assina o título, trans- Títulos de Crédito 41

8 formando o sacado em aceitante, e no dia de vencimento da letra deverá pagá-la. É o obrigado principal. O art. 3, alínea 2, da Lei n.o 2.044, diz que a letra "pode ser sacada sobre o próprio sacador", ou seja, permite que o sacador emita a letra contra ele próprio. - O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga. Na letra de câmbio deve constar o nome do tomador ou beneficiário, pois a Lei Uniforme veda a letra de câmbio ao portador, já que é exigido no art. 4, alínea 6. - A data e o lugar onde a letra é sacada. A data na letra em que foi sacado permite determinar se o sacador tinha capacidade de se obrigar. Nas letras emitidas a prazo, a certo termo de data, é necessário saber o dia do saque para determinar a data do vencimento. - A assinatura de quem emite a letra (sacador). O sacador, assinando a ordem de pagamento, vincula-se à letra, pois é garantia tanto da aceitação como de seu pagamento (art. 9. da Lei Uniforme). Porém. em cláusula expressa inserida no texto da letra, pode exonerar-se da garantia da aceitação. Entretanto, isto não é admitido em relação ao pagamento. Existem no art. 1.0 da Lei Uniforme outros requisitos supríveis, o qual farei menção resumidamente. Se a letra de câmbio não indica a data do vencimento, entende-se que ela é pagável à vista. Não havendo indicação especial de lugar onde deve ser paga a letra de câmbio, considera-se como tal o domicílio do sacado. A Lei Uniforme permite qu~ a letra de câmbio possa ser pagável no d01l'.icílio de terceiros (art. 4. ). 2.4 Falta de requisitos na letra A falta de um dos requisitos "essenciais" à letra de câmbio constitui defesa oponível ao portador (art. 51 da Lei n.o 2.044). Assim, o título não seria letra de câmbio e não daria direito ao uso da ação cambial. Se o título perde seu caráter cambiário, não é juridicamente ineficaz. O título continua valendo como quirógrafo, como prova de uma obrigação escrita. destituída do rigor cambiário. Está fora do direito cambiário, porém tutelada pelo direito comum. Logicamente, não serviria como fundamento de uma ação cambiária, nem poderia ser transmissível por endosso ou garantido por aval. Em conseqüência, poderia o devedor usar de exceções de defesa contra o credor, com quem não esteve em relação direta. No direito brasileiro não se exige que a letra surja completa das mãos do sacador, no ato da emissão, porém tem que estar integrada de todos os seus componentes legais, quando é apresentada para pagamento. Assim, o portador tem a faculdade de preenchê-la, desde que atue de boa fé. Quando a letra de câmbio é emitida e há uma assinatura de um incapaz, ou um vício de consentimento, como no caso da adulteração ou falsificação de uma assinatura, seja a do sacador ou a do aceitante, isto não torna nula a letra de câmbio. Tal caso está regulado no art. 7. da Lei Uniforme, que dispõe: "Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram 42 R.C.P.2/82

9 a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas." O art da Lei Uniforme é bem claro para quem assina uma letra de câmbio sem poderes suficientes, pois todo aquele que apuser a sua assinatura numa letra, representando uma pessoa, e que não tenha de fato poderes, fica obrigado em virtude da letra. Na cambial não existem assinaturas inúteis, pois se alguém, arrogando-se procurador, assinar uma letra sem que para tanto tenha mandato expresso, este fica vinculado pessoalmente. No caso do analfabeto, este não se pode obrigar na letra de câmbio, a não ser por um procurador especial, em mandato lavrado em notas públicas, para maior segurança do título. Não é válida a aposição a suas impressões digitais ou assinaturas a rogo. A Convenção de Genebra permite que a lei nacional determine a maneira de suprir a falta de assinatura do próprio obrigado no título (ver anexo 2, art. 2. 0, da Convenção). 2.5 Endosso, suas modalidades e espécie A letra de câmbio é endossável pela sua própria natureza, ainda que não conste essa exigência na cláusula desse título de crédito. Assim, o endosso é nada mais que o ato unilateral de declaração de vontade que impõe forma escrita, ou seja, o endosso é materializado pela assinatura da própria pessoa (art. 11 da Lei Uniforme). O endosso não pode ser lavrado em documento à parte, pois, como é um meio cambiário de transferência do título, há de constar, de ser inserido, no documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele constante. Porém, se falta espaço no verso de título, pode ser escrito numa folha de extensão, ligada ao corpo do título (isto é admitido no direito brasileiro). A Lei Uniforme, no art. 30, faz referência a isto. A folha de extensão é chamada alongue ou folha de alongamento. O endosso deve ser puro e simples, não pode ser, uma vez concedido, restringido por quaisquer condições, pois a cláusula restritiva será considerada inexistente, não-escrita. Segundo o art. 12, da Lei Uniforme, o endosso parcial é vedado. Não existe a modalidade de letra de câmbio ao portador, isto é, no momento original da sua emissão ela não pode ser ao portador, porém os acidentes que ela vier a sofrer transformam-na em letra ao portador. O endosso pode ser em branco ou em preto. O endosso em branco apenas consiste na assinatura da letra, enquanto o endosso em preto deve conter o nome do endossatário. Quando se recebe uma letra de câmbio com endosso em branco, esta letra circula como se fosse ao portador, e pode ser transmitida a outra pessoa da mesma forma em que foi recebida. Na letra de câmbio endossada em branco também se pode fazer endosso em preto. No endosso em branco, o endossatário, para se assegurar contra a perda ou roubo, pode inserir acima da assinatura do endossante o seu nome, ou da pessoa a quem deseje transferir o título, não ficando, por isso, vinculado à obrigação cambiária como endossante, pois nesta hipótese não apôs sua assinatura. Títulos de Crédito 43

10 o endossante - como o sacado - está vinculado cambiariamente ao endossatário, que pode dirigir contra ele a ação cambial. Como expressa a Lei Uniforme, o endossante é garantia tanto da aceitação como do pagamento (art. 15). Existem várias espécies de endosso: procuração, caução, fiduciário. - Endosso-procuração: é a inserção no endosso de cláusula que expresse a sua finalidade. Exemplo: por procuração, valor a cobrar, para cobrança. Transmite-se ao mandatário endossatário. assim investido de mandato e da posse do título, o poder de efetuar a cobrança, dando quitação de seu valor. Assim se transfere a posse da letra, mas não a disponibilidade de seu valor, cujo crédito pertence ao endossante. O endossatário mandatário pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-ia na qualidade de procurador, de vez que ele não tem disponibilidade do valor do crédito. - Endosso-caução: o art. 19 da Lei Uniforme permite o endosso com a cláusula valor em garantia, valor em penhor, ou qualquer outra menção que implique uma caução. Nesse caso o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas o endosso feito por ele vale apenas como endosso procuração. O endosso caução pode ser utilizado, por exemplo, no caso em que o endossante deseje transferir a letra de câmbio ao endossatário apenas como garantia de outra obrigação assumida. - Endosso fiduciário: a Lei n.o 4.728/65, que regulou o mercado de capitais no seu art. 66 diz: "seja alienação fiduciária em garantia, que se refere aos bens móveis, quando o credor tem o domínio da coisa alienada, até a liquidação da dívida garantida". E como a letra de câmbio é uma coisa, e se inscreve entre os bens móveis, ela pode ser objeto de alienação fiduciária em garantia. E o endosso pode-se revestir, intrinsecamente, do aspecto de endosso fiduciário. - Endosso tardio: o art. 20 da Lei Uniforme disciplina o endosso tardio. Assim, o endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Apenas o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz os efeitos de uma cessão ordinária de crédito. 2.6 O aceite Aceite é o ato formal pelo qual o sacado se obriga a pagar o valor constante na letra. O aceite é uma declaração não essencial para regularização formal da letra de câmbio, porém, quando é dado, transforma o aceitante (quando o sacado aceita a letra de câmbio, passa a chamar-se aceitante ou devedor direto). A letra de câmbio pode sobreviver independente do aceite. A apresentação da letra de câmbio ao sacado deve ser efetuada no domicílio dele. Esta apresentação ou aceite deve ser feita pelo portador até a data de vencimento. Vencida a letra, a apresentação não se faz mais para o aceite, mas simplesmente para o pagamento. O art. 29, última alínea, diz que se o sacado tiver informado por escrito ao portador ou a qualquer outro signatário da letra de que a aceita, fica obrigado para com este, nos termos do seu aceite. A recusa total ou parcial do aceite acarreta como conseqüência o vencimento antecipado da letra, provado pelo protesto (art. 43 da Lei Uniforme). 44 R.C.P.2/82

11 A letra sacada "à vista" vence no ato em que o portador a apresenta ao sacado. Os juristas Hamel, Lagarde e J auffret não concebem a aceitação da letra de câmbio à vista, pois, uma vez que o portador apresenta a letra, o que ele pretende é o seu pagamento. As letras sacadas a certo termo de vista não podem, evidentemente, dispensar a apresentação, pois é do dia de sua apresentação ou aceite que se de. termina o termo do prazo de vencimento. A lei diz que as letras sacadas a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um ano. Se não houver protesto e o aceite não está datado, entende-se, no que respeita ao aceitante, como tendo sido dado no último dia do prazo para apresentação para aceite (art. 35 da Lei Uniforme). O sacado pode admitir uma importância da letra de câmbio sacada. Assim, pois, se o sacado aceita uma letra pela metade do seu valor, a limitação não resulta em recusa do aceite, porém o aceitante se vincula ao pagamento da importância reduzida. Isto é chamado de aceite parcial, e o sacador é o responsável pela quantia não aceita. Sobre este aspecto, o art. 51 da Lei Uniforme diz que no caso de ação intentada depois de um aceite parcial, a pessoa que pagar a importância pela qual a letra não foi aceita pode exigir que esse pagamento seja mencionado na letra e que lhe seja dada quitação. Pode haver cancelamento do aceite, isto é, o aceite é considerado recusado, mas somente antes da restituição da letra. Há também o aceite por intervenção: o sacado pode não se considerar obrigado pessoalmente pelo aceite e pode haver intervenção por conta do sacador. A respeito disto, a Lei Uniforme diz que tem cabimento o aceite por intervenção em todos os casos em que o portador de uma letra sujeita ao aceite tem direito de ação antes do vencimento, porém somente quando houver recusa total ou parcial do aceite ou falência do sacado. 2.7 O aval Aval é a garantia de pagamento da letra de câmbio, dada por um terceiro ou por um de seus signatários. Aquele que presta o aval se chama avalista; e o beneficiário, cuja obrigação se reforça, se chama avalizado. Assim, o avalista se torna obrigado solidariamente com aquele, a favor de quem dá o aval. O aval e a fi anca não devem ser confundidos, pois existem diferenças entre aval e fiança, que> são: - o aval é autônomo e a fiança é acessona; - o aval não exige outorga uxória, ao contrário da fiança, pois esta exige; a fiança comporta o benefício de ordem e o aval não; - a fiança não é solidária, enquanto que no aval vigora a solidariedade plena. Sendo as obrigações cambiárias autônomas, o avalista, que está sendo executado em virtude da obrigação avalizada, não se pode opor ao pagamento; o aval é uma obrigação formal autônoma e independente, que decorre da simples assinatura do avalista do título. Títulos de Crédito 45

12 o art. 14 da Lei n.o dispõe que o pagamento de uma letra de câmbio, independentemente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Isto é chamado de aval antecipado, pois antecede o aceite ou o endosso. No caso de uma assinatura da obrigação avalizada ser eivada de nulidade, subsiste o aval, por causa do princípio da independência das assinaturas e da autonomia das relações cambiárias. Isto é o que dispõe o art. 32, alínea 2, da Lei Uniforme. O aval dado a uma assinatura falsa ou à obrigação assumida por um menor incapaz não chega a ser atingido pela nulidade causada pela falsificação ou pela incapacidade do menor. No direito brasileiro discute-se muito se é possível a concessão de aval limitado a determinada quantia (no caso, uma quantia inferior àquela determinada no título). Esta dúvida é afastada, pois o art. 30 da Lei Uniforme declara que "o pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval". O avalista, por essa limitação, só se obriga a pagar a soma que declara. 2.8 O vencimento da letra de câmbio A Lei Uniforme estabelece quatro modalidades de vencimento da letra de câmbio: à vista; -a certo termo de vista; -a certo termo da data; -a dia certo. - À vista: a letra de câmbio com vencimento à vista se vence no dia de apresentação para efetuar seu pagamento. Neste caso não se concebe o aceite, que é inútil por hipótese. Porém, a letra à vista não pode permanecer indefinidamente sem vencimento. Assim, a Lei Uniforme estabelece o prazo de um ano, dentro do qual deve ser apresentada para pagamento. O sacador pode reduzir o prazo de um ano para apresentação da letra, ou pode estipular um prazo maior. - A certo termo de vista: ocorre quando o sacador emite a letra, cujo prazo de vencimento se conta da data do aceite e, na falta deste, da data do respectivo protesto. Se a letra foi aceita, mas não consta a data, entende-se que o aceite tenha sido dado no último dia de prazo para a apresentação. - A certo termo da data e a dia certo: o sacador emite a letra, fixa a data certa para seu vencimento e pode determinar o prazo, a partir da emissão, em que se vencerá a letra. Ambos são vencimentos com data certa. A letra de câmbio com vencimento a certo termo da data traz a expressão: "vencimento em tal dia" e a letra com vencimento a dia certo diz: "a tantos dias desta data". Nas letras a certo termo de vista ou a certo dia de prazo não se conta o dia de aceite; nas letras a certo termo de vista e a certo termo da data não se conta o dia do saque. 46 R.C.P.2/82

13 Há vários fatos que podem acarretar o vencimento antecipado da letra de câmbio: - na falta ou recusa de aceite; no caso de falência do sacado, quer tenha aceito a letra ou não; - falência do sacador de uma letra não aceita. 2.9 Pagamento da letra de câmbio Uma vez vencida a letra, esta deve ser apresentada para pagamento. A apresentação é condição essencial, pois o portador, exibindo a letra de câmbio, comprova sua qualidade de credor. A apresentação da letra pode ser feita ao sacado ou a qualquer co-obrigado cambiário, como o endossante. O Brasil, como dispõe o Decreto n.o , de 1966, usou da reserva admitida no art. 5. do anexo 2 da Convenção de Genebra, pela qual, em relação às letras pagáveis em seu território, o portador deverá fazer a apresentação no próprio dia de vencimento. Assim está ressalvado no art. 20 da Lei n.o 2.044, que dispõe: "A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossantes e avalistas." Quando o sacado paga a letra, este deve exigir que ela lhe seja entregue, devidamente quitada, pois dessa forma o devedor tira-a de circulação, se for o aceitante ou sacador, impedindo que lhe seja novamente exigido o pagamento. O portador da letra de câmbio não pode recusar o pagamento que se lhe queira efetuar, sendo este parcial ou total, se for oferecido no dia do vencimento. Porém, se este pagamento é feito antecipadamente (antes da data de vencimento), ele pode ser recusado. Se o pagamento é efetuado pelo aceitante ou pelos avalistas, desonera da responsabilidade cambial os co-obrigados. Se for o caso de o avalista pagar a letra de câmbio, este avalista tem ação cambial para receber o que desembolsou contra o aceitante. O pagamento por intervenção pode ocorrer por indicação do sacador, de um avalista ou endossante, podendo indicar uma pessoa para aceitar ou pagar. A intervenção no pagamento segue as seguintes regras: - quando o portador tem direito de ação à data do vencimento ou quando a lei admite o vencimento antecipado; - deve abranger a totalidade da importância devida por honra de quem se realizar; - deve ser feito o mais tardar no dia seguinte ao último em que é permitido fazer o protesto por falta de pagamento. O pagamento por intervenção é feito independente da ocorrência do protesto. O pagamento por intervenção é muito pouco utilizado na prática. Títulos de Crédito 47

14 2.10 O protesto Protesto é uma formalidade para que o portador do título de crédito constate a falta de aceite ou a falta de pagamento. J. X. Carvalho de Mendonça define o protesto como uma formalidade extrajudicial, mas solene, destinada a servir de prova da apresentação da letra de câmbio no tempo devido, para aceite ou para pagamento, não tendo o portador, apesar da sua diligência, obtido este ou aquele; com o mesmo objetivo serve ainda de prova da insolvência do aceitante. O efeito do protesto é permitido ao titular da letra, para exercer o direito de regresso contra os demais co-obrigados. A Lei Uniforme determina obrigatoriamente o protesto nos seguintes casos: - quando houver falta de aceite ou de pagamento, isto é, para conservar os direitos do aceitante (arts. 44 e 53, alínea 2); - se a letra é pagável a certo termo de vista e não conta a data para o efeito de constatar essa omissão, e o portador conservar os seus direitos de regresso contra os endossantes e contra o sacador (art. 25); - quando é indicada uma pessoa para pagar ou aceitar por intervenção, e esta não cumprir para exercer o seu direito de ação antes do vencimento, conta o que fez a indicação (art. 56, alínea 2). - se a letra é aceita por intervenientes e não é paga para conservar o direito de regresso contra aquele que tiver indicado as pessoas para pagarem em caso de necessidade (art. 60). - em caso de pluralidade de exemplares - para o portador poder exercer seu direito de regresso, quando o que enviar ao aceite uma das vias e a pessoa em cujas mãos se encontrar não entregue essa via ao portador legítimo do outro exemplar, para poder exercer o seu direito de ação (art. 65). - em caso de cópia - quando a pessoa tem o título original e esta se recusa a entregá-la ao legítimo portador da cópia, para exercer seu direito de ação contra as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cópia (ar!. 68, alínea 2). Segundo Rubens Requião, pode ser dispensada a intimação ao sacado ou ao aceitante, no caso de o sacado ou aceitante firmarem na letra uma declaração de recusa do aceite ou do pagamento, e, na hipótese de protesto, por causa da falência do aceitante. A finalidade do protesto é dar segurança à estabilidade cambial; se for substituído, o portador do título não terá segurança. Isto está discutido na Lei Uniforme, art. 8., anexo 2, porém o Brasil não adotou este artigo. Na falta de aceite, o protesto para formalizar esta falta deve ou pode ser exercido até a data do vencimento. Um dos efeitos do protesto por falta de aceite é o vencimento antecipado da dívida. O portador, através do protesto, pode exercer o direito regressivo contra os co-obrigados antes do vencimento. Nas letras à vista o protesto por falta de aceite não é feito, pois o vencimento ocorre no momento da apresentação e não há necessidade de apresentar a letra à vista para aceite. O prazo de protesto por falta de aceite nas letras a certo termo de vista é de um ano a contar da data de emissão, tendo em vista que o portador tem o prazo de um ano para apresentar a letra para aceite. 48 R.C.P.2/82

15 No caso de protesto por falta de pagamento, devemos seguir a disciplina da Lei n.o 2.044, art. 20. Assim, o dia de apresentação é o do vencimento, sob pena de o portador perder o direito de regresso contra o sacado, endossantes e seus avalistas. No caso de recusa do pagamento, a letra de câmbio deverá ser entregue ao oficial de protesto no primeiro dia útil seguinte (art. n.o 28 da Lei n.o 2.044). Uma vez protestada a letra, o portador deve acusar da fata de aceite ou de pagamento o seu endossante e o sacador, dentro de quatro dias úteis (prazo fixado pela Lei Uniforme; no entanto, pelo art. 30 da Lei. n.o 2.044, de 1918, o prazo é de dois dias) que se seguirem ao dia do protesto ou da apresentação. Se o portador não der o aviso no prazo indicado, o faltoso não perde os seus direitos, mas será responsável pelo prejuízo a que sua negligência der causa, sem que a responsabilidade possa exceder a importância da letra. O protesto não cria direitos, apenas formaliza-se um fato, isto é, a recusa do aceite e a falta do pagamento. O protesto é condição para o exercício de um direito que nasceu com a falta de aceite ou de pagamento Ressaque Ocorre o ressaque quando a letra não é paga. O portador, tendo-a protestado, pode sacar um novo título à vista, contra qualquer dos obrigados. O ressacado que paga, por sua vez, pode agir da mesma forma contra qualquer dos co-obrigados anteriores. José Maria Whitaker, explica que o ressaque é forçosamente um saque à vista, já que ele se destina a cobrar um título vencido. Para Whitaker, ores saque teria a utilidade prática de dotar o portador de outra via da letra, se pudesse usar em uma praça o título original e em outra o ressaque, pois o art. 37 da Lei n.o exige que o ressaque deva ser acompanhado do instrumento de protesto. A Lei Uniforme, todavia, não exige que o ressaque seja acompanhado da letra não paga. Na realidade, o ressaque é pouco praticado, já que o portador usa o título original para exigir o seu crédito, podendo acionar todos os co-obrigados A cambial nos dias de hoje A letra de câmbio tem efeito comercial, e sempre serviu para assegurar a circulação do crédito, e através dela se extrapolam os demais títulos de créditos. No chamado mercado paralelo usou-se e abusou-se da letra de câmbio. Durante a crise financeira que a inflação causou à economia brasileira ( ), as empresas necessitadas de capital de giro passaram a estimular a agiotagem, oferecendo letras de câmbio com juros elevadíssimos e ilegais, no mercado negro, é claro. Estas empresas, não suportando os encargos, faliram, com enormes prejuízos à poupança particular. A fim de evitar a agiotagem e os prejuízos das empresas, foram promulgadas a Lei n.o e a Lei de Reforma Bancária n.o 4.595, que concede às sociedades financeiras o poder de operar no mercado de capitais, sob o controle do Banco Central do Brasil. Títulos de Crédito 49

16 As sociedades financeiras só podem financiar bens de consumo dlurável 3 pessoas físicas e jurídicas. Estas sociedades captam recursos através da colocação da letra de câmbio. Somente as sociedades de crédito, financiamento e investimentos podem colocar letras de câmbio. Hoje em dia, é muito difícil colocar letras de câmbio em circulação, pois o Brasil vem convivendo com um processo inflacionário galopante, e as sociedades financeiras, para dar solução ao problema, colocam as letras de câmbio com clásula de juros e correção monetária. Bibliografia Almeida, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. Saraiva. Carvalho. Afrânio de. Instituição de direito pril'adq. Fundo de Cultura, Müller, Yára. Nocões elementares de direito comercial. Record Organização Vox' Legis. Legislação dos títulos de crédito. Sugestões Literárias, Requião, Rubens. Curso de direito comercial. Saraiva Anote aí os enderecos das I livrarias da Fundação Getulio Vargas l'io Rio, Praia de Botafogo, 188 Em São Paulo, Av. Nove de Julho, 2029; Em Brasília, CLS 104, Bloco A. Loia R.C.P.2/82

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