f ÅâÄtwÉ g àâäéá wx VÜ w àé `öüv t cxä áátü PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO I
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- Therezinha Cerveira Palhares
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1 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO I Qual a conseqüência imediata do aceite dado pelo sacado? 02- Em qual local deve ser dado o aceite? 03- É necessária aposição de data no aceita? Há alguma vantagem em datá-lo? 04- É possível proibir a apresentação da letra para aceite? Há alguma conseqüência nessa hipótese? 05- Como se prova a falta de aceite no título? 06- O que é aceite qualificado? 07- Explique o aceite por intervenção? 08- O que endosso? Quais as suas diferenças em relação a cessão? 09- Quais são as espécies de endosso? 10- Explique o endosso mandato e sua circulação posterior. 11- Explique o endosso caução. E sua circulação posterior. 12- Qual é a responsabilidade do endossante e do endossatário, no endosso pleno, caução e mandato. 13- Explique o endosso póstumo. 14- É válido o endosso parcial? 15- O novo Código Civil alterou a sistemática do endosso, na LUG? 16- O que é aval? Quem pode dá-lo? 17- Quem são os protagonistas em uma relação em que é dado o aval? 18- Há diferença entre aval e fiança? Se positivo, quais? 19- Qual é a responsabilidade de quem dá o aval? 20- Há obrigação de se obter a autorização para dação do aval de alguém casado? 21- O aval pode sofrer restrições contratuais? 22- Explique o aval antecipado. 23- É válido o aval parcial? 24- Quais os efeitos jurídicos de um aval posterior ao vencimento? 25- Diferencie aval simultâneo de aval sucessivo. 26- Quais são os direitos dos avalistas?
2 RESPOSTAS Através do aceite o sacado se vincula ao pagamento da letra de cambio e se torna o seu devedor principal, ou seja, aceite produz uma obrigação direta e principal para o aceitante. 02- Pode ser dado em qualquer local do título, mas sendo no anverso pode constituir-se de simples assinatura. 03- Não, exceto na letra de cambio a certo termo de vista, pois o prazo de vencimento começa a contar da data do aceite. A data é importante também para se aferir a capacidade civil daqueles que fazem parte da relação cambial. 04- É possível, pela cláusula não aceitável o sacador proíbe a apresentação da letra de cambio ao sacado antes do dia do vencimento. Salvo na letra de cambio com vencimento a certo termo de vista ou com domicílio diferente do sacado. No primeiro caso há proibição prevalece porque o vencimento do título só começa a contar da aceitação e no segundo porque o sacado poderia ser surpreendido com a necessidade de realização de um pagamento em domicílio que até então desconhecia. Há conseqüência da cláusula não aceitável é preservar os coobrigados contra a antecipação do vencimento, que poderia ocorrer da eventual recusa do aceite. 05- Pelo protesto cambial. 06- Também chamado de aceite modificativo ou limitativo, é quando o aceitante delimita a ordem, não a aceitando integralmente. O aceitante pode não concordar com a data do vencimento, com o lugar do pagamento, com o valor a ser pago ou com espécie de moeda. O aceitante se obriga no limite do aceite prestado. O portador do título pode ou não aceitar o aceite qualificado, promovendo desde já o protesto, a ação de execução contra os outros obrigados nas condições originais do título, exceto no caso do aceitante que só se obriga nos limites do aceite por ele dado. 07- O ato de uma pessoa, obrigada ou não a aceitar o título, dá o aceite para evitar o efeito do protesto por falta de aceite e honrar o nome de alguém já obrigado no título. O aceitante por intervenção age como interveniente e deve indicar a pessoa cujo nome quer honrar. 08- Endosso do latim indorsum que significa nas costas. É ato cambiário unilateral, eventual e sucessivo, que tem como objetivo transferir o título e o direito nele mencionado, se for pleno, passando o endossante, em razão de sua assinatura da sua assinatura no título, a obrigado indireto, também responsável pelo pagamento do título 1. 1 Definição professor Luiz Emygdio: ato cambiário abstrato e formal correspondente a uma declaração unilateral de vontade, eventual, sucessiva, lançada no título de crédito ainda que do mesmo não conste a cláusula 'à ordem', pela qual o seu
3 Diferenças de endosso em relação à cessão: 3 Endosso Ato unilateral Ato formal (escrito) Direito autônomo 2 (emergente do título) Deve ser puro e simples (qualquer condição considera-se não escrita) Deve ser sempre integral 3 Responde pela solvência do devedor (em regra). O endossatário somente por opor exceção diretamente contra o endossante que lhe transferiu o crédito. Cessão Ato bilateral Pode revestir-se de qualquer forma. Direito derivado (o cedente transfere o seu próprio direito) Pode ser condicionada Pode ser parcial Responde pela existência do crédito (em regra). O devedor pode opor exceção tanto contra o cessionário quanto contra o cedente, a partir do memento que tomar conhecimento da cessão. Endosso é ato unilateral de declaração de vontade, obrigatoriamente efetuado de forma escrita, que confere direitos autônomos (pelo princípio da autonomia, a nulidade de um endosso não afeta os posteriores); o endossatário somente pode opor exceção diretamente contra o endossante que lhe transferiu o título de crédito. Cessão de crédito é contrato bilateral, que não exige forma específica para ser considerado válido; ocorrendo nulidade de uma cessão de crédito, todas as demais serão também atingidas; o devedor pode opor exceção tanto contra o cessionário quanto contra o cedente, a partir do momento em que tomar conhecimento da cessão. 09- Espécies de endosso: endosso pleno: preto ou nominativo, branco ou ao portador; endosso mandato; endosso-caução; endosso póstumo ou tardio e endosso parcial. 10- O endossante indica o endossatário como seu procurador, outorgando ao mandatário todos os poderes para cobrança e recebimento do título. O endossante é o mandante e o endossatário é o mandatário. Ao endossatário não se transmite a propriedade do título e nem os direitos dele emergentes, por isso, para ajuizar qualquer ação com base no título a ele endossado, o endossatário deverá fazê-lo em nome do endossante (mandante) e não no seu próprio nome, pois é parte ilegítima para figurar como sujeito da relação processual. Qualquer endosso posterior ao endosso mandato, ainda que sem as expressões que lhe são próprias, v.g., pague-se por procuração, valor a cobrar, etc. serão considerados endosso a título de procuração. O mandato que resulta de um endosso procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do subscritor, denominado endossante, transfere a outra pessoa, designada endossatário, que pode ou não ser identificado pelo endossante, os direitos emergentes do título, sendo, em regra, o endossante responsável não pelo aceite como também pelo seu pagamento". 2 Exceto endosso póstumo. 3 Endosso parcial é considerado ineficaz e não nulo, pois, não interrompe a série de endossos, caso exista.
4 mandante (art. 15, LUG, 3ª a ). Por uma atecnia de tradução considerou-se que sobrevinda morte ou incapacidade do mandatário não se extinguiria o endosso procuração, por obvio, sobrevindo morte do mandatário não há como este cumprir o mandato (a não ser que o faça do além). 11- O endosso caução também chamado de pignoratício ou endosso garantia, o título é transferido ao endossatário apenas como garantia de alguma outra obrigação, além da posse o endossatário recebe todos os poderes para cobrança, recebimento do valor do título e para garantia do crédito do endossatário. Ao endossatário do endosso caução não se transmite a propriedade do título e nem os direitos dele emergentes. Formalizase o endosso pelo acréscimo de uma das expressões: valor em caução, valor em penhor, valor em garantia ou qualquer outra expressão equivalente. O título pode ser endossado a terceiro, para a cobrança de seu valor, mas qualquer endosso posterior ao endosso caução feito pelo possuidor do título só vale como endosso a título de procuração (art. 19 da LUG). 12- Endosso pleno: o endossante torna-se obrigado indireto, sendo responsável pela aceitação e pelo adimplemento do título, salvo cláusula em contrário 4 (exceto se for o sacador); o endossatário, como credor, deve de apresentar o título para pagamento na data do seu vencimento. Sendo o endossatário credor, não tem responsabilidade, mas, o direito de exigir o pagamento do título na data e condições aprazadas. Só haverá responsabilidade do endossatário se este realizar novo endosso, passando então a qualidade de endossante, com todas as responsabilidades arroladas ut supra. Endosso caução: o endossante garante tanto a aceitação como o pagamento do título e pode proibir um novo endosso; o endossatário não tem responsabilidade alguma 5. Endosso mandato: o endossante torna-se obrigado indireto, sendo responsável pela aceitação e pelo adimplemento do título, salvo cláusula em contrário (exceto se for o sacador); o endossatário não tem responsabilidade alguma. Não há sequer relação jurídica entre ele e o devedor do título. 13- Endosso póstumo é o endosso que ocorre após do vencimento do título. Vencido o título não pode ele mais circular por endosso. Assim sendo, se o endosso é dado após o vencimento, mas antes do protesto, ou, antes findar-se o prazo para fazer o protesto, o seu efeito é o mesmo do endosso anterior. Se dado após tal período o seu efeito de uma cessão ordinária de crédito e o direito do endossatário não é autônomo, mas derivado do direito do endossante. 4 4 LUG art Os coobrigados não poderão invocar em face desse endossatário as defesas que teriam contra o endossante. Não são a ele oponíveis as exceções de natureza pessoal, a menos que o devedor prove a má-fé do mesmo.
5 14- O endosso em que o endossante procura transmitir apenas parte da importância mencionada no título é considerado nulo (art LUG). Mas se considerássemos nulo haveria uma quebra na cadeia de endossos. Assim sendo, o endosso parcial não é considerado nulo, mas cláusula não escrita, podendo o possuidor exigir a totalidade da soma cambial de todos os coobrigados, inclusive do signatário daquele endosso parcial. Essa restrição é regida pelo decreto 2044/08 art. 44, in verbis: Art. 44. Para efeitos cambiais, são consideradas não escritas: IV. A cláusula excludente ou restritiva da responsabilidade e qualquer outra beneficiando o devedor ou o credor, além dos limites fixados por essa lei. 2º. Não é letra de câmbio o título em que o emitente exclui ou restringe a sua responsabilidade cambial. 15- Embora o CC/2002 no artigo 910 e ss trate de endosso, não derroga a LUG, pois esta é convenção internacional e prevalece sobre aquele (Código Civil). 16- Aval é a garantia pessoal de pagamento, de que a obrigação constante do título de crédito será paga por um terceiro ou por um dos signatários, prestada mediante simples assinatura do avalista no anverso do próprio título ou em folha anexa. Pode ser dado por terceiro ou mesmo por um dos signatários da letra O avalista (aquele que dá o aval) e o avalizado (aquele que recebe o aval). 18- Aval fiança Garantia cambiária Garantia civil Deve ser dada no próprio título em ou em Dado em contrato ou outro documento. folha anexa a este Obrigação autônoma Obrig. acessória e beneficio de ordem Unilateral Bilateral Garantia pessoal e fidejussória Garantia pessoal e fidejussória O aval é autônomo em relação à obrigação avalizada, mas estará sempre vinculado a um título de crédito, ao passo que a fiança é obrigação acessória, portanto, totalmente dependente do contrato principal; se for nulo o principal, nula será a fiança, não havendo ligações ou vínculos com aquela. Desse modo, se a obrigação do avalizado, por qualquer razão, não puder ser exigida pelo credor, isto não prejudicará os seus direitos em relação ao avalista. Já, se a obrigação afiançada é inexigível, a causa da inexigibilidade macula igualmente a fiança, que, sendo acessória, tem a sorte da principal.
6 O benefício de ordem é a exoneração da responsabilidade do prestador da 6 garantia suplementar em razão da prova da solvência do devedor garantido. O avalista, mesmo que o avalizado tenha bens suficientes ao integral cumprimento da obrigação cambiária, deve honrar o título junto ao credor, se acionado, e, depois, cobrá-lo em regresso. O fiador, ao contrário, poderá indicar bens do afiançado, situados no mesmo Município, livres, desembaraçados e suficientes à solução da dívida, e, com isto, liberar-se da obrigação assumida. 19- O avalista é responsável pela obrigação da mesma maneira que é o avalizado. É responsável, ainda que nula, inexistente ou ineficaz a obrigação garantida, desde que o vício não seja de forma. 20- O Diferentemente da fiança, no aval não se exige a assinatura do cônjuge, que, entretanto, se não assinar, pode excluir sua meação. Mas, é preciso o consentimento do outro cônjuge para que este (aval) se efetive, na impossibilidade do cônjuge dar o aval (ou quando o denegue sem motivo justo) o juiz poderá supri-lo. Assim, o aval dado sem a autorização do cônjuge não será nulo, mas poderá ser anulado (CC/2002 art. 1647, III) se o outro cônjuge não tiver se beneficiado direta ou indiretamente do aval. 21- Contratos de sociedade podem estabelecer restrições aos poderes de seus administradores, impedindo-os de prestar aval e outras garantias. Mas estas restrições podem valer entre os sócios, mas nunca em relação a terceiro de boa-fé, mesmo quando esta restrição conste de registro na Junta Comercial. Assim, sendo o aval prestado em títulos decorrentes de assuntos de interesse social, nenhuma dúvida haverá sobre a validade de tal aval, apesar da proibição. Havendo prejuízo para a sociedade em decorrência do aval prestado contra disposições contratuais, o sócio ou administrador responderá perante a sociedade e os demais sócios. 22- É o aval que a pessoa dá a outra que ainda não se obrigou no título, só prevalece se for feito formalmente. Se o avalizado não assinar o título o aval perde o valor, mas imperará mesmo que depois da assinatura esta seja considerada nula em virtude de incapacidade posterior do avalista ou que haja algum vício na declaração cambial, v.g., assinatura falsa. O aval antecipado dado ao sacado só preponderará se houver aceite. 23- É válido somente no caso de aceite parcial. Consiste na garantia de somente uma parte do valor do título, dada pelo avalista. 24- Para uma corrente o aval dado após o vencimento gera efeitos de fiança (cessão civil). Para o professor Wille como não há norma que regule o aval posterior, este produz os mesmos efeitos cambiais daquele prestado antes do vencimento, visto que, a intenção do agente era prestar aval e não fiança, é dizer, a cambial é suscetível de ser avalizada
7 mesmo após o vencimento. A lei de duplicatas (Lei 5474/68) em seu artigo 12, parágrafo único dispõe que: O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência. 25- Aval simultâneo consiste na assinatura de vários avalistas garantido um único avalizado. Aval sucessivo consiste em um avalista avalizando outro avalista (aval de aval). Segundo Súmula 189 do STF avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos. 26- Se o avalista o paga o título, fica sub-rogado nos direitos emergentes do título contra a pessoa a quem se equiparou pelo aval e contra os obrigados para com tal pessoa. Sendo os avalistas simultâneos opera-se a solidariedade comum, ou seja, o avalista que pagou só pode receber dos outros avalistas do mesmo grau a quota parte respectiva. Quando o aval é sucessivo a responsabilidade dos avalistas é a cambial, cobrando tudo o que pagou. 7 Referências Bibliográficas Primorosas aulas do Professor Felipe Falcone Direito Comercial Curso de Direito 2006 Universidade de Itaúna. COELHO, Fabio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: ed. Saraiva, 2004, vol 1. COSTA, Wille Duarte da. Títulos de Crédito. Belo Horizonte: ec. Del Rey, 2006, vol 1. Sites consultados
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