Mensagem do bispo : marcas de persuasão em mensagens religiosas do jornal Folha Universal

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1 Mensagem do bispo : marcas de persuasão em mensagens religiosas do jornal Folha Universal Pedro Henrique de Oliveira Simões 1 Universidade Federal de Pernambuco Resumo: Este trabalho tem o objetivo de realizar análises de mensagens, publicadas no jornal Folha Universal, da autoria do bispo Edir Macedo, observando como se deu o processo de construção dos textos através de suas marcas argumentativas. Com isto, apontaremos de quais recursos o bispo lança mão para construir seu pensamento, buscando, desta forma, agir sobre o leitor. Para que tais objetivos possam ser alcançados, teremos o aporte teórico de estudiosos da linguística textual sociointeracional, como Marcuschi (2006, 2007, 2008) e Koch (2005, 2006, 2010), e de estudiosos da escola retórica de gêneros, como Bazerman (2009) e Miller (2009). Palavras-chave: argumentação, persuasão, gêneros textuais, Folha Universal. Abstract: This work has the purpose to realize messages analysis, published in the Folha Universal newspaper, written by the bishop Edir Macedo, observing how worked the process of texts construction through its argumentatives tags. With this, we consider which sources the bishop resort to elaborate his thought, looking for, this way, to act on the reader. For the objectives to be achieved we ll have the theoretical basis from the scholars of the sociointeractional text linguistics, such as Marcuschi (2006, 2007, 2008) and Koch (2005, 2006, 2010), and from the genres retoric school, such as Bazerman (2009) and Miller (2009). Keywords: argumentation, persuasion, textual genres, Folha Universal. 1. Aluno da graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Trabalho realizado na disciplina Linguística Textual e orientado pela Professora Doutoranda Maria Clara Catanho. Revista Ao pé da Letra Volume l 91

2 Introdução Quando interagimos com o(s) outro(s), realizamos essa prática por meio da linguagem, construindo argumentos em nossos textos que nos possibilitem agir sobre nosso(s) interlocutor(es), isto porque, como afirma Koch (2010), o uso da linguagem é essencialmente argumentativo. E, praticando a interação pela linguagem, estamos exercendo uma ação que se realiza em forma de gêneros, pois gêneros, conforme Bazerman (2009, p.31), são os modos como agimos socialmente; são parte do modo como os seres humanos dão vida às atividades sociais. Interagindo por meio de gêneros mas não os vendo aqui como instrumentos, e sim como formas de ação estamos realizando uma ação tipificada (BAZERMAN, 2009), já que nós sempre buscamos atuar socialmente de maneira a depender das inúmeras situações em que podemos nos encontrar, ou seja, agimos de modo típico sempre de acordo com o evento com que estamos lidando e a situação em que ele se apresenta. Partindo destes pressupostos, de que a linguagem é, em essência, argumentativa e de que praticamos a interação com o outro através da linguagem e em forma de gêneros, este artigo pretende realizar análises de mensagens da autoria do bispo Edir Macedo, apontando como se dá a construção desses textos por ele produzidos. Serão observadas as marcas linguísticas das mensagens que compõem sua argumentação textual com o objetivo de apontar as estratégias das quais o bispo lança mão para construir seu pensamento, procurando, desta forma, convencer seu leitor daquilo que ele pensa. Para tanto, teremos o aporte teórico de estudiosos da linguística textual sociointeracionista, como Koch (2005, 2006, 2010) e Marcuschi (2006, 2007, 2008), e seus trabalhos voltados para os estudos da argumentação, da referenciação, da construção de objetos de discursos, entre outros, e de estudiosos da retórica como Bazerman (2009) e Miller (2009), com trabalhos voltados para os estudos da tipificação e dos gêneros textuais. 92 l Revista Ao pé da Letra Volume

3 Algumas considerações sobre gêneros textuais No processo de comunicação com nossos interlocutores, buscamos agir de acordo com a situação em que nos encontramos, organizando nossas ideias e também nossos textos sempre com a pretensão de sermos compreendidos. E se agimos, em nossas interações, de acordo com as circunstâncias nas quais podemos estar inseridos, realizamos essa ação de forma tipificada. Ao falar de tipificação, Bazerman (2009, p.29) afirma que uma maneira de coordenar melhor nossos atos de fala com os outros é agir de modo típico, modos facilmente reconhecidos como realizadores de determinados atos em determinadas circunstâncias. Ou seja, para facilitar nossa comunicação com o nosso interlocutor, procuramos construir nossos textos, a partir do evento no qual podemos nos encontrar. Quando notamos que em situações específicas os nossos enunciados, realizados de determinada maneira, são facilmente compreendidos por nosso interlocutor, ao nos depararmos novamente com uma situação similar, buscamos elaborar nosso texto também de forma similar àquela anteriormente produzida. Fazendo isso, estamos seguindo, conforme Bazerman (2009), padrões comunicativos que nos auxiliam na produção de propostas de sentido. Sendo o sentido aqui visto como algo que se dá na interação, no processo de comunicação, e não como algo que pode ser apontado no texto, nós, buscando ser compreendidos, produzimos nossos textos de forma que o nosso interlocutor possa construir efeitos de sentido a partir dos mesmos, facilitando, desta forma, o processo de compreensão. Estas formas padronizadas de agir em determinados eventos, ainda segundo Bazerman (2009), tendem a emergir como gêneros. A partir disso, podemos afirmar que toda forma de interação se dá por meio de gêneros, seja a realização de um telefonema, a produção de um artigo científico, ou uma discussão em salas de bate-papo da internet. Revista Ao pé da Letra Volume l 93

4 Mas os gêneros não podem ser aqui vistos como estruturas estanques, como formas normatizadas ou instrumentos. Ao falar de gênero, estamos também falando de ação, de uma atividade dinâmica e maleável. Pensar o gênero como uma estrutura normativa estanque, nega a criatividade dos indivíduos em suas interações, que buscam satisfazer necessidades que surgem em novas situações de uso (BAZERMAN, 2009). O gênero não é algo que se mantém como tal por toda a vida: ele, enquanto atividade social, vai se transformando de acordo com as novas circunstâncias que vão surgindo. Com isto, podemos remeter aqui à conhecida conceituação bakhtiniana (1997) de gênero como tipo relativamente estável. Segundo Miller (2009), o gênero é uma ação retórica tipificada baseada numa situação retórica recorrente, ou seja, uma ação de resposta que se realiza em alguma situação recorrente, situação a que nos familiarizamos e na qual buscamos produzir nossos textos de maneira que haja compreensão entre nós e nosso(s) interlocutor(es). Os gêneros se constituem como os textos que nós encontramos no nosso dia a dia, sejam eles realizados nas modalidades oral ou escrita; são o que nós acreditamos que eles sejam, [...] são fatos sociais sobre os tipos de atos de fala que as pessoas podem realizar e sobre os modos como elas os realizam (BAZERMAN, 2009, p.31). Interagir com o outro é, portanto, agir socialmente por meio de gêneros. Enquanto seres que se comunicam por gêneros, nós desempenhamos determinados papéis sociais. E, por desempenhar papéis sociais, desempenhamos também gêneros que são comuns às nossas atividades. Um pastor de uma igreja protestante, por exemplo, ao desempenhar o papel de pastor, produz diversos gêneros que são comuns à sua atividade. E estes gêneros se realizam dentro do mesmo domínio discursivo, neste caso, o religioso. A coleção de tipos de textos que uma pessoa num determinado papel tende a produzir é chamada aqui de conjunto de gêneros (BAZERMAN, 2009, p.32). Desta forma, os 94 l Revista Ao pé da Letra Volume

5 sermões, as mensagens religiosas, as orações, entre outros, são atividades que constituem o conjunto de gêneros de uma pessoa que desempenha o papel social de pastor de uma igreja. Portanto, podemos concluir que, sendo indivíduos sociais que desempenham determinados papéis sociais, nós, ao praticarmos a interação, realizamos uma ação que se dá por meio de gêneros, pois, sempre que procuramos nos comunicar com o outro, buscamos também organizar nossos textos de acordo com as situações em que nos encontramos, agindo, desta forma, de modos típicos. Mas isso, como afirmado anteriormente, não pode limitar a visão de gêneros a entidades formais, pois, como sabemos, estamos lidando com tipos de ação social e, sobre isso, Bazerman nos fala: Gêneros não são apenas formas. Gêneros são formas de vida, modos de ser. São frames para a ação social. São ambientes para a aprendizagem. São os lugares onde o sentido é construído. Os gêneros moldam os pensamentos que formamos e as comunicações através das quais interagimos. Gêneros são os lugares familiares para onde nos dirigimos para criar ações comunicativas inteligíveis uns com os outros e são os modelos que utilizamos para explorar o não-familiar (2006, p. 23). Logo, tratar de gêneros não é tratar de formas ou instrumentos fechados, mas sim de formas de ação social a partir das quais interagimos com o outro, buscando, na construção de nossos textos, agir sobre o leitor, fazendo com que ele consiga produzir efeitos de sentido. Alguns estudos da retórica e da argumentação Entre muitos pesquisadores circula-se a ideia de que o estudo da retórica, enquanto estudo das operações argumentativas desempenhadas Revista Ao pé da Letra Volume l 95

6 pelas pessoas em seus textos, buscando convencer seu interlocutor de determinadas verdades, se inicia na Grécia antiga por volta dos séculos V e IV a.c. Sabemos que naquela época se praticava o exercício da palavra em público na prática democrática direta em Atenas e esse foi um dos principais motivos para que se houvesse o desenvolvimento dos estudos retóricos naquele tempo. E é a Retórica de Aristóteles a obra que vai apresentar de forma sistemática os fundamentos de uma teoria da argumentação, fundamentos esses ainda utilizados em recentes pesquisas desta área de conhecimento. Em Aristóteles iremos encontrar os conceitos de ethos, pathos e logos. O primeiro se refere a uma construção realizada pelo orador na sua prática argumentativa, através da qual ele desenha uma imagem e um caráter para si ; o segundo está relacionado à provocação de determinados estados emocionais no auditório e o terceiro se refere à organização textual da argumentação e a estruturação no texto do(s) raciocínio(s) desenvolvido(s) (ZOPPI-FONTANA, 2010: ). O logos, em Aristóteles, se adequa a um gênero no qual ele atua. Para ele, existem três gêneros retóricos: o deliberativo, o epidíctico e o judiciário. No gênero deliberativo o orador tinha o objetivo de persuadir o auditório de sua tese acerca da situação política da cidade. O gênero epidíctico se caracterizava pela existência de um orador que tinha como objetivo dar força ou enfraquecimento aos valores compartilhados pela audiência nas grandes reuniões comemorativas. E o judiciário estava relacionado ao orador que tinha o objetivo de levar o júri a se convencer a favor de determinado julgamento. Nos fins da década de 50 do século passado, podemos identificar o aparecimento de duas grandes obras que marcaram os estudos da retórica e da argumentação, que, de certa forma, foram esquecidos desde o fim do século XIX: The uses of argument, de Toulmin, e Traité de l argumentation. La nouvelle Retorique, dos autores Perelman e Olbrechts-Tyteca. O Tratado da argumentação nos traz uma proposta, elaborada por Perelman, 96 l Revista Ao pé da Letra Volume

7 de reflexão acerca da argumentação em discursos persuasivos. Perelman (1970) nos apresenta, em sua obra, a distinção entre o que ele chama de ato de convencer e ato de persuadir, centrando-se num ideal de auditório, em que aquele primeiro ato se dirige a um auditório universal, tendo um caráter atemporal, enquanto que o segundo (ato de persuadir) atinge um auditório particular e é de caráter subjetivo e temporal (KOCH, 2006). O auditório é, para Perelman, algo que se constrói a partir da visão do orador, ou seja, é o próprio orador quem constrói o seu auditório. Esta visão, segundo Zoppi-Fontana (2010), será criticada por Plantin (2005), que nos traz a ideia de que no estudo da argumentação não se pode desconsiderar os sentimentos da plateia, como a paixão, a emoção etc. Plantin advoga pelo estudo de uma argumentação que esteja embasada na ideia dialogal argumentativa, na qual o auditório já não mais assume uma postura de passividade, como em Perelman. Os postulados propostos por Perelman, hoje bastante utilizados em estudos jurídicos, abrem caminhos para o estabelecimento de uma nova retórica no século XX, nos apresentando uma forma sistemática de esquemas argumentativos. Mais tarde, a partir da década de 70, encontramos os postulados de Oswald Ducrot e Anscombre, que irão influenciar futuros teóricos brasileiros da argumentação, como Carlos Vogt e Ingedore Koch. Segundo Ducrot, criador da semântica argumentativa ou semântica da enunciação, a argumentação está inscrita na própria língua. Para ele, sempre que nos comunicamos, buscamos convencer o nosso interlocutor daquilo que pensamos, ou seja, buscamos atuar sobre nossa audiência. As propostas deste teórico, que buscam descrever a argumentação com base nos elementos da língua (ZOPPI-FONTANA, 2010, p. 195), constituem a chamada Teoria da argumentação na língua. Com isso, Ducrot nos fala que, para se chegar à determinação do sentido, deve-se levar em consideração a argumentação, que constitui o ato linguístico Revista Ao pé da Letra Volume l 97

8 fundamental, pois a todo discurso subjaz uma ideologia, na acepção mais ampla do termo (KOCH, 2006, p. 17). Com base nos ensinamentos de Ducrot, encontramos a Semântica Argumentativa no Brasil, que será desenvolvida por estudiosos como Vogt, Guimarães, Pereira de Castro e Ingedore Koch, que, ao lado do linguista Luiz Antônio Marcuschi, fundará a Linguística de Texto no Brasil, e que nos deixará trabalhos voltados para o estudo dos objetos de discurso, dos processos de referenciação, dos operadores argumentativos, enfim, marcas linguísticas que compõem a argumentação de um texto. É a partir da visão de Koch (2006, 2010) acerca dos estudos entre linguagem e argumentação que nós propomos, neste trabalho, as análises das mensagens do jornal Folha Universal, observando as marcas linguísticas que compõem a argumentação dos textos. Segundo os postulados de Ingedore Koch (2006), sempre que nos encontramos em determinados eventos, procuramos elaborar nossos textos de maneira que os mesmos possam ser compreendidos por aqueles com quem nos comunicamos e, com isto, nos possibilite, também, alcançar nossos objetivos. Isto porque somos seres dotados de vontade, que, constantemente, buscam influenciar as pessoas deste ou daquele modo, tentando agir sobre o comportamento do outro ou tentando fazer com que o mesmo compartilhe algumas de nossas opiniões. E ao fazermos isso, estamos realizando uma ação que se dá por intermédio da língua, que se caracteriza pela argumentatividade. Com isto, concordamos ainda com Koch quando ela diz que: Quando interagimos através da linguagem (quando nos propomos a jogar o jogo ), temos sempre objetivos, fins a serem atingidos; há relações que desejamos estabelecer, efeitos que pretendemos causar, comportamentos que queremos ver desencadeados, isto é, pretendemos atuar sobre o(s) outro(s) de determinada 98 l Revista Ao pé da Letra Volume

9 maneira, obter dele(s) determinadas reações (verbais ou não verbais) (2010, p. 29). E se queremos sempre agir sobre o outro, influenciá-lo de algum modo, fazer com que o mesmo possa compartilhar daquilo que pensamos, temos que nos utilizar de mecanismos que possam nos possibilitar isso. A estes mecanismos, que se encontram na própria estrutura de nossa língua, chamamos de marcas linguísticas da argumentação, que funcionam na determinação do modo como aquilo que se diz é dito (KOCH, 2010, p. 29). Alguns traços argumentativos de um texto podem ser evidenciados pelos operadores argumentativos, que são, segundo Ducrot (apud KOCH, 2010), elementos da gramática de uma língua que possuem a função de mostrar a força argumentativa dos enunciados; pelos processos de referenciação; pelas marcas de intenção; pela construção e reconstrução de objetos de discurso, enfim, por relações que se estabelecem entre o texto e o evento que constituem a sua enunciação (KOCH, 2006, p. 33). Segundo Koch (2008), na produção de um texto, o primeiro passo que se dá é a introdução de um objeto de discurso na memória textual, determinando, desta forma, uma espécie de endereço cognitivo disponível para retomadas ou remissões. Quando produzimos nossos textos, realizamos uma prática que se dá através da construção de objetos de discurso e não do espelhamento de um mundo a priori, pois linguagem não se resume a uma atividade codificadora de informações (MARCUSCHI, 2007). Tomando aqui as palavras de Mondada (1994), podemos afirmar que: é no e pelo discurso que são postos, delimitados, desenvolvidos, transformados os objetos de discurso que não lhe preexistem e que não têm uma estrutura fixa, mas que ao contrário emergem e se elaboram progressivamente na dinâmica discursiva (1994 apud MARCUSCHI, 2006, p. 13). Revista Ao pé da Letra Volume l 99

10 A referenciação, aqui vista como uma atividade discursiva (KOCH, 2008), consiste na construção e reconstrução de objetos de discurso, que podem ser ativados no texto de forma ancorada ou não ancorada. Introduzindo um objeto de discurso no texto de forma ancorada, estamos realizando uma ação de ativação de um objeto totalmente novo, ou seja, que não se dá por meio de âncoras já existentes no texto. Quando ativamos um objeto de forma não ancorada, estamos também introduzindo um objeto novo, mas que se baseia em âncoras cognitivas já existentes, nos permitindo interpretá-lo. Para Koch (2008, p. 102), são casos de ativação ancorada as anáforas indiretas e associativas, bem como as expressões anafóricas por meio das quais se criam novos objetos de discurso. Ao construirmos nossos textos, nos utilizamos dessas marcas com o propósito de elaborarmos nossos argumentos. Mas não concordamos, aqui, com a ideia de que etiquetamos o que pensamos por meio da língua, por meio das nossas palavras, já que o mundo não é algo construído de forma apriorística: o mundo é construído a partir de nossas visões e crenças sobre as coisas, isso já diz Marcuschi (2007), e com isso comungamos. Logo, nossos discursos, que estão impregnados de ideologias, não espelham por meio da linguagem um mundo pré-existente, mas sim, enquanto ações verbais dotadas de intencionalidade (KOCH, 2006), conduzem verdades que são criadas a partir de compartilhamentos de crenças (MARCUSCHI, 2007). Portanto, sendo nós seres que interagem por meio da língua e em forma de gêneros textuais, produzindo nossos textos de determinadas maneiras, nos mais diversos eventos nos quais podemos nos encontrar imersos, sempre com a pretensão de agir sobre o outro e influenciá-lo das mais diferentes maneiras, podemos reafirmar, como nos diz Ducrot (apud KOCH, 2010), que a argumentatividade está inscrita na própria língua. 100 l Revista Ao pé da Letra Volume

11 Apresentando nosso corpus O corpus deste trabalho se constitui de duas mensagens religiosas, cuja autoria pertence ao bispo líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, e que foram publicadas nas edições 1046 e 1050 do jornal Folha Universal, referentes aos meses de abril e maio de Ou seja, trabalharemos aqui com um gênero textual que se realiza no domínio discursivo religioso, cujo tipo de discurso se caracteriza por ser, na visão de Citelli (2004), um discurso autoritário. Este tipo de texto pode ser encontrado semanalmente no caderno Folha do pastor daquele jornal, recebendo sempre o título Mensagem do bispo. Nele, o bispo dá orientações religiosas a seus fiéis, apontando caminhos que os mesmos devem seguir para que se alcance determinadas virtudes, graças, objetivos etc. As mensagens em questão se apresentam como textos claramente persuasivos e autoritários, nos quais, como é característico do texto religioso, o eu enunciador não pode ser questionado, visto ou analisado; é ao mesmo tempo o tudo e o nada (CITELLI, 2004, p. 61). O eu enunciador se trata, no caso do discurso religioso, do próprio Deus, cujas palavras são levadas a público por meio de agentes religiosos, como padres, bispos, pastores etc. No discurso religioso cristão, a bíblia é tida como livro sagrado que foi escrito por homens escolhidos por Deus para que os mesmos transmitissem sua palavra. As mensagens que constituem nosso corpus, portanto, podem ser vistas enquanto gênero textual, cujo domínio discursivo é o religioso. Analisaremos, agora, as marcas linguísticas da argumentação dos textos, mostrando como se deu a construção dos mesmos, e apontando de quais estratégias o autor lança mão para convencer seu interlocutor de determinadas verdades. Com isto, iremos também realizar uma análise comparativa entre as mensagens, mostrando como se constitui a tipificação desse gênero. Revista Ao pé da Letra Volume l 101

12 Analisando os textos Primeiramente iremos realizar uma análise da construção argumentativa do Texto 01, apontando como se deu a articulação dos operadores argumentativos, a construção e reconstrução de objetos de discurso, o processo de referenciação, entre outras marcas linguísticas argumentativas. Com isto, logo depois apontaremos na segunda mensagem Texto 02 as características argumentativas que a aproximam da primeira mensagem, mostrando como se constitui este gênero textual desempenhado pelo autor em suas atividades ao desenvolver o papel social de bispo de igreja cristã. Exemplo I: MENSAGEM DO BISPO publicada em 29/04/2012. A fé que funciona Deus, através do profeta Isaías, diz: Quem creu em nossa pregação? (Isaías 53:1) (1). Você observa que há bilhões de seres humanos, mas são poucos os que creem na promessa de Deus (2). E esses poucos que creem são os que receberam a revelação de Deus (3). Então você que crê na Palavra de Deus, com o coração livre de malícia, já tem a revelação de Deus dentro de você (4). A crença que você tem é o poder de Deus dentro de você (5). E faz com que raciocine e pense: Bem, se eu tenho essa fé, é porque me foi revelado o poder de Deus. (6) Ora, uma vez que a pessoa recebe essa revelação, então obrigatoriamente ela tem de tirar proveito dela (7). E como você pode fazer isso? (8) Tomando uma atitude, mas primeiro na sua cabeça (9). É você raciocinar: Se Deus é comigo, não preciso ter medo dessa situação, nem ficar tímido diante das adversidades; porque Ele é comigo (10). 102 l Revista Ao pé da Letra Volume

13 Ou seja, você usa o raciocínio para refletir naquilo que está escrito na Palavra de Deus, em vez de ficar repetindo a Palavra igual papagaio, porque é isso que os crentes fazem (11). Os crentes incrédulos dizem O Senhor é o meu pastor; nada me faltará (Salmos 23.1), mas estão morrendo, cheios de dívidas, problemas, etc. (12). Você não pode ser assim, tem de tirar o espírito contido na promessa e trazer para dentro de si (13). Essa é a fé que produz efeito na nossa vida, mas ela é acompanhada de atitude nos seus pensamentos (14). Quando você raciocina e se coloca como a pessoa que crê, tudo se torna diferente (15). Deus abençoe a todos. (Jornal Folha Universal, edição 1046, abril de 2012, p.: 13). O texto se inicia com a presença de forma ancorada do objeto de discurso, Deus, e com a demarcação do discurso bíblico evidentemente percebido pelo uso das aspas. Este tipo de construção, característico de um discurso religioso, nos leva a entender que toda a mensagem será construída a partir daquilo que é dito na bíblia. O autor, desta forma, procura assegurar a veracidade dos argumentos por ele trabalhados ao longo da mensagem, pois, no discurso cristão, entende-se que as palavras bíblicas são as próprias palavras de Deus que foram escritas por pessoas escolhidas, e isso leva o interlocutor a concluir que a mensagem a ser lida trata de um texto elaborado com base naquilo que Deus disse. Fica evidente, portanto, a importância da inclusão deste objeto de discurso para a construção da cadeia argumentativa do texto. No período (2) identificamos a entrada do objeto de discurso seres humanos, que desativa o objeto anterior (Deus) agora deixado em stand-by. Identificamos logo depois o operador argumentativo mas, que desempenha basicamente a função de oposição argumentativa. Segundo Revista Ao pé da Letra Volume l 103

14 Koch (2010), os conteúdos semânticos adicionais de um enunciado são inseridos por meio dos operadores argumentativos. Neste caso, o produtor se utiliza deste operador com o propósito de apontar que entre os bilhões de seres humanos que existem no mundo, poucos são aqueles que creem na promessa de Deus. Esta construção pode ser uma estratégia da qual o bispo se utiliza para realizar uma ponte com a citação bíblica encontrada no primeiro período, que está relacionada à crença na pregação divina. Para se referir aos poucos que creem na promessa de Deus, encontramos a expressão nominal esses poucos, com a presença do demonstrativo esses, que inicia o período (3) junto ao operador argumentativo E, que desempenha a função de adicionar um argumento a favor de uma mesma conclusão. Podemos observar que esse processo de retomada se dá pela referenciação, que, para Koch (2005), constitui uma atividade discursiva e que não representa necessariamente uma realidade pronta e acabada: a realidade é construída no processo sociocognitivo de interação que as pessoas têm com o mundo. Neste período, o autor busca mostrar que foram poucos os seres humanos que receberam a revelação divina. Outro fator importante que podemos identificar ainda no primeiro parágrafo é a utilização dos verbos no tempo presente e no modo imperativo, como em você que crê na palavra de Deus (período (4)). Esta forma de apresentar o mundo pertence ao que Weinrich (apud KOCH, 2006) chama de mundo comentado. Com a utilização deste tempo verbal na construção do texto assim como também outros tempos que pertencem ao mundo comentado o autor se aproxima bastante daquilo que diz, ou seja, como afirma Koch (2010, p. 54), ocorre uma adesão máxima do locutor ao seu enunciado. Este tipo de construção, também característico do discurso religioso, pode ser uma estratégia utilizada pelo produtor para convencer e aproximar o leitor de suas ideias. 104 l Revista Ao pé da Letra Volume

15 O segundo parágrafo é iniciado com a construção do objeto de discurso crença, que se apresenta num período (período (5)) de modo imperativo em que o verbo também aparece no presente. Neste período o bispo afirma que a crença que o fiel possui é o próprio poder de Deus dentro dele. Esta é uma estratégia utilizada pelo autor para que seu interlocutor esteja convencido de que possui a revelação divina dentro de si. O período (6) se inicia com o operador E, que desempenha a função de somar, mais uma vez, argumentos com os mesmos fins. Notamos também, neste período, a demarcação de um discurso alheio, do qual o bispo se distancia por meio da utilização das aspas. Esta é uma estratégia utilizada pelo bispo para que o leitor assuma este discurso inserido como de sua propriedade. No período (7), o autor busca mostrar que, recebendo a revelação divina, o ser humano tem que obrigatoriamente tirar proveito dela. Neste período, identificamos a presença do operador então que desempenha a função de concluir o argumento anteriormente apresentado. No período (8) temos o questionamento feito pelo produtor diretamente ao interlocutor, perguntando como se pode tirar proveito desta fé. O período é iniciado pelo operador E e o verbo se encontra novamente no presente. Tal construção apresenta uma sensação de aproximação entre os interlocutores. Logo após, no período (9), o autor responde à própria pergunta dizendo que a pessoa que possui a fé deve tomar uma atitude que se dá incialmente na cabeça, podendo, desta forma, tirar proveito da revelação de Deus. O último período do segundo parágrafo é marcado pelo verbo no presente e por outro discurso alheio elaborado com o propósito, mais uma vez, de ser assumido pelo receptor. Este discurso alheio se apresenta com os verbos também no presente: Se Deus é comigo, não preciso ter medo dessa situação, nem ficar tímido diante das adversidades; porque Ele é comigo. A expressão dessa situação não está se referindo a algo Revista Ao pé da Letra Volume l 105

16 que esteja presente no texto, nos levando a entender que se refere às dificuldades pelas quais as pessoas passam e que, segundo o bispo, já não passarão mais por terem Deus consigo. Identificamos também o pronome Ele que faz menção a Deus, e que se apresenta com a primeira letra maiúscula, dando certa importância de valor ao seu referente. O período (11), já no terceiro parágrafo, se inicia com a presença do operador argumentativo Ou seja, que tem a função de reafirmar os argumentos expressos no parágrafo anterior. Logo depois, encontramos o pronome você junto ao verbo do mundo comentado de Weinrich, anteriormente citado, no tempo presente. Identificamos também a presença da expressão naquilo que está escrito na Palavra de Deus, que se refere ao que é dito na bíblia. A expressão em vez de, que se encontra na sequência do período, é introduzida com a finalidade de opor o que foi dito anteriormente à frase ficar repetindo a Palavra igual a papagaio. Provavelmente, o autor, com esta construção, queira fazer uma crítica à igreja Católica, que tem por prática a utilização de orações padronizadas em suas celebrações religiosas. Depois identificamos a introdução do operador porque, que, segundo Koch (2010), tem a função de explicar ou justificar o enunciado anterior. O período (12) se inicia com a presença do objeto de discurso crentes incrédulos, que faz menção àqueles que repetem a Palavra igual a papagaio. Esta construção é vista aqui como uma possível crítica à Igreja Católica, cujas celebrações são realizadas numa forma padronizada, num ritmo que tende sempre a se repetir, com a utilização de orações já estabelecidas e geralmente do conhecimento dos fiéis. Logo depois, o bispo aponta que os crentes incrédulos, ou seja, possivelmente os católicos, ao apenas repetirem o senhor é meu pastor e nada me faltará, estão morrendo de fome, cheios de dívidas, estão morrendo. O que nos leva a imaginar isso é a conhecida divergência que há entre 106 l Revista Ao pé da Letra Volume

17 católicos e protestantes, em que ambos tendem sempre a criticar as práticas uns dos outros. O período (13), que inicia o quarto e último parágrafo, apresenta o pronome você mais o verbo no presente, construção predominante em toda a mensagem e o objeto de discurso espírito. Este período, como a grande maioria dos outros, apresenta o modo como o leitor deve agir diante de alguma coisa, claramente percebido na expressão Você não pode ser assim, que se apresenta no modo imperativo. O período (14) se inicia com o pronome demonstrativo Essa, que faz menção aos ensinamentos anteriormente expostos no texto, tidos como aqueles que se fazem em forma de uma fé que produz efeito na vida das pessoas. Logo depois encontramos o operador argumentativo mas, que executa a função de opor ideias, neste caso de apontar que essa é a fé que faz efeito na vida das pessoas, mas que para isso se faz necessário tomar atitudes no pensamento. O período (15), o último do texto, assume a função de fechar as ideias expostas durante toda a mensagem. O autor, nesse período, aponta que a pessoa que raciocina e que se coloca como a pessoa que crê, tem tudo transformado em sua vida. O bispo fecha o texto procurando afirmar que a crença, ali defendida, transforma a vida das pessoas. Esta conclusão se volta para o título do texto A fé que funciona, que cria no leitor a expectativa de que a mensagem se trata de um texto que apresenta características da verdadeira fé que funcionará na vida das pessoas. Ao longo de todo o texto, a presença dos verbos em sua maioria no tempo presente, que, como já afirmado, para Weinrich (apud KOCH, 2006) pertencem ao mundo comentado, assegura o comprometimento do autor com aquilo que ele enuncia. As construções, em sua maioria, apresentam os verbos neste tempo e no modo imperativo, algo bastante comum em textos religiosos, principalmente no sermão, gênero textual mais praticado pelos agentes religiosos, como padres, pastores, bispos, Revista Ao pé da Letra Volume l 107

18 etc. Notamos também a utilização de um léxico bastante característico do domínio discursivo religioso na construção do texto, facilmente percebido com a presença de palavras como Deus, fé, crença, Palavra de Deus, crente, Senhor, profeta, e a utilização do pronome Ele, iniciado com letra maiúscula, com o objetivo de se referir a Deus. Todos os aspectos argumentativos ressaltados no exemplo 01 podem também ser identificados na segunda mensagem texto 02. Estas características compõem o gênero com que estamos lidando mensagem religiosa. Vamos agora apontar alguns desses elementos acima evidenciados, realizando uma comparação entre os textos, com o propósito de mostrar como se constitui a tipificação desses textos. Exemplo II: MENSAGEM DO BISPO publicada em 20/05/2012 A fonte da água viva Estava ali a fonte de Jacó (1). Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta (2). (...) Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dáme de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (3). (João 4.6;10) As coisas de Deus não são para todas as pessoas, porque nem todos creem (4). Na realidade, a maioria não crê (5). Mas, para a minoria que crê, é revelada a água viva, que faz da pessoa que a recebe uma fonte (6). O poço simboliza Jesus, e a água simboliza o Espírito Santo (7). Para você alcançar a água, tem de ir ao poço, isto é, tem que ir a Jesus (8). Precisa servir ao Senhor Jesus, dar sua vida a Ele e seu coração (9). Não estamos aqui falando de religião, de igreja, mas de vida (10). As pessoas fazem uma tremenda confusão com respeito à fé (11). Quando falamos de fé, normalmente as pessoas 108 l Revista Ao pé da Letra Volume

19 dizem que já têm uma religião (12). Não é nada disso (13). Você pode ter a religião que quiser, mas só vai ter vida quando entregar todo o seu ser a Jesus (14). Ele é a fonte da água viva que faz jorrar o Espírito que vai conduzilo(a) à pessoa certa, que vai lhe trazer a pessoa que vai se encaixar perfeitamente com você (15). Somente Ele pode lhe dar o Espírito que vai conduzi-lo(a) à prosperidade, a uma vida de sucesso (16). Claro que, para que todas as promessas de Deus se cumpram, antes vêm as lutas, mas você vai ser feliz, a sua paz não vai estar no seu exterior, mas dentro de você quando beber dessa água chamada Espírito Santo, que só Jesus lhe pode dar (17). Deus abençoe a todos. (Jornal Folha Universal, edição 1050, maio de 2012, p.: 13) Podemos observar no texto 02 que algumas marcas linguísticas utilizadas na sua construção argumentativa se assemelham a marcas do texto 01. A iniciação do texto com a presença de um trecho bíblico pode garantir a ideia de que toda a mensagem foi escrita com base em postulados bíblicos. Esta forma de iniciar o texto é também identificada na primeira mensagem e em outras publicadas em diferentes edições do mesmo jornal. Outro fator também comum entre os dois textos é a utilização dos verbos no tempo presente, verbos estes, como já dissemos, pertencentes ao que Weinrich chama de mundo comentado. Percebe-se este tipo de construção em vários pontos do texto, como, por exemplo, no período (09), no qual identificamos a expressão Precisa servir ao Senhor Jesus, dar sua vida a Ele e seu coração. No período (14) encontramos uma construção bastante comum entre essas mensagens. Ao falar Você pode ter a religião que quiser, mas só vai ter vida quando entregar todo o seu ser a Jesus, o bispo traz como verdade a ideia de que só se tem vida quando a pessoa se entrega Revista Ao pé da Letra Volume l 109

20 totalmente a Jesus. Esse tipo de marca é um exemplo claro do quão autoritário se apresenta o discurso religioso, que não pode ser posto em questionamento, pois aquilo que é dito, com base nos ensinamentos de Deus, deve ser visto como a própria verdade. Este tipo de construção textual nos lembra do gênero sermão, um gênero oral bastante realizado pelos agentes religiosos. É característica deste gênero a utilização de expressões no imperativo, sempre com o propósito de ordenar os fiéis a agirem de determinados modos. Com isso, nós poderíamos ser levados a pensar essas mensagens como verdadeiros sermões, pois são escritas com o propósito de convencer o leitor de determinadas ideias, impor determinadas verdades. Porém, como já afirmado, o sermão se trata de um gênero oral, ou seja, gênero que só se realiza quando é oralizado. Logo, por fazer parte do conjunto de gêneros do autor, no papel social de bispo, as mensagens se assemelham aos demais textos por ele produzidos, como os próprios sermões. A utilização de um léxico religioso é também um fator comum entre os textos aqui expostos. Encontramos nessa mensagem palavras como Deus, fé, Igreja, religião, espírito, água viva, Jesus, senhor, entre outras. Essa característica também nos leva a enquadrar esse gênero como pertencente ao domínio religioso. Notamos, portanto, que tanto o texto 01 quanto o texto 02 se apresentam como textos autoritários, cuja palavra não pode ser diminuída. Todas estas características que constituem a tipificação deste gênero, juntas às articulações dos operadores argumentativos, às construções e retomadas de objetos de discurso, à utilização dos pronomes possessivos no processo de referenciação, entre outras marcas, asseguram a cadeia argumentativa dos textos, que, como em quaisquer outros textos religiosos, é construída com a função de convencer o leitor daquilo que o autor tem por verdade. Koch, com relação ao ato de convencer, baseada em Perelman (1970), nos diz: 110 l Revista Ao pé da Letra Volume

21 o ato de convencer se dirige unicamente à razão, através de um raciocínio estritamente lógico e por meio de provas objetivas, sendo assim, capaz de atingir um auditório universal, possuindo caráter puramente demonstrativo e atemporal (2006, p. 18). Com isto, podemos afirmar que as mensagens, por apresentarem características típicas do discurso religioso, pertencem ao conjunto de gêneros que o autor produz, já que o mesmo assume o papel social de pastor. A forma organizacional das mensagens segue um mesmo padrão, um mesmo modo de construir o texto e propor sentidos. Isso se deve ao fato de que todo gênero possui sua tipificação, ou seja, seu meio de padronizar enunciados, de estruturar os componentes que constituem o texto. O autor, ao desempenhar a função de pastor de igreja, tende a produzir textos que se apresentam como propostas bastante persuasivas, pretendendo, dessa forma, agir sobre seu leitor com o objetivo de convencê-lo de suas ideias. Com relação a isso, Orlandi (1983 apud CITELLI, 2004) afirma que no discurso dos homens se tem a possibilidade de haver uma reversão na interação, no processo de comunicação, coisa que se faz impossível no discurso religioso, que se constitui com base na ideia de que se fala e se pratica a verdade, que não pode ser duvidada. Conclusões Após as análises, podemos concluir que, enquanto textos de caráter religioso, estas mensagens pertencem ao conjunto de gêneros que o autor, ao desempenhar o papel social de bispo, tende a produzir. Sabemos que os sujeitos, enquanto seres sociais, agem socialmente por meio de gêneros, que são formas de ação. O bispo, ao desempenhar seu papel social de agente religioso, age sobre seu leitor por meio desse Revista Ao pé da Letra Volume l 111

22 gênero textual: as mensagens religiosas. Estas mensagens são vistas como textos autoritários, que não podem ser postos em questionamento, e que se realizam a partir do discurso bíblico, que, na visão do Cristianismo, é aquele discurso cujas palavras foram ditas por homens escolhidos por Deus e que detêm a própria verdade, a própria razão. Observamos que tais textos são altamente persuasivos e que possuem estratégias argumentativas das quais o autor se utilizou para convencer o seu leitor daquilo que ele assume como verdade, ou seja, objetivando atuar sobre seu interlocutor. Referências bibliográficas BAKHTIN, Mikhail (1997). Estética da criação verbal. São Paulo, Martins Fontes. BAZERMAN, Charles (2006). Gênero, agência e escrita. Org. Angela Dionisio & Judith Hoffnagel. São Paulo, Cortez.. (2009). Gêneros textuais, tipificação e interação. Org. Angela Dionisio & Judith Hoffnagel. São Paulo, Cortez. CITELLI, Adilson (2004). Linguagem e persuasão. São Paulo, Ática. KOCH, Ingedore Villaça (2010). A inter-ação pela linguagem. São Paulo, Contexto.. (2006). Argumentação e linguagem. São Paulo, Cortez.. (2008). Como se constroem e reconstroem os objetos de discurso. Recife, Revista Investigações UFPE 21(2): (2005). Desvendando os segredos do texto. São Paulo, Cortez.. (2005). Referenciação e orientação argumentativa. In Ingedore Koch, Edwirges Morato & Anna Bentes, org. Referenciação e discurso. São Paulo, Contexto. MARCUSCHI, Luiz Antônio (2007). Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio de Janeiro, Lucerna.. (2008). Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo, Parábola. 112 l Revista Ao pé da Letra Volume

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