A PRÁTICA DO ADVOGADO FAMILIARISTA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA 1
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- Bruno Botelho Candal
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1 A PRÁTICA DO ADVOGADO FAMILIARISTA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA 1 SCOTT, Juliano 2 ; CEZNE, Graziela 3 1 Pesquisa referente a Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Psicologia da UNIFRA 2 Egresso do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3 Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil bs.juliano@gmail.com ; grazielamiolo@hotmail.com RESUMO A família vem passando por transformações que exigem uma nova postura dos advogados familiarista. Pensando nisto, este trabalho de pesquisa teve como principal objetivo analisar como os advogados percebem a influência do afeto na sua prática com processos de família.trata-se de uma pesquisa qualitativa onde os dados foram coletados a partir de entrevista semi-estruturada. Os resultados demonstram que os aspectos afetivo-emocionais advindos da dissolução conjugal interferem na forma como o casal conjugal resolve os impasses inerentes ao desenlace. O advogado ao perceber a influência emocional na resolução do conflito tem buscado novas formas de resolvê-lo. A mediação é uma destas, pois visa a manutenção dos vínculos, trabalhando aspectos emocionais e objetivos, possibilitando o restabelecimento da comunicação entre as partes. Palavras-chave: Advogado Familiarista; Aspectos afetivo-emocionais; Dissolução Conjugal; Mediação de Conflitos. 1. INTRODUÇÃO A família do contemporâneo vem impondo a sociedade novas formas de grupamento familiar, fazendo com que o social se adapte ao privado. Essas modificações refletem-se na prática daqueles que interagem com ela. Geralmente, os profissionais que se engajam com a família precisam suportar os afetos que dela advêm, principalmente num momento de conflito, tendo que lidar com estes de maneira a não interferir na sua prática. Um destes profissionais é o advogado, que muitas vezes, se vê pouco preparado no manejo da sua técnica quando da influência do afeto na relação estabelecida entre ele e o seu cliente. 1
2 Pensando nisto, realizou-se a presente pesquisa buscando entender como os advogados familiaristas percebem a relação de afeto envolvida nos processos de família, possibilitando conhecer mais sobre esta temática, tendo em vista a falta de estudos neste sentido. 2. AS TRANSFORMAÇÕES DA FAMÍLIA A família vem passando por transformações ao longo do tempo. Estas são reflexo das mudanças sociais que ocorreram nos mais variados contextos e épocas. Essas constantes mudanças e adaptações vêm de um processo evolutivo em que as famílias foram se delineando até chegar aos modelos e configurações contemporâneos. Conforme Osório (2002, p. 35), cada cultura prevalente num determinado momento evolutivo da humanidade nos ofereceu sua concepção singular da constituição familiar. Para esse autor na Idade Média, a família estava amparada pelo casamento fecundo que proporcionasse a procriação e uma filiação legítima da linhagem. Havendo então, uma grande dúvida, e ao mesmo tempo obsessão, por parte dos senhores feudais quanto à legitimidade dos filhos. Para Brito (1993) a partir da Revolução Industrial começou a existir uma preocupação com os espaços urbanos e com a inserção da população nos mecanismos de produção emergentes. Nessa mesma época com a transição da população da zona rural para a ocupação da zona urbana houve uma mudança no grupamento familiar, surgindo a família nuclear burguesa onde os componentes eram o casal e os filhos. Com o advento das fábricas, o sustento da família e a forma como se organizava modificou-se, ocorrendo uma delimitação maior nos papéis sexuais. À mulher acarretou maiores responsabilidades com o ambiente doméstico. Ao homem acarretou todas as responsabilidades que se relacionassem ao ambiente externo. Assim ficou a cargo da mulher o cuidado com a família, fazendo com que muitas conciliassem o trabalho fora com a atenção que deveriam destinar ao lar (FORNA, 1999). Esse modelo nuclear trazido pela Revolução Industrial repercute na família tradicional, que tinha os papéis do homem e da mulher extremamente definidos, onde a mulher cuidava da casa e da educação dos filhos e o homem como provedor. Essa estrutura só veio a mudar a partir da descoberta da pílula contraceptiva e da inserção da mulher no mercado de trabalho em meados da década de 60, com a Revolução Sexual. Essas modificações alteraram a forma de se relacionar do casal possibilitando uma relação mais igualitária entre os cônjuges (RAMOS, 2003). 2
3 De acordo com Petrini (2003) a família contemporânea está em um processo de transição, onde os modelos tradicionais tornaram-se ultrapassados e novas maneiras de relação familiar surgiram. Petrini (2003, p. 64) expõe que (...) não se trata, agora de olhar com saudades os modelos antigos de convivência familiar, mas de consolidar passos que constituam efetivamente um crescimento humano para todos os membros da família. A família vem se organizando de diferentes maneiras, impondo a sociedade novas formas de estar junto, renunciando a velha ordem patriarcal em prol de comportamentos mais legítimos. A família do contemporâneo entende que existem maneiras diversas de conjugalidade, distintas de um único padrão institucionalizado de felicidade (SILVA, 2004). Sendo assim, Dias (2007) identifica cinco distintas configurações familiares contemporâneas: homoafetiva, monoparental, anaparental, pluriparental e paralela. 3 O ADVOGADO E SUA PRÁTICA A operacionalização das técnicas de que dispõe o advogado depende da formação que este adquire. Sabe-se que a sociedade é mutável e que exige dos profissionais constante busca por métodos que auxiliem na resolução das questões do contemporâneo. Para Machado (2009) o direito como uma das áreas do conhecimento sofreu mudanças no decorrer de sua evolução. No Brasil o principal compromisso do advogado, inicialmente, baseou-se nos interesses particulares dos clientes. Conforme Souza (2002, p. 20) (...) o advogado é aquele que fala em nome de outrem (...), demonstrando uma preocupação dos advogados com o interesse particular dos seus clientes. Partindo disso, percebe-se o tipo de envolvimento que o advogado cria com o seu cliente, defendendo-o e colocando-se no lugar deste. Entretanto, esse posicionamento profissional surgiu na época do Brasil Colônia, quando os advogados ainda se formavam em Coimbra, tendo uma formação totalmente voltada ao liberalismo individualista. Com a Constituição Brasileira de 1988, o advogado passou a ser considerado como indispensável à administração pública, ou seja, além dos interesses individuais ele passou a ser o representante, também, dos interesses públicos, visando acima de tudo a solução de conflitos e distribuição de direitos (MACHADO,2009). Machado (2009) salienta que isso reflete as mudanças sociais que exigem dos profissionais do direito uma adequação aos desafios do mundo contemporâneo. Dentre 3
4 esses desafios encontra-se a família que necessita do amparo jurídico, exigindo do advogado formas de lidar com seus problemas. Uma das formas adotadas pelo direito é a via judicial. Num processo litigioso há uma preocupação com tudo o que pode favorecer a sua causa, em contraponto a tudo aquilo que pode ser usado contra ele mesmo. As partes não se reconhecem como integrantes no conflito, encarregando a um terceiro a decisão de quem terá êxito ao final da batalha judicial. É importante ressaltar a posição do advogado neste tipo de resolução, pois o processo mobiliza sentimentos neste profissional, que em algumas situações, não sabe lidar de maneira satisfatória com os conteúdos trazidos pelo processo judicial. A psicologia possibilita a compreensão destes conteúdos, buscando um entendimento por parte do advogado para melhor lidar com os reflexos na sua prática (BRANDÃO, 2004). Em contrapartida, existe o processo de mediação familiar que tem como objetivo um posicionamento diferenciado na forma de resolução dos litígios. Neste processo a resolução do conflito cabe as partes envolvidas. Ao contrário do litígio judicial, a mediação baseia-se na negociação dos envolvidos, mediada por um profissional capacitado tecnicamente, que percebe o sujeito como um todo, possibilitando a este (advogado/mediador) desempenhar a sua prática sem sentir-se afetado pelos sentimentos advindos do conflito. O mediador (advogado, psicólogo, assistente social) como auxiliar, trabalha minuciosamente todos os aspectos, inclusive o emocional, restaurando a comunicação entre os cônjuges incumbindo-os da responsabilidade sobre a solução do conflito (SERPA, 1998). 4. METODOLOGIA 4.1 Abordagem da pesquisa Esta pesquisa seguiu o modelo qualitativo que segundo Minayo (1994, p. 22), visa abordar questões referentes ao tema proposto de forma a trabalhar com os (...) significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, como uma maneira de aprofundar o fenômeno estudado procurando não reduzi-lo a quantificação de variáveis. 4.2 Instrumentos e Procedimentos 4
5 Foi utilizado na pesquisa a entrevista semi-estruturada. De acordo com May (2004), este método possibilita ao entrevistador buscar esclarecimentos sobre as respostas fornecidas permitindo maiores registros sobre os tópicos. A entrevista efetuou-se individualmente, conforme a disponibilidade dos participantes. Depois de efetuada a entrevista, a mesma foi transcrita e as fitas inutilizadas. 4.3 Participantes Foram entrevistados cinco advogados do município de Santa Maria - RS, de ambos os sexos, na faixa etária dos 30 aos 52 anos, e com tempo de formação variando entre 6 e 27 anos. Os advogados tiveram seus nomes preservados, sendo identificados pela inicial do nome. Conforme Gil (1994, p. 97) na amostra por conveniência ou acessibilidade o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam de alguma forma, representar o universo. Esta forma de amostragem é amplamente utilizada em estudos qualitativos. 4.4 Procedimentos éticos O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Franciscano, tendo sido após, sua avaliação e aprovação, executado. Aos interessados em participar foi apresentado o Consentimento Livre e Esclarecido, que continha os objetivos e demais explicações quanto a pesquisa. 4.5 Procedimento de análise dos dados Os resultados da pesquisa foram analisados através do método de análise de conteúdo, que segundo Bardin (2004, p. 26) é (...) um método muito empírico que depende do tipo de fala a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objectivo. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 Dissolução Conjugal 5
6 De acordo com Féres-Carneiro (2001) a dissolução da conjugalidade, ou seja, a separação é um processo complexo e vivido em diferentes etapas e diferentes níveis. A partir do momento em que o vínculo conjugal é desfeito muitos sentimentos são aflorados e menos se pensa racionalmente, afetando a todos que estão próximos, conforme relata a entrevistada B. ao relatar que Os conflitos na área de família tem uma relação direta com o lado emocional das pessoas, pois repercute nas suas vidas pessoais e nas relações com as pessoas as quais estão ligados intimamente. Diante disso, percebe-se que a dissolução do vínculo conjugal é algo tão significativo para as pessoas envolvidas que extrapola até mesmo a sua intimidade, repercutindo na vida dos envolvidos e consequentemente naqueles que interagem com o casal. 5.2 Vínculo Conjugal x Vínculo Parental Os sentimentos gerados pelo afastamento dos cônjuges interferem na maneira como o casal lida com o desfecho da separação, conforme relata a participante C: São poucos os casais que ao término de uma relação, terminam bem. Estes casais muitas vezes envolvidos no conflito instaurado acabam não estabelecendo a diferença entre o vínculo conjugal e o parental, como nos mostra a participante C.: (...) o que é do casal é uma coisa, o que envolve o filho é outra, e eles não sabem diferenciar bem isso. De acordo com Sousa (2010, p. 24) (...) a existência de conflitos entre os excompanheiros não deve ser justificativa para o afastamento da criança de seu convívio familiar, pois o parâmetro que deve orientar homens e mulheres que se separam é o interesse da criança. O entendimento de Sousa vem ao encontro do que a entrevistada C. salienta no seguinte trecho: (...) a briga do casal não pode afetar esse vínculo, justamente porque o vínculo parental persiste e, sendo assim, o que deve sobressair é o interesse da criança. Entretanto, nota-se que, em alguns casos, isso fica perdido ou esquecido frente ao conflito do casal. Neste sentido, alguns advogados, como os entrevistados, procuram demonstrar ao casal que a forma consensual possibilita menor sofrimento a todos, principalmente quando da presença de filhos. 5.3 A prática dos advogados familiaristas 6
7 Os advogados são profissionais da área jurídica que atuam em defesa de seus clientes nas mais diversificadas áreas. Dentre estas, encontra-se a área de família que trata, dentre tantos outros assuntos, da dissolução da conjugalidade. De acordo com Machado (2009, p. 121) o advogado sempre teve um compromisso com seu cliente, tendo até mesmo o dever de (...) patrocinar a defesa intransigente dos direitos e interesses de seus constituintes e assistidos, o que reforça talvez a cultura do litígio conforme expõe o entrevistado I. : (...) existe uma cultura do litígio, do conflito, do processo. Entretanto, quando se refere à área de família, o advogado tem um maior cuidado na utilização da técnica, trabalhando de uma forma diferenciada devido aos sentimentos envolvidos, conforme relata o entrevistado I. : (...) como nós estamos tratando dos sentimentos das pessoas a técnica é deixada de lado e tenta-se mediar esses conflitos. A partir das considerações, percebe-se que a técnica do advogado sofreu mudanças, principalmente quando relacionada a conflitiva familiar. Inicialmente tratava-se de uma prática mais individualizada. Atualmente busca-se compreender as particularidades de cada caso, e a melhor forma de resolução. 5.4 A mediação na resolução de conflitos Atualmente, nota-se que o judiciário tem procurado outras formas de resolução de conflitos. Segundo Machado (2009) o perfil do advogado contemporâneo modificou-se; sua atuação não é mais exclusivamente em defesa de interesses particulares como outrora. A forma como o advogado familiarista aborda os conflitos familiares vem se transformando. O advogado tem percebido que os processos de família necessitam de uma intervenção diferenciada, pois trata-se de uma grande gama de configurações, conflitos e embates. Dentre estas possibilidades de intervenção, encontra-se a mediação, a qual consiste, de acordo com Serpa (1998), num processo de resolução de conflitos através da negociação entre os envolvidos. Esta modalidade de resolução é muito utilizada em conflitos familiares, sendo exposto pela participante E. como: (...) a solução para os conflitos de família. Entretanto, essa solução só virá se as pessoas entrarem num consenso, pois caso contrário, conforme relata o participante I. : se não for consensual vai bater nas portas do juiz. Sendo assim, a mediação surge como reflexo das mudanças na prática do advogado. Este sai de um lugar de defensor para o de mediador, ou seja, ao invés de 7
8 fomentar o litígio através da defesa de interesses individuais, o advogado busca o consenso através de um método que possibilite o acordo entre as partes. 6. CONCLUSÃO Conforme descrito por alguns participantes da pesquisa o aspecto afetivoemocional advindo da dissolução conjugal interfere diretamente na maneira como o casal conjugal resolve os impasses inerentes ao desenlace. Isso confere aos processos de família certa peculiaridade a qual o advogado não está preparado para lidar, visto que sua formação é mais técnica e objetiva. Mas ainda relacionado a isso se percebe na fala dos advogados, que a experiência e prática cotidiana, junto aos processos familiares, possibilitou o entendimento de que a busca de uma solução consensual é a melhor maneira de lidar com os confitos, principalmente por preservar vínculos pré-existentes ao conflito conjugal. Uma destas formas é a mediação que além de preservar os vínculos possibilita um tratamento particularizado de cada caso. Isto é imprescindível visto a gama de configurações familiares existentes e a forma singular de estruturação familiar contemporâneas, sendo o processo de mediação ressaltado, por alguns participantes, como a solução nos processos de família. A pesquisa evidenciou que as vivências do advogado familiarista influenciam na forma como este auxilia o casal na resolução do conflito conjugal, conforme descrito por uma das entrevistadas, ao relatar sobre sua vivência pessoal, quando da separação dos pais na infância. A participante relata que isto a auxilia na identificação dos fatores imbricados no conflito, percebendo-os precocemente e esclarecendo as partes o lado negativo de um embate judicial. Portanto é imprescindível ao profissional não somente o conhecimento técnico como também a procura pelo autoconhecimento e uma formação que proporcione a ampliação dos horizontes e a abertura a novas perspectivas, tendo uma visão do sujeito como um todo, caso contrário o conhecimento empírico terá que dar conta da falha acadêmica. Este trabalho abordou vários aspectos que pelo tempo de pesquisa não foram aprofundados, mas que demonstram novas possibilidades de pesquisa como, por exemplo, a discussão interdisciplinar. É de suma importância fomentar pesquisas que trabalhem temáticas interdisciplinares que possibilitem a troca de conhecimentos e experiências entre áreas, instrumentalizando os profissionais e possibilitando a ampliação dos campos de 8
9 atuação, bem como o beneficiamento aos sujeitos envolvidos no conflito, propiciando o resgate da cidadania, e a prevenção e promoção da saúde mental. REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa, Portugal: Edições 70, BRANDÃO, Eduardo Ponte. A interlocução com o direito à luz das práticas psicológicas em Varas de Família. In: Brandão, E. P.; Gonçalves, H.S. (org.). Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de janeiro: NAU, BRITO, Leila Maria Torraca de. Separando: um estudo sobre a atuação de psicólogos nas varas de família. Rio de Janeiro: Relume Dumará, DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Casamento contemporâneo: construção da identidade conjugal. In: FÉRES-CARNEIRO, Terezinha (org.). Casamento e família: do social à clínica. Rio de Janeiro. NAU, FORNA, Aminatta. Mãe de todos os mitos: como a sociedade modela e reprime as mães. Rio de Janeiro: Ediouro, GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, MACHADO, Antônio Alberto. Ensino jurídico e mudança social. 2. ed. São Paulo: Atlas, MAY, Tim. Pesquisa social: questões, métodos e processos. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,
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