Sem alarde, P&G deixa CBF em. Em meio ao escândalo de corrupção

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO SEGUNDA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2015 NÚMERO DO DIA R$ 120 mi é a soma do desvio de dinheiro da CBF que teria sido feito pelos três últimos presidentes EDIÇÃO 396 Sem alarde, P&G deixa CBF em meio a escândalo de corrupção POR ERICH BETING Em meio ao escândalo de corrupção que assola a entidade e já levou à prisão um ex-presidente, a CBF perdeu um patrocinador. Em junho, a P&G comunicou à entidade que não continuaria com o patrocínio de US$ 5 milhões ao ano com a CBF. A decisão foi tomada em meio a uma série de mudanças dentro da companhia e, também, na época em que estourou o escândalo que levou José Maria Marin à prisão e colocou Marco Polo Del Nero no centro da crise, que culminou com sua licença da presidência da entidade na última quinta-feira. Em julho, a P&G anunciou uma grande reformulação no departamento de marketing, com a saída de Gabriela Onofre da vice-presidência após dois anos no cargo e 17 dentro da empresa. A empresa também já vinha mudando o perfil de investimento no esporte. Em agosto de 2014, após a Copa do Mundo, a Gillette deixou de patrocinar o tour de amistosos da seleção brasileira, propriedade que passou a ser da Chevrolet. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a crise na CBF impulsionou a P&G a encerrar o acordo, mas a empresa não comentou os motivos para o fim do contrato. Patrocinadora da CBF desde 2009, a Gillette havia entrado na entidade em meio a uma grande concorrência com a Bozzano, que na época era patrocinadora do Corinthians e do atacante Ronaldo. Seis anos depois, as marcas deixaram o aporte no futebol. Com a saída da Gillette, a CBF conta agora com 12 patrocinadores. O único a entrar após os escândalos de corrupção foi a Ultrafarma, que fechou um contrato de 30 anos com a entidade. Mesmo assim, a CBF deve ter um aumento no faturamento com patrocínios em Como tem 7 dos 12 contratos firmados em moeda estrangeira, a entidade acaba lucrando com a alta do dólar. O maior contrato é o da Nike, de US$ 35,5 milhões por ano. 1

2 O ano de 2016 precisa ser o ano de mudança no futebol POR DUDA LOPES Diretor de Novos Negócios da Máquina do Esporte Não é fácil romper com um modelo que se perpetua há décadas. Engana-se quem pensa que a queda de Marco Polo Del Nero é o fim do modo perverso que se comanda o futebol no Brasil. A má gestão, para falar o mínimo, não foi embora com Ricardo Teixeira, com José Maria Marin e não irá com Del Nero. Mas este é o momento de mudança. Durante todo o ano de 2015, a caixa preta da CBF tem sido desvendada. Foram sucessões de notícias ruins, em que o esporte foi confundido com polícia. Foram mais algemas do que traves. Agora, os velhos cardeais do futebol já se retiraram. O novo presidente da CBF, Marcus Vicente, é um indicado de Del Nero, fruto de uma manobra para que o vice mais velho não assumisse. Ou seja, não é difícil supor que não seja aí que more a solução dos problemas. A situação institucional, por outro lado, nunca esteve tão frágil. Há, claro, a chance de isolar essa bola que quica na pequena área para os dirigentes do futebol. O problema é que o talento não é grande; não faltam pernas de pau nos bastidores. O erro será a ênfase na luta, e não no diálogo, mais uma característica de que não tem força suficiente. Com um pouquinho de habilidade, abre-se o momento de discutir o futuro do esporte. É a hora de trocar as manchetes policiais pelas propostas e pelas iniciativas que possam, de fato, ajudar a desenvolver o futebol em todas as direções. Nos últimos anos, gestões de clubes e políticas foram transformadas e ajudaram no crescimento do futebol. Agora, é otimismo: 2016 deve ser o ano definitivo para mudanças. Diretor da CBB reage a levante da liga feminina e critica ética de treinadores POR ADALBERTO LEISTER FILHO A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) entrou em rota de colisão com o movimento liderado pelos clubes da LBF (Liga de Basquete Feminino). A entidade divulgou, na quinta-feira (dia 3), o planejamento da seleção feminina até os Jogos Olímpicos. No mesmo dia, dirigentes, técnicos e jogadoras da LBF apresentavam uma pauta com reivindicações à confederação. A pauta proposta pelos clubes foi a formação de um colegiado, integrado pelos treinadores das seis equipes da LBF, para decidir sobre comissão técnica. Na prática, seria a destituição do atual treinador, Luiz Augusto Zanon, no comando da seleção feminina desde 2013 e mal visto pelas equipes. Além disso, os times querem ter acesso aos gastos da CBB com a preparação do time. Essa forma como estão fazendo a Laís [Elena], o [Antonio Carlos] Vendramini e o [Roberto] Dornelas passa pela falta de ética. É falta de caráter falar mal de um colega de profissão querendo tomar o lugar dele, rebateu Vanderlei Mazzuchini, diretor técnico da CBB sobre os treinadores respectivamente de Santo André, Corinthians e América-PE. Os clubes afirmaram que, caso não sejam atendidos, não irão ceder suas jogadoras para participar do evento-teste do basquete, marcado para janeiro. A gente fez acordo há mais de cinco meses com eles. E é data Fiba [Federação Internacional de Basquete]. Não é convite, é convocação. 2

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4 Campeões nacionais consagram aposta feita em sócio-torcedor POR DUDA LOPES Corinthians e Palmeiras foram os dois grandes vencedores da temporada 2015 do futebol brasileiro. E a rivalidade dos clubes paulistas não foi posta em prova dentro de campo, com poucas exceções, mas sim nos bastidores, com público no estádio e programas de sócios-torcedores. Os dois clubes foram, com muita sobra, os que mais ganharam sócios-torcedores durante o ano. Segundo o Movimento por um Futebol Melhor, foram 71 mil novos membros para o Fiel Torcedor e 62 mil para o Avanti. Em comparação, o terceiro time que mais ganhou sócios em 2015 foi o São Paulo, com quase 20 mil a menos que o Palmeiras. Esse alto crescimento foi fundamental para que ambos se aproximassem do Internacional na liderança do ranking do Movimento por um Futebol Melhor e se consolidassem como segundo e terceiro maiores clubes no Brasil em número de associados. O Movimento, por sinal, celebrou os números apresentados pelos dois melhores times no país neste ano. Isso não é apenas uma coincidência. Mostra que o sócio-torcedor está diretamente relacionado com o sucesso dos times dentro de campo, afirmou Sandro Leite, gerente de marketing da Ambev, idealizadora do projeto de sócios. Para os três lados, Movimento, Corinthians e Palmeiras, o ano de 2015 foi de consolidação. Se para o Futebol Melhor foram alcançados mais de 1 milhão de associados, proporcionando descontos de R$ 70 milhões aos sócios, para os dois times a temporada serviu para encher seus novos estádios. Os dois clubes tiveram as duas melhores médias de público da temporada, com cerca de 30 mil pessoas cada um. E, também, um incremento médio de R$ 1,5 mi por mês com os novos sócios. Grêmio usa Libertadores para conquistar sócios Após assegurar a terceira colocação no Brasileiro e a vaga à Copa Libertadores 2016, o Grêmio tenta usar o apelo do torneio continental para atrair novos sócios. Basicamente, o clube fez as apostas em duas frentes: uma comunicação com ídolos e uma promoção nos preços de anuidades. Com o técnico Roger e o goleiro Marcelo Grohe como astros, o clube fez a chamada aos torcedores. A América nos espera outra vez foi o lema escolhido para incentivar os torcedores a se associarem e garantirem ingresso para a competição. Ao mesmo tempo, o clube anunciou que quem optar por adiantar as mensalidades de 2016 terá vantagens exclusivas. Primeiramente, o torcedor terá 10% de desconto no valor da anuidade. Mas, além disso, o torcedor que se adiantar nas mensalidades terá um desconto de até 50% na compra da camisa oficial pelo site da Grêmio Mania. O valor do abatimento varia conforme a modalidade de sócio, mas o número mínimo será de 30% no valor total pago pelo uniforme. Com 87 mil sócios-torcedores, segundo o Movimento por um Futebol Melhor, o Grêmio somou 7 mil novos membros no programa, o que fez com que o clube despencasse no ranking de sócios, indo de vice-líder para a quarta colocação geral. 4

5 Returno do Brasileiro mostra os desafios de gerir estádio no país POR REDAÇÃO O Brasileirão encerrou o primeiro turno com média de 17,3 mil torcedores por jogo no estádio. O número indicava que haveria, em 2015, um recorde de público na competição neste século. No entanto, mesmo com novos estádios e clubes populares na disputa por altos objetivos, o returno viu uma baixa na frequência de público, e o campeonato ficou com média de 17 mil pagantes, atrás dos torneios de 2007 e Para entender o que levou a isso, é preciso analisar os comportamentos de Corinthians e Palmeiras na bilheteria. O campeão brasileiro encerrou o primeiro turno com 30 mil pessoas de média. No segundo, atingiu a marca de 40 mil pagantes por partida, com ingressos esgotados na maior parte dos jogos. O ganho de 10 mil pessoas, por outro lado, foi perdido pelo Palmeiras. Com o time abrindo mão de jogar o Nacional para focar na Copa do Brasil, o Palmeiras teve média de 24 mil pessoas no segundo turno, contra 34 mil no primeiro. O clube do Allianz Parque mostra o primeiro grande desafio para os gestores das novas arenas: manter grandes públicos mesmo quando a fase não é boa. Levantamento feito pela Máquina do Esporte mostra que o Palmeiras deixou de ganhar quase R$ 5 milhões em bilheteria após abrir mão de jogar o Nacional. Outro exemplo claro de limitações nos públicos está em Porto Alegre, na Arena do Grêmio. O time tem colocado cada vez mais pessoas em seu novo estádio. A média, no entanto, ainda fica distante da capacidade total, de cerca de 60 mil pessoas. O clube teve média de 25 mil pessoas, mas em nenhuma oportunidade passou de 45 mil pagantes. Por fim, há o Atlético Mineiro, vice-campeão, que praticamente abriu mão de jogar no Mineirão. Nas cinco vezes em que atuou no principal estádio de Belo Horizonte, o público foi superior a 30 mil pessoas. Mas, no segundo turno, o clube optou pelo local em apenas uma partida, alegando vantagem técnica de jogar no acanhado estádio Independência. Corinthians renova patrocínio para o calção Na saga para entrar em 2016 com seus patrocinadores fechados, o Corinthians oficializou em sua arena, antes da partida contra o Avaí pelo Brasileirão, a renovação com a Special Dogs. Após seis meses de contrato, a Special Dogs resolveu fazer um contrato maior com o Corinthians. O novo acordo é válido até o fim de 2016, e a marca continuará exposta no calção de jogo. Em evento neste ano, o Corinthians havia anunciado o espaço do calção com o preço de R$ 3 milhões anuais. Com a promessa de reformular as propriedades de patrocínio para a próxima temporada, o valor da renovação não foi divulgado. O clube, porém, deve ativar mais o patrocínio. 5