Já não bastam os cursos isolados, estanques, quase inacessíveis, de formação. Relações internacionais
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- Maria Vitória Nunes Barateiro
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1 Relações internacionais ANA MARIA FAUSTO SABA 1. Histórico; 2. Tipo de atividade; 3. Condições de trabalho; 4 ~ Exigências da profissão; 5. Estudos preparatórios exigidos; 6. Forma pela qual se ingressa na profissão; 7. Oportunidades da profissão; 8. Possibilidades econômicas; 9. Prestígio social; 10. Fontes de informação a respeito da profissão. Bacharel em relações internacionais O Bacharel em relações internacionais é um profissional que se dedica ao ensino, à pesquisa e à cultura em nível superior, no domínio das ciências econômicas, financeiras, administrativas, sociais, políticas e jurídicas. I. Histórico O desenvolvimento das relações entre os povos, as nações, os governos, as empresas e as pessoas, adquiriu tal importância em nossos dias que, doravante, impõe-se a necessidade de seu permanente estudo e prospecção. Já não bastam os cursos isolados, estanques, quase inacessíveis, de formação e aperfeiçoamento de um número reduzido de diplomados em cada país. As organizações internacionais - como a ONU e suas entidades: a OEA, a OCDE e tantas outras - as empresas multinacionais e as grandes organizações que participam do intercâmbio em escala mundial, demandam a expansão de um novo e ambicioso mercado de trabalho. Do Centro de Psicologia Aplicada (CEPA). Arq. bras. Psic. apl., Rio de Janeiro, 25 (4) :91-95, out./dez
2 Daí a necessidade de estruturação de faculdade de relações internacionais, em nível de formação acadêmica regular e de escolas de altos estudos de administração, em níveis de pós-graduação e extensão universitária. A expansão das relações internacionais busca integrar o Brasil no contexto - geopolítica, geoeconômica e geoculturalmente - num mundo cada vez mais necessitado de paz, entendimento e intercâmbio. O ensino polivalente, numa faculdade desse tipo, deve partir da existência de uma sociedade. Seus objetivos são: analisar pro. blemas internacionais sob o ponto de vista econômico, financeiro, jurídico, político, de segurança e de comunicação; propugnar pelo aperfeiçoamento da cultura brasileira, de conformidade com os preceitos da filosofia das relações internacionais e realizar estudos mais aprofundados da realidade do país. Esse profissional constituirá a infra-estrutura humana que deverá suportar a efetivação dos programas governamentais, na área do intercâmbio com o exterior. 2. Tipo de atividade O bacharel em relações internacionais exerce sua atividade como profissional livre, ou como funcionário de entidade pública ou privada. É geralmente, uma atividade criadora, na qual se lida com pessoas, idéias e coisas. O trabalho característico dessa função é o seguinte: a) elaboração de planos e programas governamentais para o intercâmbio do Brasil com o exterior; b) assessoria de grandes companhias internacionais; c) tratamento e solução de problemas nas áreas financeira, jurídica, econômica, comercial; d) estabelecimento de contatos e conversações com diferentes companhias nacionais ou estrangeiras; e) exercício do cargo de direção, gerência, chefia de serviço na área de administração ; f) direção, no exterior, de filiais de companhias internacionais; g) conquista de mercado; h) uso permanente de diplomacia comercial (atividade semelhante à de.um "embaixador da boa vontade" na área econômica); i) emissão de pareceres sobre assuntos que envolvam problemas de competência exclusiva de executivos. 92 A.B.P.A. 4175
3 3. Condições de trabalho o bacharel em relações internacionais atua nas empresas, com conhecimentos especializados em sistemas alfandegários, finanças internacionais, relações humanas no campo comercial e conquista de mercados. O local de trabalho situa-se em escritórios e gabinetes de empresas multinacionais do comércio e indústria, finanças, mercado de capitais, companhias de turismo, organismos internacionais, departamentos de exportação e importação. Pode ser profissional liberal ou estar vinculado a uma ou várias organizações. Não há restrições quanto ao sexo, nem idade, para o desempenho da profissão. 4. Exigências da profissão O desempenho dessa atividade requer um profissional com bom nível de inteligência, raciocínio abstrato e verbal, pensamento sintético, capacidade de organização escrita e oral, aptidão específica para o cálculo e raciocínio matemático. Demanda ainda capacidade de decisão, objetividade, senso prático da realidade e adaptabilidade às situações de comando. Deve ter condições de liderança para postos executivos. Em virtude do seu comportamento como elo de ligação entre as mais diversas entidades e pessoas de diferentes países, seria desejável que dispusesse de boa formação e agudez auditiva visual, completada com aptidão para línguas, além de facilidade para verbalização. A profissão requer, pois, espírito comunicativo, intelectualizado e persuasivo; enfim, o profissional deve ser um "bom vendedor de idéias". Seus interesses estarão, portanto, voltados para atividades persuasivas verbais, burocráticas e de cálculos. 5. Estudos preparatórios exigidos Na Faculdade de Relações Internacionais, no Rio de Janeiro, GB, é exigida, para o ingresso, a apresentação da documentação comum aos níveis universitários: conclusão de curso colegial ou equivalente e aprovação em exame vestibular. As matérias exigidas para esse vestibular têm sido: português, matemática, história do Brasil, história geral, línguas (francês ou inglês). O curso de graduação é de quatro anos e abrange dois ciclos: a) básico (quatro semestres letivos) ; b) profissional (quatro semestres letivos). O ciclo básico objetiva complementar a formação do estudante e ministrar o ensino das matérias consideradas fundamentais a determinada área de conhecimento. Relações internacionais 95
4 No ciclo profissional é necessário treinamento em forma de estágio, que pode ser feito em diferentes empresas. As matérias do ciclo básico são as seguintes: matemática financeira; microeconomia; história das Américas; macroeconomia; direito constitucional; administração geral; direito civil; administração especial; direito administrativo; relações humanas; problemas brasileiros; cálculo diferencial; história da civilização; cálculo integral; história econômica; álgebra linear; história das relações internacionais; francês. Constituem currículo mínimo do ciclo profissional as seguintes matérias: direito, administração, organismos internacionais, direito financeiro, inglês. O plano de estudos desenvolve-se dentro do esquema organizado pela própria Faculdade de Relações Internacionais da GB. OBJETIVIDADE -. econe). Bem-estar micas inter Pesquisa Relações privado 1 nais Relações Compreensão... ORDEM Acordos, negociações e tratados Direito inter. I Polltica. I naelona História e Economia direito I Matemática I internacionais nacio- nacional Direito I público I Economia e Administração I administração Polltica e Problemas brasileiros das I Psicologia e sociologia Diplomacia... AÇAO Ilnrormação Comunicação Segurança inter- I História Organi...- SUBJETIVIDADE zações Justiça relações interna- interna- I cionais cionais Análise Interriacional Formas de Poder RELACIONAMENTO BASICO E PROFISSIONAL DAS RELACOES INTERNACIONAIS 6. Forma pela qual se ingressa na profissão O ingresso se processa por admissão. Como a profissão ainda não está regulamentada, não existe no serviço público cargo com esse nome. N o entanto, essas faculdades estão amparadas pela legislação em vigor como faculdades livres de ensino superior, somente entrando para o regime federal após autorização do Conselho Federal de Educação. A.B.P.A. 4175
5 7. Oportunidades da profissão Tendo em vista o progresso do Brasil, o ambiente político e cultural da atualidade, é muito propício o campo de trabalho para bacharel em relações internacionais. Tratando-se de profissão relativamente nova, o mercado de trabalho é muito amplo, pois as empresas estão sentindo a necessidade e a importância do bacharel em relações internacionais. As perspectivas para o futuro são muito boas. A procura tem sido grande até agora, principalmente nas grandes capitais e cidades industriais. No momento, além da Faculdade de Relações Internacionais da GB, há a de Curitiba e, em vias de inauguração, a de São Paulo. 8. Possibilidades econômicas Devido à inexistência de profissionais formados no momento, é difícil fazer previsão a respeito da remuneração do bacharel em relações internacionais, mas tendo em vista a perspectiva de oportunidade no trabalho e a crescente demanda do mercado, as possibilidades econômicas apresentam-se bastante otimistas, equivalendo às de profissionais de nível superior, como economistas, advogados e outros. 9. Prestígio social É uma profissão que está sendo muito valorizada socialmente, não só pela grande importância dos assuntos que são tratados em âmbito como também pelo privilegiado ambiente de trabalho. Não há qualquer evidência' de riscos de vida, problemas de salubridade etc., a não ser quanto às possíveis viagens dos profissionais que, sendo constantes, podem também interferir na sua vida social e familiar. 10. Fontes de informação a respeito da profissão a) Faculdade de Relações Internacionais da GB - Rua Conde de Bonfim, b) Sede da U.N.I.D.E.S. (União Internacional de Altos Estudos) Rua Itapiru, GB. Relações internacionais 95
6 recorra a Curriculum já se foi o tempo em que o professor do ensino médio nào tinha a quem recorrer hoje, existe a revista Curricu/um que pensa sempre nos problemas do professor e o ajuda a resolvê-los estudantes da faculdade de filosofia, orientadores educacionais e orientadores pedagógicos só tem a ganhar lendo Curricu/um. Curricu/um, a única revista sobre ensino médio editada no Brasil Auillllluras: Serviço de Publicações da Fundação Getulio Vargas - Praia de Botafogo, CP ZC-05
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