Nívia do Nascimento Marques

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Nívia do Nascimento Marques"

Transcrição

1

2 Nívia do Nascimento Marques PARTÍCULAS INTELIGENTES DE POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA), QUITOSANA E POLI (ÁCIDO ACRÍLICO): efeito da temperatura e do ph sobre suas propriedades em suspensões aquosas 2012

3 Nívia do Nascimento Marques PARTÍCULAS INTELIGENTES DE POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA), QUITOSANA E POLI (ÁCIDO ACRÍLICO): efeito da temperatura e do ph sobre suas propriedades em suspensões aquosas Dissertação apresentada como requisito para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Orientadora: Profa. Dra. Rosangela de Carvalho Balaban (UFRN) Co-orientadora: Dra. Ana Maria da Silva Maia (UFRN) Natal, RN 2012

4 UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Catalogação da Publicação na Fonte Marques, Nívia do Nascimento. PARTÍCULAS INTELIGENTES DE POLI (N- ISOPROPILACRILAMIDA), QUITOSANA E POLI (ÁCIDO ACRÍLICO): efeito da temperatura e do ph sobre suas em suspensões aquosas / Nívia do Nascimento Marques. Natal, RN, f. : il. Orientadora: Rosangela de Carvalho Balaban. Co-orientadora: Ana Maria da Silva Maia. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Química. 1. Termossensibilidade Dissertação. 2. ph-sensibilidade Dissertação. 3. Polissacarídeo Dissertação. 4. Copolimerização Dissertação. 5. Estabilidade Dissertação. 6. Reologia Dissertação. I. Balaban, Rosangela de Carvalho. II. Maia, Ana Maria da Silva. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BCZM CDU 66

5

6 RESUMO Esse estudo descreve a estabilidade e o comportamento reológico de suspensões aquosas de partículas reticuladas sensitivas de poli (N-isopropilacrilamida) (PNIPAM), poli (N-isopropilacrilamida)-quitosana (PNIPAM-QS) e poli (N-isopropilacrilamida)-quitosanapoli (ácido acrílico) (PNIPAM-CS-PAA). A obtenção dos materiais foi realizada por polimerização por precipitação, via radicais livres, utilizando persulfato de potássio como iniciador e N,N -metilenobisacrilamida (MBA) como agente reticulante. A incorporação dos precursores nas partículas reticuladas foi confirmada por análise elementar e espectroscopia na região do infravermelho. A influência de estímulos externos, como ph, temperatura, ou ambos, no comportamento das partículas, foi investigado por medidas reológicas, estabilidade visual e centrifugação analítica. As partículas de PNIPAM-QS apresentaram maior estabilidade em meios ácido e neutro, enquanto que as partículas de PNIPAM-QS-PAA foram mais estáveis em meios neutro e alcalino, tanto abaixo quanto acima da LCST da PNIPAM (dados de estabilidade). Isso ocorreu devido às diferentes interações interpartículas e entre as partículas e o meio (também evidenciadas pelos dados reológicos), que foi influenciada pelo ph e temperatura do meio. Baseando-se nos resultados obtidos, observou-se que a introdução de polímeros sensíveis ao ph nas partículas reticuladas de poli (N-isopropilacrilamida), resultou não apenas na síntese de copolímeros reticulados com dupla sensibilidade, mas em partículas passíveis de ajuste de estabilidade, ou seja, que podem sofrer separação de fases mais ou menos rápida, dependendo da aplicação desejada. Dessa forma, é possível adaptar as partículas sintetizadas aos mais diversos meios. Palavras-chave: termossensibilidade; ph-sensibilidade; polissacarídeo; copolimerização; estabilidade; reologia.

7 ABSTRACT The present study describes the stability and rheological behavior of suspensions of poly (N-isopropylacrylamide) (PNIPAM), poly (N-isopropylacrylamide)-chitosan (PNIPAM- CS), and poly (N-isopropylacrylamide)-chitosan-poly (acrylic acid) (PNIPAM-CS-PAA) crosslinked particles sensitive to ph and temperature. These dual-sensitive materials were simply obtained by one-pot method, via free-radical precipitation copolymerization with potassium persulfate, using N,N -methylenebisacrylamide (MBA) as a crosslinking agent. Incorporation of the precursor materials into the chemical networks was confirmed by elementary analysis and infrared spectroscopy. The influence of external stimuli such as ph and temperature, or both, on particle behavior was investigated through rheological measurements, visual stability tests and analytical centrifugation. The PNIPAM-CS particles showed higher stability in acid and neutral media, whereas PNIPAM-CS-PAA particles were more stable in neutral and alkaline media, both below and above the LCST of poly (Nisopropylacrylamide) (stability data). This is due to different interparticle interactions, as well as those between the particles and the medium (also evidenced by rheological data), which were also influenced by the ph and temperature of the medium. Based on the results obtained, we found that the introduction of ph-sensitive polymers to crosslinked poly (Nisopropylacrylamide) particles not only produced dual-sensitive materials, but allowed particle stability to be adjusted, making phase separation faster or slower, depending on the desired application. Thus, it is possible to adapt the material to different media. Keywords: thermosensibility; ph-sensibility; polysaccharide; copolymerization; stability; rheology.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 7 2 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA POLÍMEROS INTELIGENTES Polímeros Sensíveis à Temperatura Poli (N-isopropilacrilamida) (PNIPAM) Aplicações Polímeros sensíveis ao ph Poliácidos Polibases Quitosana Polímeros anfóteros ou esquizofrênicos Aplicações COMBINAÇÃO DAS PROPRIEDADES ph E TERMORRESPONSIVAS Reologia Estabilidade Centrifugação Analítica 47 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54 5 APÊNDICE 73

9 7 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de partículas responsivas a estímulos tem ganhado considerável notoriedade nos últimos anos (Gil e Hudson, 2004; Motornov, Roiter et al., 2010; Roy, Cambre et al., 2010; Zhao, Nie et al., 2011), devido à capacidade em alterar as suas estruturas/propriedades em resposta a pequenas mudanças no meio, como variações no ph (Gil e Hudson, 2004; Yang, Chen et al., 2009; Motornov, Roiter et al., 2010; Roy, Cambre et al., 2010; Mihai, Stoica et al., 2011; Zhao, Nie et al., 2011), temperatura (Curti, Moura et al., 2005; Liu, Fraylich et al., 2009; Bao, Li, Leong et al., 2010; Yang, Liang et al., 2011), força iônica (Zhou, Wang et al., 2006; Li, Lai et al., 2009; Costa, Custõdio et al., 2011; Liu, 2011), e campos magnéticos e/ou elétricos (Riskin, Basnar et al., 2007; Fernández-Barbero, Suárez et al., 2009; Huang e Juang, 2011). Partículas sensíveis à temperatura e ao ph, em particular, têm sido extensivamente investigadas em virtude da sua importância em sistemas químicos e fisiológicos típicos (Taşdelen, Kayaman-Apohan et al., 2004; Aguilar, Elvira et al., 2007; Dimitrov, Trzebicka et al., 2007). As partículas inteligentes mais exploradas são baseadas na termossensibilidade da poli (N-isopropilacrilamida) (PNIPAM) em água (Thorne, Vine et al., 2011). A PNIPAM apresenta uma temperatura consoluta inferior (lower critical solution temperature - LCST) em água por volta de 32 C, em virtude do balanço hidrofílico/hidrofóbico existente em sua estrutura. Isso significa que abaixo da LCST partículas reticuladas intumescem, devido às interações de hidrogênio entre os segmentos hidrofílicos do polímero e a água, enquanto que contraem quando acima da LCST, devido à predominância de interações hidrofóbicas entre os grupos isopropil (Han, Wang et al., 2009; Hamcerencu, Desbrieres et al., 2011; Martins, Mano et al., 2011). Muitos trabalhos exploram a hidrofobicidade da PNIPAM acima de sua LCST para incorporar materiais hidrofóbicos, como vários fármacos (Wei, Cheng et al., 2009). Quando quimicamente reticuladas, essas partículas não são totalmente solúveis, mas podem se manter dispersas no meio (Murray e Snowden, 1995). Quitosana (QS) e poli (ácido acrílico) (PAA) são polímeros ph-sensitivos comumente empregados para modificar partículas de PNIPAM (Mi Kyong, Yong Kiel et al., 1997; Schilli, Zhang et al., 2004; Al-Manasir, Zhu et al., 2009; Recillas, Silva et al., 2009; Wang, Chen et al., 2009; Bao, Li, Leong et al., 2010; Recillas, Silva et al., 2011; Sanoj Rejinold, Sreerekha et al., 2011) e produzir materiais com dupla sensibilidade. PAA torna-se negativamente carregado acima de seu pk a (~4), devido à dissociação dos grupos COOH. QS

10 8 possui grupos NH 2 e, dessa forma, torna-se positivamente carregada em meio ácido (pk a ~6,3) (Glampedaki, Petzold et al., 2012). Além disso, a quitosana é um polímero de fonte natural, derivado da quitina, o segundo polissacarídeo mais abundante da natureza. Essa característica é importante para diversas áreas, principalmente a biomédica (Carreira, Goncalves et al., 2010). Suspensões compostas por essas partículas de dupla sensibilidade têm sido investigadas para aplicações em diversas áreas, tais como remoção de contaminantes de águas, funcionalização de superfícies, processos de liberação controlada de fármacos (Saitoh, Sugiura et al., 2009; Parasuraman e Serpe, 2011b; a; Saitoh, T., Asano, K. et al., 2011; Parasuraman, Leung et al., 2012; Saitoh, Asano et al., 2012), entre outras. Propriedades como morfologia, cinética de intumescimento, capacidade de incorporação e liberação de substâncias, têm sido extensivamente abordadas na literatura (Lee, Wen et al., 2003; Lee, Wen et al., 2004; De Moura, Rubira et al., 2008; Han, Wang et al., 2009; Hua, Jiang et al., 2011; Mihai, Stoica et al., 2011; Recillas, Silva et al., 2011; Sun, Shi et al., 2011; Elsaeed, Farag et al., 2012; Hamcerencu, Desbrieres et al., 2012). Outra característica importante é a estabilização e agregação dessas partículas em diversos meios (Al-Manasir, Zhu et al., 2009). Essas propriedades são de conhecimento fundamental para a escolha de um material para determinada aplicação (Thorne, Vine et al., 2011) e podem ser convenientemente investigadas através de medidas reológicas e de sedimentação. Nesse sentido, foi feita a síntese de partículas reticuladas inteligentes a partir de: N- isopropilacrilamida (NIPAM) e N,N -metilenobisacrilamida (MBA); NIPAM, QS e MBA; e NIPAM, QS, ácido acrílico (AA) e MBA, através da polimerização por precipitação, via radicais livres, tendo persulfato de potássio como iniciador. A incorporação dos precursores nas partículas foi verificada por análise elementar e espectroscopia no infravermelho. O comportamento dessas partículas em suspensão aquosa foi avaliado por reologia e por testes de estabilidade visual e de centrifugação analítica, em ph ácido, neutro e básico, em temperaturas abaixo e acima da LCST da PNIPAM.

11 9 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Esta dissertação tem como objetivo principal a obtenção de polímeros com dupla sensibilidade, especificamente ao ph e à temperatura, visando avaliar a estabilização/agregação das partículas obtidas. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Obter partículas através da reação de copolimerização por enxertia sobre a quitosana, via radicais livres, com N-isopropilacrilamida ou com N-isopropilacrilamida e ácido acrílico, utilizando N,N -metilenobisacrilamida como agente reticulante; Investigar o comportamento de suspensões aquosas obtidas com as partículas ph e termorresponsivas por: (i) testes de estabilidade visual, (ii) testes de estabilidade acelerada e (iii) análises reológicas; Avaliar o comportamento em diversos phs e temperaturas; Comparar o comportamento das partículas com dupla sensibilidade ao das partículas apenas termorresponsivas.

12 10 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 POLÍMEROS INTELIGENTES A vida é polimérica em sua essência: alguns dos componentes mais importantes dos organismos vivos são polímeros, como proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos, que são utilizados tanto como materiais estruturais quanto como componentes principais na regulação de funções celulares. Uma característica desses biopolímeros funcionais é a resposta não linear a estímulos externos (Galaev e Mattiasson, 1999; Gil e Hudson, 2004; Kumar, Srivastava et al., 2007; Mano, 2008), isto é: pequenas mudanças ocorrem em resposta a um parâmetro externo que esteja variando até que um ponto crítico seja atingido, quando uma ampla mudança ocorre como resultado de uma pequena variação do parâmetro; após a completa transição, não ocorre mais resposta significativa do sistema. Esse fenômeno é causado por uma grande quantidade de interações cooperativas. Apesar da aparente fragilidade das interações que ocorrem em cada mero da cadeia polimérica, quando somadas a centenas e milhares de unidades, essas interações promovem a força motora para o processo de resposta não linear (Galaev e Mattiasson, 1999; Mano, 2008). Na tentativa de mimetizar esse comportamento, muitos cientistas têm desenvolvido os chamados polímeros inteligentes (smart polymers or intelligent polymers) (Chaterji, Kwon et al., 2007; Kumar, Srivastava et al., 2007; Maharjan, Woonton et al., 2008; Wang e Zhou, 2011), que são conhecidos pela capacidade de responder a pequenos estímulos externos de maneira rápida, ampla e reversível (Kumar, Srivastava et al., 2007). Os estímulos podem ser: físicos, tais como temperatura (Brun-Graeppi, Richard et al., 2010; Pelton, 2010; Beija, Marty et al., 2011), campo elétrico/magnético (Riskin, Basnar et al., 2007; Fernández-Barbero, Suárez et al., 2009) e luz (Zhao, 2012); químicos, como ph (Li, Heo et al., 2011; Zhao, Nie et al., 2011) e força iônica (Zhou, Wang et al., 2006); bioquímicos, como a enzimas específicas (Ulijn, 2006) e antígenos (Miyata, Asami et al., 1999). Os polímeros inteligentes também são intitulados como: responsivos (responsive polymers) (Inoue, Noda et al., 2012), sensitivos (sensitive polymers) (Schwarz, Ponce-Vargas et al., 2012), sensíveis a estímulos (stimulisensitive polymers) (Hamcerencu, Desbrieres et al., 2012), responsivos a estímulos (stimuliresponsive polymers) (Sá-Lima, Caridade et al., 2010), sensíveis ao meio (environmentally sensitive polymers) (Seal e Panitch, 2006) ou mesmo responsivos ao meio (environmentally responsive polymers) (Yang, Chen et al., 2009; Chuang, Don et al., 2011).

13 11 Quanto à forma física (Figura 1), os polímeros sensitivos podem ser classificados como: (i) cadeias em solução, em que o polímero sofre um colapso reversível após um estímulo ser aplicado; (ii) géis reticulados covalentemente, que intumescem ou contraem em resposta a um estímulo; (iii) géis físicos, que se formam reversivelmente, quando o estímulo é aplicado, ou seja, que apresentam uma transição sol-gel (solução-gelificação); (iv) micelas poliméricas, formadas através da agregação de polímeros anfifílicos em bloco ou polímeros modificados terminalmente; (v) cadeias imobilizadas ou (iv) enxertadas em uma superfície, em que os polímeros contraem ou se expandem reversivelmente na superfície, convertendo a interface de hidrofílica para hidrofóbica e vice-versa, quando um parâmetro externo específico é modificado (Gil e Hudson, 2004; Kumar, Srivastava et al., 2007; Maharjan, Woonton et al., 2008). Ainda, as estruturas micelares podem formar géis físicos reversíveis, quando acima de uma concentração micelar crítica (concentração micelar de gelificação) (Gil e Hudson, 2004). Além disso, os polímeros inteligentes, nas mais diversas formas físicas, podem ser conjugados com biomoléculas ou materiais sintéticos, sendo que a atividade do conjugado vai depender da resposta do polímero em relação a um estímulo aplicado (Gil e Hudson, 2004; Kumar, Srivastava et al., 2007). Em virtude dessas características peculiares, os polímeros sensitivos têm atraído a atenção dos pesquisadores para o estudo e aplicação em diversas áreas, como liberação controlada de fármacos (Ankareddi e Brazel, 2007), separação cromatográfica (Kanazawa, Yamamoto et al., 1996; Maharjan, Woonton et al., 2008), purificação de água (Parasuraman e Serpe, 2011a), recuperação aumentada de petróleo (Wang, Lu et al., 2011), catálise (Yan, Zhang et al., 2010), imobilização de enzimas e cultura de células (Nie, He et al., 2012). Grande parte dessas aplicações utiliza-se do polímero termossensitivo PNIPAM. Ultimamente, muitos sistemas têm sido desenvolvidos com o intuito de combinar dois ou mais mecanismos de resposta em um único material (Bhattacharya, Eckert et al., 2007; Li, Xing et al., 2012). Isto porque, através da aplicação simultânea de dois ou mais sinais, são induzidos diferentes tipos de resposta, o que amplia a aplicabilidade dos materiais sensitivos (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Kumar, Srivastava et al., 2007). Em particular, existe um crescente interesse na obtenção de materiais inteligentes nos quais as propriedades em meio aquoso mudem abrupta e reversivelmente em resposta a mudanças simultâneas no ph e na temperatura (Sun, Zhang et al., 2007; Bao, Li, Gan et al., 2010). A combinação das propriedades ph e termorresponsivas em um mesmo sistema tem sido objeto de grande

14 12 interesse tecnológico e científico, devido a grande importância dessas variáveis em sistemas químicos e fisiológicos típicos (Taşdelen, Kayaman-Apohan et al., 2004; Medeiros, Santos et al., 2011). Figura 1 Ilustração de diferentes formas físicas dos polímeros responsivos: (i) cadeias em solução; (ii) géis reticulados covalentemente; (iii) géis físicos; (iv) micelas poliméricas; (v) cadeias adsorvidas ou (vi) graftizadas em uma superfície Fonte: Autor

15 Polímeros Sensíveis à Temperatura A sensibilidade à temperatura é uma das características mais interessantes (Wei, Cheng et al., 2009) e a propriedade mais estudada em sistemas poliméricos responsivos (Maharjan, Woonton et al., 2008). Isto porque a mudança na temperatura é algo simples de ser controlado e de fácil aplicação em sistemas in vitro e in vivo (Gil e Hudson, 2004; He, Kim et al., 2008; Brun-Graeppi, Richard et al., 2010; Chen, Ferris et al., 2010). Quando um polímero é dissolvido em um solvente adequado, ele pode tornar-se insolúvel com o aumento ou a diminuição da temperatura, precipitando da solução (Weber, Hoogenboom et al., 2012). A solubilidade da maioria dos polímeros aumenta quando a temperatura é elevada (Chaterji, Kwon et al., 2007; Dimitrov, Trzebicka et al., 2007). Quando a separação de fases ocorre com a diminuição da temperatura, o sistema apresenta uma temperatura consoluta superior (Lucas, Soares et al., 2001) (upper critical solution temperature USCT) (Schmaljohann, 2006). Entretanto, alguns polímeros exibem um comportamento peculiar em solução, no qual uma elevação na temperatura resulta em uma separação de fases, e o sistema exibe uma temperatura consoluta inferior (Lucas, Soares et al., 2001) (lower critical solution temperature LSCT) (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Kumar, Srivastava et al., 2007; Maharjan, Woonton et al., 2008). Mais precisamente, são formadas duas fases em equilíbrio, em que uma tem uma alta concentração de polímero e a outra uma baixa concentração de polímero. A LCST representa o ponto mínimo da curva composição versus temperatura e a UCST o ponto máximo (Figura 2) (Weber, Hoogenboom et al., 2012). A figura 2 exibe a representação do diagrama de fases para um sistema binário polímero-solvente apresentando UCST ou LCST. A curva binodal separa a região homogênea da região heterogênea. Na região bifásica, um sistema polímero-solvente apresenta uma separação de fases tipo líquido líquido, na qual se encontram uma fase líquida rica em polímero (fase gel) e outra fase líquida pobre em polímero (fase sol). A curva espinodal divide a região heterogênea nas regiões instável, localizada dentro da curva espinodal, e metaestável, que fica entre as curvas binodal e a espinodal (Meier, 2004). A separação de fases em soluções de polímeros ocorre quando a composição do sistema desloca-se da região homogênea do diagrama de fases para a região metaestável ou instável do diagrama de fases. Caso a composição do sistema encontre-se na região metaestável, a separação de fases ocorre segundo o mecanismo de nucleação e crescimento

16 14 (separação lenta), enquanto que na região instável a separação de fases ocorre pelo mecanismo de decomposição espinodal (separação rápida). A separação de fases por nucleação e crescimento é um processo iniciado com flutuações locais de densidade ou concentração nas soluções poliméricas, formando núcleos de crescimento dispersos na solução. A formação do núcleo é favorecida quando a sua energia superficial livre (responsável pela formação de uma superfície líquida dentro de uma fase homogênea) for maior que a barreira de ativação para sua formação. Já o mecanismo de decomposição espinodal inicia-se, não a partir de um núcleo, mas sim com flutuações deslocalizadas de concentração, com a modulação da composição variando de forma senoidal. As flutuações aumentam nos estágios intermediários e a coalescência das fases ocorre no último estágio. O processo é espontâneo, que não requer energia de ativação e que ocorre com um coeficiente de difusão negativo (Olabisi, Robeson et al., 1979). Figura 2 Representação de um diagrama de fases para um sistema binário polímero-solvente apresentando (a) UCST e (b) LCST Fonte: Adaptado de (Olabisi, Robeson et al., 1979; Kamide, 1990) Especificamente, a LCST pode ser definida como a temperatura na qual a solução polimérica sofre uma transição de fases, passando de um estado em que as cadeias do polímero são solúveis no meio (uma fase), para um estado no qual as cadeias são insolúveis no solvente (duas fases), quando a temperatura do sistema é aumentada (Chaterji, Kwon et al.,

17 ; Bajpai, Shukla et al., 2008; Bajpai, Shukla et al., 2010; Brun-Graeppi, Richard et al., 2010). Essa transição de fases é reversível, pois quando o estímulo é removido, ou seja, a temperatura é diminuída para um valor inferior à LCST do polímero, o mesmo volta a ser solúvel no meio (Bajpai, Shukla et al., 2010). A temperatura consoluta inferior é governada pelo balanço entre as interações hidrofílicas e hidrofóbicas (Eeckman, Moës et al., 2002). Em temperaturas abaixo da temperatura crítica, em que se tem apenas uma fase, as ligações de hidrogênio formadas entre os segmentos hidrofílicos do polímero e as moléculas de solvente são dominantes, levando, assim, a sua dissolução em água. Com o aumento da temperatura, as ligações de hidrogênio enfraquecem, enquanto que as interações entre os segmentos hidrofóbicos tornam-se mais fortes, levando a uma contração das cadeias (Bajpai, Shukla et al., 2010). Esse comportamento é ilustrado na Figura 3, em que uma cadeia polimérica em meio aquoso passa de um estado expandido a baixas temperaturas (novelo), para um estado contraído (glóbulo) acima da LCST. Figura 3 Representação da transição de fases de um polímero linear que apresenta LCST em água Novelo Fonte: (Weber, Hoogenboom et al., 2012) Glóbulo Observando a LCST de um ponto de vista termodinâmico, o processo de solubilização em temperaturas baixas é favorecido através da formação de ligações de hidrogênio, o que leva a uma entalpia de solubilização negativa. Por outro lado, apesar de um pequeno ganho na entropia no processo de solubilização, a entropia de organização do sistema necessária para

18 16 que ocorram essas interações de hidrogênio é desfavorável (entropia negativa). Dessa forma, a energia livre de dissolução, ΔG, dada por ΔH-TΔS, pode mudar de negativa (solução) para positiva (transição de fases) com o aumento da temperatura (Costa e Freitas, 2002; Vieira, 2006; Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Weber, Hoogenboom et al., 2012). Uma importante família dos polímeros termorresponsivos com LCST são as poliacrilamidas N-alquilsubstituídas, tendo como representante principal a poli (Nisopropilacrilamida) (Gil e Hudson, 2004; Liu, Fraylich et al., 2009; Bajpai, Shukla et al., 2010; Medeiros, Santos et al., 2011), que será abordada mais detalhadamente no decorrer do texto. Outros polímeros da família são: poli (N,N-dietilacrilamida) (Gil e Hudson, 2004; Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Bajpai, Shukla et al., 2010; Medeiros, Santos et al., 2011), poli (2-carboxiisopropilacrilamida), poli (N-( L )-(1-hidroximetil) propilmetacrilamida), poli (N-acriloil-N -propilpiperazina) (Gil e Hudson, 2004), poli (N-etilacrilamida), poli (N,Netilmetilacrilamida), poli (N-n-propilacrilamida) (Liu, Fraylich et al., 2009; Medeiros, Santos et al., 2011), poli (N-etilmetacrilamida), poli (N-metil-N-isopropilacrilamida), poli (Nisopropilmetacrilamida), poli (N-n-propilmetacrilamida), poli (N-metil-N-n-propilacrilamida), poli (N-ciclopropilacrilamida), poli (N-ciclopropimetacrilamida) (Medeiros, Santos et al., 2011), poli (N,N-bis(2-metoxietil) acrilamida), poli (N-(3-metoxipropil)acrilamida), poli (etoxipropilacrilamida) (Liu, Fraylich et al., 2009) e poli (aminoetoxipropilacrilamida) (Uğuzdoğan e Kabasakal, 2010). Polímeros sensíveis à temperatura que não são poliacrilamidas N-alquilsubstituídas, também têm chamado considerável atenção. Dentre eles, podem ser citados: poli (Nvinilcaprolactama) (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Liu, Fraylich et al., 2009; Bajpai, Shukla et al., 2010), poli (2-etil-2-oxazolina) (Liu, Fraylich et al., 2009), poli (vinil metil éter) (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Liu, Fraylich et al., 2009), poli (2-isopropil-2-oxazolina), poli ((2-dimetilamino) metacrilato de etila), poli (óxido de propileno) (Liu, Fraylich et al., 2009) e poli (N-acriloilpiperidina) (Medeiros, Santos et al., 2011). Outro grupo de polímeros que apresentam LCST são macromoléculas de celulose alquil-substituídas, como metilcelulose, etil(hidroxietil)celulose, e hidroxipropilcelulose, que são potencialmente importantes para aplicação biomédica, já que são polímeros naturais modificados. Esses polímeros podem ser dissolvidos em água a baixas temperaturas por causa da presença de hidroxilas e de éteres nas unidades repetidas (Liu, Fraylich et al., 2009). Alguns desses polímeros estão representados a seguir, na Figura 4.

19 17 Figura 4 Estrutura química de alguns polímeros termorresponsivos: (a) poli (N-isopropilacrilamida); (b) poli (N,N-dietilacrilamida); (c) poli (N-etilacrilamida); (d) poli (2-carboxiisopropilacrilamida); (e) poli (N-( L )-(1- hidroximetil) propilmetacrilamida); (f) poli (N-acriloil-N -propillpiperazina); (g) poli (N-vinilcaprolactama); (h) poli ((2-dimetilamino) metacrilato de etila); (i) poli (2-etil-2-oxazolina); (j) poli (2-isopropil-2-oxazolina); (k) poli (vinil metil éter); (l) poli (óxido de propileno); (m) metilcelulose; (n) etil(hidroxietil)celulose Fonte: Autor Poli (N-isopropilacrilamida) (PNIPAM) O polímero termossensitivo que tem sido mais extensivamente estudado é a poli (Nisopropilacrilamida) (PNIPAM) (De Las Heras Alarcón, Pennadam et al., 2005; Dimitrov, Trzebicka et al., 2007; Maharjan, Woonton et al., 2008; Tang, Hua et al., 2008; Patrizi,

20 18 Piantanida et al., 2009; Wei, Cheng et al., 2009; Medeiros, Santos et al., 2011), o qual apresenta uma temperatura consoluta inferior de aproximadamente 32 C em água (Sun, Shi et al., 2011). Abaixo dessa temperatura, as ligações de hidrogênio entre os grupos amida do polímero e as moléculas de água são dominantes, levando à dissolução em água (Recillas, Silva et al., 2009). Com o aumento da temperatura, as ligações de hidrogênio polímerosolvente enfraquecem, enquanto que as interações entre os grupos hidrofóbicos isopropil do polímero tornam-se mais fortes, levando a uma contração das cadeias (Al-Manasir, Zhu et al., 2009; Han, Wang et al., 2009). Acima da LCST, soluções muito diluídas geram agregados com poucas cadeias de PNIPAM, enquanto que soluções mais concentradas levam a formação de partículas com tamanho coloidal ou precipitados macroscópicos (Pelton, 2010). A Figura 5 ilustra a transição de fase da PNIPAM. Figura 5 Transição de fase para a poli (N-isopropilacrilamida) Fonte: (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007) A natureza abrupta e reversível da transição de fase da PNIPAM (Recillas, Silva et al., 2009), assim como a biocompatibilidade e a proximidade entre os valores da LCST e a temperatura do corpo humano, têm atraído diversos pesquisadores para o estudo desse polímero termossensitivo (Brun-Graeppi, Richard et al., 2010), principalmente para a aplicação na área biomédica (Cole, Voelcker et al., 2009). Além disso, como a LCST é governada pelo balanço entre as interações atrativas polímero-polímero e polímero-solvente, fatores estruturais que aumentem as interações atrativas polímero-solvente aumentam a LCST; já aqueles que aumentam as interações

21 19 polímero-polímero diminuem a LCST (Liu, Fraylich et al., 2009; Brun-Graeppi, Richard et al., 2010). Dessa forma, é possível controlar a temperatura de transição por modificação (copolimerização) com comonômeros hidrofílicos (aumento na LCST) ou hidrofóbicos (diminuição na LCST). A LCST depende também da massa molar e da concentração. Foi relatado na literatura que um aumento no comprimento da cadeia polimérica ou na concentração de polímero leva a uma diminuição da LCST da poli (N-isopropilacrilamida) (Bajpai, Shukla et al., 2010). Com relação à massa molar, pode-se dizer que quanto menor for a cadeia do polímero, menor o seu caráter hidrofóbico e, dessa forma, maior será a sua LCST. Da mesma forma, quanto menor a concentração de polímero, menor a quantidade de grupos capazes de realizarem associações, o que aumenta a LCST (Durand e Hourdet, 1999). Outra abordagem para modificar a temperatura de transição de fases da PNIPAM é a presença de sais, tensoativos e co-solventes no meio (Brun-Graeppi, Richard et al., 2010) Aplicações Existe um crescente interesse em polímeros que apresentam LCST em água devido ao enorme número de possíveis aplicações (Weber, Hoogenboom et al., 2012). Principalmente na liberação controlada de fármacos, em que a contração-expansão dos hidrogéis ocorre por causa da LCST, próxima à temperatura do corpo humano (Bajpai, Shukla et al., 2008; He, Kim et al., 2008; Bajpai, Shukla et al., 2010; An, Zhang et al., 2012). Outras aplicações incluem: purificação de substâncias, engenharia de tecidos, imobilização de enzimas, cromatografia, recuperação avançada de petróleo. Em processos de separação cromatográfica, por exemplo, PNIPAM e seus copolímeros têm sido empregados no desenvolvimento de fases estacionárias termorresponsivas para cromatografia por interações hidrofóbicas e interações iônicas, com a utilização de vários materiais como suporte (Maharjan, Woonton et al., 2008). PNIPAM suportada em sílica foi utilizada como fase estacionária para cromatografia líquida de alta eficiência. Água foi utilizada como única fase móvel para a uma mistura de benzeno com cinco esteróides diferentes. Abaixo da LCST, os solutos não foram bem separados, enquanto que, acima da temperatura de transição da PNIPAM, foi obtida uma excelente resolução. Isso ocorreu, possivelmente, por causa de interações entre os solutos hidrofóbicos e os grupos isopropil da PNIPAM (Figura 6) (Kanazawa, Yamamoto et al., 1996).

22 20 Figura 6 Cromatogramas que mostram a separação de uma mistura de benzeno com 5 esteróides em uma coluna de sílica-pnipam, utilizando água como fase móvel, em diferentes temperaturas: (a) 5, (b) 25, (c) 35, e (d) 50 C. Picos: (1) benzeno; (2) hidrocortisona; (3) prednisolona; (4) dexametasona; (5) acetato de hidrocortisona; (6) testosterona Fonte: (Kanazawa, Yamamoto et al., 1996) No caso de hidrogéis reticulados quimicamente sensíveis à temperatura, por exemplo, uma das aplicações mais interessantes é na purificação de macromoléculas. O processo baseia-se no fato de que os hidrogéis podem absorver várias vezes o seu peso em água, mas excluem macromoléculas, por causa do impedimento estérico que existe como resultado do tamanho dos poros. Dessa forma, apenas moléculas de pequena massa molar conseguem entrar no hidrogel. Outro fator é que o volume desses hidrogéis é alterado reversivelmente com a temperatura, de tal modo que eles podem ser facilmente regenerados e reutilizados. A Figura 7 mostra um esquema simplificado do processo. (i) O hidrogel é adicionado a uma solução contendo macromoléculas; (ii) o hidrogel expande, como resultado da absorção de solvente e de componentes de baixa massa molar, mas excluindo as macromoléculas; (iii) a solução resultante torna-se concentrada em moléculas de alta massa molar, podendo ser separada do hidrogel por filtração; (iv) o hidrogel pode ser recuperado através do aumento da temperatura, que provoca uma contração do mesmo, liberando o solvente absorvido e as

23 21 moléculas de pequena massa molar (extrato); (v) esse hidrogel contraído, após ser separado do extrato, está pronto para ser utilizado novamente. Esse processo combina a seletividade dos hidrogéis, devido ao entrelaçamento das moléculas e a densidade das ligações cruzadas, juntamente com sua sensitividade, responsável pela variação abrupta do volume com a temperatura. Uma vantagem desse processo de separação em relação a outros é justamente o fato do gel poder ser reutilizado. Quando se usa materiais para a confecção do gel que não permitem sua restauração, o material utilizado para separação tem que ser descartado após o uso, e desse modo torna os processos inviáveis economicamente (Teixeira, 2005; Silva, 2006). Figura 7 Ilustração do processo de purificação de macromoléculas através da utilização de macrogéis termorresponsivos Fonte: Autor Microgéis de PNIPAM também oferecem um grande potencial na recuperação de petróleo. Os microgéis podem ser injetados em um reservatório de petróleo para bloquear

24 22 zonas de alta permeabilidade, fazendo com que a água de injeção, de baixa viscosidade, seja forçada a passar por zonas de permeabilidade mais baixa, deslocando até a superfície o óleo viscoso contido nessa zona. O mecanismo de bloqueio se dá pela ativação térmica, já que os reservatórios possuem temperaturas elevadas, promovendo a agregação das partículas. Ao contrário, antes de serem injetados no poço, os microgéis encontram-se dispersos no solvente, já que a temperatura é abaixo da temperatura de transição (Figura 8) (Thorne, Vine et al., 2011). Figura 8 Modelo de recuperação aumentada de petróleo pela injeção de microgéis Fonte: Adaptado de (Thorne, Vine et al., 2011)

25 Polímeros sensíveis ao ph Para os polímeros inteligentes que são sensíveis ao ph, as interações polímeropolímero e polímero-solvente experimentam abruptos reajustes devido a pequenas mudanças no ph do meio (Bajpai, Shukla et al., 2008). Isso é atribuído ao fato de que os polímeros phresponsivos são polieletrólitos com grupos laterais de bases e/ou ácidos fracos, que recebem ou liberam prótons, respectivamente, em resposta a mudanças no ph do sistema polimérico (Bajpai, Shukla et al., 2010). Isto ocorre porque o grau de ionização de ácidos ou bases fracas é significativamente alterado em virtude de uma variação no ph, próximo ao valor do pk a desses grupos. Uma mudança rápida na carga dos grupos pendentes causa uma alteração no volume hidrodinâmico das cadeias dos polímeros (Gil e Hudson, 2004; Chaterji, Kwon et al., 2007). Um polieletrólito é uma macromolécula que, quando dissolvida em meio aquoso ou outro solvente ionizante, se ioniza gerando íons. Consequentemente, em virtude da repulsão eletrostática entre as cargas de mesmo sinal presentes nas cadeias poliméricas, a macromolécula se expande. Entretanto, se o solvente não permitir a ionização do polieletrólito, a cadeia solúvel permanece em um estado compacto. Se as cadeias do polieletrólito possuírem caráter hidrofóbico quando não ionizadas, elas colapsam em forma de glóbulos e precipitam da solução aquosa. Já que o grau de ionização de um polieletrólito fraco é controlado através do ph do meio aquoso, os polímeros ph-responsivos mudam abruptamente de conformação em resposta a pequenas mudanças no ph do meio aquoso (Bajpai, Shukla et al., 2008). No caso de hidrogéis ph-responsivos que são quimicamente reticulados, o material passa de um estado contraído para intumescido em resposta a uma pequena variação no ph do meio, que depende do grau de ionização dos grupos funcionais de ácidos ou bases fracos. A diferença na concentração de contraíons no interior do hidrogel em relação à solução externa, que varia em função do ph do solvente, gera uma pressão osmótica, a qual governa a mudança no volume e, consequentemente, o processo de contração/intumescimento (Gil e Hudson, 2004). Ainda, é importante salientar que, a extensão do intumescimento do hidrogel também depende das interações entre as cadeias poliméricas reticuladas com o solvente e da força elástica restauradora do gel (Figura 9) (Chaterji, Kwon et al., 2007; Bajpai, Shukla et al., 2010; Samchenko, Ulberg et al., 2011).

26 24 Por exemplo, em soluções básicas, grupos ácidos presentes em um hidrogel sofrem desprotonação. Os hidrogênios ácidos gerados se combinam com os OH - do meio, formando moléculas de água. A neutralidade de cargas no hidrogel é mantida pela entrada de cátions (contraíons móveis) na rede tridimensional. A densidade de cargas de mesmo sinal (que, para os hidrogéis aniônicos é negativa) dentro da rede polimérica é aumentada, acompanhada pelo aumento na concentração de cátions no hidrogel, o que dá origem a uma pressão osmótica, promovendo a entrada de água no interior da rede polimérica, aumentando as interações entre o polímero e o solvente, resultando no intumescimento do hidrogel. O intumescimento chega ao equilibro com o balanço das pressões interna e externa, juntamente com as interações polímero-polímero na rede, que limitam o intumescimento do hidrogel (Chaterji, Kwon et al., 2007; Bajpai, Shukla et al., 2010). Figura 9 Mudança no tamanho de um microgel polieletrólito em função do ph do meio Fonte: (Thorne, Vine et al., 2011) A reversibilidade do processo pode ser observada quando o ph do meio fica ácido. Nesse caso, o hidrogel aniônico é protonado, resultando em uma diminuição tanto na densidade de cargas negativas quanto na quantidade de contraíons dentro do hidrogel, levando à contração do mesmo. Também, é importante salientar que, se o hidrogel com grupos ácidos já estiver completamente desprotonado em um meio básico, e o ph for elevado a valores ainda maiores (aumento da força iônica), ocorrerá uma contração do hidrogel, devido à geração de uma pressão osmótica no sentido contrário (Figura 10) (Bajpai, Shukla et al., 2008; Bajpai, Shukla et al., 2010; Samchenko, Ulberg et al., 2011).

27 25 Figura 10 Intumescimento/contração de um hidrogel ph-sensitivo aniônico em função da força iônica do meio Fonte: (Bajpai, Shukla et al., 2008) Os polímeros responsivos ao ph podem ser divididos em polibases, poliácidos (Gil e Hudson, 2004; Maharjan, Woonton et al., 2008), ou, ainda, anfóteros (Bajpai, Shukla et al., 2010) Poliácidos Os poliácidos possuem grupos ácidos (-COOH, -SO 3 H) nas cadeias poliméricas, que são desprotonados quando o ph fica acima do pk a, gerando poliânions; quando o ph do meio fica abaixo do pk a, os grupos são protonados (Gil e Hudson, 2004; Bajpai, Shukla et al., 2010; Medeiros, Santos et al., 2011; Samchenko, Ulberg et al., 2011). A maioria dos polímeros aniônicos sensitivos ao ph é baseada no poli (ácido acrílico) (PAA) ou seus derivados (Figura 11) (Bajpai, Shukla et al., 2008). Figura 11 Polímeros aniônicos sensíveis ao ph: (a) poli (ácido acrílico); (b) poli (ácido metacrílico); (c) poli (ácido 2-etil acrílico); (d) poli (ácido 2-propil acrílico) Adaptado de: (Gil e Hudson, 2004)

28 Polibases As polibases possuem grupos básicos (-NH 2 ) em sua estrutura, os quais são protonados em valores de ph inferiores ao pk a dos grupos, gerando policátions; quando o ph do meio fica acima do pk a, os grupos desprotonam. Alguns policátions estão representados na Figura 12 (Gil e Hudson, 2004; Liu e Urban, 2010). Figura 12 Polímeros catiônicos sensíveis ao ph: (a) poli (metacrilato de N,N -dimetil aminoetila), (b) poli (metacrilato de N,N-dietil aminoetila), (c) poli (4 ou 2-vinilpiridina), (d) poli (vinil imidazol) Adaptado de: (Gil e Hudson, 2004) Quitosana A quitosana (QS) é um dos polímeros de fonte renovável que têm chamado mais atenção, principalmente para a área biomédica, por causa de suas propriedades biológicas favoráveis como biocompatibilidade, biodegradabilidade, mucoadesividade, atividade antimicrobiana e baixo custo. Além disso, seus produtos de degradação são não tóxicos, não imunogênicos e não carcinogênicos (Alves e Mano, 2008; Bajpai, Shukla et al., 2010). Esse polissacarídeo tem sido extensivamente obtido através da desacetilação da quitina (Carreira, Goncalves et al., 2010), o segundo polissacarídeo mais abundante da natureza, perdendo apenas para a celulose (Dos Santos Alves, Lima Vidal et al., 2009; Dash, Chiellini et al., 2011). A quitosana também pode ser encontrada naturalmente em alguns fungos (Dash, Chiellini et al., 2011) (Figura 13).

29 27 Figura 13 Estruturas químicas da (a) celulose; (b) quitina e (c) quitosana Fonte: Autor A quitina é constituída predominantemente por unidades repetitivas de 2-acetamido-2- desoxi-d-glicopiranose unidas por ligações glicosídicas β-(1 4). É uma estrutura semelhante à da celulose, sendo que, nesta última, ao invés dos grupos acetamido existem hidroxilas (unidades β-(1 4)-2-desoxi-D-glicopiranose). A quitina pode ser encontrada no exoesqueleto de crustáceos, insetos e alguns fungos. As principais fontes comerciais da quitina são os resíduos de camarões, lagostas e caranguejos. Mas, apesar da produção mundial de várias toneladas por ano, não têm sido encontradas aplicações para a quitina, além de ser matéria prima para produção da quitosana, por causa da sua falta de solubilidade em praticamente todos os solventes comuns. A dificuldade de solubilização da quitina é atribuída a grande quantidade de ligações de hidrogênio existentes entre suas cadeias (Dos Santos Alves, Lima Vidal et al., 2009; Pillai, Paul et al., 2009; Dash, Chiellini et al., 2011).

30 28 A obtenção da quitosana a partir da desacetilação termoquímica da quitina ocorre em meio básico, sendo que a maioria dos métodos propostos envolve a hidrólise na posição acetilada por meio de soluções de hidróxido de sódio ou de potássio, ou a mistura de hidrazina anidra e sulfato de hidrazina. O tratamento da quitina em solução aquosa de NaOH a % (m/v), a temperaturas na faixa de C, por 4-5 horas, resulta na N-desacetilação da quitina. As condições utilizadas para a desacetilação determinam a massa molar média e o grau de desacetilação da quitosana (Dash, Chiellini et al., 2011). A quitosana é um copolímero linear composto de unidades 2-amino-2-desoxi-Dglicopiranose (em maior proporção) e 2-acetamida-2-desoxi-D-glicopiranose, interligadas por ligações glicosídicas β-(1 4) (Garcia, Costa et al., 2008; Dash, Chiellini et al., 2011). A quantidade de grupos 2-amino-2-desoxi-D-glicopiranose determina o grau de desacetilação do copolímero. De maneira geral, é considerado que quando o grau de desacetilação (GD) da quitina é maior que 50 % (dependendo da origem do polímero e da distribuição dos grupos acetil ao longo das cadeias), o polímero se torna solúvel em meio aquoso ácido e é nomeado quitosana (Alves e Mano, 2008). A presença dos grupos amino (-NH 2 ), com pk a em torno de 6-6,5, nas cadeias de QS, possibilita a sua solubilização em soluções aquosas ácidas diluídas (ph < 6). Essa propriedade faz da quitosana um polímero ph-responsivo. A baixos valores de ph, os grupos amino ficam protonados (positivamente carregados), fazendo da quitosana um polieletrólito catiônico solúvel em água. Quando o ph aumenta acima do pk a dos grupos amino, a quitosana desprotona e o polímero deixa de estar carregado, tornando-se insolúvel (Dash, Chiellini et al., 2011) Polímeros anfóteros ou esquizofrênicos Os polímeros anfóteros são polímeros ph sensitivos que possuem tanto grupos ácidos quanto grupos básicos ao longo da cadeia (Guo e Gao, 2007). Eles também são chamados de esquizofrênicos, por causa da presença de grupos catiônicos e aniônicos num mesmo material. Dessa forma, a carga resultante do material pode ser modulada, para a obtenção de propriedades desejadas, através da mudança na proporção entre grupos ácidos ou básicos durante a síntese e do ph do meio (Bajpai, Shukla et al., 2010). Sendo assim, a seleção apropriada de monômeros ácidos e/ou básicos, bem como a proporção, durante a síntese dos copolímeros, é de fundamental importância para a aplicação desejada.

31 Aplicações A variação abrupta no volume em função do ph é particularmente interessante para aplicações biomédicas. Isto porque o corpo humano exibe variações no ph ao longo do trato gastrointestinal, assim como em áreas específicas como certos tecidos (áreas tumorais) e compartimentos subcelulares (Bajpai, Shukla et al., 2008; Bajpai, Shukla et al., 2010; Brun- Graeppi, Richard et al., 2010). Por exemplo, o estômago possui um valor de ph de 1,2, enquanto que o ph do intestino delgado é de 7,4. Além disso, é sabido que o ph extracelular de tumores (6,8-6,9) é mais ácido do que o ph intracelular de tumores (7,2) e do que ph extracelular de tecidos (7,4) (Schmaljohann, 2006; Medeiros, Santos et al., 2011). Nesse sentido, hidrogéis sensíveis ao ph são os mais frequentemente utilizados no desenvolvimento de sistemas de liberação controlada de fármacos (Samchenko, Ulberg et al., 2011). Outras aplicações dos polímeros ph-sensitivos incluem cultura de células (Patil, Chaudhury et al., 2012), inibidores de corrosão (Chen e Fu, 2012) e regeneração de tecidos (Sá-Lima, Caridade et al., 2010; Tan, Rubin et al., 2010). Geralmente, peptídeos e proteínas, como a insulina, por exemplo, não podem ser administrados por via oral, por causa da degradação dessas substâncias por enzimas proteolíticas no trato gastrointestinal e por causa da taxa extremamente baixa de transporte através da mucosa intestinal. Para superar essas barreiras na liberação por via oral, diversas estratégias têm sido investigadas, como o uso de agentes promotores de absorção e de inibidores de protease, que tem levado a uma melhor assimilação das proteínas (Lowman, Morishita et al., 1999; Nakamura, Murray et al., 2004; Bajpai, Shukla et al., 2010). A avaliação de hidrogéis ph-responsivos graftizados como veículos para liberação de insulina por via oral foi relatada na literatura. Esses géis, nomeados poli (ácido metacrílico-getileno glicol), foram feitos a partir de cadeias de poli (ácido metacrílico) enxertadas com poli (etileno glicol) (PEG), utilizando dimetilacrilato de etilenoglicol como agente reticulante. Estudos in vitro (Morishita, Lowman et al., 2002) mostraram que todas as formulações foram capazes de absorver grande quantidade de insulina da solução, sendo que a velocidade de assimilação foi significativamente maior (20 minutos) para o copolímero com quantidade equimolar de ácido metacrílico e PEG. Para o hidrogel produzido na proporção de 4:1 (ácido metacrílico: PEG) e para o hidrogel de poli (ácido metacrílico), uma absorção quase completa de insulina foi observada em 24 horas de incubação. Esse desempenho foi atribuído ao fato de

32 30 que a insulina possui maior afinidade com as cadeias do PEG, fazendo com o que maior incorporação de fármaco fosse observada no copolímero com maior quantidade de PEG. A liberação da insulina, em função do ph, também foi estudada (Morishita, Lowman et al., 2002). Em meio ácido (ph=1,2), a insulina teve liberação de apenas 6% para o hidrogel na proporção de 1:1, enquanto que os hidrogéis de poli (ácido metacrílico-g-etileno glicol) (ácido: PEG de 4:1) e de poli (ácido metacrílico) tiveram uma liberação de 50% da insulina em um período de 2 horas. O comportamento em meio ácido, similar ao do estômago, foi atribuído à formação de ligações de hidrogênio entre os prótons ácidos do poli (ácido metacrílico) e o oxigênio do PEG. Essas reticulações físicas promoveram uma diminuição do tamanho do poro dos géis, o que impede a liberação da insulina, protegendo-a do meio ácido. Assim, quanto maior a quantidade de PEG no gel, maior a formação de ligações de hidrogênio, menor o tamanho dos poros, e menor a liberação. No caso do hidrogel sem PEG, o poli (ácido metacrílico), em meio ácido, a diminuição do tamanho do poro ocorre apenas em função da hidrofobicidade do material nessas condições; mas, por causa da ausência das reticulações físicas com o PEG, o tamanho do poro é suficiente para a passagem da insulina. Já em um valor mais elevado de ph (6,8), devido à rápida dissociação dos grupos ácidos, a insulina foi rapidamente liberada em todos os hidrogéis. Contudo, um pequeno retardamento na liberação foi observado para o hidrogel com proporções equimolares de ácido e PEG, quando comparado aos outros géis, devido à interação da insulina com as cadeias de PEG (Figura 14). Em outro estudo (Lowman, Morishita et al., 1999), a insulina foi incorporada nos hidrogéis ph-sensíveis de poli (ácido metacrílico-g-etileno glicol) e administrada oralmente em ratos saudáveis e diabéticos. No ambiente ácido no estômago, os géis não intumesceram devido à formação de complexos intermoleculares. Dessa forma, a insulina ficou retida nos géis e protegida da degradação proteolítica. No ambiente básico do intestino, os complexos intermoleculares foram desfeitos, o que resultou em rápido intumescimento dos hidrogéis e liberação da insulina. Dentro de 2 horas de administração dos copolímeros com insulina incorporada foi observado um forte efeito hipoglicemiante, tanto nos ratos saudáveis quanto nos diabéticos, sendo que os efeitos duraram por até 8 horas. Também, foi investigado o efeito do tamanho das partículas de poli (ácido metacrílicog-etileno glicol) na liberação de insulina no intestino (Morishita, Goto et al., 2004), sendo observado que quanto menor o tamanho das partículas, maior a liberação de insulina, por causa da maior área de contato do gel com a mucosa, resultando em maiores efeitos

33 31 hipoglicemiantes, sem danos detectáveis à mucosa. A mucoadesividade dos hidrogéis foi conferida através da presença das cadeias laterais do PEG. Além disso, a presença dos grupos carboxílicos pode blindar o Ca 2+, inibindo a ação de enzimas dependentes desse metal, o que contribuiu para a proteção da insulina da degradação por proteazes. Figura 14 Liberação de insulina por via oral, e sua liberação no intestino a partir de partículas de poli (ácido metacrílico-g-etileno glicol) Fonte: Autor Contudo, uma das limitações inerentes ao uso de polímeros sintéticos ph-responsivos, quando se trata da aplicação biomédica, é a não biodegradabilidade desses materiais. Em alguns casos, se o polímero não degrada dentro do corpo, ele deve ser cirurgicamente removido, implicando em alto custo e risco para o paciente (Samchenko, Ulberg et al., 2011). A biodegradabilidade é uma propriedade que faz com que materiais degradem in vivo em fragmentos menores que podem ser excretados pelo corpo. Como a não toxicidade é fundamental, esses produtos de degradação não podem ser tóxicos (a não ser que sejam desenvolvidos para esse fim), não devem criar nenhuma resposta inflamatória e têm que permanecer no corpo por um período de tempo razoável requerido pela aplicação. A degradação pode ocorrer por um processo biológico ativo (participação de enzimas presentes no organismo), por meio passivo (resultado de reações químicas) ou simplesmente pela solubilização gradativa do polímero (Silva, 2006). Dessa forma, muita atenção tem sido dada ao desenvolvimento de materiais ph-responsivos que sejam baseados em polipeptídeos, proteínas e polissacarídeos (Samchenko, Ulberg et al., 2011).

34 COMBINAÇÃO DAS PROPRIEDADES ph E TERMORRESPONSIVAS Existe um interesse crescente no desenvolvimento de materiais que apresentem sensibilidade tanto ao ph quanto à temperatura em meio aquoso, em virtude da facilidade de controle dessas propriedades e da grande aplicabilidade desses materiais, como em biotecnologia, processamentos químicos e áreas médicas. Como mencionado previamente, dentre os polímeros termorresponsivos, o mais extensivamente investigado é a PNIPAM. Hidrogéis poliméricos ph e termorresponsivos têm sido frequentemente sintetizados a partir da copolimerização radicalar da NIPAM com monômeros do tipo ácido acrílico, na presença de um agente de reticulação, comumente a N,N -metilenobisacrilamida (MBA) (Duan, Zhang et al., 2011). De fato, o ácido acrílico é o monômero mais utilizado para a produção de copolímeros com a NIPAM, a fim de obter materiais com ph e termossensibilidade (Dimitrov, Trzebicka et al., 2007). Citando um exemplo, microgéis de PNIPAM quimicamente reticulados e de PNIPAM com diferentes quantidades de ácido acrílico (PNIPAM-co-PAA) foram sintetizados por polimerização por precipitação por radicais livres, utilizando persulfato de amônio como iniciador e N,N -metilenobisacrilamida (MBA) como agente reticulante (Figura 15). O estudo revelou que a estabilização dos microgéis em diferentes phs e temperaturas pode ser afetada por fatores como: concentração polimérica, adição de surfactantes iônicos e quantidade de grupos carregados no polímero (Al-Manasir, Zhu et al., 2009). Figura 15 Esquema do processo de síntese de microgéis de PNIPAM-co-PAA, por polimerização por precipitação, usando um iniciador radicalar (persulfato) e MBA como agente de reticulação Fonte: (Al-Manasir, Zhu et al., 2009)

35 33 Com o intuito de incorporar, aos polímeros de dupla sensibilidade, propriedades biológicas favoráveis, tais como biodegradabilidade, biocompatibilidade e baixa toxicidade, tem sido sugerido a introdução de polissacarídeos, entre os quais se destaca a quitosana, que também é ph-sensitiva. Várias maneiras de unir as cadeias de quitosana com as de PNIPAM têm sido propostas. Han e colaboradores (2009), por exemplo, desenvolveram hidrogéis de quitosana funcionalizada com metacrilato de glicidila (QS-MAG) e copolimerizada com NIPAM, utilizando N,N -metilenobisacrilamida (MBA) como agente reticulante. A copolimerização foi realizada via fotopolimerização. A solução de QS-MAG com os demais reagentes foi irradiada com luz na faixa do ultravioleta, fazendo com o que fotoiniciador 2959 sofresse quebra homolítica nas suas ligações C-C, gerando radicais livres, que promoveram a clivagem das duplas ligações (C=C) do monômero, do agente reticulante e do derivado de quitosana. Esse processo gerou hidrogéis nos quais as cadeias de PNIPAM e de quitosana estão covalentemente ligadas (Figura16). Figura 16 Esquema de preparação dos hidrogéis Fonte: (Han, Wang et al., 2009)

36 34 A liberação de um fármaco modelo, o ácido laranja 8 (AL8), foi avaliado em meio ácido (ph = 2,2) e meio neutro (ph = 7,4), a uma temperatura de 37 C. Em meio neutro, o AL8 foi liberado gradualmente do hidrogel; enquanto que, em meio ácido, a taxa de liberação foi extremamente baixa (Figura 17). Esse comportamento foi atribuído ao fato das interações do AL8 com o hidrogel ser dependente do ph do meio. Isso porque, em meio ácido, os grupos amino da quitosana encontram-se positivamente carregados, enquanto que em meio neutro eles encontram-se na forma não ionizada. Dessa forma, em ph ácido, existe uma forte interação eletrostática atrativa entre os grupos amino protonados da quitosana (-NH + 3 ) com o grupo SO - 3 do AL8, que dificulta a liberação do AL8. A falta de interação em ph neutro promoveu a liberação gradual do fármaco modelo nesse meio (Han, Wang et al., 2009). Figura 17 Perfil de liberação cumulativa do ácido laranja 8 do hidrogel em diferentes valores de ph de soluções tampão Fonte: (Han, Wang et al., 2009) Hua e colaboradores (2011) sintetizaram copolímeros de quitosana-g-pnipam conjugados com Lilial (3-(4-terc-butilfenil) isobutiraldeído) e verificaram a liberação desse último em função do ph e da temperatura do meio. A formação do conjugado foi realizada através da reação do grupo aldeído do lilial com o NH 2 da quitosana, em meio iônico líquido (cloreto de 1-butil-3-metilimidazolina, [BMIM]Cl), identificado como bom solvente para a quitosana. A base de Schiff gerada por essa reação é estável em meio neutro (durante armazenamento e trânsito do fármaco), mas é progressivamente hidrolisada quando o ph fica abaixo de 6 (captação endossomal ou lisossomal). A enxertia da quitosana com cadeias de

37 35 PNIPAM foi feita por reações de esterificação. Isso foi possível porque a PNIPAM foi previamente funcionalizada com grupos carboxílicos terminais (Figura 18). Figura 18 Representação esquemática da rota sintética para a obtenção do copolímero conjugado PNIPAMquitosana-Lilial Fonte: (Hua, Jiang et al., 2011) O conjugado PNIPAM-quitosana-Lilial associou-se na forma de estruturas núcleocorona (core-shell) em meio aquoso de ph = 7,4, à temperatura ambiente, sendo o núcleo formado por quitosana-lilial e a corona por PNIPAM. O tamanho dos nanocarreadores (d 142 ± 60 nm) ficou em uma faixa desejável para aplicação intravenosa. Quando a temperatura foi elevada para 37 C, no mesmo ph, a corona de PNIPAM colapsou, o que gerou um tamanho médio de partícula ligeiramente menor (d 135 ± 60 nm), promovendo a formação de uma camada protetora. Esses fatores sugerem boa encapsulação durante o tempo de armazenamento e de trânsito, revelado pela não liberação do lilial nessas condições durante 72 horas. Em ph mais ácido (ph = 4,5) e a 37 C, mimetizando a captação por endossomos ou lisossomos, as micelas anteriormente formadas foram desfeitas, ocorrendo a formação de micelas inversas com tamanho reduzido (d 8 ± 3 nm), o que favorece a limpeza por filtração renal. Neste ph, 70 % das moléculas de Lilial foram liberadas dentro de 30 horas, através da quebra hidrolítica da base de Schiff exposta ao meio ácido (Figura 19). Esse perfil de liberação estímulo-responsivo revelou uma abordagem viável no desenvolvimento de nanocarreadores baseados em quitosana e PNIPAM para administração intravenosa de fármacos hidrofóbicos (Hua, Jiang et al., 2011).

38 36 Figura 19 (A) Perfil de liberação do Lilial simulado em: (a) 25 C e ph = 7,4; (b) 37 C e ph = 4,5. (B) Representação esquemática da dupla responsividade do nanocarreador conjugado auto-associativo PNIPAMquitosana-Lilial. A PNIPAM está representada em vermelho, a quitosana em azul e o lilial em amarelo Fonte: (Hua, Jiang et al., 2011) Nas últimas décadas, a copolimerização por enxertia de monômeros vinílicos nas cadeias de polissacarídeos através da iniciação por radicais livres tem atraído o interesse de muitos cientistas. Esse tipo de síntese possibilita a produção de materiais que agregam e melhoram as propriedades dos polímeros em relação aos seus precursores, ampliando a aplicabilidade. Por exemplo, hidrogéis contendo apenas quitosana mostram rápida dissolução no estômago e, assim, capacidade limitada de controle de liberação de fármacos. A enxertia de PNIPAM permite um maior controle no processo de liberação. A enxertia de NIPAM na quitosana também melhora as propriedades mecânicas da PNIPAM (Prabaharan e Mano, 2006; Alves e Mano, 2008; Carreira, Goncalves et al., 2010). Entre os iniciadores dessa polimerização, tem-se o nitrato de cério amoniacal (NCA), persulfatos em geral (XPS) e a 2,2 -azoisobutironitrila (AIBN), comumente ativados termicamente ou ainda por sistemas redox, em que se adicionam o N,N,N,N - tetrametilenodiamina (TEMED) (Prabaharan e Mano, 2006; Alves e Mano, 2008; Carreira, Goncalves et al., 2010). Com relação ao mecanismo para a reação de copolimerização de monômeros vinílicos nas cadeias de quitosana, usando NCA ou XPS como iniciador, por exemplo, várias hipóteses têm sido propostas quanto ao ponto da cadeia de quitosana em que ocorrerá a formação de radicais livres para iniciar a reação. Gaffar e colaboradores (2004) sugerem que a incorporação do monômero vinílico, o anidrido itacônico, nas cadeias de QS, iniciada por NCA, ocorra pela reação radicalar entre as

39 37 duplas ligações do anidrido itacônico e as hidroxilas secundárias das cadeias de QS, como apresentado no esquema da Figura 20 (Gaffar, El-Rafie et al., 2004). Figura 20 Esquema de enxertia de monômero vinílico nas cadeias de quitosana Fonte: (Alves e Mano, 2008) Chung e colaboradores (2006) propõem que o NCA abstrai um hidrogênio do grupo CH 2 ligado à hidroxila primária da glucosamina, conforme apresentado no esquema da Figura 21, a seguir (Chung, Bae et al., 2005). Figura 21 Esquema da reação para a síntese da QS-g-PNIPAM Fonte: (Prabaharan e Mano, 2006)

40 38 Recillas e colaboradores (2009) sugerem que a copolimerização da PNIPAM, iniciada por NCA, ocorre nos grupos amina das cadeias de quitosana, como mostrado no esquema da Figura 22 (Recillas, Silva et al., 2009). Figura 22 Esquema da reação de modificação das cadeias de QS, iniciada por NCA, formando os copolímeros de QS-g-PNIPAM Fonte: (Recillas, Silva et al., 2009) Da mesma forma que ocorre para o NCA, diversos mecanismos têm sido propostos para a iniciação da quitosana utilizando persulfato, como é exemplificado na Tabela 1. Isso mostra que, quando a reação de incorporação da PNIPAM nas cadeias da quitosana ocorrer por meio da formação de radicais livres, o radical iniciador não é seletivo, e pode atacar qualquer um dos pontos da cadeia de quitosana, susceptíveis à formação de radical livre. Dessa forma, até o momento, não há um mecanismo único que explique a reação entre PNIPAM e QS, iniciado tanto por NCA, quanto por persulfato.

41 39 Tabela 1 Exemplos de mecanismos propostos para a iniciação da enxertia de monômeros vinílicos sobre a cadeia de quitosana, utilizando persulfato como iniciador Mecanismo proposto Referência (Najjar, Yunus et al., 2000) (Prashanth e Tharanathan, 2003) (Mahdavinia, Pourjavadi et al., 2004) (Mun, Nurkeeva et al., 2008) (Ganji e Abdekhodaie, 2008)

42 40 Duan e colaboradores (2011) sintetizaram copolímeros de CS-g-PNIPAM, por polimerização por precipitação, utilizando persulfato de amônio como iniciador e MBA como agente reticulante (Figura 23). As nanopartículas obtidas foram carregadas com oridonin, um potente agente anticancerígeno na medicina chinesa tradicional, e que tem se mostrado eficaz contra diversos tumores, por ensaios farmacológicos e clínicos. Testes de liberação in vitro a 37 C demonstraram que a liberação do oridonin foi maior em ph mais ácidos e menor em ph de 7,4 (Duan, Zhang et al., 2011). Figura 23 Esquema de síntese dos copolímeros Fonte: (Duan, Zhang et al., 2011) Mais recentemente, foram preparados novos copolímeros esquizofrênicos, responsivos à temperatura e ao ph, através da copolimerização da NIPAM e do AA nas cadeias de quitosana, usando um sistema iniciador hidroperóxido de terc-butila/grupo amino (quitosana), por polimerização em emulsão sem tensoativo (80 C) (Figura 24). Em meio diluído, dois tipos de nanopartículas reversíveis foram obtidos, através da mudança no ph: micelas positivamente carregadas com quitosana como corona, em meio ácido, e micelas

43 41 negativamente carregadas com PNIPAM-co-PAA como corona, em meio alcalino (Fei, Yang et al., 2010). Figura 24 Esquema de síntese do copolímero quitosana-g-p(nipam-co-aa) por polimerzação por graftização radicalar Fonte: (Fei, Yang et al., 2010) Jung e colaboradores (2009) prepararam nanopartículas termorresponsivas, tendo PNIPAM-co-PAA como núcleo e quitosana como corona. Inicialmente, partículas de PNIPAM-co-PAA foram sintetizadas na presença de um tensoativo (dodecilsulfato de sódio polimerização em emulsão) e reticuladas com MBA, utilizando persulfato de potássio como iniciador, ativado termicamente (75 C). Após purificação por diálise, as partículas foram adicionadas a uma solução contendo quitosana, e 1-etil-3-dimetilamino-propil-carbodiimida (EDC) foi adicionado, promovendo a reação entre o grupo amina da quitosana e o carboxílico da partícula. O tamanho das partículas variou de 380 a 25 nm com o aumento da temperatura do meio disperso. As nanopartículas com quitosana mantiveram comportamento termossensitivo, como LCST e contração das partículas por causa da presença do núcleo com PNIPAM, induzindo agregação por volta da LCST. Esse comportamento não foi observado para as partículas de PNIPAM-co-PAA (sem quitosana). Além disso, as partículas de quitosana devem apresentar maior biocompatibilidade por causa da presença do polissacarídeo (Jung, Jang et al., 2009). O potencial de aplicação desses materiais ph e termossensitivos baseados em PNIPAM não se restringe apenas à área farmacêutica. Parasuraman e colaboradores publicaram alguns trabalhos sobre a síntese de microgéis de PNIPAM-co-PAA para descontaminação de água (Parasuraman e Serpe, 2011b; a; Parasuraman, Leung et al., 2012). Em uma das publicações, por exemplo, as partículas de PNIPAM-co-PAA, reticuladas com

44 42 MBA, com diferentes quantidades de ácido acrílico, mas mantendo a concentração total de monômero igual para todos os microgéis (140 mm), foram preparadas por polimerização por precipitação, iniciada por radicais livres (persulfato de amônio). Foi avaliada a eficiência desses microgéis na remoção de corantes orgânicos da água. Eles observaram que, em temperatura ambiente, a quantidade de corante removida aumentou com o aumento na concentração das partículas e na quantidade de ácido acrílico na partícula, sendo este comportamento atribuído ao aumento no tamanho das partículas (determinado por espalhamento de luz dinâmico) com o aumento na concentração de AA. Também, a remoção do corante foi maior a maiores temperaturas, muito provavelmente por causa da termossensibilidade da PNIPAM, que expele água, retendo o corante por interação hidrofóbica. Com a aplicação de ciclos de temperatura, a remoção do corante orgânico foi aumentada, embora tenha sido limitada em dois ciclos de aquecimento, provavelmente, porque os microgéis saturaram após o segundo aquecimento, não conseguindo reter mais nenhum material (Parasuraman e Serpe, 2011b). Outro grupo de pesquisa, formado por Saitoh e colaboradores, tem publicado artigos sobre a preparação de copolímeros contendo quitosana, PNIPAM e PAA para purificação de água contaminada (Saitoh, Sugiura et al., 2009; Saitoh, Tohru, Asano, Kotaro et al., 2011; Saitoh, Asano et al., 2012). Os copolímeros de PNIPAM-co-PAA foram sintetizados previamente por polimerização redox (persulfato de amônio/ TEMED) da mistura de NIPAM com AA. Então, PNIPAM-co-PAA foram ligados à quitosana por reação posterior de um agente de condensação com 1-etil-3-dimetilamino-propil-carbodiimida. Eles avaliaram o potencial de utilização dessas partículas para remoção de fenóis em água. Uma enzima (tirosinase) foi adicionada ao meio aquoso contendo copolímero e o fenol, para oxidação desse último. Ocorreu uma rápida interação dos fenóis oxidados com os grupos amino provenientes da quitosana, a 30 C (material ainda solúvel). Através da agitação e aquecimento, os polímeros contendo alta concentração dos compostos oxidados depositaram e aglutinaram-se, formando coágulos. Aumentando a concentração de polímero e a quantidade de quitosana no copolímero, a quantidade de fenol removida também aumentou. Por exemplo, quando 1,0 grama de copolímero contendo 8,7 % de quitosana foi empregado no tratamento de 1 litro de água contaminada, a concentração de fenol (19 mg/l) foi reduzida para abaixo do limite de detecção (0,08 mg/l) dentro de 2 horas (Saitoh, Sugiura et al., 2009).

45 O ESTUDO DE PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE PARTÍCULAS POLIMÉRICAS INTELIGENTES Reologia A reologia descreve a deformação de sólidos, líquidos ou gases sob a influência de tensões. Sólidos ideais deformam-se elasticamente, ou seja, a energia necessária para a deformação é totalmente recuperada quando a tensão é removida. Fluidos ideais (líquidos e gases) deformam-se irreversivelmente, ou seja, fluem. Sendo assim, a energia requerida para a deformação é dissipada sob a forma de calor e não pode ser recuperada através da remoção da tensão. Os corpos reais não são sólidos ideais nem fluidos ideais. Os sólidos reais também podem se deformar de forma irreversível (fluir) quando sob a influência de forças de magnitude suficiente. Também, somente alguns líquidos de importância técnica ou prática se aproximam dos líquidos com comportamento ideal. A grande maioria dos líquidos apresenta comportamento reológico que os classifica numa região entre os líquidos e os sólidos: eles são elásticos e viscosos e, por essa razão, são chamados viscoelásticos. Os equipamentos que medem as propriedades viscoelásticas de materiais são chamados reômetros. Em particular, os sistemas de medição, que envolvem a utilização de cilindros coaxiais em reômetros, resultam do dobramento de ambos os pratos do modelo de placas paralelas (Figura 25), formando um cilindro externo e outro interno. Uma amostra líquida preenche o espaço anular entre os dois cilindros e é submetida a um cisalhamento, em que o cilindro externo (copo) é fixo e o interno (rotor) gira (Schramm, 2006). Antes de uma breve descrição do comportamento reológico dos fluidos, é essencial definir um parâmetro fundamental: a viscosidade. A viscosidade de um fluido foi definida por Newton como a resistência ao deslizamento de suas moléculas devido à fricção interna e, quanto maior o grau de fricção interna de um fluido, maior é a sua viscosidade. O modelo de um fluido disposto entre duas placas paralelas, sendo uma placa estacionária (inferior), auxilia na compreensão (Figura 25). Quando uma força F é aplicada tangencialmente a placa superior, de área A, é gerado um fluxo na camada líquida, sendo que sua velocidade diminui em direção à placa inferior, até chegar a zero. De acordo com esse modelo, a força requerida por unidade de área (F/A) para manter uma diferença de velocidade entre as placas (dv/dx) é

46 44 diretamente proporcional ao gradiente de velocidade através do líquido. Assim, o coeficiente de proporcionalidade é igual à viscosidade (η) (Ferreira, Brandão et al., 2005). Figura 25 Fluxo entre duas placas paralelas Fonte: Autor F dv (1) A dx A força por unidade de área é conhecida como tensão de cisalhamento (σ) e o gradiente de velocidade é conhecido como taxa de cisalhamento (. ). Substituindo (F/A) por (σ) e (dv/dx) por (. ), tem-se a equação de Newton (Equação 2) para a viscosidade de um fluido.. (2) Os fluidos chamados Newtonianos apresentam uma relação linear entre a taxa de cisalhamento e a tensão de cisalhamento, ou seja, a viscosidade mantém-se constante com a variação na taxa de cisalhamento. Ao contrário dos fluidos Newtonianos, os fluidos não- Newtonianos não apresentam uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento, isto é, os valores da viscosidade variam com a variação nos valores da taxa de cisalhamento. Em especial, para alguns fluidos, os valores de viscosidade diminuem com o aumento da taxa de cisalhamento; nesse caso, diz-se que o material possui comportamento pseudoplástico. Como exemplo, têm-se alguns tipos de emulsões e vários tipos de suspensões. Com o aumento da taxa de cisalhamento, partículas rígidas se orientam na direção do fluxo.

47 45 No caso de cadeias poliméricas em solução, ou no estado fundido, os entrelaçamentos entre elas podem ser desfeitos, e as moléculas se alinham na direção do fluxo, com o aumento da taxa de cisalhamento. O alinhamento de moléculas ou partículas permite que elas deslizem umas sobre as outras mais facilmente, o que promove a redução na viscosidade. Partículas com forma esférica podem ser deformadas, tornando-se mais alongadas. Células corpusculares com formato de moedas, assim como células do sangue suspensas no plasma, podem ter sua forma mudada para a de longos dedais, com diâmetros reduzidos, o que significa uma passagem mais fácil através dos pequenos vasos sanguíneos. No caso de um sistema agregado, o cisalhamento pode induzir a quebra desses agregados, o que pode auxiliar um material a escoar mais rápido a uma determinada tensão de cisalhamento. Vale salientar que o comportamento de fluxo pseudoplástico não é uniforme ao longo de toda a faixa de taxa de cisalhamento aplicada. Quando em uma faixa de baixa taxa de cisalhamento, o movimento Browniano mantém as moléculas ou partículas dispersas aleatoriamente, apesar dos efeitos iniciais da orientação de cisalhamento. Em taxas de cisalhamento muito baixas, os líquidos pseudoplásticos se comportam similarmente aos líquidos Newtonianos, apresentando uma 0 independente da taxa de cisalhamento (geralmente chamada de viscosidade a cisalhamento zero). Quando a taxa de cisalhamento aumenta, chega-se em certo ponto em que o cisalhamento é capaz de induzir a orientação da molécula ou partícula, ou seja, o cisalhamento excede o efeito aleatório do movimento Browniano, o que promove a diminuição da viscosidade. Já em taxas de cisalhamento extremamente altas, a viscosidade irá se aproximar de um valor constante, 1. Taxas ainda mais altas não são mais capazes de causar diminuição na viscosidade, com a obtenção de uma orientação máxima das partículas. Quando a viscosidade aumenta com o aumento da taxa de cisalhamento, diz-se que o material possui comportamento dilatante e, como exemplo, tem-se certas suspensões com alta porcentagem de sólido. Esse comportamento está relacionado à quebra do empacotamento formado por essas partículas e, como o sistema possui uma alta concentração de sólido, o líquido presente não é suficiente para preencher todos os vazios. Outros tipos de fluidos não-newtonianos são os fluidos plásticos. Esses fluidos necessitam de uma tensão finita, conhecida como tensão de escoamento, para que ocorra movimento das partículas. Esse tipo de comportamento é característico de fluidos de perfuração de poços de petróleo, graxa, pasta dental, borrachas naturais, entre outros (Schramm, 2006).

48 46 Sendo assim, o estudo do comportamento reológico de partículas inteligentes em meio aquoso é um aspecto relevante de investigação (Hietala, Nuopponen et al., 2008; Recillas, Silva et al., 2009; Dumitriu, Mitchell et al., 2011), já que ele pode ajudar a elucidar os processos de associação (Chassenieux, Nicolai et al., 2011), particularmente, sua performance em resposta à taxa de cisalhamento, em diferentes phs e temperaturas. Quando partículas termorresponsivas são submetidas a um ambiente acima da LCST, as partículas contraem, devido ao rompimento das ligações de hidrogênio da rede polimérica com a água e à formação de associações hidrofóbicas (Gupta e Khandekar, 2003; Nolan, Gelbaum et al., 2006; Spizzirri, Iemma et al., 2011). A formação de estruturas compactas pode causar resistência ao fluxo, aumentando a viscosidade, quando em baixas taxas de cisalhamento. Quando a taxa de cisalhamento torna-se alta, as associações entre as partículas colapsadas podem ser destruídas, resultando em comportamento pseudoplástico (Panouillé, Durand et al., 2005; Brown e Jaeger, 2009; Malkin, Semakov et al., 2010; Majumdar, Krishnaswamy et al., 2011). Entretanto, como a LCST depende da habilidade da formação de ligações de hidrogênio entre os segmentos hidrofílicos do polímero e as moléculas de água, a transição pode ser afetada pela adição de comonômeros hidrofílicos, como o ácido acrílico (Hamcerencu, Desbrieres et al., 2011; Lue, Chen et al., 2011). A reversibilidade das interações também pode ser estudada por meio da aplicação de ciclos de aquecimento e resfriamento.

49 Estabilidade A caracterização de suspensões é essencial para a aplicação em diversos campos, como nanomateriais, revestimento, fabricação de papel, cerâmica, cosméticos, despoluição de água, entre outros (Detloff e Lerche, 2008). Nesse sentido, a estabilidade de microgéis dispersos em um solvente é uma propriedade físico-química chave, que deve ser levada em consideração durante a avaliação de uma dispersão, para uma determinada aplicação (Thorne, Vine et al., 2011). A estabilidade da dispersão é governada pelo balanço das interações que ocorrem entre as partículas do microgel e entre as partículas e o solvente (Islam, Chowdhry et al., 1995; Thorne, Vine et al., 2011). Dessa forma, a obtenção desse parâmetro é importante para que se possa obter uma melhor compreensão de processos que podem ocorrer nas dispersões, tais como: sedimentação de suspensões em tintas, alimentos, cerâmicas; separações de fases em emulsões para alimentos, cosméticos, petróleo; fenômenos de floculação, entre outros. Assim, pode ser feita, por exemplo, a seleção dos componentes mais adequados para uma formulação cosmética (estabilidade) (André, Willenbacher et al., 2003), ou mesmo em processos de purificação (separação de fases) (Saitoh, Sugiura et al., 2009; Parasuraman e Serpe, 2011b; a; Saitoh, T., Asano, K. et al., 2011; Parasuraman, Leung et al., 2012; Saitoh, Asano et al., 2012). A estabilidade dos sistemas poliméricos pode ser observada visualmente, mas esses testes são muito morosos, o que traz a necessidade da avaliação em condições aceleradas. Para suspensões e emulsões, medidas aceleradas de estabilidade podem ser realizadas através de centrifugação e reologia (Aulton, 2001) Centrifugação Analítica A centrifugação analítica é um método recentemente introduzido para investigar a estabilidade de diversos tipos de materiais em condições aceleradas (Kuentz e Röthlisberger, 2003; Detloff e Lerche, 2008). Basicamente, o sistema trata-se de uma centrífuga analítica, com uma fonte de luz na região do infravermelho próximo (NIR near infrared) e um sensor ótico-eletrônico, o qual mede os perfis de transmitância das amostras, dispostas horizontalmente, em função do tempo, em todo o comprimento das cubetas, durante a

50 48 centrifugação (Figura 26). Até oito amostras podem ser analisadas ao mesmo tempo com o analisador de sedimentação LUMiFuge (Boyko, Pich et al., 2003; Kuentz e Röthlisberger, 2003; Iritani, Katagiri et al., 2007). Figura 26 Esquema de medição em uma fotocentrífuga analítica de múltiplas amostras. A fonte de NIR (1) envia feixes paralelos (2), os quais passam através das cubetas dispostas horizontalmente (3) no rotor da centrífuga (4). A transmitância em função do tempo e do espaço é registrada por meio do detector (5) Fonte: (Detloff e Lerche, 2008) A centrifugação varia de 300 a 3000 rpm (rotações por minuto), o que corresponde a vezes a aceleração da gravidade (9,8 m/s 2 ), resultando em uma migração acelerada das partículas dispersas. Variações locais na concentração das partículas são detectadas através de mudanças na transmitância. Em zonas de boa dispersão, as partículas no meio vão espalhar e absorver a luz e, então, a transmitância será baixa; ao contrário, qualquer clarificação aumentará a transmitância (Libster, Aserin et al., 2009). Essa técnica tem sido utilizada na avaliação do processo de sedimentação de diversos materiais. Por exemplo, Klein e colaboradores (2010) utilizaram proteína isolada de soja (PIS) e goma arábica (GA) como estabilizadores de emulsões e investigaram o efeito da natureza do óleo nessa estabilidade. Eles testaram emulsões contendo óleo de canola, óleo de coco e D- limoneno (10 % de óleo e 10 % de PIS:GA, na proporção em massa de 3:1). Os óleos de canola e de coco são triglicerídeos, enquanto o D-limoneno é um terpeno (C 10 H 16 ). Observações visuais durante 30 dias não detectaram cremagem das emulsões.

51 49 Através do LUMiFuge (2500 rpm, 32 C, 17 horas), estabilidade similar foi observada para as emulsões com óleos de coco e de canola, com cremagem mínina, enquanto que para o hidrocarboneto pôde ser vista significante cremagem e sedimentação (Figura 27). Os autores explicaram esse comportamento por interações de hidrogênio, e outras interações hidrofílicas, entre os grupos carbonila dos triglicerídeos com os grupos funcionais polares (amina, amida, carboxila e hidroxila) do PIS e do GA. Resumidamente, a proteína isolada de soja e a goma arábica foram bem ancoradas nos grupos ésteres dos óleos de coco e canola, o que possibilitou a estabilização. Entretanto, essas interações não ocorrem quando a estrutura do monoterpeno D-limoneno está presente. Figura 27 Transmitância em função da posição na cubeta, de emulsões compostas por 10 % de PIS:GA e 10% de diferentes tipos de óleos: óleo de canola (canola oil); óleo de coco (coconut oil); D-limoneno (D-limonene) Fonte: (Klein, Aserin et al., 2010) Os resultados do LUMiFuge foram consonantes com os obtidos por medidas microscópicas e de espalhamento de luz dinâmico (imediatamente após a preparação e durante 30 dias). Observações microscópicas revelaram que as emulsões com os triglicerídeos eram formadas, principalmente, por pequenas gotas (< 1μm), com boa estabilidade e sem agregação observável. Já as gotas nas emulsões com o D-limoneno foram maiores, imediatamente a partir da preparação, sofrendo coalescência e, consequentemente, aumentando de tamanho, com o tempo. Os resultados de espalhamento de luz revelaram que o

52 50 tamanho das gotas nas emulsões com os triglicerídeos não aumentou com o tempo, ao contrário das emulsões com o D-limoneno (Klein, Aserin et al., 2010). Outros materiais incluem: misturas de bentonita e goma xantana, em soluções aquosas (ph de 3-7) (Kuentz e Röthlisberger, 2003), emulsões óleo/água e suspensões particuladas de dióxido de silicone (Iritani, Katagiri et al., 2007), nanotubos de carbono, em meio aquoso contendo tensoativos (Krause, Petzold et al., 2009) nanogéis de redes poliméricas interpenetrantes, compostos por gelatina e poli (ácido acrílico) (Koul, Mohamed et al., 2011) e dispersões de sílica, com e sem a adição de floculantes (Mende, Schwarz et al., 2007). Entretanto, muito pouco tem sido descrito a respeito da estabilidade de polímeros inteligentes. Boyko e colaboradores (2003) realizaram medidas de estabilidade em soluções aquosas de microgéis de poli (N-vinilcaprolactama-co-metacrilato de acetoacetoxietila), reticulados com N,N -metilenobisacrilamida (MBA), com o auxílio do LUMiFuge, a uma temperatura de 20 C, que é abaixo da LCST da poli (N-vinilcaprolactama) (LCST = 32 C). A Figura 28 (a) mostra que as frentes de sedimentação movem-se na direção do fundo da cubeta, aumentando a transmitância com o tempo, indicando a sedimentação do material. Figura 28 Frente de sedimentação para o microgel com maior quantidade de acetoacetoxietila (a); curvas de sedimentação para os diferentes microgéis, sendo que da sigla run 1 para run 5 ocorre um aumento na quantidade de unidades de acetoacetoxietila (b) Fonte: (Boyko, Pich et al., 2003) Adicionalmente, os perfis de transmitância foram integrados pelo computador do equipamento, que resultaram em um gráfico da integral das transmitâncias de todo corpo da amostra em função do tempo (Figura 28 (b)). Para todas as amostras, a transmitância aumenta

53 51 com o tempo, já que as partículas tendem a ir para o fundo da cubeta. A inclinação das curvas indica que as partículas com maior quantidade de acetoacetoxietila (run 5) precipitam mais rapidamente (inclinação maior) do que as que com menor quantidade desse componente (inclinação menor). Valores de taxa de sedimentação foram obtidos a partir da inclinação das curvas de transmitância em função do tempo (Figura 28 (b)), por meio do software do acoplado ao equipamento. Foi observado que a taxa de sedimentação aumenta quase linearmente com o aumento na quantidade do metacrilato de acetoacetoxietila nas partículas, o que concorda com a Figura 28 (b). A partir de dados de espalhamento de luz dinâmico, foi revelado que o raio hidrodinâmico das partículas diminuiu com o aumento na quantidade de metacrilato de acetoacetoxietila. Também, a velocidade de sedimentação pode ser calculada a partir da equação de Stokes, dada a seguir (Equação 3): 2 2r xg v (3) 9 Em que: r é o raio da partícula; é a diferença de densidade entre as partículas e o meio; xg é a força centrífuga; e é a viscosidade do meio. A viscosidade do meio e a força centrífuga aplicada foram constantes para todos os microgéis. Já que o raio das partículas diminui e a velocidade de sedimentação aumenta com o aumento na quantidade de metacrilato de acetoacetoxietila, concluiu-se que ocorreu um aumento na densidade das partículas com o aumento na quantidade desse componente. Esse comportamento foi explicado considerando que os monômeros de metacrilato de acetoacetoxietila atuaram contribuindo para a reticulação dos microgéis, através de reações de transferência de cadeia no grupo metileno da dicetona (Boyko, Pich et al., 2003). Pich e colaboradores (2009) avaliaram a estabilidade em meio aquoso, a 20 C, de microgéis preparados com N-vinilcaprolactama, metacrilato de acetoacetoxietila, N,N - metilenobisacrilamida e macromonômeros de metacrilato de poli(etileno glicol) (PEGMA), variando a quantidade deste último. Através do LUMiFuge, foi observado que o aumento na quantidade e na massa molar de PEGMA no meio reacional provocou um aumento na estabilidade das partículas. De fato, o PEGMA participa da polimerização, devido à ligação dupla, e também atua como estabilizante para o núcleo em crescimento na reação. Os autores propuseram que o aumento na quantidade e na massa molar do PEGMA levou ao aumento no

54 52 número de núcleos em crescimento, o que gerou partículas menores, como confirmado por espalhamento de luz dinâmico. Posteriormente, Berger e colaboradores (2010) prepararam compósitos do tipo microgel-argila, baseados em poli (N-vinilcaprolactama-co-metacrilato de acetoacetoxietila), reticulados com MBA, contendo diferentes quantidades de nanopartículas de argila, incorporadas durante a síntese. O aumento na quantidade de argila durante a síntese aumentou a estabilidade das partículas em meio aquoso, a 25 C (Figura 29). Adicionalmente, através de um ZetaSizer, foi observado que o aumento na quantidade de argila aumentou a quantidade de cargas (negativas), diminuiu o raio hidrodinâmico das partículas e a distribuição no tamanho das partículas. Dessa forma, foi concluído que a maior quantidade de cargas e menor tamanho (com o aumento na quantidade de argila) levou a estabilidade das partículas no meio, o que preveniu a aglomeração ou precipitação. Os autores justificaram o comportamento considerando que as nanopartículas de argila estabilizam as partículas recém-formadas, nos estágios iniciais da polimerização por precipitação, o que induz a uma maior quantidade de precursores iniciais que não crescem por agregação (o que formaria microgéis maiores), mas que crescem preferencialmente por polimerização dos monômeros dissolvidos no meio aquoso (Berger, Singh et al., 2010). Figura 29 Posição normalizada da frente de sedimentação, r x /r -1 (r x = distância do centro do rotor até a frente de sedimentação (que aumenta com o tempo de centrifugação); r -1 = distância do centro do rotor até o menisco (constante)) em função do tempo de centrifugação. A velocidade de sedimentação também foi calculada e apresentada em função da quantidade de argila Fonte: (Berger, Singh et al., 2010)

TERMOQUÍMICA. Desta forma podemos dizer que qualquer mudança química geralmente envolve energia.

TERMOQUÍMICA. Desta forma podemos dizer que qualquer mudança química geralmente envolve energia. TERMOQUÍMICA 1 Introdução A sociedade moderna depende das mais diversas formas de energia para sua existência. Quase toda a energia de que dependemos é obtida a partir de reações químicas, como a queima

Leia mais

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER RECURSO DISCIPLINA QUÍMICA

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER RECURSO DISCIPLINA QUÍMICA 33) Assinale a alternativa correta, na qual todas as substâncias são compostas e líquidas à temperatura ambiente. A O 3, O 2 ; CH 3 CH 2 OH B H 2 ; CO 2 ; CH 3 OH C H 2 O; NH 3 ; CO D H 2 O; CH 3 CH 2

Leia mais

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS 1) Numa célula eletroquímica a solução tem que ser um eletrólito, mas os eletrodos

Leia mais

LIGAÇÕES INTERATÔMICAS

LIGAÇÕES INTERATÔMICAS UNIDADE 2 - LIGAÇÕES INTERATÔMICAS 2.1. FORÇAS DE LIGAÇÃO FORTES Importante conhecer-se as atrações que mantêm os átomos unidos formando os materiais sólidos. Por exemplo, uma peça de cobre contém 8,4x10

Leia mais

Aulas 13 e 14. Soluções

Aulas 13 e 14. Soluções Aulas 13 e 14 Soluções Definição Solução é a denominação ao sistema em que uma substância está distribuída, ou disseminada, numa segunda substância sob forma de pequenas partículas. Exemplos Dissolvendo-se

Leia mais

PROVA DESAFIO EM QUÍMICA 04/10/14

PROVA DESAFIO EM QUÍMICA 04/10/14 PROVA DESAFIO EM QUÍMICA 04/10/14 Nome: Nº de Inscrição: Assinatura: Questão Valor Grau 1 a 2,0 2 a 2,0 3 a 2,0 4 a 2,0 5 a 2,0 Total 10,0 IMPORTANTE: 1) Explique e justifique a resolução de todas as questões.

Leia mais

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Energia cinética das precipitações Na Figura 9 estão apresentadas as curvas de caracterização da energia cinética aplicada pelo simulador de chuvas e calculada para a chuva

Leia mais

Metais em água. metais tem um papel crucial em. como espécies hidroxiladas, ex.: FeOH(H 2 O)

Metais em água. metais tem um papel crucial em. como espécies hidroxiladas, ex.: FeOH(H 2 O) Metais em água Para a estabilização dos elétrons mais externos os cátions metálicos em água são ligados (coordenados) a outras espécies. Assim, os metais em soluções aquosas procuram a máxima estabilidade

Leia mais

S 2 O 5 (aq) + 2 H + (aq) " 2 SO 2(aq) + H 2 O (,) 2 (aq) + 2 OH (aq) " 2 SO 3 2 (aq) + H 2 O (,) QUESTÃO 2. Combustível.

S 2 O 5 (aq) + 2 H + (aq)  2 SO 2(aq) + H 2 O (,) 2 (aq) + 2 OH (aq)  2 SO 3 2 (aq) + H 2 O (,) QUESTÃO 2. Combustível. Química QUESTÃO 1 O metabissulfito de potássio (K 2 S 2 O 5 ) e o dióxido de enxofre (SO 2 ) são amplamente utilizados na conservação de alimentos como sucos de frutas, retardando a deterioração provocada

Leia mais

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com Estudo de caso Reúnam-se em grupos de máximo 5 alunos e proponha uma solução para o seguinte caso: A morte dos peixes ornamentais. Para isso

Leia mais

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

1 Introdução simulação numérica termoacumulação 22 1 Introdução Atualmente o custo da energia é um dos fatores mais importantes no projeto, administração e manutenção de sistemas energéticos. Sendo assim, a economia de energia está recebendo maior atenção

Leia mais

Formas farmacêuticas líquidas - Soluções

Formas farmacêuticas líquidas - Soluções Formas farmacêuticas líquidas - Soluções Preparações líquidas: Podem conter uma ou mais substâncias químicas dissolvidas em solvente adequado ou em mistura de solventes mutuamente miscíveis ou dispersíveis.

Leia mais

CUIDADOS BÁSICOS COM PEAGÔMETROS

CUIDADOS BÁSICOS COM PEAGÔMETROS RECOMENDAÇÃO TÉCNICA ISSN 1413-9553 novembro, 1997 Número 6/97 CUIDADOS BÁSICOS COM PEAGÔMETROS André Luiz Bugnolli Paulo Renato Orlandi Lasso Ladislau Marcelino Rabello Empresa Brasileira de Pesquisa

Leia mais

CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA EQUAÇÃO DE ARRHENIUS

CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA EQUAÇÃO DE ARRHENIUS CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA EQUAÇÃO DE ARRHENIUS A DEPENDÊNCIA DA VELOCIDADE DE REAÇÃO COM A TEMPERATURA A velocidade da maioria das reações químicas aumenta à medida que a temperatura também aumenta.

Leia mais

Água e Soluções Biológicas

Água e Soluções Biológicas Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular Disciplina de Biofísica Água e Soluções Biológicas 1. Introdução 2. A estrutura da molécula de água 2.1.

Leia mais

1. Difusão. A difusão só ocorre quando houver gradiente de: Concentração; Potencial; Pressão.

1. Difusão. A difusão só ocorre quando houver gradiente de: Concentração; Potencial; Pressão. 1. Difusão Com frequência, materiais de todos os tipos são tratados termicamente para melhorar as suas propriedades. Os fenômenos que ocorrem durante um tratamento térmico envolvem quase sempre difusão

Leia mais

UFMG - 2003 3º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

UFMG - 2003 3º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR UFMG - 2003 3º DIA QUÍMICA BERNULLI CLÉGI E PRÉ-VESTIBULAR Química Questão 01 A glicose, C 6 6, é uma das fontes de energia mais importantes para os organismos vivos. A levedura, por exemplo, responsável

Leia mais

IX Olimpíada Catarinense de Química 2013. Etapa I - Colégios

IX Olimpíada Catarinense de Química 2013. Etapa I - Colégios I Olimpíada Catarinense de Química - 2013 I Olimpíada Catarinense de Química 2013 Etapa I - Colégios Imagem: Oxidação Fonte:Gilson Rocha Reynaldo, 2013 Primeiro Ano Conselho Regional de Química CRQ III

Leia mais

QUÍMICA SEGUNDA ETAPA - 1997

QUÍMICA SEGUNDA ETAPA - 1997 QUÍMICA SEGUNDA ETAPA - 1997 QUESTÃO 01 Os valores das sucessivas energias de ionização de um átomo constituem uma evidência empírica da existência de níveis de energia. Os diagramas abaixo pretendem representar,

Leia mais

Do neurônio biológico ao neurônio das redes neurais artificiais

Do neurônio biológico ao neurônio das redes neurais artificiais Do neurônio biológico ao neurônio das redes neurais artificiais O objetivo desta aula é procurar justificar o modelo de neurônio usado pelas redes neurais artificiais em termos das propriedades essenciais

Leia mais

As Propriedades das Misturas (Aulas 18 a 21)

As Propriedades das Misturas (Aulas 18 a 21) As Propriedades das Misturas (Aulas 18 a 21) I Introdução Em Química, solução é o nome dado a dispersões cujo tamanho das moléculas dispersas é menor que 1 nanometro (10 Angstrons). A solução ainda pode

Leia mais

Água Potável na Amazônia IV: Água Preta e Húmus

Água Potável na Amazônia IV: Água Preta e Húmus PESQUISA Água Potável na Amazônia IV: Água Preta e Húmus Whei OH Lin, * Izabel Souto Ferreira da Silva ** e Phelippe Maximo de Jesus Borges ** Palavras-chave Água preta; fonte de água; húmus. Áreas do

Leia mais

UFMG - 2005 3º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

UFMG - 2005 3º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR UFMG - 2005 3º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR Química Questão 01 Carbono é um elemento cujos átomos podem se organizar sob a forma de diferentes alótropos. Alótropos H de combustão a 25

Leia mais

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR As moléculas que constituem as células são formadas pelos mesmos átomos encontrados nos seres inanimados. Todavia, na origem e evolução das células, alguns

Leia mais

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral)

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral) MEMBRANA PLASMÁTICA Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral) ESTRUTURA DA MEMBRANA Formada por fosfolipídios e (nas animais

Leia mais

HIDROMETALURGIA E ELETROMETALURGIA

HIDROMETALURGIA E ELETROMETALURGIA Definição transferência de íons específicos de uma solução pouco concentrada para outra mais concentrada porque o soluto se distribui entre 2 solventes imiscíveis em contato. Objetivos: Separação porque

Leia mais

DISPERSÕES. Profa. Kátia Aquino

DISPERSÕES. Profa. Kátia Aquino DISPERSÕES Profa. Kátia Aquino O que é uma dispersão do ponto de vista químico? Mistura de duas ou mais substâncias, em que as partículas de uma fase a fase dispersa se encontram distribuidas em outra

Leia mais

Água e Solução Tampão

Água e Solução Tampão União de Ensino Superior de Campina Grande Faculdade de Campina Grande FAC-CG Curso de Fisioterapia Água e Solução Tampão Prof. Dra. Narlize Silva Lira Cavalcante Fevereiro /2015 Água A água é a substância

Leia mais

agility made possible

agility made possible RESUMO DA SOLUÇÃO Utilitário ConfigXpress no CA IdentityMinder a minha solução de gerenciamento de identidades pode se adaptar rapidamente aos requisitos e processos de negócio em constante mudança? agility

Leia mais

Poluição atmosférica decorrente das emissões de material particulado na atividade de coprocessamento de resíduos industriais em fornos de cimento.

Poluição atmosférica decorrente das emissões de material particulado na atividade de coprocessamento de resíduos industriais em fornos de cimento. Poluição atmosférica decorrente das emissões de material particulado na atividade de coprocessamento de resíduos industriais em fornos de cimento. Benedito Costa Santos Neto

Leia mais

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica A U L A 3 Metas da aula Descrever a experiência de interferência por uma fenda dupla com elétrons, na qual a trajetória destes

Leia mais

Princípios de Bioenergética

Princípios de Bioenergética Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular Disciplina de Introdução a Bioquímica Princípios de Bioenergética 1. Conceitos Básicos 1.1. Conceito de

Leia mais

Membranas Biológicas e Transporte

Membranas Biológicas e Transporte Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular Disciplina de Introdução a Bioquímica Membranas Biológicas e Transporte 1. Introdução 2. Os Constituintes

Leia mais

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS Aula 8 Cromatografia Liquida de Alta Eficiência CLAE (Continuação) Profa. Daniele Adão - Solvente grau HPLC (alta pureza): impurezas presentes na FM

Leia mais

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados 1. Introdução O governo é um dos maiores detentores de recursos da informação. Consequentemente, tem sido o responsável por assegurar que tais recursos estejam agregando valor para os cidadãos, as empresas,

Leia mais

Medidas de Pontos Isoelétricos sem o Uso de Analisador de Potencial Zeta

Medidas de Pontos Isoelétricos sem o Uso de Analisador de Potencial Zeta Medidas de Pontos Isoelétricos sem o Uso de Analisador de Potencial Zeta Dennis Dinger* Dinger Ceramic Consulting Services, 103 Augusta Rd, C. P. 29631, Clemson - SC, USA *e-mail: dennis@dingerceramics.com

Leia mais

Prova de Química Resolvida Segunda Etapa Vestibular UFMG 2011 Professor Rondinelle Gomes Pereira

Prova de Química Resolvida Segunda Etapa Vestibular UFMG 2011 Professor Rondinelle Gomes Pereira QUESTÃO 01 Neste quadro, apresentam-se as concentrações aproximadas dos íons mais abundantes em uma amostra de água típica dos oceanos e em uma amostra de água do Mar Morto: 1. Assinalando com um X a quadrícula

Leia mais

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Instrumentação para Espectroscopia Óptica CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti INTRODUÇÃO Os componentes básicos dos instrumentos analíticos para a espectroscopia

Leia mais

COAGULAÇÃO DE PROTEÍNAS DO LEITE

COAGULAÇÃO DE PROTEÍNAS DO LEITE Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia COAGULAÇÃO DE PROTEÍNAS DO LEITE Integrantes: Paula Floriano da Silva Virgínia Figueira Marques PROTEÍNAS PROTEÍNAS Ponto isoelétrico ou pi,

Leia mais

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA 19/10/2014 INSTRUÇÕES CADERNO DE PROVA 1. Confira, abaixo, seu nome e número de inscrição. Confira, também, o curso e a série correspondentes à sua inscrição.

Leia mais

Métodos Físicos de Análise - ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA / VISÍVEL MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE

Métodos Físicos de Análise - ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA / VISÍVEL MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE Métodos Físicos de Análise - ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA / VISÍVEL Prof. Dr. Leonardo Lucchetti Mestre e Doutor em Ciências Química de Produtos Naturais NPPN/UFRJ Depto. de Química de Produtos Naturais

Leia mais

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS Respostas dos Exercícios 1 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS CAPÍTULO 1 1. a) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 1 b) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 c) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 1 d) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 2 e) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2

Leia mais

Aula: 16 Temática: Estrutura dos aminoácidos e proteínas parte I. Iremos iniciar o estudo da estrutura dos aminoácidos e proteínas.

Aula: 16 Temática: Estrutura dos aminoácidos e proteínas parte I. Iremos iniciar o estudo da estrutura dos aminoácidos e proteínas. Aula: 16 Temática: Estrutura dos aminoácidos e proteínas parte I Acompanhe! Iremos iniciar o estudo da estrutura dos aminoácidos e proteínas. Introdução: A proteína é o composto orgânico mais abundante

Leia mais

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar 3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar Vimos que as previsões sobre as capacidades caloríficas molares baseadas na teoria cinética estão de acordo com o comportamento

Leia mais

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física? Fisiologia Humana QUESTÕES INICIAIS 1 2 3 Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física? Qual a importância dos conhecimentos

Leia mais

3 Propriedades Coligativas

3 Propriedades Coligativas 3 Propriedades Coligativas 1 Introdução É bastante comum as pessoas adicionarem sal à água que será utilizada no cozimento de alimentos. Com a adição de sal de cozinha, a água demora mais tempo para entrar

Leia mais

Solubilidade. Ricardo Queiroz Aucélio Letícia Regina de Souza Teixeira

Solubilidade. Ricardo Queiroz Aucélio Letícia Regina de Souza Teixeira Ricardo Queiroz Aucélio Letícia Regina de Souza Teixeira Este documento tem nível de compartilhamento de acordo com a licença 3.0 do Creative Commons. http://creativecommons.org.br http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/legalcode

Leia mais

11.1 EQUAÇÃO GERAL DOS BALANÇOS DE ENERGIA. Acúmulo = Entrada Saída + Geração Consumo. Acúmulo = acúmulo de energia dentro do sistema

11.1 EQUAÇÃO GERAL DOS BALANÇOS DE ENERGIA. Acúmulo = Entrada Saída + Geração Consumo. Acúmulo = acúmulo de energia dentro do sistema 11 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS FÍSICOS E QUÍMICOS Para utilizar adequadamente a energia nos processos é preciso que sejam entendidos os princípios básicos envolvidos na geração, utilização e transformação

Leia mais

3 Transdutores de temperatura

3 Transdutores de temperatura 3 Transdutores de temperatura Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM 2008), sensores são elementos de sistemas de medição que são diretamente afetados por um fenômeno, corpo ou substância

Leia mais

H = +25,4 kj / mol Neste caso, dizemos que a entalpia da mistura aumentou em 25,4 kj por mol de nitrato de amônio dissolvido.

H = +25,4 kj / mol Neste caso, dizemos que a entalpia da mistura aumentou em 25,4 kj por mol de nitrato de amônio dissolvido. Lei de Hess 1. Introdução Termoquímica é o ramo da termodinâmica que estuda o calor trocado entre o sistema e sua vizinhança devido à ocorrência de uma reação química ou transformação de fase. Desta maneira,

Leia mais

Aula 4 PROPRIEDADES COLIGATIVAS. Glauber Silva Godoi

Aula 4 PROPRIEDADES COLIGATIVAS. Glauber Silva Godoi Aula 4 PROPRIEDADES COLIGATIVAS META Transmitir para o aluno o conceito de propriedades coligativas e suas aplicações. OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: entender o significado do termo propriedades

Leia mais

Química C Extensivo V. 2

Química C Extensivo V. 2 Química C Extensivo V. 2 Exercícios 01) E 02) E Situação 1. Sistema heterogêneo solução saturada com corpo de fundo; 20 C = 46,5/100 g H 2 Na situação 1 há 80 g de soluto em 100 g de água a 20 C. excesso

Leia mais

Medição tridimensional

Medição tridimensional A U A UL LA Medição tridimensional Um problema O controle de qualidade dimensional é tão antigo quanto a própria indústria, mas somente nas últimas décadas vem ocupando a importante posição que lhe cabe.

Leia mais

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro TÍTULO : PLANO CONTÁBIL DAS INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - COSIF 1 6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro 1. Aplicação 1- As instituições

Leia mais

Unidade 3 Função Logarítmica. Definição de logaritmos de um número Propriedades operatórias Mudança de base Logaritmos decimais Função Logarítmica

Unidade 3 Função Logarítmica. Definição de logaritmos de um número Propriedades operatórias Mudança de base Logaritmos decimais Função Logarítmica Unidade 3 Função Logarítmica Definição de aritmos de um número Propriedades operatórias Mudança de base Logaritmos decimais Função Logarítmica Definição de Logaritmo de um número Suponha que certo medicamento,

Leia mais

CADERNO DE EXERCÍCIOS 2F

CADERNO DE EXERCÍCIOS 2F CADERNO DE EXERCÍCIOS 2F Ensino Médio Ciências da Natureza Questão 1. 2. Conteúdo Extração do ferro a partir do minério, representações químicas das substâncias e reações químicas Habilidade da Matriz

Leia mais

Equipe de Química QUÍMICA

Equipe de Química QUÍMICA Aluno (a): Série: 3ª Turma: TUTORIAL 11R Ensino Médio Equipe de Química Data: QUÍMICA SOLUÇÕES As misturas podem ser homogêneas ou heterogêneas. As misturas homogêneas possuem uma fase distinta. As misturas

Leia mais

Capítulo 2. Processos de Software. 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados. slide 1

Capítulo 2. Processos de Software. 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados. slide 1 Capítulo 2 Processos de Software slide 1 Tópicos apresentados Modelos de processo de software. Atividades de processo. Lidando com mudanças. Rational Unified Process (RUP). Um exemplo de um processo de

Leia mais

Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios Cronograma das Aulas. Hoje você está na aula Semana

Leia mais

Título Economia de baixo carbono, desafios e oportunidades para o setor elétrico Veículo Canal Energia Data 16 dezembro 2015 Autor Claudio J. D.

Título Economia de baixo carbono, desafios e oportunidades para o setor elétrico Veículo Canal Energia Data 16 dezembro 2015 Autor Claudio J. D. Título Economia de baixo carbono, desafios e oportunidades para o setor elétrico Veículo Canal Energia Data 16 dezembro 2015 Autor Claudio J. D. Sales Estiveram reunidos nas duas últimas semanas em Paris,

Leia mais

Biologia. Sistema circulatório

Biologia. Sistema circulatório Aluno (a): Série: 3ª Turma: TUTORIAL 10R Ensino Médio Equipe de Biologia Data: Biologia Sistema circulatório O coração e os vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou circulatório.

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

Transporte através da Membrana Plasmática. Biofísica

Transporte através da Membrana Plasmática. Biofísica Transporte através da Membrana Plasmática Biofísica Estruturas das células Basicamente uma célula é formada por três partes básicas: Membrana: capa que envolve a célula; Citoplasma: região que fica entre

Leia mais

41 Por que não bebemos água do mar?

41 Por que não bebemos água do mar? A U A UL LA Por que não bebemos água do mar? Férias no verão! Que maravilha! Ir à praia, tomar um solzinho, nadar e descansar um pouco do trabalho. Enquanto estamos na praia nos divertindo, não devemos

Leia mais

Sistemas de Informação I

Sistemas de Informação I + Sistemas de Informação I Teoria geral dos sistemas Ricardo de Sousa Britto rbritto@ufpi.edu.br + Introdução n Necessário entender inicialmente os conceitos básicos e base filosófica que norteiam sistemas

Leia mais

PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA

PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA Marcelo da S. VIEIRA 1, Elder Eldervitch C. de OLIVEIRA 2, Pedro Carlos de Assis JÚNIOR 3,Christianne Vitor da SILVA 4, Félix Miguel de Oliveira

Leia mais

junho/june 2012 - Revista O Papel

junho/june 2012 - Revista O Papel sérgio brito Por Luiz Bersou, diretor do Instituto Épico de Administração : luizbersou@bcaconsultoria.com.br Gestão por Ponto Flutuante H Gráfico 1 enry Ford, diz a história, propunha-se a fabricar carros

Leia mais

QUÍMICA - 3 o ANO MÓDULO 27 PROPRIEDADES COLIGATIVAS

QUÍMICA - 3 o ANO MÓDULO 27 PROPRIEDADES COLIGATIVAS QUÍMICA - 3 o ANO MÓDULO 27 PROPRIEDADES COLIGATIVAS 800 pressão de vapor de água (mmhg) 760 700 600 500 400 300 200 100 líquido benzeno puro benzeno + soluto p vapor p.e. do benzeno puro t p.e. do

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Ensaio de impacto. Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão

Ensaio de impacto. Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão A UU L AL A Ensaio de impacto Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão mais reforçada do que a dos similares europeus. Não é à toa. As condições de nossas estradas e ruas requerem esse reforço,

Leia mais

muito gás carbônico, gás de enxofre e monóxido de carbono. extremamente perigoso, pois ocupa o lugar do oxigênio no corpo. Conforme a concentração

muito gás carbônico, gás de enxofre e monóxido de carbono. extremamente perigoso, pois ocupa o lugar do oxigênio no corpo. Conforme a concentração A UU L AL A Respiração A poluição do ar é um dos problemas ambientais que mais preocupam os governos de vários países e a população em geral. A queima intensiva de combustíveis gasolina, óleo e carvão,

Leia mais

Claudi Cândia /Sara Regina. Aluno(a): PROVA COMENTADA

Claudi Cândia /Sara Regina. Aluno(a): PROVA COMENTADA QUÍMICA AVALIAÇÃO Claudi Cândia /Sara Regina Aluno(a): PROVA COMENTADA III UNIDADE Nota: Série: 2 a Ensino Médio Turma: A / B / C / D Data: 14/08/2015 1. A prova é composta de 07 questões abertas e 03

Leia mais

ANÁLISE DE DIFERENTES MODELOS DE ATRIBUIÇÃO DE NOTAS DA AVALIAÇÃO INTEGRADORA (AVIN) DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DO UNICENP

ANÁLISE DE DIFERENTES MODELOS DE ATRIBUIÇÃO DE NOTAS DA AVALIAÇÃO INTEGRADORA (AVIN) DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DO UNICENP ANÁLISE DE DIFERENTES MODELOS DE ATRIBUIÇÃO DE NOTAS DA AVALIAÇÃO INTEGRADORA (AVIN) DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DO UNICENP Flavia Viviani Tormena ftormena@unicenp.edu.br Júlio Gomes jgomes@unicenp.edu.br

Leia mais

Soluções Químicas são misturas homogêneas de duas ou mais substâncias, onde o solvente aparece em maior quantidade e o soluto em menor quantidade. O estado de agregação do solvente é que determina o estado

Leia mais

Água, Soluções e Suspensões.

Água, Soluções e Suspensões. Água, Soluções e Suspensões. A água é a molécula mais abundante nos seres vivos. Cerca de 75% de um adulto. No planeta não existem seres vivos sem água. Fases da água: Sólida Líquida Gasosa Na dependência

Leia mais

MANUAL DA SECRETARIA

MANUAL DA SECRETARIA MANUAL DA SECRETARIA Conteúdo Tela de acesso... 2 Liberação de acesso ao sistema... 3 Funcionários... 3 Secretaria... 5 Tutores... 7 Autores... 8 Configuração dos cursos da Instituição de Ensino... 9 Novo

Leia mais

7 - Análise de redes Pesquisa Operacional CAPÍTULO 7 ANÁLISE DE REDES. 4 c. Figura 7.1 - Exemplo de um grafo linear.

7 - Análise de redes Pesquisa Operacional CAPÍTULO 7 ANÁLISE DE REDES. 4 c. Figura 7.1 - Exemplo de um grafo linear. CAPÍTULO 7 7 ANÁLISE DE REDES 7.1 Conceitos Básicos em Teoria dos Grafos Diversos problemas de programação linear, inclusive os problemas de transporte, podem ser modelados como problemas de fluxo de redes.

Leia mais

ÓTICA COM ÍNDICE DE REFRAÇÃO NEGATIVO

ÓTICA COM ÍNDICE DE REFRAÇÃO NEGATIVO Ótica com Índice de Refração Negativo 1 ÓTICA COM ÍNDICE DE REFRAÇÃO NEGATIVO Walter S. Santos 1, Antonio Carlos F. Santos 2, Carlos Eduardo Aguiar 2 1 Colégio Pedro II, Rio de Janeiro 2 Instituto de Física,

Leia mais

Universidade Paulista Unip

Universidade Paulista Unip Elementos de Produção de Ar Comprimido Compressores Definição Universidade Paulista Unip Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar, admitido nas condições atmosféricas,

Leia mais

AULA 6 Esquemas Elétricos Básicos das Subestações Elétricas

AULA 6 Esquemas Elétricos Básicos das Subestações Elétricas CONSIDERAÇÕES INICIAIS AULA 6 Esquemas Elétricos Básicos das Subestações Elétricas Quando planejamos construir uma subestação, o aspecto de maior importância está na escolha (e, conseqüentemente, da definição)

Leia mais

LIGAÇÕES INTERMOLECULARES

LIGAÇÕES INTERMOLECULARES Ligações Intermoleculares 1 LIGAÇÕES INTERMOLECULARES Introdução O que mantém as moléculas unidas nos estados líquido e sólido? Que força faz a água, contrariando a gravidade, subir por um capilar? Como

Leia mais

P R O V A D E Q UÍMICA I. A tabela abaixo apresenta os pontos de ebulição e a solubilidade em água de alguns álcoois e éteres importantes.

P R O V A D E Q UÍMICA I. A tabela abaixo apresenta os pontos de ebulição e a solubilidade em água de alguns álcoois e éteres importantes. 17 P R O V A D E Q UÍMICA I QUESTÃO 46 A tabela abaixo apresenta os pontos de ebulição e a solubilidade em água de alguns álcoois e éteres importantes. Composto Pe ( o C) Solubilidade em água CH 3 CH 2

Leia mais

Densímetro de posto de gasolina

Densímetro de posto de gasolina Densímetro de posto de gasolina Eixo(s) temático(s) Ciência e tecnologia Tema Materiais: propriedades Conteúdos Densidade, misturas homogêneas e empuxo Usos / objetivos Introdução ou aprofundamento do

Leia mais

PROVA DE BIOLOGIA 2 o BIMESTRE 2012

PROVA DE BIOLOGIA 2 o BIMESTRE 2012 PROVA DE BIOLOGIA 2 o BIMESTRE 2012 PROFª. VERA NOME N o 1 a SÉRIE A compreensão do enunciado faz parte da questão. Não faça perguntas ao examinador. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. É

Leia mais

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras Batizada pelos médicos de diabetes mellitus, a doença ocorre quando há um aumento do açúcar no sangue. Dependendo dos motivos desse disparo, pode ser de dois tipos.

Leia mais

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de Recomendada Por quê? A coleção apresenta eficiência e adequação metodológica, com os principais temas relacionados a Ciências adequados a cada faixa etária, além de conceitos em geral corretos. Constitui

Leia mais

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO FINAL (Observação: as informações prestadas neste relatório poderão, no todo ou em parte, ser publicadas pela FAPESC.

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO FINAL (Observação: as informações prestadas neste relatório poderão, no todo ou em parte, ser publicadas pela FAPESC. RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO FINAL (Observação: as informações prestadas neste relatório poderão, no todo ou em parte, ser publicadas pela FAPESC.) 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO (item a ser preenchido pela

Leia mais

Válvulas controladoras de vazão

Válvulas controladoras de vazão Generalidades Válvula controladora de vazão variável Válvula de controle de vazão variável com retenção integrada Métodos de controle de vazão Válvula de controle de vazão com pressão compensada temperatura

Leia mais

A situação do câncer no Brasil 1

A situação do câncer no Brasil 1 A situação do câncer no Brasil 1 Fisiopatologia do câncer 23 Introdução O câncer é responsável por cerca de 13% de todas as causas de óbito no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente da

Leia mais

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Artigo publicado na revista Lumiere Electric edição nº 166 Aplicações de investimentos dentro das empresas sempre são questionadas

Leia mais

Faculdade Sagrada Família

Faculdade Sagrada Família AULA 12 - AJUSTAMENTO DE CURVAS E O MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS Ajustamento de Curvas Sempre que desejamos estudar determinada variável em função de outra, fazemos uma análise de regressão. Podemos dizer

Leia mais

POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR?

POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR? POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR? Póvoa, J. M, Ducinei Garcia Departamento de Física - Universidade Federal de São Carlos Via Washington Luiz, Km

Leia mais

a) h0/16 b) h0/8 c) h0/4 d) h0/3 e) h0/2 Gabarito: A

a) h0/16 b) h0/8 c) h0/4 d) h0/3 e) h0/2 Gabarito: A FÍSICA. Para um corpo em MHS de amplitude A, que se encontra incialmente na posição A/, com velocidade positiva, a fase inicial é, em radianos, a) b) c) d) e). O planeta Terra possui raio R e gira com

Leia mais

Estrutura Eletrônica e Ligação Aula 2. QO-427 Prof. J. Augusto

Estrutura Eletrônica e Ligação Aula 2. QO-427 Prof. J. Augusto Estrutura Eletrônica e Ligação Aula 2 QO-427 Prof. J. Augusto Química Orgânica Orgânica até meados de 1800 referia-se a compostos de fontes com vida ( fontes minerais eram inorgânicos ) Wöhler em 1828

Leia mais

UNEMAT SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SI) Professora: Priscila Pelegrini priscila_pelegrini@unemat-net.br

UNEMAT SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SI) Professora: Priscila Pelegrini priscila_pelegrini@unemat-net.br UNEMAT SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SI) Professora: Priscila Pelegrini priscila_pelegrini@unemat-net.br SINOP MT 2015-1 COMO SÃO DESENVOLVIDOS OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO? São desenvolvimento como uma estrutura

Leia mais

DISPERSÕES. Prof. Tatiane Kuchnier de Moura

DISPERSÕES. Prof. Tatiane Kuchnier de Moura DISPERSÕES Prof. Tatiane Kuchnier de Moura DISPERSÃO Mistura DISPERSO + DISPERSANTE Classificação das Dispersões Nome da dispersão Diâmetro médio das partículas dispersas Exemplos Solução verdadeira Entre

Leia mais

PROVAS DA SEGUNDA ETAPA PS2007/UFG

PROVAS DA SEGUNDA ETAPA PS2007/UFG UFG-PS/7 PROVAS DA SEGUNDA ETAPA PS7/UFG Esta parte do relatório mostra o desempenho dos candidatos do grupo na prova de Biologia da ª etapa do PS7. Inicialmente, são apresentados os dados gerais dos candidatos

Leia mais

BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES SUMÁRIO PLANO DE OPÇÃO PARA AÇÃO... 3 SEÇÃO 1. DISPOSIÇÃO GERAL... 3 1.1 Propósito... 3 1.2 Administração... 3 1.3 Interpretação...

Leia mais

Propriedades Coligativas

Propriedades Coligativas 1. Introdução Propriedades Coligativas Algumas propriedades do solvente mudam quando um soluto é dissolvido nele para formar uma solução. O ponto de congelamento da água salgada, por exemplo, é menor que

Leia mais