UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM NEUROCIÊNCIA E PRÁTICA DOCENTE UM DIÁLOGO POSSÍVEL. UTOPIA OU REALIDADE? Por: Adelina de Jesus Ribeiro Osawa de Sousa Orientador Profª. Marta Relvas Rio de Janeiro 2011

2 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM NEUROCIÊNCIA E PRÁTICA DOCENTE UM DIÁLOGO POSSÍVEL. UTOPIA OU REALIDADE? Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica. Por: Adelina de Jesus Ribeiro Osawa de Sousa

3 3 AGRADECIMENTOS...aos companheiros de jornada, aos meus Professores do curso de Neurociência Pedagógica; por me apresentarem um novo mundo e a minha família que sempre me apoiou, me incentivou e nos momentos difíceis sempre esteve ao meu lado.

4 4 DEDICATÓRIA...dedico aos meus pais por me tornarem a pessoa que sou; aos meus filhos, sobrinhos e alunos minha eterna fonte de inspiração; as minhas irmãs Jo, Janaina e Rosimar por nunca duvidarem dos meus sonhos e ao Puca meu marido, meu companheiro e acima de tudo meu grande amor e eterna fonte de inspiração.

5 5 RESUMO O presente estudo tem por objetivo discutir a importância das Neurociências para prática docente e o processo de aprendizagem Refletir sobre a práxis estabelecendo um elo entre a saúde (física, mental, emocional e social) e a escola. Compreender que o conhecimento da neurogênese, da ontogênese e da própria filogênese interfere nos aspectos do desenvolvimento cognitivo do educando. O aprendizado é um processo complexo, dinâmico e desencadeado por um ato perceptivo e motor, que, elaborado corticalmente dará início a cognição. Através da conexão entre corpo e mente, escola e saúde podem-se resignificar a prática pedagógica. E este trabalho espera contribuir para tal reflexão.

6 6 METODOLOGIA O presente trabalho se baseia no estudo teórico, e nas observações in loco. Podem-se destacar pesquisadores com Marta Relvas, Antonio Damásio, Gazzaniga e outros que forneceram aporte teórico para realização desse trabalho. Assim como os alunos da Escola Municipal Eraldo Mussi onde a fundamentação teórica pode ser comparada com a prática cotidiana do corpo docente e discente, e aplicada essa nova perspectiva de educação.

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Lobo frontal e o cérebro social 09 CAPÍTULO II - Sistema Límbico 15 CAPÍTULO III 20 CAPÍTULO IV Diálogo entre educação e neurociência 29 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA E VÍDEOS 36 WEBGRAFIA 37

8 8 INTRODUÇÃO Educa-se hoje a razão sem educar o coração, originando pessoas intelectualmente adultas e sentimentalmente infantis, falsas e até agressivas (Frei Betto) A sociedade contemporânea apresenta-se fragilizada e vulnerável, diante do comportamento de crianças e adolescentes cada vez mais violentos e desumanizados. Pequenos tiranos centrados no seu próprio Eu descartam a essência humana e centralizam sua existência no desapego ao ser e ao apego no ter. O que esperar de seres cada vez mais inertes diante de suas funções executivas? Como domesticar esse cérebro primitivo? Sabe-se que os primeiros anos de vida são primordiais para o desenvolvimento cerebral. Nos primeiros meses é que surgem as conexões nervosas nas regiões primárias, responsáveis pela percepção. Sem elas não seria formado as sinapses nas áreas secundárias, gerando a capacidade de interpretação. A formação das sinapses na área associativa faz com que essas informações sejam cruzadas e direcionadas para as diversas áreas do cérebro. Recentes pesquisas demonstram que humor e alimentos estão interligados. Os neurotransmissores serotonina, dopamina, entre outros agem no encéfalo estimulando nosso sistema de recompensa. Assim como estímulos externos influenciam na formação desse sujeito biopsicossocial. Então, como justificar o comportamento cada vez mais primitivo desses seres que possuem um um neocórtex altamente evoluído? Como estimular a utilização holística desse cérebro repleto de sinapses e circunevoluções? Para Fonseca (2009), em termos evolutivos, antes de atingir o sistema de comunicação verbal, o ser humano se apropria de funções de comunicação que independe de palavras. Resgatar essa comunicação pautada na emoção talvez seja a chave para o nosso verdadeiro desenvolvimento.

9 9 CAPÍTULO I LOBO FRONTAL E O CÉREBRO SOCIAL A liberdade é necessidade reconhecida. (Frederich Engels) Aspectos anatômicos do lobo frontal O lobo frontal tem um importante papel no planejamento e execução de nossas ações. Está subdividido em córtex motor e córtex préfrontal. O córtex motor inclui o giro pré-central, que representa o córtex motor primário. Anteriores a esta área, estão o córtex pré-motor e o córtex motor suplementar. Nessa área cortical motora estão presentes neurônios motores em que os axônios se estendem para medula espinhal e tronco encefálico fazendo sinapses com neurônios motores da medula espinhal (Gazzaniga 2006). Na região anterior do lobo frontal está situado o córtex pré-frontal que é responsável pelos aspectos motores do controle motor, do planejamento e da execução do comportamento. O lobo pré-frontal ou córtex pré-frontal não é uma estrutura homogênea; ele responde por múltiplas funções e se relaciona com outras estruturas, corticais e subcorticais. Esta especialização das diferentes áreas do córtex pré-frontal permite descrevê-lo basicamente em três divisões funcionais, identificadas por: córtex dorsolateral; córtex orbitofrontal; córtex medial. O córtex dorsolateral está situado na superfície lateral do lobo frontal anterior nas regiões pré-motoras e está relacionado à memória de trabalho. O córtex orbitofrontal se estende para as estruturas do lobo límbico, com as quais mantém interconexões. A porção dorsolateral recebe informação externa, oriunda dos sistemas sensoriais, e internos, do córtex orbitofrontal e do sistema límbico. Estes dados permitem o lobo pré-frontal monitorar o input sensorial e avaliar o significado emocional de eventos externos para iniciar uma resposta apropriada. Danos nesta área resultam em falta de resposta e comprometimento da programação motora, além de um prejuízo no

10 10 automonitoramento. A região orbitofrontal está mais relacionada ao sistema límbico do que à região dorsolateral. Trata-se do representante cortical do sistema límbico. Uma síndrome orbitofrontal implica condutas anti-sociais, desinibição e inconstância emocional Cérebro executivo Os lobos frontais desempenham as funções mais avançadas e complexas de todo o cérebro, as assim chamadas funções executivas. Elas estão vinculadas à intencionalidade, propósito e tomada de decisões complexas. Elas alcançam desenvolvimentos significativos apenas em humanos; pode-se dizer que eles nos tornam humanos. (GOLDBERG, 2002, p.22). De acordo com Goldberg, os lobos frontais podem ser comparados a uma grande orquestra, ou um grande exército com componentes distintos que desempenham diferentes funções. Assim, como essas instituições o cérebro tem seus diretores executivos, seu maestro, seu general: os lobos frontais. O papel de líder nessa estrutura corporativa é conferido a apenas uma parte dos lobos frontais, o córtex pré-frontal. São eles que coordenam e orientam outras estruturas neurais em ação combinada. Os lobos frontais são o posto de comando do cérebro. Para o neuropsicológico, Julian Jaynes os comandos executivos gerados internamente eram erroneamente tomados pelo homem primitivo como vozes de deuses originadas externamente. Com isso se pode perceber que as funções executivas nos primeiros estágios da civilização humana podem ter influenciado a formação ou o desenvolvimento de crenças que permeiam nosso desenvolvimento psicossocial. Historiadores perceberam um detalhe curioso em A criação de Adão, de Michelangelo no teto da capela Sistina. O manto de Deus tem a forma do contorno do cérebro, seus pés descansam no tronco cerebral e sua cabeça

11 11 está emoldurada pelo lobo frontal. Não se pode afirmar que a alegoria foi planejada ou mera coincidência, porém não se pode descartar o profundo efeito humanizador dos lobos frontais. Sendo essa a razão por serem conhecidos como o órgão da civilização (Luria) Funções executivas O homem desenvolveu ao longo de sua filogênese um grande processador de informações. Este processador coordena de maneira automática ou de maneira controlada as atividades exercidas. Aquilo que se aprende, por ter sido repetido diversas vezes, é entendido pelo nosso cérebro como um processo automático Enquanto as atividades mais complexas exigem um processamento controlado. Nestes casos, é necessário planejar os próximos passos e monitorar a sua execução até que se chegue ao resultado final. As funções executivas são comandadas pelo Executivo Central. Este componente da memória de trabalho é responsável pelo planejamento, monitorização e execução de atividades complexas ou novas para o indivíduo. O executivo central se localiza nas regiões pré-frontais dos lobos frontais. Lesões ou disfunções nesta região resultam em perturbação das funções executivas e afetam indiretamente todos os processos cognitivos (Oliveira R., 2006, p.235). As Funções Executivas compreendem análise, planejamento e monitorização, com o objetivo de organizar comportamentos complexos, a partir das intenções do indivíduo (Shallice, 1988). Este aparato neurobiológico, cuja organização de competências é adquirida progressivamente na vida, a começar pelas atividades elementares, prosseguindo para as mais complexas, caracteriza o que conceituamos por autonomia. As funções executivas constituem uma característica exclusivamente humana, sua estruturação acontece progressivamente e sua organização está relacionada às vivências precoces interpessoais e também com o meio ambiente. As funções executivas estão intimamente ligadas à capacidade em avaliar alternativas,

12 12 fazer escolhas e analisar as hipóteses previstas para realização dos objetivos traçados. Os substratos neurais das funções executivas se localizam nas regiões pré-frontais dos lobos frontais do cérebro. A parte do cérebro que faz com que o homem torne-se um ser humanizado e define sua identidade; que abriga seus impulsos, ambições, personalidade e sua essência são chamadas de lobos frontais Funcionamento cerebral e desenvolvimento humano Nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós juntos. Provérbio japonês O funcionamento cerebral depende de algumas condições básicas tais como: a estrutura, ou seja, a integridade das áreas e/ou partes; a maturação, ao nascermos, nosso cérebro pesa cerca de ½ Kg, e ao final do processo de maturação, por volta dos sete anos, chega a 2,5 Kg, que é o peso que se manterá por toda a vida, salvo alterações de demência ou perdas por traumatismos; alimentação, como todo e qualquer organismo, o cérebro necessita de alimentação adequada, tanto para desenvolver-se como para manter seu funcionamento e as Influências genéticas e ambientais. Para MacLean a caixa craniana humana contém não um, mas três cérebros, sendo cada um deles o registro de um estágio diferente de nossa evolução, denominado Cérebro Triuno. Segundo ele, os três cérebros operam como computadores biológicos interconectados, cada um com sua própria inteligência, sua própria subjetividade, seu próprio senso de espaço e tempo e sua própria memória. Cada um deles é conectado aos outros dois, mas opera como um cérebro individual com capacidade própria. O mais antigo dos três cérebros é o reptiliano, primitivo ou arquipálio, que MacLean também chama de Complexo-R. Corresponde ao cerebelo e ao tronco encefálico (mesencéfalo, ponte de Varólio e bulbo raquidiano). É responsável pelos processos de auto-sustentação do corpo, como a

13 13 respiração, o batimento cardíaco e o sono, assim como pelos rituais imutáveis de aproximação, ataque, vôo e acasalamento, processos que não requerem controle consciente, mas que são essenciais à vida do animal, tanto que o encéfalo reptiliano jamais pára de funcionar, nem durante o sono profundo. O encéfalo reptiliano não muda, não aprende com a experiência. A ele se limita quase à totalidade do encéfalo dos répteis atuais, tendo estado presente nos répteis que precederam aos mamíferos, há cerca de 240 milhões de anos. O cérebro reptiliano corresponde ao comportamento mecânico, puramente instintivo presente no comportamento humano. O cérebro reptiliano é um remanescente do passado pré-histórico existente no homem. É útil para decisões rápidas, que não exigem pensamento, focaliza-se na sobrevivência e entra em ação quando estamos em perigo e não temos tempo para pensar. Num mundo em que sobrevivem os mais capazes, o cérebro reptiliano preocupa-se com a obtenção de alimento e em não se tornar alimento. Ele é orientado pelo medo, e entra em ação quando risco eminente. Mantêm o homem em estado de alerta. A maioria dos mamíferos compartilha com o homem o cérebro paleomamífero (mamífero antigo), que corresponde ao sistema límbico, à parte média do encéfalo. MacLean acredita ter ele surgido após o encéfalo reptiliano, há cerca de 60 milhões de anos, tendo sido acrescentado a este último. Os mamíferos primitivos tinham um encéfalo constituído basicamente do encéfalo reptiliano somado ao sistema límbico. O encéfalo paleomamífero contém o hipotálamo, o tálamo, o hipocampo e a amígdala, que são considerados responsáveis pelas emoções e instintos emocionais como comportamentos relacionados à alimentação, competição e sexo. Essas emoções são importantes tanto para o indivíduo quanto para a espécie. O cérebro paleomamífero é capaz de aprender, pois retêm memórias de emoções que resultam das experiências de prazer ou dor em maior ou menor grau. O cérebro paleomamífero responde pelo comportamento emocional. O neocórtex, córtex ou neopálio é o cérebro principal dos primatas, que foram dos últimos mamíferos a aparecerem. Ele constitui cerca de cinco sextos da massa total do encéfalo humano, tendo evoluído no último milhão de anos.

14 14 MacLean o chama de encéfalo neomamífero, o que significa mamífero recente. Todos os mamíferos possuem neocórtex, mas somente nos primatas e cetáceos ele é particularmente importante. Esse cérebro neomamífero é responsável pelas funções cognitivas mais nobres, como a linguagem e o raciocínio. O neocórtex é responsável pelo comportamento racional. Pode-se afirma que os três cérebros colaboram para produzir o comportamento essencialmente humano, que conforme as necessidades e circunstâncias, ora mostra-se predominantemente mecânico, ora emocional e ora racional. Como peça principal dessa fantástica máquina de desenvolvimento humano pode-se afirmar que o lobo frontal desempenha papel fundamental na formação de metas e objetivos, no planejamento de estratégias de ação necessárias para a execução de objetivos. Ele seleciona as habilidades cognitivas necessárias para a implementação dos planos, coordena essas habilidades e as aplica em uma ordem correta. Finalmente o lobo frontal é responsável pela avaliação do sucesso ou do fracasso de nossas ações em relação aos nossos objetivos. É o que nos torna tipicamente humano.

15 15 CAPÍTULO II SISTEMA LÍMBICO Uma mente tranqüila significa não mais que uma mente bem ordenada Marco Aurélio (ano a.c.) O homem constrói idéias e é capaz de se comunicar através da simbologia da fala e da escrita. Esta capacidade de pensar está ligada diretamente à emoção. A palavra emoção deriva do latim movere, mover, por em movimento. É importante compreender que a emoção é produzida por um movimento intrínseco que representa o modo de comunicação entre os estados e as necessidades internas do homem. Ao estudar a anatomia comparada dos sulcos e giros dos cérebros de mamíferos, Broca (1877) descreveu o grande lobo límbico como sendo constituído pelos giros do cíngulo e parahipocampal, e a fissura límbica como sendo constituída pelos sulcos atualmente denominados: sulco do cíngulo, sulco subparietal e sulco colateral. Adotou-se também o termo límbico em função do seu significado (do latim Limbus : orla, anel, em torno de), ratificado por Sarnat e Netsky (1981), uma vez que essas estruturas, presentes em todos os mamíferos, situam-se em torno do topo do tronco encefálico. Papez propôs que o circuito constituído pelo giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo, fórnix, corpo mamilar, núcleos anteriores do tálamo se constituísse no circuito básico das emoções. Esta hipótese veio a ser ampliada por MacLean (1949), ao propor o conceito de cérebro visceral que defendia a idéia de que era constituído pelo rinencéfalo (estruturas e áreas olfatórias e paraolfatórias), giro do cíngulo, giro parahipocampal e hipocampo. Estas hipóteses foram corroboradas por Lockard (1977) afirmando que estas áreas anatômicas eram comuns a todos os mamíferos, e responsáveis pelas funções básicas de comer, beber e de se reproduzir. No início, MacLean, assim como Papez não reconheceu a contribuição prévia de Broca, contudo,

16 16 em suas publicações subsequentes, adotou o termo proposto pelo autor francês e criou o conceito de Sistema Límbico. Há um consenso entre os diversos autores de que o Sistema límbico tenha como estruturas principais: os giros corticais, os núcleos de substância cinzenta e tratos de substância branca dispostos nas superfícies mediais de ambos os hemisférios e em torno do terceiro ventrículo. Estas estruturas, funcionalmente, se relacionam com os instintos, emoções e memória e, através do hipotálamo, com a manutenção da homeostase. Apesar deste consenso, há ainda divergências quanto à própria conceituação do Sistema límbico e quanto à inclusão de certas estruturas na sua composição, como o lobo olfatório e o próprio hipotálamo. Os lobos olfatórios são constituídos pelos bulbos olfatórios, que recebem informações dos receptores olfativos pelas suas fibras aferentes e pelas áreas cerebrais diretamente atingidas por estas terminações. Os bulbos olfatórios são estruturas pares que filogenética e embriologicamente são extensões rostrais de ambas as massas telencefálicas, e já possuem uma estrutura laminar do tipo cortical. As projeções aferentes dos bulbos olfatórios formam os tratos olfatórios medial e lateral que se dirigem ao tubérculo olfatório que, nos seres humanos, corresponde à substância perfurada anterior. Apenas a sua porção anterior possui conexões olfativas, uma vez que a sua porção posterior já se relaciona com os núcleos hipotalâmicos. A área olfatória lateral que recebe estas terminações é denominada córtex piriforme e corresponde ao único centro cortical com função olfatória específica; posteriormente a ela, se situa o chamado córtex entorinal, não relacionado com a olfação, porém muito desenvolvido no homem. Da área olfatória lateral emergem aferências que se dirigem a centros diencefálicos e para o complexo amigdalóide A amígdala O corpo amigdalóide ou amígdala se localiza no interior da metade anterior do unco do giro parahipocampal, imediatamente anterior à cabeça do

17 17 hipocampo que ocupa a sua metade posterior e, portanto, constitui a parede anterior do corno temporal. O corpo amigdalóide é composto pelas suas diferentes partes basolateral, olfatória e centromedial. A parte basolateral é muito semelhante ao córtex, recebe as suas aferências do córtex cerebral e de núcleos talâmicos polimodais e, como o córtex, se projeta para o striatum ventral e para o tálamo. A pequena parte olfatória, adjacente ao córtex olfatório temporal, recebe as suas aferências e se projeta, principalmente, para a parte centromedial da própria amígdala e para o hipotálamo. A parte centromedial, por sua vez, recebe aferências da formação hipocampal, da ínsula, do córtex órbito-frontal e de núcleos talâmicos da linha média (mais particularmente relacionados com informação interoceptiva), e se projeta sobre o hipotálamo e tronco encefálico. Desde os experimentos de Kluver e Bucy (1939), em que a extirpação bilateral da amígdala nos macacos produziu mudanças emocionais (como hipersexualidade, cegueira psíquica, falta de reatividade frente a estímulos naturalmente perigosos ou rechaço social por parte dos macacos sãos), a amígdala despertou o interesse por sua intervenção na cognição social. Ela intervém elaborando uma avaliação cognitiva do conteúdo emocional de estímulos perceptivos complexos. Segundo Emery e Amaral (2000), o núcleo basal, por ser o de maior interconexão com o córtex pré-frontal ventromedial, atua no pareamento de sinais sociais com o contexto social apropriado. A percepção do estado emocional de uma face é uma das funções perceptivas complexas mais estudadas. Haxby e colaboradores (2000) propõem que a percepção dos aspectos que se alteram na face (os quais seriam os sinais mais importantes para uma correta interpretação dos signos sociais, como a expressão emocional do pânico) é processada no sulco temporal superior e na amígdala, sobretudo na direita. A amígdala, por suas eferências que saem do núcleo central atingindo o hipotálamo e o tronco cerebral, é capaz de desencadear a resposta hormonal e neurovegetativa de estresse. Por outro lado, devido à sua conexão com o núcleo basal de Meynert, consegue modular a direção da atenção para o estímulo perigoso (LeDoux, 2000). A amígdala recebe aferências sensoriais talâmicas e de áreas

18 18 sensoriais de associação (Rojas, Outes & Goldar, 1998). Por outro lado, manda eferências para áreas sensoriais primárias antes de ocorrer à representação cortical do estímulo. Deste modo, ela deve regular de uma forma dirigida, o que o córtex sensorial processa. Além do que, também mediante esta via, modula a direção da atenção para o estímulo perigoso. A produção, na amígdala, do efeito de potenciação em longo prazo pode explicar sua participação nos processos de ansiedade e estresse pós-traumático, nos quais as associações entre sinais perigosos e a resposta de estresse são aprendidos e reforçados, ocasionando os sintomas somáticos de ansiedade. O processo de direção do olhar tem um peso preponderante na cognição social, não apenas em humanos (Emery, 2000). Discute-se o predomínio do hemisfério direito no processamento emocional de expressões faciais (percepção e produção da expressão emocional). Isto porque, ao atribuir maior expressividade emocional ao hemirrosto esquerdo do que ao hemirrosto direito, com o paradigma de figuras quiméricas. (Sackheim, Gur & Saucy 1978), Ross (1998) propôs que existe uma maior capacidade de percepção do estado emocional através do processamento da metade superior da face (olhos, olhar) do que da metade inferior (boca), atribuindo méritos à máxima popular que diz: os olhos são o espelho da alma. Tais achados vão de encontro com a teoria da mente, ou seja, a capacidade de atribuir uma mente a outro indivíduo; ter habilidade de entender o papel de outros indivíduos, assim como de entender outros pontos de vista ou atribuir uma intenção a outra pessoa. Essa capacidade é fundamental na cognição social (Voeller, 1998). Os pacientes com autismo, que possuiriam anormalidades estruturais ou funcionais na amígdala, não têm capacidade de atribuir um estado mental ou inferir uma emoção em outra pessoa através do olhar. Isso foi demonstrado através de estudos funcionais e deu lugar à teoria do transtorno amigdalino no autismo (BaronCohen e cols, 1994, 2000). Também foi observado esse transtorno em pacientes com lesão amigdalina (sobretudo para o reconhecimento da expressão emocional do medo) e em esquizofrenia (Adolphs e cols., 1994; Adolphs, Tranel, Damasio & Damasio, 1992; Broks e cols., 1998)

19 19 Quanto ao papel relevante da amígdala em relação às emoções e ao comportamento, é importante ressaltar que a sua parte centromedial não se projeta para o striatum, e sim, para o hipotálamo e tronco encefálico. Através dessas aferências, toda a amígdala estendida exerce as suas influências sobre as áreas neurais que geram os componentes autonômicos, endócrinos e somatomotores das experiências emocionais, que regulam as atividades básicas de beber, comer e pertinentes ao comportamento sexual. A íntima relação topográfica e funcional do corpo amigdalóide com o hipocampo vincula o processo de armazenamento de memórias com os seus respectivos coloridos emocionais, e as suas relações com o córtex cerebral permitem a atuação, em particular, do córtex pré-frontal sobre o complexo amigdalóide. Ao coordenar as diferentes informações sensitivas e sensoriais projetadas pelos tálamos sobre as diferentes áreas neocorticais, o córtex préfrontal constitui o principal centro de organização e de planejamento de ações, inclusive emocionais. As áreas corticais pré-frontais, portanto, orquestram as reações emocionais, exercendo uma intensa atividade modulatória sobre a amígdala. Paralelamente às conhecidas projeções das aferências sensitivas e sensoriais do tálamo sobre o córtex, que então viabilizam a identificação do estímulo em questão e que orquestram uma reação elaborada, pensada, como resposta, descreveu-se que o tálamo também projeta as aferências sensoriais sobre a amígdala que, então, atua diretamente sobre o tronco encefálico. Esta via mais direta acarreta, portanto, respostas inespecíficas e mais rápidas (com intensos componentes autonômicos), prévias às respostas processadas pelo córtex cerebral, o que explica, por exemplo, reações abruptas de medo frente a determinadas situações.

20 20 CAPÍTULO III AS EMOÇÕES É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos. Antoine de Saint-Exupéry Embora não se tenha uma definição precisa dos circuitos neuronais envolvidos no complexo sistema das emoções, estas podem ser representadas através de diferentes manifestações da emoção O que é emoção? Expressões como feliz, triste, alegre, aborrecido, furioso, excitado; são comumente usadas para descrever a emoção. Mas, como explicar o quê é de fato à emoção e qual a sua importância no processo de aprendizagem e de ensinagem? Diversas linhas de pesquisas têm buscado respostas para essas e outras indagações que envolvem a emoção. Dentre os pesquisadores existe um esforço em criar certa uniformidade nessas definições; para tal uma linha principal de pesquisas tem sido adotada As emoções básicas Darwin determinou que os humanos evoluíram de um conjunto finito de estados emocionais, cada um deles único em sua significância adaptativa e expressões fisiológicas. Uma das mais recentes tentativas de caracterizar as emoções básicas foi realizada por Ekman e Friesen, que estudaram as expressões faciais em diversas culturas ao redor do mundo e descobriram que a maneira pela qual essas emoções são demonstradas através da expressão facial não varia, independente de localização geográfica ou cultural. Com isso Ekman e outros sugeriram que raiva, medo, aborrecimento, felicidade, tristeza e surpresa são as seis expressões faciais básicas que representam os estados emocionais humanos. Sendo essa uma condição inata.

21 21 Embora ainda haja divergência entre os cientistas quanto à lista das emoções básicas, a maioria dos cientistas aceitam a ideia de que essas emoções são universais. Partindo dessa premissa os cientistas têm investigado diferentes sistemas neurais subjacentes à descrição de estados emocionais ou do humor, assim como as bases neurais e de desenvolvimento da expressão e avaliação faciais. Um fator que diferencia a emoção de outros comportamentos humano é sua capacidade em alterar estados mentais, neurais e corporais. Respostas emocionais podem causar várias reações corporais Para Gazzaniga as respostas emocionais interagem com o processo cognitivo. Um estado de fúria pode afetar nossa habilidade racional. "Mas existe uma clara linha de divisão entre emoção e cognição? Filósofos e cientistas têm debatido amplamente a natureza da relação entre cognição e emoção desde a época de Aristóteles, que sugeria que a emoção (alma sensível) e cognição (alma racional) são níveis ou componentes separados da alma, e somente a alma racional é exclusiva dos seres humanos." Hoje se sabe que algumas estruturas cerebrais, como a amígdala, são especializadas no processamento do estímulo emocional e podem responder de forma rápida e precoce no processamento desse estímulo. Os sistemas neurais da emoção e da cognição são independentes e interdependentes. Não se pode falar em cognição sem emoção e vice-versa Prazer e recompensa As emoções mais primitivas que tem a finalidade de estabelecer suas relações com o funcionamento cerebral, são as sensações de recompensa (prazer, satisfação) e de punição (desgosto, aversão), tendo sido caracterizado, para cada uma delas, um circuito encefálico específico.

22 22 O centro de recompensa está relacionado, principalmente, ao feixe prosencefálico medial, nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo, havendo conexões com o septo, a amígdala, algumas áreas do tálamo e os gânglios da base. Já o centro de punição é descrito com localização na área cinzenta central que rodeia o aqueduto cerebral de Sylvius, no mesencéfalo, estendendo-se às zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo, estando relacionado à amígdala e ao hipocampo e, também, às porções mediais do hipotálamo e às porções laterais da área tegmental do mesencéfalo Alegria A indução de alegria, resposta à identificação de expressões faciais de felicidade, à visualização de imagens agradáveis e/ou à indução de recordações de felicidade, prazer sexual e estimulação competitiva bemsucedida, provocou a ativação dos gânglios basais, incluindo o estriado ventral e o putâmen. Além disso, vale relembrar que os gânglios basais recebem uma rica inervação de neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, intimamente relacionados à geração do prazer, e do sistema dopaminérgico do núcleo estriado ventral. A dopamina age de modo independente, utilizando receptores opióides e gabaérgicos no estriado ventral, na amígdala e no córtex órbito-frontal, algo relacionado a estados afetivos (como prazer sensorial), enquanto outros neuropeptídeos estão envolvidos na geração da sensação de satisfação por meio de mecanismos homeostáticos Medo As relações entre a amígdala e o hipotálamo estão intimamente ligadas às sensações de medo e raiva. A amígdala é responsável pela detecção, geração e manutenção das emoções relacionadas ao medo, bem como pelo reconhecimento de expressões faciais de medo e coordenação de respostas apropriadas à ameaça e ao perigo. A lesão da amígdala em humanos produz redução da emotividade e da capacidade de reconhecer o medo. Por outro

23 23 lado, a estimulação da amígdala pode levar a um estado de vigilância ou atenção aumentada, ansiedade e medo. Desde as descrições iniciais do Sistema límbico, realizadas por Papez, acreditava-se que o hipotálamo exercia papel crucial entre as estruturas subcorticais envolvidas no processamento das emoções. Atualmente, se reconhece que projeções da amígdala para o córtex contribuem para o reconhecimento da vivência do medo e outros aspectos cognitivos do processo emocional. A amígdala é uma estrutura que exerce ligação essencial entre as áreas do córtex cerebral, recebendo informações de todos os sistemas sensoriais. Estas, por sua vez, projetam-se de forma específica aos núcleos amigdalianos, permitindo a integração da informação proveniente das diversas áreas cerebrais, através de conexões excitatórias e inibitórias a partir de vias corticais e subcorticais. Para o aprendizado do condicionamento do medo, as vias que transmitem a informação do estímulo convergem no núcleo lateral da amígdala, de onde parte a informação para o núcleo central. Este, por sua vez, estabelece conexão com o hipotálamo e substância cinzenta periaquedutal no tronco cefálico, evocando, por fim, respostas motoras somáticas Raiva Uma das primeiras estruturas associadas à raiva foi o hipotálamo, em decorrência de estudos realizados na década de 1920, ela é manifestada basicamente por comportamentos agressivos, os quais dependem do envolvimento de diversas estruturas e sistemas orgânicos para serem expressos. Além disso, esse comportamento também admite variações de acordo com o estímulo que o evoca. No século XX, Flynn (1960) identificou que esses comportamentos agressivos eram provocados pela estimulação de áreas específicas do hipotálamo. A raiva, assim como o medo, é uma emoção relacionada às funções da amígdala, em decorrência de conexões com o hipotálamo e outras estruturas.

24 Reações de luta-fuga A conexão direta entre o hipotálamo e o SNA se dá, possivelmente, mediante projeções hipotalâmicas para regiões do tronco encefálico, destacando-se o núcleo do trato solitário. O SNA está diretamente envolvido nas denominadas situações de luta e/ou fuga e imobilização. Tais ocorrências estão intrinsecamente relacionadas a um mecanismo de neurocepção, que se caracteriza pela capacidade de o indivíduo agir conforme sua percepção de segurança ou ameaça a respeito do meio onde ele se encontra. Essa percepção pode ser dada, por exemplo, pelo tom da voz ou pelos movimentos e expressões faciais da pessoa com quem ele interage. Toda vez que a pessoa percebe o meio ambiente como seguro, ela dispõe de mecanismos inibitórios que atuam sobre as estruturas límbicas que controlam comportamentos de luta-fuga, como as regiões lateral e dorsomedial da substância cinzenta periaquedutal. Dessa forma, a amígdala não exerce seu papel normal. Concomitantemente, após o processamento de todas as informações, o córtex motor (onde se destacam as áreas frontais) comanda a ativação de vias corticobulbares na medula (núcleos primário dos pares cranianos V, VII, IX, X e XI), que ativam os componentes somatomotor (músculos da face e da cabeça) e visceromotor (coração, árvore brônquica) dos mecanismos fisiológicos para o contato social. Ao contrário, toda vez que a pessoa percebe o meio ambiente como ameaçador, a amígdala estará livre para desencadear estímulos excitatórios sobre a região lateral e dorsolateral da substância cinzenta periaquedutal, que então estimula as vias do trato piramidal, produzindo respostas de luta e/ou fuga. Além disso, há casos em que a pessoa responde a tais situações como se estivesse paralisada; essa resposta decorre da estimulação da região ventrolateral ao aqueduto cerebral de Sylvius, que também estimula as vias neurais do trato corticoespinal lateral (piramidal). É interessante ressaltar que essas reações ocorrem paralelamente a uma resposta autonômica simpática.

25 25 Em situações de luta-fuga, ocorre elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial; de outro modo, nas situações de imobilização ocorre intensa bradicardia e queda da pressão arterial Tristeza A depressão e a tristeza podem ser resultantes de um mesmo processo. A primeira é considerada fisiológica, e a segunda, patológica, estando, portanto, relacionadas em termos neurofisiológicos. Frequentemente há descrição da correlação entre disfunções emocionais e prejuízos das funções neurocognitivas. De fato, a depressão associa-se a déficits em áreas estratégicas do cérebro, incluindo regiões límbicas. Não é incomum os fatores emocionais estarem relacionados há vários determinantes biológicos implicados no seu desenvolvimento; observando-se alterações ocorridas no sistema imunológico Emoção e razão As informações que chegam ao cérebro percorrem um determinado trajeto ao longo do qual são processadas. Em seguida, direcionam-se para as estruturas límbicas e paralímbicas, pelo circuito de Papez, ou por outras vias, para adquirirem significado emocional, dirigindo-se, continuadamente, para regiões específicas do córtex cerebral, permitindo que sejam tomadas decisões e desencadeadas ações, processos relacionados à autonomia, função, geralmente dependente do córtex frontal ou pré-frontal. As imagens certamente provocam, em sua maioria, ativação do córtex visual occipital (giro occipital e giro fusiforme), porém a amígdala também recebe quantidade substancial de estímulos provenientes das áreas temporais associadas à visão, participando na formação de memórias através dos circuitos hipocampais ou dos circuitos estriatais. Tal fato decorre do papel especializado da amígdala no processamento de insinuações emocionais visualmente relevantes, sinalização do medo e aversão ou outras evidências. A

26 26 ativação da amígdala pode estar primariamente envolvida na emissão de um alerta para ameaças provenientes da percepção obtida pelo córtex occipital. A integração de conteúdo afetivo aos processos cognitivos ocorre, provavelmente, no complexo Córtex Órbito-Frontal (COF) / Córtex Pré-Frontal (CPF) Ventromedial. As impressões sensoriais (como visão, audição e outras informações somatossensoriais) convergem, através do COF, para o CPF Ventromedial, de onde a informação sintetizada é levada às regiões do CPF dorsomedial e CPF pré-frontal ínfero-lateral para a tomada das decisões. Lesões no CPF Ventromedial causam prejuízo na capacidade de tomar decisões, geralmente caracterizado por inabilidade de adotar estratégias de comportamento adequadas às consequências de atitudes tomadas, levando à impulsividade. O CPF Ventromedial e o COF mantêm importante relação com a amígdala e ambos contribuem para a tomada de decisões, embora os mecanismos pelos quais isto ocorra sejam distintos. Acredita-se que essas regiões corticais recebam aferências da amígdala, as quais representem o valor motivacional dos estímulos, integrando-os e promovendo uma avaliação do comportamento futuro que será adotado. Embora a amígdala não estabeleça conexão direta com o CPF lateral, ela se comunica com o córtex cingulado anterior e o córtex orbital, os quais estão envolvidos nos circuitos da memória, tornando possível a justificativa de alguns autores de que a amígdala participa na modulação da memória e na integração de informações emocionais e cognitivas, possivelmente atribuindolhes carga emocional, possibilitando a transformação de experiências subjetivas em experiências emocionais. A ínsula é outra estrutura importante na integração razão/emoção. Ela é ativada durante a indução de recordações de momentos vividos por um indivíduo, as quais provocam uma sensação específica, seja de felicidade, tristeza, prazer, raiva ou qualquer outra. Pode-se considerar que a tomada de decisões torna-se diretamente dependente da associação emocional realizada pelo indivíduo ao vivenciar determinadas situações cotidianas e que vai depender de respostas motoras e autonômicas. Tais respostas autonômicas são diretamente influenciadas pelo

27 27 hipotálamo e este, por sua vez, age mediante o processamento de todas as informações que chegam ao cérebro. Charles Darwin propôs que certas emoções têm uma base neural inata, já que são expressas de maneira universal através das distintas culturas. Elas corresponderiam às emoções primárias: nojo, medo, pânico, tristeza, surpresa, interesse, felicidade e desgosto. Todas essas emoções têm sua base neural nas estruturas do sistema límbico. À medida que a criança cresce, de maneira normal aprende a manipular estas emoções conforme as normas e expectativas sociais (Ross, 1998), desenvolvendo uma correta cognição social. Assim, o córtex pré-frontal ventromedial permite uma integração entre a percepção de uma emoção e a resposta que desencadeia, seja uma conduta complexa elaborada pelo neocórtex orbitário, seja uma resposta autonômica ou motora (incluída a atenção) através das eferências amigdalinas. Por outro lado, o córtex somatosensorial direito e a ínsula permite uma correta manipulação da informação necessária para a interpretação e expressão emocional da face e, sobretudo, do olhar (tarefa que realiza juntamente com a amígdala). Para Damásio as emoções nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. A natureza e a extensão do nosso repertório de respostas emocionais não dependem exclusivamente do nosso cérebro, mas da sua interação com o corpo, e das nossas próprias percepções do corpo. Como diz, o corpo representado no cérebro constitui-se num quadro de referência indispensável para os processos neurais que nós experienciamos como sendo a mente. O que se passa no cérebro são operações mentais; isto influencia o corpo e vice-versa. Entende-se, portanto, que a mente é fruto do cérebro contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções, e não ocupa lugar no espaço. Segundo Damásio, existem emoções primárias e secundárias e sentimentos associados às emoções. As emoções primárias envolveriam disposições inatas para responder a certas classes de estímulo, controladas pelo sistema límbico. As emoções secundárias seriam aprendidas e

28 28 envolveriam categorizações de representações de estímulos, associadas a respostas passadas, avaliadas como boas ou ruins. As estruturas do córtex cerebral são o substrato neural das emoções secundárias, mas a expressão dessas emoções também envolve as estruturas do sistema límbico. Apesar desta interrelação, essas duas formas de emoção são distintas. Isto é evidenciado, por exemplo, pelo fato de um sorriso espontâneo ser diferente daquele intencional. Os sentimentos podem ser considerados a experiência de tais mudanças associadas às imagens mentais da situação. Desta forma, a emoção esta intimamente associada à memória; ou seja, ao contexto em que é adquirida na experiência individual. Assim, ao contrário do que propõe Descartes e mesmo Kant, que o raciocínio deve ser feito de uma forma pura dissociada das emoções, na verdade são as emoções que permitem o equilíbrio das nossas decisões. Apesar de não serem atos racionais, são elas que através dos sentimentos, desencadeiam o processo cognitivo. (Damásio, 1994).

29 29 CAPÍTULO IV DIÁLOGO ENTRE EDUCAÇÃO E NEUROCIÊNCIA A aprendizagem é uma modificação biológica na comunicação entre neurônios, formando uma rede de interligações que podem ser evocadas e retomadas com relativa rapidez. Todas as áreas cerebrais estão envolvidas no processo de aprendizagem, inclusive a emoção. (RELVAS, 2009, p. 35) Para Pierre Weil, ensinar é a arte de viver em paz consigo mesmo, com os outros na sociedade e com a natureza. Viver em paz consigo mesmo, no nível mental, através da sabedoria; no nível emocional, através do amor, alegria, compaixão e equilíbrio; no nível corporal, cuidando de sua saúde. Viver em paz com os outros na sociedade, na cultura e com a natureza, procurando conhecer suas leis para viver em harmonia com elas. Deve atender às funções do hemisfério cerebral esquerdo, que abriga o raciocínio concreto, lógico, formal e analítico, baseado na razão e fatos, e às funções do hemisfério cerebral direito: os raciocínios abstratos, conceituais, informais e intuitivos, e a atividade emocional. Uma das preocupações da educação deve ser a de promover o autoconhecimento do educando, para que ele descubra-se como um ser em formação. Sendo constituído de uma herança genética, em que aparatos neurais e sinapses contribuem para sua formação. Para Magill o cérebro apresenta um modelo do processamento de informação: estímulo + percepção + processamento central + decisão + efetivação. Esse modelo é caracterizado pelos estágios neurofisiológicos da aprendizagem: Meio ambiente envia estímulo de natureza físico-química; Sistema sensorial transforma o estímulo em impulsos nervosos;

30 30 Impulsos nervosos chegam ao tronco cerebral, e são distribuídos até o córtex cerebral correspondente (ex.: a visão estimula o lobo occipital; a audição estimula o lobo temporal; o tato estimula o lobo parietal). Nas áreas primárias (de projeção) os estímulos chegam e são projetados. Esses estímulos são chamados de sensações (que podem ser visuais, táteis ou auditivas) Nas áreas secundárias (de associação) os neurônios associativos passam à informação da área primária para a secundária. A decodificação da informação na área secundária proporciona a percepção. Na percepção, as imagens (visuais, auditivas ou táteis) recebem significados. Nas áreas terciárias (de integração) ocorre a adição e a combinação de todos os aspectos do estímulo e faz associação entre os sentidos. Na região frontal, o movimento ocorre de seguinte forma: Há uma intenção de movimento (planejamento no córtex pré-frontal); A informação passa para a área pré-motora (entre o lobo pré-frontal e a área motora); Neurônios da área pré-motora se projetam para a área motora primária, que envia impulsos (via medula) para a musculatura a fim de executar o movimento. A investigação das estruturas cerebrais revela a relação entre sistema sensorial e motor, entre a maturação do córtex de associação e as etapas do desenvolvimento. Com isso o professor deve ter a compreensão do grau de maturação e a motivação das crianças para a aprendizagem. Estabelecer um diálogo cada vez mais freqüente e intenso entre a educação e a neurociência é o caminho para todos aqueles que lutam por uma educação transformadora. Cabe ao educador buscar mecanismos que o levem a entender que o aluno é antes de tudo um ser biopsicossocial. Com freqüência as diferenças evolutivas dos alunos são desprezadas, tendo como necessidade emergente o seu nivelamento. Perceber que crianças diferentes têm potencialidades e dificuldades distintas, bem como diferentes estilos de

31 31 aprendizagem e que algumas diferenças podem estar ligadas a mecanismos internos, enquanto outras resultam de suas interações com o ambiente é o mais novo desafio da educação. A aprendizagem é um processo de aquisição que se cumpre no Sistema Nervoso Central, onde se produzem novas conexões mais ou menos permanentes, que se traduzem em modificações funcionais (áreas da linguagem, das gnosias, das práxias, da atenção, da memória) ou da conduta, permitindo que haja uma melhor adaptação do individuo ao seu meio. Para Kaplan (1990), aprendizagem é adquirir conhecimento através da experiência (...) e experiência é perceber diretamente através dos sentidos. A neurociência pedagógica representa um grande avanço para educação e uma ferramenta vital para a prática docente. É primordial que o docente tenha o entendimento das funções corticais superiores envolvidas no processo de aprendizagem. Estudos recentes demonstram que a Neurociência pedagógica traz a luz da ciência para prática pedagógica, dada a atualidade do tema a prática dessa especialidade ainda está sendo construída, mas surge para garantir a interface entre saúde e educação, não sendo mais possível desvincular a educação da própria evolução e preservação da espécie humana. Sobre essa base a Neurociência Pedagógica propõe investigar as condições nas quais a aprendizagem pode ser otimizada e quais fatores interferem sua realização. Cabe a todos envolvidos no processo de aprendizagem e ensinagem, não só tentar entender como a cognição e a consciência humana nascem de atividades cerebrais, assim como compreender a sequência pela qual ocorrem os eventos neuromaturacionais da criança enquanto cresce, se desenvolve e aprende. Atuar pedagogicamente implica um processo dialético de mediação entre o sujeito que aprende e o objeto do conhecimento. Se faz necessário uma reflexão acerca da prática pedagógica para oportunizar as experiências no sentido de favorecer o desenvolvimento da criança, por meio de estímulos que permitam estabelecer associações significativas com a aprendizagem.

32 32 Para Levine (2003) o conhecimento das bases neurocientificas que possibilitem a aquisição das competências cognitivas descritas a seguir proporcionará ao professor aumento da qualidade e da eficiência de sua função educadora: Controle da atenção: capacitar à concentração de recursos mentais. Controle da recepção: capacitar a retardar a recompensa e se tornar processador ativo da informação. Controle da expressão: capacitar a pensar sobre alternativas (cérebro social) Ordenação espacial: capacitar a agir passo a passo. Orientação espacial: capacitar a se engajar ao pensamento não verbal produtivo. Memória: capacitar a usar seus arquivos de forma consciente. Linguagem: capacitar a se tornar comunicador verbal eficiente. Motricidade: capacitar um nível satisfatório de eficiência motora. Pensamento social: capacitar compreender as habilidades interpessoais, se tornar analista conceitual, criativo, sistêmico e crítico.

33 33 CONCLUSÃO Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos, mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou minha atenção para a beleza de uma árvore ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para qual eles apontavam. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. RUBENS ALVES Querer aprender é algo que só se manifesta quando há motivação, seja por prazer, seja por necessidade. Se o interesse despertado não é seguido rapidamente por uma aprendizagem bem-sucedida, o interesse é difícil de ser mantido. Despertar o interesse é o meio para um fim. Segundo Wallon (1968) o desenvolvimento da inteligência, do conhecimento e da percepção está diretamente ligado ao mundo da afetividade, da paixão, da curiosidade, sendo estas verdadeiras alavancas para redimensionar a educação, tornando-a mais significativa para criança. Neste sentido, Wallon entende que a afetividade é a fonte do conhecimento. Outro teórico que enfatizou a estreita relação entre afetividade e cognição foi Vygotsky, nesse sentido o autor afirma que as conquistas do plano afetivo são utilizadas no plano cognitivo e vice-versa, destacando a importância do outro no processo de construção do conhecimento, de constituição do próprio sujeito e de suas formas de agir.

34 34 Para Vygotsky, a aprendizagem significativa tem como base a afetividade, pois ocorre a partir das interações sociais, mediadas e internalizadas como aspectos fundamentais para a aprendizagem. Piaget, em sua abordagem, procurou romper com a dicotomia inteligência / afetividade, mostrando que o desenvolvimento psicológico é um só, em suas dimensões afetivas e cognitivas. Além disso, o autor defende a tese da correspondência entre as construções afetivas e cognitivas durante a vida dos sujeitos, recorrendo às relações entre afetividade, inteligência e vida social para explicar a gênese da moral. (SOUZA, 2003, p. 54) Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível concluir que o diálogo entre ciência e educação vem de longa data, mas que hoje não pode ser mais desprezado. O cérebro é o órgão responsável por nos fazer quem somos. A neurociência vem comprovar a necessidade do docente em perceber seu a aluno como um ser biológico, social e psicológico. É necessário que o professor invista na formação de vínculos afetivos, acreditando na pessoa e compreendendo seus limites individuais. O educador precisa recuperar a afetividade como componente do desenvolvimento neural, e não somente o afeto que consola, mas também o afeto que impulsiona, de forma intrínseca. Todo processo de aprendizagem em que o educador e educando se entregam ao prazer de aprender, respaldados pelo conhecimento neurocientífico apresenta resultados sempre positivos. O professor não ensina; é o aluno que aprende. VASCO AMARAL

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