ISBN A DOCÊNCIA E O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ESPECÍFICOS: UMA QUESTÃO DE FORMAÇÃO
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- Guilherme Candal
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1 ISBN A DOCÊNCIA E O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ESPECÍFICOS: UMA QUESTÃO DE FORMAÇÃO Andréia C. Roder Carmona Ramires - UNESPAR prof-andreia@bol.com.br Eixo 2: Didática e formação de professores na Educação Superior Resumo São diversificados os objetivos de aprendizagem dos discentes quando entram em contato com uma Língua Estrangeira (doravante LE). Alunos com objetivos de lazer e passeio buscam tipos de cursos diferentes dos aprendizes que necessitam de uma LE para assuntos de trabalho e negócios. Ao depararmo-nos com essa realidade, o ensino de línguas voltado a aspectos bem definidos, que se utiliza de gêneros, termos, entre outros aspectos discursivos de uma determinada área de conhecimento, não raras vezes nos perguntamos qual deve ser o procedimento teórico-metodológico que melhor contribua para o desenvolvimento da competência comunicativa do aprendiz? Ao concebermos o ensino de línguas para fins específicos como um ensino que deve ir além do plano linguístico, e, assim, agregar aspectos funcionais e sociais da língua, nesse trabalho refletimos sobre como ensinar a Língua Espanhola nesse contexto específico, posto que nos cursos de formação de professores, em geral, essa vertente de ensino não recebe a atenção necessária. Para que este debate aconteça e, almejando auxiliar a futuros docentes de línguas, apresentamos uma revisão sobre os distintos enfoques, metodologias e as orientações didáticas do ensino de Espanhol para Fins Específicos, bem como a visão de alguns autores da área a respeito desse assunto. Palavras-chave: Ensino; Língua Estrangeira; Fins Específicos. Introdução Com a introdução, cada vez maior, de tecnologia no ambiente laboral, as 397
2 distâncias geográficas e culturais entre os povos e, consequentemente entre países, vem diminuindo. Assim, a procura por cursos de idiomas que ensinem a LE de forma rápida e com objetivo dirigido cresceu exponencialmente no Brasil, nas ultimas décadas, posto que a relevância da aprendizagem da LE para um melhor desempenho no cenário de trabalho atual é questão inconteste, uma vez que o mercado dos negócios está cada vez mais conectando todas as partes do mundo. As universidades brasileiras também oferecem, em algumas graduações, disciplinas voltadas para o ensino de línguas em cursos de bacharelado como Secretariado Executivo, Turismo, Adminstração de Empresas, entre outros. E nesse panorama, a formação e preparo do professor de LE é fundamental no processo de melhor desenvolvimento da aprendizagem de seus discentes. Criar ou adaptar seus materiais de trabalho, elaborar programas e conteúdos almejando atender a necessidades de áreas de conhecimento que o docente nem sempre domina, e que muitas vezes se constrói por um processo empírico de tentativa e erro para identificar as necessidades particulares dos alunos e seus objetivos é uma das muitas tarefas desenvolvidas por esse educador da área de letras. Desta feita, observamos que há a necessidade de repensarmos a formação de professores de letras e reelaborarmos o trabalho desse docente, fazendo-o conhecer as possibilidades de trabalho das línguas estrangeiras para fins específicos, observando que cada contexto de ensino requisita tratamento adequado e, quase sempre, direcionado. Destarte, apresentamos uma revisão sobre os distintos enfoques, metodologias e as orientações didáticas do ensino de Espanhol para Fins Específicos, bem como a visão de alguns autores da área a respeito desse assunto na expectativa de auxiliar futuros docentes em seus trabalhos com aspectos de ensino e aprendizagem de línguas espanhola para fins específicos. Assim que, nesse estudo, utilizamo-nos de pesquisa bibliográfica. Esta, nas considerações de Amaral (2007), consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à temática estudada, objetivando atualizar o pesquisador a respeito do tema escolhido. Apresentamos questões relacionadas às áreas de ensino e aprendizagem de línguas, ensino de línguas para fins específicos, bem como à relevância da 398
3 aprendizagem de LE para o profissional da área dos negócios, todas essas com o objetivo de embasar nossas proposições teóricas. Consideramos que discussões a respeito desses tópicos auxiliarão o docente, e futuro docente de LE, a reavaliar os objetivos e metodologias adotadas em sua sala e, assim, oportunizar melhor desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem ao educando, direcionando o ensino para uma forma mais objetiva voltada a essa vertente de ensino. Desenvolvimento Com o propósito de capacitar os alunos em LE e fazê-los desenvolver uma competência comunicativa eficaz e com objetivo dirigido, é que foi criado o ensino de línguas para fins específicos. Esse método de ensino, com objetivo específico, tem sua origem nos anos de 1960, e nasceu devido a atividades científica, militar e econômica, após a segunda Guerra Mundial (CONDE-RODRIGUES, 2005). Seu objetivo principal é o de capacitar o aluno a desenvolver-se em contextos acadêmicos profissionais, ampliando assim, as competências comunicativas voltadas à prática da profissão, trabalhando mais especificamente aspectos do vocabulário potencial e instrumental, etc. Moreno y Tuts pontuam que nacida sin duda de la necesidad de no perder tiempo a la hora de aprender, o de la necesidad de centrarse en aquello que se necesita en el trabajo (...) se encuentra la tendencia de los Fines Especificos (1998, p.73). Sendo assim, em 1960, o chamado Ensino de Línguas para Fins Específicos ganhou destaque e se consolidou na esfera educacional, porém esse método só chegou ao Brasil em 1970, devido à necessidade do preenchimento da lacuna da carência dos estudantes das universidades brasileiras em seu desenvolvimento na habilidade de leitura em conteúdos de áreas específicas. Celani ainda na década de 1980, apresentava e discutia sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras para fins específicos no Brasil. Segundo essa autoria, era preciso repensar o ensino de línguas devido à crescente necessidade de formação de professores que pudessem atender as especificidades requeridas para diversos cursos que não de letras. 399
4 Nas considerações de Celani (1981, p. 5) os fins para os quais o aluno necessita de uma determinada língua podem ser mais facilmente percebidos e definidos, sendo direcionado onde pretende ou atua no mundo coorporativo. Seguindo essa ideia, o docente da área de línguas deve se ater a características do setor determinado da especialidade a ser aprendida da língua alvo (SÁNCHEZ- ENTERRÍA, 2009). Completando essa ideia, Almeida Filho (1993) assevera que é importante que a seleção dos materiais utilizados seja relevantes para a prática da língua que o aluno reconhece como experiência válida de formação e crescimento intelectual. Tratando mais especificamente do ensino de língua espanhola, esse é um campo que ainda apresenta lacunas no que tange a estudos na área de fins específicos. Fazemos essa afirmação, visto que a maioria das pesquisas desenvolvidas nessa temática se volta para pontos relacionados à língua inglesa. Assim que, baseamo-nos em conceitos teóricos e nas considerações de autores das áreas do ensino de línguas como Celani (1981), Sarmento (2004), Reyes Días (2009), Sedycias (2005) e também do ensino de línguas para fins específicos, tais como Beltrán (2005), Conde-Fernández (2005), Sánchez Enterría (2009), Souza (2016) para embasar nossas discussões. Essa investigação não discute assuntos relacionados ao currículo dos cursos de letras no Brasil, entretanto entendemos que esse deve ser repensado para que possa contemplar também questões voltadas ao ensino de línguas para fins específicos, sendo que esse vem se apresentando como uma perspectiva considerável de atenção nas últimas décadas em se tratando de aspectos de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras no panorama educacional brasileiro. Esse estudo foi pensado e desenvolvido nesse intuito, o de fazer-nos repensar nossa prática docente. Conclusão Neste texto, demonstramos que o trabalho com LE para Fins Específicos é uma variedade que serve funcionalmente para ensinar a utilização da língua em contextos particulares e dirigidos. Assim, objetivamos debater sobre as necessidades específicas de comunicação formal e funcional que se apresentam no 400
5 ensino de línguas voltado para a área profissional. Repensar a formação docente voltada para essa temática faz-se premente, haja vista ainda haver muitas lacunas a serem preenchidas, sobretudo no que tange aos estudos dirigidos a área de língua espanhola no Brasil. Ao pensarmos e discutirmos essas questões, podemos rever o modo como deve ser trabalhado o ensino de línguas voltado a essa linha de aprendizagem, fomentando as formações acadêmicas em licenciatura a repensarem a formação dos estudantes de letras, propondo mais pesquisas na área de fins específicos e, desta feita, impulsionando ainda mais debates sobre as línguas estrangeiras, mormente língua espanhola, no Brasil. Referências Bibliográficas AMARAL, J. J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Fortaleza janeiro de BELTRÁN, Blanca Aguirre. La enseñanza del español con fines profesionales. IN: SÁNCHEZ LOBATO, J; SANTOS GARGALHO, I. (2005). Vademécum para la formación de profesores Enseñar español como segunda lengua (L2)/ lengua extranjera (LE). Madrid: SGEL. CALVO, L. C. S. A identidade profissional de professores e professores de inglês: representações construídas por acadêmicos do terceiro ano do ensino médio. In: REIS, S.; VAN VEEN, K,; GIMENEZ, T. (Org.). Identidades de professores de línguas. Londrina: Eduel, CELANI, M. A. A. O ensino de inglês instrumental em universidades brasileiras. Revista virtual The ESPecialist, 3. São Paulo: PUC-SP, CONDE-FERNÁNDEZ; M. R.; La enseñanza de la cultura en la clase de español de los negocios. Arco Libros, S. L P IANNI, O. (1997). A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 401
6 Instituto Cervantes - informativo El español: una lengua viva (2016): Disponível em: %20v iva.pdf Acesso em: 10 de outubro de REYES DIAS, M. J. Relación de voces que evocan ideologías, valores y actitudes socioculturales. In: REYES DIAS, M. J. (Coord.). Léxico y Cultura SÁNCHEZ ENTERRÍA, J. G. El español lengua de especialidad: enseñanza y aprendizaje. Arco Libros, S. L SARMENTO, Simone. Ensino de Cultura na Aula de LE. Revista Virtual de Estudos da Linguagem ReVEL. V. 2, n. 2, p. 9, março de SEDYCIAS, J. Porque os brasileiros devem aprender espanhol. In: SEDYCIAS, J.(org) O ensino de espanhol no brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Editoria, SOUZA, A. B. C. Complexidade e Línguas para fins específicos: tecendo um diálogo conceitual. Revista virtual The ESPecialist, v. 37, p , SCHWANDT, T. A. Três posturas epistemológicas para a investigação qualitativa: interpretativismo, hermenêutica e construcionismo social. In: DENZIN, N. K; LINCOLN, Y. S. (Eds.). Planejamento da Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed,
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