REFLETINDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PIBID PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA AUTORA RESUMO

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1 REFLETINDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PIBID PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA AUTORA Silmary Silva dos Santos, UFRB, Silmaryumni@yahoo.com.br RESUMO O presente trabalho tem por finalidade apresentar algumas considerações acerca das contribuições do PIBID para formação do professor de matemática. Para tanto, busco fundamentação nos resultados iniciais das atividades desenvolvidas pelo PIBID edição da UFRB. Tais resultados levam-nos a refletir que somente quando experimentamos da docência podemos perceber o valor que tem o professor, a importância de seu papel na sociedade, na formação do cidadão, na construção de novos valores e opiniões a respeito da realidade que vivemos e que podemos construir. Palavras-chaves: Formação de professores de matemática, PIBID, Ensino de matemática. ABSTRACT This present study aims to show some considerations about the contributions of PIBID to training of teachers of mathematics. For this purpose, I seek reasoning on the initial results of the activities developed at the editions PIBID/ UFRB. These results bring us to reflect that only when the teaching experience can realize the value that has the teacher, the importance of their role in society, the formation of citizens in the construction of new values and opinions about the reality we live and we can build. Keywords: Training of teachers mathematics, PIBID, Teaching Math. 1 Introdução O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), é um programa do Ministério de Educação, gerenciado pela CAPES, que oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos de licenciaturas. O PIBID tem por finalidade, possibilitar aos licenciandos o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao exercício docente, bem como, estimular sua

2 permanência na docência promovendo sua participação em experiências que sejam articuladas com as realidades locais das escolas-campo favorecendo o diálogo que deve acontecer entre universidades e Educação Básica. Nesse sentido, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) teve aprovado em 2011 o projeto institucional intitulado Universidade e Escola Básica na construção de Práticas Educacionais Emancipatórias: uma proposta para o Ensino Fundamental. Tal projeto compreende a apresentação de sete subprojetos vinculados aos sete cursos de licenciatura ofertados pelo Centro de Formação de Professores (CFP) da UFRB, configurando duas ações distintas: a) O PIBID ensino fundamental II. Ação de caráter interdisciplinar envolvendo subprojetos nas áreas de Matemática, Química, Letras/LIBRAS/Língua Estrangeira, Filosofia, Educação Física e Pedagogia. b) O PIBID ensino fundamental classes multisseriadas nas escolas do campo. Projeto de caráter interdisciplinar, apresentado pelo curso de licenciatura em Física, que envolve alunos de outros três cursos oferecidos no CFP. As ações deste projeto são desenvolvidas em 03 (três) escolas do campo que funcionam com classes multisseriadas (Ensino Fundamental I) situadas em distintas localidades rurais do município de Amargosa-BA. (Projeto Institucional) 1. Centrando as discussões sobre o PIBID Ensino Fundamental II, particularmente sobre Subprojeto de matemática, observa-se que e mesmo conta com dez bolsistas, alunos do curso de Licenciatura em Matemática da UFRB, e ainda com duas professoras supervisoras, licenciadas em Matemática, uma pela UFRB e outra pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), sendo a primeira autora deste trabalho. As supervisoras do subprojeto de matemática são regentes nas Unidades de Ensino: Escola Municipal Professora Dinorah da Silva Lemos e Colégio Estadual Santa Bernadete, unidades escolares escolhidas por se constituírem em realidades que apresentam um perfil discente similar e algumas diferenças no que se refere à estrutura física, perfil docente, dependência administrativa, modelos de gestão e indicadores educacionais. O Subprojeto de matemática é coordenado pelo professor Ms. Álvaro Fernandes Serafim, professor assistente do Centro de Formação de Professores 1 Informações retiradas do projeto institucional do PIBID-UFRB, , intitulado Universidade e escola básica na construção de práticas educacionais emancipatórias: uma proposta para o Ensino Fundamental.

3 (CFP) da UFRB, com mestrado em Matemática pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Evidenciando o subprojeto de matemática, o mesmo tem por finalidade proporcionar aos futuros professores (licenciandos) experimentar a docência identificando o valor que tem o professor, a importância de seu papel na sociedade, na formação do cidadão, na construção de novos valores e opiniões, proporcionando enriquecimento cultural, cientifico e social, colaborando desta forma, para construção da identidade docente dos alunos-bolsistas e possibilitando ao já professor (licenciado) uma formação continua que contribui para a valorização do professor em sua prática social no âmbito da escola e da comunidade, agregando as práticas dos mesmos, novas ações que estimulem a prática interdisciplinar. 2 Refletindo sobre as contribuições do PIBID para formação do(a) professor(a) Quando decidi participar como professora supervisora do PIBID, assumir a responsabilidade de dialogar com os futuros professores, em especial os futuros professores de matemática sobre os desafios, limites e possibilidades da docência a partir das minhas vivências e experiências como professora de uma escola Municipal do interior da Bahia. Sendo assim, me propus a contribuir com a construção da identidade docente dos alunos- bolsistas, bem como, buscar novos elementos que possibilitem renovar minhas práticas didáticos-pedagógicas nas aulas de matemática a fim de torná-las mais significativa para mim e para meus alunos. Neste sentido no primeiro semestre de atividades do PIBID , foram realizados debates, palestras, mesas-redondas e encontros para reflexão sobre a realidade das escolas, o atual perfil docente e discente presente nas escolas brasileiras. Nestas atividades, foi fortalecido em mim o desejo de continuar na busca do conhecimento sobre a prática docente, em especial sobre a prática docente em matemática. A participação em reuniões, seminários e encontros de formação, reacendeu em mim a vontade de querer fazer algo mais e melhor pelos meus alunos, intensificando assim, os questionamentos: Que professora estou sendo? Se estou contribuindo com mudanças? Quais os conhecimentos que meus alunos necessitam

4 para atuar na sociedade em que vivem? É notório desta forma, que estar em contato com futuros professores de matemática cheios de ideias, motivados a promover mudanças, a criar novas situações didáticas e pedagógicas, que não tem medo de arriscar e encara o erro como uma maneira coerente de se atingir objetivos, motiva os já professores de matemática a inovar em suas aulas percebendo seus alunos e transformando suas dificuldades em potencialidades. O desafio de com a minha prática docente, contribuir para formação de outros docentes é muito grande, e por isso, procurei/procuro refletir a todo o momento sobre minhas atitudes e práticas. Pois, segundo Freire, [...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a própria prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. (FREIRE, 2008, p. 39). Desta forma, entendendo o PIBID como um programa de iniciação a docência para os licenciandos, que consequentemente permite aos professores supervisores formação continuada em serviço, os encontros formativos e as reuniões de planejamento fornecem importantes elementos que tem lançado-me a reflexões sobre minhas limitações enquanto professora e enquanto pessoa. Em síntese, o PIBID tem proporcionado-me momentos de dialogar sobre o tipo de escola dos dias atuais, refletindo sobre o processo de formação docente como algo contínuo, em que, é necessário que professores busquem estar constantemente em aperfeiçoamento, refletindo sobre suas práticas tendo como referência o resultado de seu trabalho em termos de aprendizagem dos alunos dispondo-se a caminhar ao lado do aluno, o auxiliando em suas dificuldades e no enfrentamento de seus desafios. Assim, por meio do PIBID alunos-bolsistas e professores-supervisores compreendam que ser um bom professor de matemática, não é somente propor novos métodos de apresentar um assunto, mas é ter sensibilidade para perceber o aluno e o mundo em que ele vive, para assim propor atividades significativas para o mesmo. Sendo que, nenhum professor está totalmente pronto para ensinar, sempre tem algo a aprender. Imaginar-se como pronto é limitar seus próprios passos e condenar-se ao estacionamento.

5 Para BAGNO (1999, p. 145), Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhecer na língua que ele fala a sua própria identidade como ser humano. Ensinar para o bem é acrescentar e não suprimir é elevar e não rebaixar a auto-estima do indivíduo. Tal citação deixa claro que o processo de ensino e o processo de aprendizagem estão intimamente relacionados, cabendo ao professor identificar o nível de aprendizagem de seus alunos e adequar seu ensino a este. Além disso, o professor deve buscar dentro de sua sala de aula, meios que possibilitem o alcance da escola desejada, não ficar apontando culpados. É preciso sair da inércia e entender que para melhorar e transformar o sistema educacional depende do eu, para fazer as mudanças necessárias a fim de melhorar o nosso futuro. 3 Considerações Finais Não é de hoje que o ensino de matemática tem sido centro dos debates e investigações entre os pesquisadores da área da Educação Matemática (EM). Investiga-se sobre o porquê essa disciplina é considerada como o grande terror de muitos dos alunos de ensino médio e fundamental, porque ela é vista como coisa de gente maluca, e porque frases do tipo: não gosto de matemática, tenho medo de matemática, não sei nada de matemática são tão presentes nos discursos dos alunos. Estudos e pesquisas recentes feitas por educadores matemáticos e resultados de avaliações nacionais e internacionais revelam que a aprendizagem matemática dos alunos do Ensino Fundamental e Médio são ainda insuficientes em muitos países do mundo. Diante desta realidade muitas dúvidas e questionamentos surgem, pois como recém graduada em licenciatura em matemática sei o quanto preciso lutar para que tal situação tome um rumo diferente. No entanto, como enfrentar tal situação sem um preparo? Deste modo, acredito que o PIBID é um dos mais importantes programas em um curso de licenciatura, pois possibilita ao licenciando a oportunidade de conhecer

6 a realidade das escolas públicas e o trabalho docente, podendo confrontar teoria e prática e desta forma testar suas habilidades antes de assumir efetivamente uma sala de aula, bem como este programa possibilita ao licenciando compreender que professor também é pesquisador. Neste sentido, é preciso que cada bolsista assuma suas atividades na escolacampo com muita responsabilidade e dedicação, pois o maior desafio de cada estudante que pretende ser educador é transformar a triste realidade em que se encontra a educação. Afirmo de acordo com minhas experiências docente que ser professor realmente não é tarefa fácil, já que temos que está superando desafios a cada dia. No entanto, a profissão de professor é fascinante, pois a cada aula deixamos uma marca nos alunos, seja ela positiva ou negativa, e embora em muitas discussões que temos informalmente com nossos colegas e amigos em que reclamamos da questão salarial, acredito que o mais incrível da profissão de professor é o reconhecimento e valor que os alunos dão ao nosso trabalho quando ele é feito de maneira séria e competente. Portanto, estes primeiros meses como professora supervisora PIBID estão sendo de fundamental importância, pois pude compartilhar com os futuros professores de matemática, minhas dúvidas, meus anseios, minhas limitações, minhas alegrias e decepções na curta experiência como professora de matemática, bem como, pude conhecer os medos e os sonhos de cada bolsista com a profissão de professor. Somado-se a estes aspectos, aprendi organizar meu tempo, pois além de desenvolver minhas atividades como professora de matemática, história e educação religiosa, desenvolvi pesquisas como bolsista PIBID, o que tem contribuído para meu processo de formação continuada. 4 Referências Bibliográficas FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16 ed. São Paulo: Paz e Terra, BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é como se faz? Ed. Loyola, BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática - 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC/SEF, Disponível em: >. Acesso em: 01 de out de 2011.