MODELO DE ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DE AGLOMERAÇÕES PRODUTIVAS EMBRIONÁRIAS UMA NOVA PROPOSTA
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- Maria Vitória Lemos
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1 !"#! B(C 4-+-4ED(4-F-* %3, C, :-.(:-% MODELO DE ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DE AGLOMERAÇÕES PRODUTIVAS EMBRIONÁRIAS UMA NOVA PROPOSTA Regina Negri Pagani (UTFPR) Luis Mauricio Resende (UTFPR/ UEVV) A literatura aponta várias abordagens sobre aglomerações produtivas, bem como diferentes definições e conceitos de acordo com o seu nível de desenvolvimento. A competitividade destas aglomerações tem sido uma preocupação constante tanto porr parte de instituições públicas quanto da iniciativa privada. Desta forma, pesquisadores têm buscado apresentar um modelo que avalie a competitividade destas aglomerações. Porém, tendo em vista a diversidade de realidades econômicas e culturais em que estas aglomerações surgem, bem como os diversos níveis de desenvolvimento existentes, o objetivo deste trabalho é apresentar um modelo para a análise da competitividade de aglomerações produtivas em estágio embrionário, modelo este orientado para a conjuntura econômica e social brasileira. Palavras-chaves: Aglomerações Produtivas, Modelo de Análise, Competitividade
2 1. Introdução O desenvolvimento industrial a partir das aglomerações de empresas foi primeiramente discutido por Marshall no final do século XIX. Porém, foi somente por volta de 1980 que observadores perceberam um setor de pequenas e médias empresas que surgiam, sem nenhum apoio público, à sombra dos grandes distritos industriais italianos: a terceira Itália, composta por pequenas e médias empresas dinâmicas, com especialização flexível e intensa interação entre elas, apresentando índices surpreendentes de crescimento econômico na região. Em 1990, Porter publica A vantagem competitiva das nações que enfatizava a importância dos clusters para a competitividade industrial, tornando-se o marco de intensos trabalhos com aglomerações produtivas (MEYER-STAMMER & HARMES-LIEDTKE, 2005). A partir de então, as aglomerações de empresas têm sido objeto de estudo em várias partes do mundo. No Paraná, iniciou-se em 2005 um trabalho de pesquisa para mapear e identificar estatisticamente as aglomerações de empresas existentes no Estado. A pesquisa previa detectou a existência no município de Ponta Grossa de uma aglomeração produtiva de empresas no setor de Móveis de Metal e Sistemas de Armazenagem e Logística. Esta aglomeração configura-se como uma aglomeração que se destaca duplamente, quer pela sua importância para uma região, quer pela sua importância para o setor de atividade econômica no Estado (SEPL e IPARDES, 2006). Foi realizada uma pesquisa mais detalhada deste setor (PAGANI et al, 2005; PAGANI et al, 2006a; PAGANI et al, 2006b; PAGANI, 2006), que gerou uma dissertação de mestrado e proporcionou elementos para o desenvolvimento de um modelo de análise de competividade. O objetivo deste trabalho, portanto, é apresentar o modelo para a análise da competitividade de aglomerações produtivas em estágio embrionário. 2. Aglomerações produtivas de empresas: principais abordagens e tipologias A literatura aponta várias abordagens sobre aglomerações produtivas de empresas (MARSHAL, 1920; KRUGMAN, 1991, 1998a, 1998b; CASAROTTO e PIRES, 2001; CASSIOLATO e LASTRES, 2003; SUZIGAN, 2003, 2004, 2005; PORTER, 1990, 1998). Essas abordagens e suas características enfáticas estão sintetizadas na Figura 1. ABORDAGENS 1. Economias Externas Marshallianas (Marshall) 2. Nova Geografia Econômica (Krugman) 3. Abordagem da economia das empresas (Porter) 4. Economia da Inovação (Lastres e Cassiolato) 5. Ações conjuntas e eficiência coletiva (Schmitz) 6. Abordagem sistêmica (Ludwig von Bertalanfy) Fonte: elaborado pelo autor. ÊNFASE Enfatiza a importância da localização geográfica; interação entre as pequenas empresas propicia que estas se apropriem de economias de escala; pequenas empresas são mais ágeis e eficientes do que grandes corporações. Externalidades, forças centrípetas e centrífugas. Aglomerações são produtos de acidentes históricos. Ênfase na rivalidade como fator de competitividade, cooperação verticalizadas. Ênfase no aprendizado interativo e na inovação. Enfatiza a eficiência coletiva, que é o produto das economias externas incidentais e ação conjunta deliberada entre os vários atores da aglomeração (cooperação horizontal e vertical). Enfatiza a idéia de um conjunto de elementos interagentes, buscando através da sinergia a negentropia no macro-ambiente. Figura 1 Características enfáticas das abordagens de aglomerações territoriais 2
3 Quanto a tipologia de aglomerações produtivas, uma vez que estas são inerentemente idiossincráticas em natureza, a literatura apresenta uma variada gama de definições, com diferentes aplicações de conceito de acordo com os vários contextos (ENRICO e GRANDI, 2005). Na Figura 2 são apresentados os elementos podem ser adotados como chave para as noções gerais de aglomerações produtivas. Características Descrição 1. Concentrações geográficas Empresas se localizam em proximidade geográfica devido a fatores importantes, tais como economias externas de escala, bem como fatores mais amenos tais como capital social e processos de atividades. 2. Especialização As aglomerações estão no centro de atividades principais as quais todos os agentes estão ligados 3. Agentes Múltiplos As aglomerações e as suas iniciativas não consistem apenas em empresas, mas também envolvem autoridades públicas, instituições de ensino e de colaboração, e instituições do setor financeiro. 4. Competição e cooperação Esta combinação caracteriza as relações entre os agentes interligados. 5. Massas críticas É requerida para alcançar dinamismo interno. 6. O ciclo de vida de uma aglomeração As aglomerações e suas iniciativas não são fenômenos temporários de curta duração, mas são progressivos com perspectivas de longa duração. 7. Inovação Empresas aglomeradas são envolvidas em processo de mudanças tecnológicas, comerciais e/ou organizacionais. 8. Cultura Elemento chave, um bem de grande valor para o desenvolvimento das dinâmicas de uma aglomeração. Fator amplamente reconhecido na literatura, porém raramente considerado ao serem elaboradas políticas publicas de apoio às aglomerações. Fonte: elaborado a partir de Enrico e Grandi (2005). Figura 2 As sete características essenciais das aglomerações produtivas As aglomerações são geralmente definidas e conceituadas de acordo com o seu nível de desenvolvimento. Suzigan (2003) observa o grau de importância econômica para o setor e para a região. Frigero (2006), leva em conta o grau de desenvolvimento econômico, técnico e cultural. Lastres e Cassiolato (2003) focam o grau de organização e conhecimento da aglomeração. Na Figura 3 são apresentadas as classificações segundo os autores acima mencionados. NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO 5 Meta Distritos 4 Cadeia "Filiera" Núcleo de Desenvolvimento Setorial-Regional 3 Distritos Industriais Vetores Avançados Sistemas Produtivos e Inovativos Locais 2 Sistemas Produtivos Locais Vetor Desenvolvimento Local Sistemas Produtivos Locais 1 Agregações Menores Produtivas Embrião Arranjo Produtivo Local Frigero (2006) Suzigan (2003) Lastres e Cassiolato (2003) Fonte: elaborado pelo autor. Figura 3 Tipologia das aglomerações produtivas segundo o nível de desenvolvimento 3
4 2. Fatores e modelos de análise da competitividade de aglomerações produtivas Para Schmitz (1997; 1998), a competitividade de um distrito industrial se traduz não somente pelas economias externas, mas também em termos da ação conjuntas e dos vínculos existentes entre estes agentes, o que ele denomina eficiência coletiva, evitando, portanto, análise individual das firmas. Este conceito busca associar a eficiência coletiva tanto aos efeitos incidentais das externalidades, como àqueles efeitos que emergem a partir da ação deliberada de cooperação entre os agentes locais. Muller (1995 apud FUINI, 2006), ressalta que a competitividade baseada no objetivo de conquistar, manter e ampliar a participação no mercado fundamenta-se em uma complexidade de caminhos e opções de ordem econômica, sócio-política e cultural. Isto propõe o estudo da competitividade por meio de vários caminhos possíveis. Em seguida, serão apresentados alguns modelos de análise de competitividade. 2.1 Metodologia de Esser e Stamer Proposta por Esser et al (1994), foi relatada por Meyer-Stamer et al. (1997), e posteriormente por Lanzer et al (1997). Segundo esta proposta, apresentada por Suzigan ( ), a capacidade competitiva de um setor econômico poderá ser entendida se forem analisados os quatro níveis envolvidos: 1. Nível macro: apresenta a competitividade estrutural de uma economocia como um todo, corresponde ao ambiente macroeconômico, onde podem ser listados os seguintes fatores: educação, suporte à pesquisa, cooperação, legislação, infraéstrutura de transportes, energia e comunicação. 2. Nível micro: apresenta a competitividade empresarial individual, no que tangeà utilização de recursos e qualidade de bens e serviços oferecidos. 3. Nível meso: apresenta a organização da região em termos governamentais, suas políticas, instituições, tais como sindicatos e universidades, e o ambiente para cooperação entre as empresas. 4. Nível meta: apresenta os valors sócios-culturais de uma região, que também influenciam a competitividade: orientação dos grupos de atorees à aprendizagem e eficiência; defesa de interesses e autorganização em condições mutáveis; capacidade social de organização e integração; capacidade dos grupos de atores em interação estratégica. A cooperação surge, então, do entrelaçar destas ações, consolidando as redes de empresas. O que determina a competitividade de um conjunto de empresas são as condições estabelecidaas e a forma como esses níveis se relacionam, e a interação entre os níveis é que geram vantagens competitivas e que criam uma base auto-sustentável de competição ( SUZIGAN., ccc ). 2.2 Modelo de Porter Para Porter (1990, 1998, 2001), são quatro as fontes de vantagens competitivas de aglomerações de empresas. Este esquema diamante apresentado por Porter (1990) busca representar a interdependência entre os quatro vértices que determinam a vantagem competitiva nacional. b) As condições de fatores disponíveis aos produtores: inclui disponibilidade de mão-de-obra qualificada, especializada e experiente nas atividades inerentes ao cluster; infra-estrutura 4
5 física adequada; sistema legal e um ajuste da carga tributária em decorrência de solicitações coletivas; instituições de ensino e pesquisa a que recorrem às empresas. c) As condições de demanda: a presença de uma base de clientes locais sofisticados e contestadores, cujas necessidades antecipam a procura externa, pressionam as empresas a melhorarem constantemente suas vantagens competitivas através de produtos inovadores, com crescente aumento de qualidade. d) Contexto para estratégia e rivalidade da empresa: uma característica compartilhada pelas economias competitivas consiste na forte concorrência entre as empresas. A competição pode coexistir junto à cooperação, uma vez que estas ocorrem em dimensões diferentes e entre diferentes agentes, porém em sua maior parte vertical, envolvendo companhias e indústrias correlatas e instituições locais Porter (1998). e) Existência de setores correlatos e de apoio: constitui-se em uma das externalidades mais importantes verificadas nas aglomerações produtivas. Quanto à constituição e elaboração de políticas de apoio, para Porter (1990), o setor privado deve ter o papel de líder na constituição do cluster. Ao governo, cabe o papel de formular políticas que possam induzir o desenvolvimento dos clusters existentes. O autor é contrário a políticas tradicionais, como as que concedem subsídios e proteção contra a concorrência externa. Isto se deve ao fato de que as preocupações do autor estão concentradas nas vantagens competitivas das nações em uma economia globalizada. Para ele, o fenômeno dos clusters é de difícil entendimento fora do contexto de uma teoria mais ampla da concorrência e da influência da localização na economia global. 2.3 O Modelo de Fuini Para Matesco e Hasenclever (2000), os principais eixos da competitividade e da estratégia empresarial são: Estratégias de exportação; Acesso a novas tecnologias e difusão de inovações; Parcerias e cooperação externa; Qualificação da mão-de-obra; Qualidade da administração e gestão. Considerando estes eixos, Fuini (2006) propõe dez fatores básicos determinantes da competitividade, oriundos das análises da economia industrial, acrescendo a estes elementos de ordem política, social e cultural. São eles: 1. Produtividade: elemento básico de competitividade, calculado pela razão produto/unidade de trabalho/tempo, ou pela divisão do valor adicionado e agregado de uma determinada atividade pelo número de empregados na mesma, considerando-se o uso de maquinários modernos e as habilidades da mão-de-obra. 2. Inovação: investimentos em: equipamentos tecnológicos; métodos e procedimentos gerenciais, administrativos e produtivos; no acabamento e diversidade do produto, e a disponibilidade de centros de pesquisa e de controle de qualidade local. 3. Estratégias comerciais e condições de demanda (comércio interno e externo): formas pelas quais os produtores divulgam seu produto e realizam as vendas. 4. Redes de serviços e indústrias correlatas e de apoio 5. Infra-estrutura logística: estradas e portos, bem como rede informacionais, que permitem a escoação da produção e agregação de valor ao produto na cadeia via intercambio de conhecimentos e informações. 6. Mercado de trabalho local: centros educacionais e de treinamento visando a qualificação e especialização da mão-de-obra. 5
6 7. Agências de financiamento e crédito 8. Cooperação entre atores: identificação do tipo de relação estabelecida entre as empresas locais e destas com as entidades representativas, instituições locais e o poder público, avaliando-se o objetivo de tais parcerias, os benefícios obtidos com as mesmas e as razões da possível precariedade de tais laços. 9. Governança da aglomeração: é a estrutura organizacional do aglomerado produtivo, a qual define as principais estratégias coletivas do arranjo e a forma como estas serão implementadas. 10. Recursos naturais: atributos geográficos que propiciem o desenvolvimento de uma atividade específica como, por exemplo, argila de boa qualidade para indústrias cerâmicas. Para Fuini (2006), estes são elementos básicos direcionadores da competitividade. Mas, certamente, dependendo da atividade básica principal, nem todos serão relevantes. Por exemplo, no caso específico do setor de Móveis de Metal e Sistemas de Armazenagem e Logística, o último fator recursos naturais não é relevante para a competitividade, uma vez que não são utilizados recursos naturais no processo de produção, exceto a água. Mas este recurso não é utilizado em quantidade crítica. 2.4 Modelo proposto para análise da competitividade de uma aglomeração embrionária Fundamentando-se nos modelos de competitividade apresentados, propõe-se a seguir um modelo de competitividade, que será utilizado para avaliação da aglomeração produtiva objeto de estudo. Neste modelo, são propostos oito fatores considerados essenciais para a competitividade de um aglomerado em fase embrionária. Os fatores, e suas justificativas, são: 1. Capital Humano (gestão profissionalizada e mão-de-obra capacitada): as empresas precisam, independentemente de estarem vinculadas a uma aglomeração ou não, buscar maneiras de profissionalizar a gestão, pois uma das principais causas da mortalidade das pequenas e médias empresas é a falta de conhecimentos gerenciais, que pode ocasionar dificuldades de gestão, baixa qualidade nos processos e produtos. 2. Governança: viabiliza e articula as ações da aglomeração de forma unificada e coesa, além de ser um dos aspectos mais relevantes em um APL (FIRJAN, 2004; CAVALCANTE, 2004; PAGANI et al., 2005). Para Suzigan (2004) a constituição de uma governança não é fator obrigatório, porém contribui para que as ações conjuntas sejam articuladas de forma mais definida e coesa. 3. Infra-estrutura logística: vias terrestres (rodovias, ferrovias), fluviais e/ou marítimas são as responsáveis pelo escoamento da produção. Quanto mais estratégica for a localização da aglomeração em relação e estes fatores, menos custos com logística terá, aumentando a competitividade da aglomeração (FUINI, 2006). 4. Eficiência coletiva: alcançada por meio da combinação das economias externas locais espontâneas e das ações conjuntas deliberadas das empresas e do setor público (cooperação vertical e horizontal) (SCHMITZ, 1997). Incluem-se neste fator todas as ações que possam ser realizada de forma cooperativa e compartilhada, tais como compra de insumos e matéria-prima; ações de marketing e vendas, entre outras. 5. Inovação Tecnológica: a inovação tecnológica, seja de processo ou de produto, é essencial para o aumento da competitividade de uma empresa, uma vez que possibilita o aumento 6
7 de retornos econômicos (LASTRES e CASSIOLATO, 2003). Ela é uma das conseqüências da eficiência coletiva. 6. Qualidade: a globalização abriu as portas dos mercados internacionais, e torna-se impossível a inserção nestes mercados sem a adequação dos produtos às normas internacionais de qualidade. O mercado interno, em função da diversidade de marcas, vai se tornando cada vez mais exigente e infiel (MAXIMIANO, 2004; SEBRAE, 2005; PAGANI et al. 2006b). 7. Produtividade: é o objetivo maior tanto das empresas individuais quanto deve ser o da aglomeração produtiva (FUINI, 2006). Em termos de nível de importância, este fator em primeiro lugar; porém, este fator será alcançado quando os anteriores tiverem sido atingidos. 8. Políticas de apoio adequadas: Embora alguns autores não sejam partidários de políticas governamentais tradicionais de apoio, como protecioniscmo, (PORTER, 1990; SCHMITZ, 1997), estes concordam cabe ao governo o papel de formular políticas que possam induzir o desenvolvimento dos clusters existentes. As políticas cooperam com a produtividade da aglomeração. Portanto, eles deveriam figurar previamente à produtividade nesta relação de fatores. No entanto, deve-se considerar que nem sempre será possível a criação de políticas públicas de apoio; e nem sempre as políticas criadas serão totalmente efetivas. Para realizar essa análise, sugere-se avaliar a existência destes fatores, elencando-os e atribuindo valores de 0 a 3, conforme Tabela 1. Inexistente / Fatores Desfavorável 0 1. Capital Humano 2. Governança 3. Infra-estrutura logística 4. Eficiência coletiva 5. Inovação Tecnológica 6. Qualidade 7. Produtividade 8. Políticas de apoio adequadas Total (%) Fonte: Elaborado pelo autor, Incipiente 1 Em fase de aprimoramento 2 Favorável 3 Tabela 1 Modelo proposto para análise da competitividade de aglomerações embrionárias Uma vez, realizada a pesquisa de campo e coletados os dados referente aos fatores listados para a análise, realiza-se o lançamento das informações segundo a ana lise do pesquisador. Se nesta análise prevalecer a condição 2 (em fase de aprimoramento), considera-se que a aglomeração está em fase de desenvlvimento, caminhando em direção a um aumento de comptividade. Se prevalecer a condição 3, considera-se aaglomeração em situação competitiva diante do mercado. Caso os maiores indices estejam voltados para a situação 0 e 1, é necessário rever a posição da aglomeração, e mesmo das empresas individualmente localizadas na aglomeração. É preciso refletir, neste caso, quanto a alternativas que venham a alavanacar a conjuntura economica da aglomeração, fazendo todo um estudo analítico quanto a sua viabilidade. 7
8 2.4.1 Algumas considerações sobre o modelo É importante ressaltar que os fatores foram apresentados considerando uma aglomeração em seu estágio embrionário. Aglomerações em estágios mais avançados de desenvolvimento certamente devem levar em conta outros tipos de fatores, como por exemplo, um alto índice de exportação, o que, todavia, não significa que as exportações não devam ocorrer nas aglomerações embrionárias, mas acredita-se que as aglomerações neste estágio de desenvolvimento precisam ainda superar outras dificuldades, como as questões relacionadas à qualidade, o alcance do mercado interno, para depois buscar outros patamares de mercado. Mas a busca pelo mercado externo deve acontecer quando a aglomeração estiver fortalecida e amadurecida em termos de articulação das ações através da cooperação entre os atores. Se as exportações forem buscadas de forma conjunta sem estes requisitos, corre-se o risco de não serem bem sucedidas, acarretando prejuízos para todas as empresas, enfraquecendo as relações entre elas. Optou-se, também, por um modelo simplificado de análise, que pode ser facilmente realizada em qualquer aglomeração embrionário, o que facilita sobremaneira a visualização e definição de objetivos futuros para a aglomeração, ajudando-a inclusive a melhor estrutar-se no sentido de buscar implementar os fatores com baixa favorabilidade. 3. Considerações finais Existem alguns modelos propostos na literatura para avaliar a competitividade de aglomerações produtivas. Em geral, estes modelos foram desenvolvidos para realidades diferentes da que se encontra no Brasil. Portanto, a aplicação de um destes modelos requer alguns ajustes a fim de que possa atender à necessidades de pesquisa da realidade aqui encontrada. O modelo proposto neste artigo buscou atender aos aspectos considerados fundamentais das aglomerações produtivas embrionárias, aspectos estes essenciais ao crescimento e desenvlvimento de uma aglomeração produtiva. Este modelo já foi aplicado no Setor de Móveis de Metal e Sisteemas de armazenagem e Logística de Ponta Grossa, e seus resultados serão apresentados em outro trabalho. Este trabalho não tem a pretensão de ser conclusivo. Recomenda-se a avaliação e aplicação em outras aglomerações, considerando-se, porém, que elementos culturais regionais diferentes podem requerer outros diferentes fatores para avaliação da competitivividade de aglomerações embrionárias. Referências CASAROTTO Filho, N. & PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global. 2º edição. São Paulo: Atlas, CASAROTTO Fiho, N. et al. Análise da Competitividade das Principais Aglomerações Produtivas de móveis da Região Sul do Brasil. BRDE: Florianópolis, CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. & MACIEL, M. L. (Orgs.) O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas. In: Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, CAVALCANTE, C. R. R. Cooperação e Governança em Arranjos Produtivos Locais. In: 1ª Confereência Brasileira sobre Arranjos Produtivos Locais
9 ENRICO, C. & GRANDI, S. Cluster Dynamics and Innovation in SMEs: The role of culture. International Centre for Research and the Economics of Culture, Institutions, and Creativity (EBLA). Dipartamento di Economia S. Cognetti de Martis. Università di Torino. Working paper nº 03, FIRJAN, Gerência de Desenvolvimento Tecnológico do Sistema. O Sistema FIRJAN e a governança Estadual dos Arranjos Produtivos Locais. XXIII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica. Anais... Curitiba, FUINI, L. L. A Nova Dimensão dos Territórios: Competividade e Arranjos Produtivos Locais (APL). Revista Estudos Geográficos, Rio Claro. Disponível em: Acesso em: Agosto, 2006 FRIGERO, B. M. A Transformação do modelo Italiano º Encontro dos APLs do Paraná. Rede APLs Paraná. Curitiba: CIETEP, KRUGMAN, P. Geography and trade. Cambridge: MIT Press, KRUGMAN, P. What s new about the New Economic Geography? Oxford review of economic policy, v. 14, n.2. (1998a). KRUGMAN, P. The role of geography in development. Annual World Bank Conference on Development Economics. Washington-DC, 1998b. MARSHALL, A. Industry and Trade: A Study of industrial technique and businnes organization, and of their influences on the condition of various classes and nations. On-line book Disponível em < Acesso em: novembro de MATESCO, V.R. & HASENCLEVER, L. As empresas transnacionais e o seu papel na competitividade industrial e dos países: o caso do Brasil. VEIGA, P. M. (org.) O Brasil e os desafios da globalização. Sobeet Relume Dumará, Rio de Janeiro, MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 6ª edição revista e ampliada. São Paulo: Atlas, MEYER-STAMER, J. & HARMES-LIEDTKE, U. How to Promote Clusters. Competitividad: Conceptos Y Buenas Practicas. Uma Herramienta de Autoaprendizage Y Consulta. Inter-American Development Bank. Duisbrug and Buenos Aires, PAGANI, R. N. et al. Arranjos Produtivos Locais APLs e suas abordagens análogas: o estado da arte segundo anais do ENEGEP. I Encontro Estadual de Engenharia da Produção e I Simpósio de Gestão Industrial Ponta Grossa, PR, 26 a 30/set/2005. PAGANI, R. N. et al. Móveis de metal e sistemas de armazenagem e logística: uma análise prévia do setor para a estruturação do APL da Região dos Campos Gerais, PR. XXVI ENEGEP. Anais... Fortaleza. Brasil. Outubro de 2006a. PAGANI, R. N. et al. Uma análise do controle de qualidade utilizado pelas empresas do setor de Móveis de Metal e Sistemas de Armazenagem e Logística de Ponta Grossa, PR. XXVI ENEGEP. Anais... Fortaleza. Brasil. Outubro de 2006b. PAGANI, R. N. Análise da Aglomeração Produtiva do Setor de Móveis de Metal e Sistemas de Armazenagem e Logística de Ponta Grossa PR. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção: Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Ponta Grossa, PORTER, M. E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, PORTER, M. E. Clusters and the New Economics of Competition. Harvard Business Review, Vol. 6, Boston, Nov/Dez: SCHMITZ, H. Eficiência Coletiva: caminho de crescimento para a indústria de pequeno porte. Ensaios FEE. Porto Alegre, v.18, n.2, p , SCHMITZ, H. Collective efficiency and increasing returns. IDS Working paper no. 50. Institute of Development Studies. University of Sussex, Brighton. March, SEBRAE & CNI. Indicadores de Competitividade na indústria Brasileira. Brasília, Disponível em: pesquisa_indicadores_competitividade2005.pdf. 9
10 Acesso em outubro, SEPL (Secretaria de Estado do Planejamento do Paraná e Coordenação Geral) & IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). Arranjos Produtivos no Paraná: Identificação, Caracterização, Construção de Tipologia. Curitiba: Ipardes, SUZIGAN, W. et al. Sistemas Locais de Produção: Mapeamento, Tipologia e Sugestões de Políticas. Anais... XXXI Encontro Nacional de Economia SUZIGAN, W. Estruturas de Governança e Cooperação em APLs. Seminário BNDES: APLs como instrumento de desenvolvimento. Anais SUZIGAN, W. Aglomerações industriais: avaliação e sugestões de políticas. Disponível em: < futamadiloportunidades/futindustria_01.pdf> Acesso: maio de
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