inciso II e IV, do Código Penal contra a vítima Cristiane Monteiro da Silva.
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- Luna Garrau Pereira
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1 Processo nº Natureza: Ação Penal Réu: Jhones Milton Soares do Nascimento S E N T E N Ç A O Representante do Ministério Público do Estado de Goiás, com atribuição nesta Comarca, denunciou Jhones Milton Soares do Nascimento, como incurso nas sanções do art. 121, 2, inciso II e IV, do Código Penal contra a vítima Cristiane Monteiro da Silva. Narra a exordial:?apurou-se que, no dia 28 de fevereiro de 2014, a vítima saiu de casa, sita no referido bairro, com destino ao Centro da cidade, a fim de participar da festa de carnaval e, misteriosamente, desapareceu, tendo seu corpo sido encontrado no dia 12 de março d e2014, defronte ao Loteamento Jardim do Lago, nesta urbe, já em estado avançado de decomposição e sinais evidentes de morte violenta, com bem demonstrado no Laudo de Exame Cadavérico de fls. 12/17. Verificou-se a investigação que logo após a festa, denunciado e vítima voltaram para casa juntos, pois eram namorados, e fazendo uso de substância entorpecente, o denunciado aproveitou-se da situação de desatenção e tranquilidade da vítima, além da confiança que esta depositava naquela em razão do namoro, ceifou sua vida, e em vista do avançado estado de putrefação do corpo, não foi possível identificar o objeto utilizado pelo denunciado. Consigno que, após o suposto desaparecimento da vítima, o denunciado só procurou a guarnição da Polícia Militar para registra Boletim de Ocorrência depois de uma depois, demonstrando assim total frieza e personalidade criminógena. Apesar do estado de putrefação e mumificação do corpo da vítima, as tatuagens que possuía contribuíram para a identificação do cadáver, conforme relato do Boletim de Ocorrência nº 3735/2014 e nº 85/2014.? Recebida denúncia, foi decretada a prisão temporária do acusado e determinada sua citação para apresentação de defesa escrita em fls. 236/237.
2 Resposta a acusação (fls. 249/250). Em audiência de instrução e julgamento foi colhido depoimento de duas testemunhas e de quatro informantes e interrogado o réu (mídia audiovisual, fls. 275). Alegações finais apresentadas pelo representante do Ministério Público (fls.276/280) e pela defesa (fls. 281/284). É o breve relatório. DECIDO. A Constituição Federal estabelece a atribuição de julgamento dos crimes dolosos contra a vida para o Tribunal do Júri, devendo o pronunciado ser submetido ao crivo de seus pares. Tratando-se o procedimento do Tribunal do Júri de rito escalonado cabe neste momento processual confrontar os elementos produzidos durante a instrução probatória ao que determina o art. 413 do Estatuto Processual Penal, segundo o qual?o juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou participação.? É sabido que na sentença de pronúncia, ato final do iuditium accusationes, deve-se ter em conta a existência de indícios de autoria e materialidade do crime, somente se operando a modificação dos elementos descritos na denúncia, como, por exemplo, a desclassificação do crime, quando tais circunstâncias restarem sobejamente comprovadas nos autos, o que não é o caso. Aplica-se neste passo o princípio in dubio pro societate, para que o julgamento seja levado a cabo pelo Egrégio Tribunal do Júri Popular, juízo natural dos crimes dolosos contra a vida. Para a impronúncia ou absolvição sumária nesta primeira fase do rito do Júri, as hipóteses que a admitem devem estar nitidamente comprovadas nos autos. In casu, os elementos probatórios trazidos aos autos confirmam que o crime, de fato, ocorreu, havendo indícios suficientes da autoria pelo denunciado. Ressalto que o acusado nega em juízo a autoria do delito, as testemunhas não são presenciais, entretanto, tais circunstâncias não são suficientes para afastar
3 definitivamente a autoria uma vez que o acusado confessou a prática do delito perante a autoridade policial e as testemunhas apontaram que acusado e vítima saíram juntos antes do desaparecimento desta, fatos que se apresentam como indícios suficientes de autoria. Assim, não formado convencimento firme a respeito da negativa de autoria suscitada e, considerada a comprovação da materialidade delitiva e a existência de indícios bastantes de autoria incomportável a absolvição sumária ou a despronúncia Destarte, não restando comprovado extreme de dúvidas que o acusado não é o autor do delito o mais prudente é que a acusação seja levada ao conhecimento do júri popular tal como foi lançada. Neste sentido:?...homicídio. PRONÚNCIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. NEGATIVA DE AUTORIA. IMPOSSIBILIDADE. 1- Não formado convencimento firme a respeito da negativa de autoria suscitada e, considerada a comprovação da materialidade delitiva e a existência de indícios bastantes de autoria, incomportável a absolvição sumária ou a impronúncia...? (TJGO. 2A CAMARA CRIMINAL, REL. DR. MAURICIO PORFIRIO ROSA DJ 1612 de 22/08/2014)?...PRONÚNCIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. NEGATIVA DE AUTORIA. 1- Na fase da pronúncia, para que o magistrado acolha tese de negativa de autoria, resultando na absolvição sumária, deve estar comprovado, de forma incontestável, não ter o agente concorrido para a infração penal, inocorrente, prevalece a remessa da causa ao Tribunal do Júri...? TJGO. 1A CAMARA CRIMINAL, REL. DES. J. PAGANUCCI JR., DJ 1600 de 06/08/2014 Quanto as qualificadoras: As qualificadoras somente são passíveis de exclusão nessa fase processual se manifestamente inexistentes. In casu a prova coligida não é suficiente para afirmar que as qualificadoras apostas na denúncia não estão presentes, isto considerando o mero juízo de
4 admissibilidade que ora se proceda, não sendo lícito afastar qualquer qualificadora quando o julgador singular não tem elementos induvidosos para descaracterizá-las. O afastamento de qualificadora somente tem lugar se a imputação estiver patentemente dissociada das provas dos autos, havendo suporte probatório, mínimo que seja, impõe-se a sua manutenção, a fim de que o Tribunal do Júri, juízo natural dos crimes dolosos contra a vida, possa apreciá-la da forma que lhe aprouver. Quanto ao motivo fútil, ressalto a circunstância já mencionada de que o acusado nega em juízo a autoria do delito, as testemunhas não são presenciais, entretanto, perante a autoridade policial confessou a autoria fato mas afirmou não se recordar do motivo. In casu, aponta o Ministério Público que não restou configurado motivo suficiente para ensejar tamanha crueldade. Por outro lado, é mister observar ser bastante polêmico a equiparação da ausência de motivo ao motivo fútil, alguns entendendo que a prática do delito sem qualquer motivo evidencia a futilidade, outros entendendo que o desconhecimento do motivo jamais deveria caracterizar a futilidade. Conforme posicionamento do STJ não se pode confundir motivo fútil com falta ou desconhecimento do motivo. Conquanto esta julgadora tenha posicionamento firme sobre a questão entendo que nesta fase de juízo de admissibilidade não comporta ao juiz singular afastar a qualificadora do motivo fútil pela ausência de motivo aparente para a prática delituosa, devendo a mesma ser entregue ao prudente arbitrio do Conselho de Sentença. Quanto a qualificadora do recurso que dificulte a defesa do ofendido, sobressai dos autos que a vítima mantinha relacionamento de confiança com o acusado, sem amásio, além de supostamente estar embriagada e drogada, fatos que potencialmente podem ter dificultado a sua defesa, circunstancias que não autoriza a exclusão desta qualificadora. Dessa forma não estando as qualificadoras dissociadas das provas dos autos não comporta nesta fase processual o afastamento das mesmas. Portanto não sendo as qualificadoras do presente caso concreto manifestamente inexistentes é de serem submetidas à apreciação do Conselho de Sentença.
5 Neste sentido:?...v? QUALIFICADORAS. AFASTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial a respeito, a exclusão de qualificadora, na fase da pronúncia, somente pode ocorrer quando houver prova inequívoca de sua inexistência, ou seja, quando for ela manifestamente improcedente e estiver totalmente dissonante do acervo probatório, do contrário, deve ser submetida ao Conselho de Sentença...? (TJGO. 2A CAMARA CRIMINAL Rel. DR(A). JAIRO FERREIRA JUNIOR, DJ 1648 de 13/10/2014).?...1- A pronúncia é uma fase de admissibilidade da acusação e não de apreciação do mérito, em que vigora o princípio in dubio pro societate, ou seja, havendo dúvidas, resolvem-se contra o réu e a favor da sociedade. Assim, existindo elementos de provas da materialidade delitiva e indícios suficientes da autoria e participação, bem como de circunstâncias indicativas da incidência das qualificadoras insertas nos incisos I e IV, 2º, do art. 121, do Código Penal, devem os acusados ser pronunciados e submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, nos termos do artigo 413, do Código de Processo Penal...? (TJGO. 1A CAMARA CRIMINAL, REL. DES. J. PAGANUCCI JR., DJ 1653 de 20/10/2014) *** Em conclusão, não vejo como, nesta fase, atender à pretensão da defesa, de impronuncia, vez que o procedimento inquisitório acompanhado das provas carreadas durante instrução processual, são suficiente para a pronuncia do denunciado. Ante o exposto, julgo procedente a denúncia e pronuncio o acusado Jhones Milton Soares do Nascimento, nas penas do art. 121, 2, inciso II e IV, do Código Penal, para que seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri desta Comarca. Passada esta em julgado, abra-se vista ao órgão ministerial para os fins do art. 422 do Código de Processo Penal. Publique-se, registre-se e intimem-se. A ré deverá ser intimada pessoalmente.
6 Goianápolis, 23 de outubro de Christiane Gomes Falcão Wayne Juiz de Direito
Vistos. Consta, ainda, que no período compreendido entre as 13h15min do dia 13 de outubro até as 18h00min do dia 17 de outubro de 2008, na Rua Oito,
Vistos. LINDEMBERG ALVES FERNANDES, qualificado nos autos, foi denunciado como incurso no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I e IV (vítima Eloá); artigo 121, parágrafo 2º, incisos I e IV c.c. artigo 14,
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