XIII CONGRESSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO em Questão. 22 a 25 de outubro de 2014 Gramado - RS

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1 XIII CONGRESSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO em Questão 22 a 25 de outubro de 2014 Gramado - RS

2 TRIBUTAÇÃO E ECONOMIA: carga tributária, política fiscal e redistribuição das bases de incidência Maria de Fátima Cartaxo Diretora da Escola de Direito de Brasília EDB/IDP

3 I - Tomada de Decisões Fiscais em Democracias Descentralizadas: Diretrizes para países da América Latina que estavam revendo seus sistemas tributários nos anos 90 s O que é Descentralização Fiscal? Condições para a Descentralização Fiscal Regras para a Descentralização Fiscal II - América Latina: Um Retrato após 15 anos - Tributação versus desenvolvimento econômico e social: Mitos e realidades Tributação como uma ferramenta de desenvolvimento > Mitos e Verdades > Necessidade: Algumas reformas políticas III Os tributos como instrumento de desenvolvimento econômico e social Recomendações para a construção de um sistema tributário mais justo, que reduza as desigualdades, aumente a competividade e fortaleça a cooperação fiscosociedade

4 I - Tomada de Decisões Fiscais em Democracias Descentralizadas Diretrizes para países da América Latina que estavam revendo seus sistemas tributários nos anos 90 s

5 O que é Descentralização Fiscal? Autonomia/Atribuição de despesas Poder para aumentar receita Conselhos eleitos localmente Escolha local dos dirigentes Sistemas de concessões/transferências descentralizados

6 Por que Descentralização Fiscal? Governo eleito diretamente (re)democratização Centralização ineficiente qualidade dos serviços Uniformidade não aceitável na oferta de serviços diversidade Desenvolvimento dos governos locais capacidade institucional Autonomia versus Dissolução integridade nacional

7 Argumentos para Descentralização Fiscal Aproxima o governo às pessoas EFICIÊNCIA ECONÔMICA: descentralização fiscal torna o governo mais próximo da população, dá destaque ao papel dos governos locais e torna os contribuintes mais susceptíveis ao cumprimento das suas obrigações tributárias, uma vez que os serviços prestados pelo setor público têm maior visibilidade e podem ser mais bem avaliados.

8 Argumentos para Descentralização Fiscal Melhora a mobilização para aumento da Receita MOBILIZAÇÃO ARRECADADORA: uma estrutura descentralizada normalmente enseja uma maior mobilização para o aumento das receitas tributárias. Dessa forma, uma significante parcela da população, com capacidade contributiva e que tem ficado fora da base tributária pode vir a ser recuperada positivamente, em termos de receitas fiscais, pelos governos locais, em um sistema fiscal descentralizado.

9 Podem os Governos Locais obter esses Benefícios? Governos locais eleitos diretamente Dirigentes locais Poder para tributar localmente Autonomia e responsabilidade significativa de despesa Capacidade administrativa adequada para tributar

10 Argumentos para Centralização Fiscal Controle macroeconômico, política de estabilização Direcionamento dos investimentos em infraestrutura social Potencial equilíbrio regional Competência e honestidade

11 Preocupações Relativas à Estabilização Economias Instáveis, expostas a mudanças constantes Volatilidade do setor público Controle sobre instrumentos fiscais

12 Preocupações Relativas à Infraestrutura Capital é restrito Prioridades locais versus centrais Uniformidade e padrões de serviço público

13 Condições para a Descentralização Fiscal Existência de condições macroeconômicas e políticas favoráveis Competência técnica e administrativa dos diversos níveis para realizarem, com eficiência, a gestão das respectivas finanças públicas e prestarem os serviços de suas responsabilidades Monitorização do processo por parte do poder central

14 Regras para a Descentralização Fiscal 1) As Relações Fiscais Intergovernamentais constituem um sistema, e todas as suas peças devem-se encaixar. 2) Primeiramente deve-se fazer a partilha das responsabilidades pelos gastos entre os diversos níveis de governo, para que posteriormente se faça a repartição das fontes de receitas, no montante que corresponda às respectivas necessidades.

15 Regras (continuação) 3) O processo de descentralização fiscal pressupõe uma forte capacidade de monitorização e controle por parte do poder central. Paradoxalmente o primeiro degrau para um efetivo processo de descentralização deve ser o desenvolvimento da capacidade de governo central liderar e coordenar o processo.

16 Regras (continuação) 4) O governo central deve honrar seus compromisso para o processo de descentralização, seguindo as regras do pacto fiscal celebrado com os demais níveis de governo. 5) Sistema fiscal deve ser o mais simples possível. Precisão em administração de impostos e distribuição de transferências é provavelmente impossível na maioria dos casos.

17 Regras (continuação) 6) As transferências intergovernamentais e os impostos fracionados (competências tributárias partilhadas) devem ter um papel importante em quase toda descentralização fiscal. (instrumento complementar e regulador do processo) 7) Um rígido sistema de restrição e transparência orçamentária deve ser imposto por todos os níveis de governo.

18 II - América Latina: Um Retrato após 15 anos Não Basta Arrecadar Tributação versus Desenvolvimento: Mitos e realidades

19 Tributação como instrumento de desenvolvimento... Combater a desigualdade Promover a produtividade Proteger o futuro

20 Tributação na América Latina e Caribe: Mito versus Realidade Mitos? 1. Carga tributária baixa 2. Impostos regressivos 3. Grande evasão

21 Tributação no LAC: Mito versus Realidade Mitos? 1. Carga tributária baixa Realidade Sim... particularmente no imposto de renda pessoal... mas mais significativo o aumento da carga fiscal global no mundo

22 Baixa carga tributária no LAC... Carga tributária como percentagem do PIB (média simples, ) OECD 25 Eastern Europe 24 Latin America and the Caribbean 17 3 Asia 17 Africa 16 Middle East

23 Baixa carga tributária no LAC... Carga tributária como percentagem do PIB (média simples, ) OECD Eastern Europe Latin America and the Caribbean Asia Africa Potencial dado ao nível de desenvolvimento Middle East

24 ... e tem aumentado mais que no resto do mundo... Alterações da carga fiscal entre 1990 e 2010 (média simples, porcentagem do PIB) Latin America and the Caribbean Eastern Europe Middle East Africa Asia OECD -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

25 Tributação no LAC: Mito versus Realidade Mitos? 1. Carga tributária baixa 2. Impostos regressivos Realidade Sim... particularmente no imposto de renda pessoal... mas mais significativo o aumento da carga fiscal global no mundo Talvez... Com possíveis perdas para evitar a regressividade do IVA e promover progressividade de impostos de renda pessoais

26 Tributação no LAC: Mito versos Realidade Mito? 1. Carga tributária baixa 2. Impostos regressivos 3. Grande evasão Realidade Sim... particularmente no imposto de renda pessoal... mas mais significativo o aumento da carga fiscal global no mundo Talvez... com perdas para evitar a regressividade do IVA e promover progressividade de impostos de renda pessoais Sim... no imposto de renda (mais baixa no IVA) É fácil e livre o risco para iludir o fisco

27 Grande evasão: Um golpe para a igualdade Taxas de evasão fiscal (percentagem) Corporate Income Tax Personal Income Tax VAT

28 ...com chances mínimas de ser auditado Auditorias de 3% em massa

29 ...com chances mínimas de ser auditado 0.2% auditorias detalhadas Auditorias de 3% em massa

30 Recomendações de política e desafios: Novas Regras Preservar o meio ambiente, pensando nas novas gerações Melhorar ambiente de negócios e competitividade dos países Reduzir desigualdade e promover a inclusão social Nova geração de reformas fiscais, focalizando as relações intergovernamentais

31 III - OS TRIBUTOS COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL Recomendações para a construção de um sistema tributário mais justo, que aumente a competitividade do país, contribua para a redução das desigualdades e fortaleça a cooperação fiscosociedade

32 DIMENSÕES DO SISTEMA TRIBUTÁRIO: (i) gerar recursos suficientes para o custeio dos direitos básicos e exercício das funções públicas (ii) promover o desenvolvimento econômico (iii) estimular o equilíbrio federativo (iv) fomentar relações harmônicas e de colaboração entre os entes públicos OBS: atenção para seus efeitos no ambiente de negócios, na oferta de bens e serviços e na geração de emprego e renda

33 PRINCIPAIS PROBLEMAS E DISTORÇÕES COMPLEXIDADE INSEGURANÇA JURÍDICA OPACIDADE CUSTO DE PAGAR IMPOSTOS BAIXA COMPETITIVIDADE insumos produtivos ASSIMETRIA, ANTAGONISMO, LITIGIOSIDADE REGRESSIVIDADE

34 PILARES NORTEADORES DAS MUDANÇAS SIMPLIFICAÇÃO TRANSPARÊNCIA E COOPERAÇÃO JUSTIÇA FISCAL SEGURANÇA JURÍDICA COMPETITIVIDDE

35 OBRIGADA! Maria de Fátima Cartaxo Consultora Internacional em Política e Gestão Fiscal Diretora da Escola de Direito de Brasília EDB/IDP