PROCESSO Nº. 0841/2016 EDITAL FPTI BR Nº. 154/2016

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1 Perguntas e Respostas Data do Questionamento: 03/01/2016 Pergunta Com relação ao EDITAL FPTI-BR Nº 0154/201, item: Documentação relativo à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA O Edital prevê a participação apenas de profissionais ligados ao CREA e ao CAU, no caso engenheiros Agrônomos e Arquitetos. Vimos mui respeitosamente declarar que Possuímos em nosso quadro técnico uma Bióloga. Profissional esse que possui habilitação para elaboração de projetos de paisagismo. Inclusive temos em nome da empresa e deste profissional, diversos projetos atestados e acervados junto ao CRBio (CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA-PR), em quantidade superior ao mínimo exigido pelo presente edital. Por estarem em total legalidade dentro dos mesmos critérios que os de Arquiteto pela legislação brasileira, inclusive com jurisprudência anterior, dados os projetos já acervados, entendemos que não pode existir a diferenciação quanto ao exercício desta função, estando o Biólogo excluído. E para esse edital especificamente, acreditamos que seja um Biólogo, o profissional mais recomendado para desenvolver os trabalhos que se desejam. Pois como bem citado no Termo de Referência, anexo desse edital, no capítulo 2, DA JUSTIFICATIVA DA NECESSIDADE DA CONTRATAÇÃO, item 2.1 : 2.1. O paisagismo não é apenas a criação de jardins através do plantio desordenado de algumas plantas ornamentais, é uma técnica artesanal aliada à sensibilidade, que procura reconstituir a paisagem natural dentro do cenário devastado pelas construções. Requer conhecimentos de botânica, ecologia, variações climáticas. E também citado no item 1.5 do TERMO de REFERÊNCIA : 1.5. Sua concepção deverá considerar os elementos físicos do terreno (relevo, vegetação, áreas de preservação, córregos, Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil Processo 0841/2016 Edital 154/2016 1/5

2 nascentes, clima, etc.), visando também recuperar as áreas degradadas pela intervenção das vias, com elementos de refazimento da cobertura vegetal, florestal (arborização, semeaduras, contenções de erosões, etc.). Pelos motivos acima apresentados, gostaríamos da analise e revisão quanto a este quesito, COM pelo menos NO MÍNIMO o aceite do Profissional Biólogo, para a qualificação técnica. Resposta Eis que, tempestivamente, fomos questionados acerca da possibilidade de aceitar profissionais biólogos para qualificação técnica. O questionamento partiu de empresa que possui esse profissional em seu quadro funcional, inclusive com habilitação para elaboração de projetos de paisagismo. A empresa informa ainda, que tal habilitação pode ser comprovada com projetos atestados e acervados junto ao Conselho Regional de Biologia/PR (CRBio/PR), cujas áreas superam o mínimo exigido no edital. Buscando analisar e julgar tal questionamento, foram realizadas diversas pesquisas sobre o tema e foi constatado que, existem de fato, resoluções do CRBio/BR que tratam das atividades profissionais e da área de atuação do Biólogo. Exemplo é a Resolução 227, de 18 de agosto de 2010, que em seu art. 4º elenca as 48 (quarenta e oito) áreas de atuação em Meio Ambiente e Biodiversidade, abrangendo inclusive o Paisagismo. Ocorre que após a data de publicação da referida resolução pelo CRBio/BR, ocorreram diversas alterações que envolveram o CONFEA (Conselho Federal Engenharia e Agronomia) e o CAU/BR (Conselho Federal de Arquitetura e Urbanismo) e seus respectivos conselhos regionais. Essas alterações acabaram refletindo nas áreas de atuação de outras categorias, dentre elas, o biólogo. A Lei , de 31 de Dezembro de 2010, que regulamenta o exercício da arquitetura e urbanismo, relaciona as atribuições desses profissionais. Art. 2º. As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em: II coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação. Parágrafo Único. As atividades que tratam este artigo aplicam-se aos seguintes campos de atuação no setor: III da Arquitetura Paisagística, concepção e execução de projetos para espaços externos, livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças, considerados isoladamente ou em sistemas, dentro Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil Processo 0841/2016 Edital 154/2016 2/5

3 de varias escalas, inclusive a territorial. O CAU/BR, afim de ratificar o texto legislativo, publicou a Resolução 21, de 05 abril de 2012, relacionando no art. 3º as atribuições profissionais em categorias e subcategorias ARQUITETURA PAISAGÍSTICA Levantamento Paisagístico; Prospecção e Inventário; Projeto de Arquitetura Paisagística; Projeto de Recuperação Paisagística; Plano de Manejo e Conservação Paisagística; A legislação atribui expressamente a atividade de paisagismo aos profissionais de arquitetura e urbanismo, detalhada posteriormente pelo CAU/BR. Porém, nem a legislação, nem o CAU/BR, até então, restringiam outras categorias de prestassem serviços dessa natureza. A Lei /2010, define ainda, em seu 1º, do art. 3º, que o CAU/BR, especificará as áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas. Baseado em tal prerrogativa, o CAU/BR publicou a Resolução 51, de 12 de julho de 2013, que dispõem sobre as áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas. Esse documento traz a seguinte redação em seu Art. 2º, inciso III: Art. 2º. No âmbito dos campos de atuação relacionados nos incisos deste artigo, em conformidade com o que dispõem o art. 3º da Lei , de 2010, ficam especificadas como privativas dos arquitetos e urbanistas as seguintes áreas de atuação: III DA ARQUITETURA PAISAGÍSTICA. a) projeto de arquitetura paisagística; b) projeto de recuperação paisagística; c) coordenação e compatibilização de projeto de arquitetura paisagística ou de recuperação paisagística com projetos complementares; d) cadastro do como construído (as bulit) de obra ou serviço técnico resultante de projeto de arquitetura paisagística; e) desempenho de cargo ou função técnica concernente a elaboração ou análise de projeto de arquitetura paisagística; f) ensino de teoria e de projeto de arquitetura paisagística. Entende-se que anterior a Resolução CAU/BR nº 51 de 12/07/2013, existia a possibilidade de execução dos serviços de paisagismos por ambos os Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil Processo 0841/2016 Edital 154/2016 3/5

4 profissionais (biólogos e arquitetos), até mesmo profissionais registrados no CREA, Conselho que por muitos anos, também representava os profissionais arquitetos. Tentando solucionar a questão, recorremos à lei que regulamenta a profissão dos arquitetos e urbanistas, que em seus 4º e 5º, do art. 3º preveem que: Art. 3º. (...) 4º. Na hipótese de as normas do CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos contradizerem normas de outros Conselho profissional, a controvérsia será resolvida por meio de resolução conjunta de ambos os conselhos. 5º. Enquanto não editada a resolução de que trata o 4º ou, em caso de impasse, até que seja resolvida a controvérsia, por arbitragem ou judicialmente, será aplicada a norma do Conselho que garanta ao profissional a maior margem de atuação. Em pesquisas realizadas na internet, por meio de buscadores, e até mesmo nos sítios eletrônicos dos Conselhos envolvidos no assunto, não foi encontrado resolução conjunta vigente que aborde o tema. Foi verificado que em 2016 o CONFEA e CAU iniciaram a organização de uma Comissão para analisar e harmonizar as legislações entre os dois Conselhos. Logo, o critério utilizado para interpretação passa a ser o 5º do art. 3º da Lei /2010. Analisando o detalhamento que ambos os Conselhos (Biologia e Arquitetura/Urbanismo) descrevem sobre a atividade de paisagismo, foi verificado que tanto as legislações, quanto as resoluções, tratam com maior riqueza de detalhes a atuação dos arquitetos e urbanistas. Logo, podemos notar uma maior margem de atuação para esses profissionais. O serviço demandado pela FPTI-BR vai além de questões do campo da biologia, envolvendo paisagem urbana, calçadas, praças, proporções, sombras e expertises mais ligadas à área de arquitetura. No detalhamento dos serviços no Termo de Referência, existem vários pontos nesse sentido. A participação de um biólogo na equipe seria muito apropriado, pois certamente, enriqueceria a elaboração do projeto. O mesmo pode ser dito do profissional com graduação em Composição Paisagística, que atualmente não possui conselho representativo, mas também possui expertise para colaborar com a elaboração do projeto. Inclusive, existe um Projeto de Lei tramitando nos órgãos competentes (Projeto de Lei nº 2043/2011), de autoria do deputado federal Ricardo Izar, que visa regulamentar a profissão de paisagista. Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil Processo 0841/2016 Edital 154/2016 4/5

5 Considerando que existe legislação específica sobre o tema, em prol dos profissionais arquitetos e urbanistas; que a legislação prevê sanções para execução irregular de atividades pertinentes a esses profissionais; que o CAU/BR especificou as áreas de atuação privativa de atuação do arquiteto e urbanista; que o CREA por vários anos foi o órgão de representação de classe dos profissionais de arquitetura e urbanismo; que profissionais com acervos registrados em data anterior a criação e operação dos CAU's podem ter documentação técnica vinculado ao CREA, esta Comissão Permanente de Licitações decidiu por manter a habilitação técnica nos moldes publicados no Edital nº 0154/2016. Reafirmamos que não é vedado a participação de biólogos ou paisagistas (graduados) na equipe envolvida na prestação dos serviços objeto da presente licitação, porém o projeto deverá estar sob responsabilidade de profissional habilitado nos moldes editalícios. Foz do Iguaçu, 09 de Janeiro de 2017 Comissão Permanente de Contratações FPTI-BR Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil Processo 0841/2016 Edital 154/2016 5/5