Praticado no Sudoeste do Paraná
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- Giuliana Paiva Prado
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1 Praticado no Sudoeste do Paraná SEAB SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO SR1 Gado Leiteiro Especializado, milho e soja, que produz 150 mil litros de leite/ano, em 19,5 ha de SAU - sobre relevo suave ondulado Soja e milho em anos alternados. Concentrado para todas as categorias animais. Pastagem Anual de Inverno (PAI) integrada com grãos. Volumosos de boa qualidade. Máquinas agrícolas e serviços parcialmente adquiridos de terceiros. Inseminação artificial Vacas com lactações superiores a 5 mil kg leite/ano. O leite representa mais de 90% da renda bruta do sistema. LV NV Cpp Cp UNIDADE DE EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA - 25,0 ha SAU - 19,5 ha Cr NL GRÃOS 10,0 ha SOLOS Relevo suave ondulado em áreas de maior aptidão agrícola com Latossolos e Nitossolos Vermelhos, associados a Cambissolos e Neossolos Litólicos nas áreas mais baixas. Um casal - 2,0 Eq.H 37 vacas leiteiras PASTAGEM ANUAL INVERNO PASTAGEM PERENE VERÃO CONSTRUÇÕES/ESTRADAS INTERNAS RESERVA LEGAL/APP 10,0 ha 9,5 ha 0,5 ha 5,0 ha Pastagem - Silagem Concentrado
2 CONSTITUIÇÃO E MANEJO DAS PASTAGENS Entre os sistemas de produção familiar da região Sudoeste, este é o que conduz a atividade leiteira com maior intensificação. Devido ao menor custo, a utilização do pasto é maximizada no planejamento forrageiro. Além da utilização de silagem de milho planta inteira recomenda se a maior exploração dos seguintes talhões de pastagens: PASTAGEM PERENE DE VERÃO (PPV) - Constituída preferencialmente de Coast-cross 1, Tifton 68/85, ou capim elefante pioneiro; - Produção intensiva com correção e adubação de implantação e manutenção, divisão em piquetes, instalação de bebedouros e sombreamento; - Sobressemeadura com azevém + trevo branco; - Durante a estação quente, o pastoreio noturno desta área é prática fundamental. PASTAGEM PERENE DE INVERNO (PPI) - Costumeiramente semeada com aveias de ciclo curto, integradas às lavouras de verão, estas áreas poderiam ser utilizadas pelo gado até início de setembro (no caso de plantio de milho) ou novembro (plantio de soja); - A consorciação destas aveias comuns com as de ciclo longo (IAPAR 61, Sempre Verde) ou com o azevém, desde que seja melhorada a fertilidade destas áreas, prolongará o período de pastejo e o volume de oferta desta pastagem (ver o calendário de manejo de pastagem). PASTAGEM DE OUTONO (PO) -- Em meados de janeiro, retirase o milho para silagem havendo o intervalo de 60 dias até o plantio da PAI; - A PO pode ser implantada n e s t e p e r í o d o, preferencialmente com o milheto BN 2. PASTEJO ROTATIVO PASTEJO CONTÍNUO ALTO (14 CM) PASTEJO ROTATIVO PRODUÇÃO DE GRÃOS MILHO SAFRA - Cultivares super precoces e precoces de alta tecnologia, em populações de 63 a 65 mil plantas/ha e produção de 8 mil kg grãos/ha. SOJA - Cultivares de ciclos semi precoce e médio, em população de 400 mil plantas/ha e produção de 3,4 mil kg grãos/ha. FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÕES As forrageiras perenes demandam maiores quantidades de nutrientes do que os grãos. Para obter e manter elevada produtividade das pastagens perenes pode haver necessidade de acréscimo de Zn, B e Mo nas adubações. As adubações devem ser definidas pela análise de solo. Nas áreas de silagem de milho planta inteira observar a rotação de culturas e reposição de K. Nas pastagens as leguminosas devem ser peletizadas e inoculadas com inoculante específico. Importante a instalação de água e sombra para que o gado permaneça por maior tempo no pasto, inclusive à noite, reciclando nutrientes e depositando matéria orgânica pelo pastejo e dejetos. NITROGÊNIO E RENDIMENTOS ESPERADOS Kg N/ha PPV 250 Ton Ms/ha/ano 17 PAI 60 6 PO 50 8 Milho silagem Milho grão Soja 0 3 Fonte: dados das Redes CALCÁRIO, P e K Calcário: corrigido para V = 70% 3 P elevado para 9 mg/dm. K corrigido para 5% da CTC do solo. Fonte: dados das Redes 02
3 Capacidade de suporte das pastagens, Estação quente: kg PV/ha ou 5,5 UA/ha - Estação fria: kg PV/ha ou 2,5 UA/ha Durante 9 meses do ano este sistema baseia-se em forrageiras tropicais. Em relação às forrageiras temperadas, as tropicais apresentam maior produção (kg MS/ha), mas com menor teor de PB e digestibilidade. O consórcio com leguminosas eleva o teor de PB das forrageiras tropicais, com aumento insuficiente da capacidade de suporte da pastagem. A aplicação de N aumenta a capacidade de suporte da pastagem e também a PB. A menor digestibilidade das forrageiras tropicais demanda suplementação energética. FORNECIMENTO DE CONCENTRADOS Sugere-se a divisão dos animais em 4 grupos, conforme capacidade de resposta dos animais. GRUPO I Vacas e novilhas de 1ª cria nas últimas 3 semanas antes do parto; GRUPO II Vacas do parto até a 12ª semana após o parto; GRUPO III Vacas entre a 13ª e 24ª semana após o parto; GRUPO IV Vacas da 25ª semana após o parto ao final da lactação. O N D CALENDÁRIO DO MANEJO DAS PASTAGENS J F M A M J J A S NPK NPK PASTAGEM PERENE DE VERÃO (PPV) PASTEJO PPV + TREVO DIF.IMPL. AZEVÉM NPK NPK NPK PASTEJO AZEVÉM + TREVO DIFER. PD MILHO PASTAGEM ANUAL DE INVERNO (PAI) SOJA IMPLANTAÇÃO PAI PASTEJO PAI IMPLANTAÇÃO PAI PASTEJO PAI O MILHO SILAGEM N D J PASTAGEM DE OUTONO (PO) MILHETO F M A M J PAI J A S BALANÇO ALIMENTAR DOS ANIMAIS* PPV P.O. PAI SILAGEM PL. INTEIRA CONCENTRADO UNIDADE ANIMAL (kg MS/dia) ESTAÇÃO QUENTE 12,50 3,0 0,0 0,75 1,15** ESTAÇÃO FRIA 3,0 0,0 6,0 3,0** 1,15** * Corresponde a 50% dos partos no período frio. ** Corresponde ao consumo de vacas e novilhos de 1ª cria dos grupos I e II. REBANHO (t MS/estação) ESTAÇÃO QUENTE ,0 0,0 9,0 12,0** ESTAÇÃO FRIA 19,3 0, ,0** 12,0** SEGURANÇA 03
4 15 Novilhas 1 a 2 Anos 15 Bezerras 0-1 Ano REBANHO ESTABILIZADO 37 Vacas Leiteiras DESCARTE / VENDA 8 Novilhas 1 a 2 Anos 15 Machos (0-5 dias) 7 Vacas ESTUDAR FORMAS ASSOCIATIVAS DE CRIAR AS BEZERRAS. INDÍCES TÉCNICOS - Animais com alta mestiçagem de Jersey e Holandês - Peso 1ª Cobertura - Holandês 350 kg: até 18 meses - Jersey 250 kg: até 16 meses - Taxa de Reposição: 20 % - Inseminação artificial - Sêmen de qualidade visando lactações superiores a l leite/lactação - Produção de 7 mil litros de leite/ha/ano. ENTRE O DESMAME E OS 4 MESES PROSSEGUIR COM O FORNECIMENTO DE RAÇÃO ÀS BEZERRAS. INSEMINAR TODAS AS VACAS DO PLANTEL COM SÊMEN DE TOUROS LEITEIROS DE QUALIDADE. INICIAR/APRIMORAR O CONTROLE LEITEIRO, SANITÁRIO E REPRODUTIVO. REDUÇÃO DO PORTE DO GADO HOLANDÊS. 04
5 INSTALAÇÕES Sala de ordenha 40 m² Sala de alimentação 70 m² Sala de leite 20,0 m² Depósito para insumos e equipamentos 50 m² Silo para planta inteira 293 m³ OUTROS Cercas Trator/girico Grade Carreta 4 rodas Instalação para bezerras Tronco Cochos Bebedouros EQUIPAMENTOS Ordenhadeira com 4 conjuntos completos Resfriador de expansão 1000 litros Lava jato Aparelho de cerca elétrica Depósito e distribuição de água Pulverizador costal manual Maquinário para grãos (terceirizado ou em grupos) Trator Semeadeira/plantadeira de plantio direto Pulverizador Colheitadeira Ensiladeira Roçadeira Triturador de 3 pontos Distribuidor de calcário/adubo orgânico/uréia CAPITAL PRÓPRIO Instalações Máquinas e Equipamentos Plantel Estabilizado TOTAL: R$ ,50 R$ ,37 R$ ,00 R$ ,87 MÃO-DE-OBRA DISTRIBUIÇÃO ANUAL DE MÃO DE OBRA D H Milho Silagem Grão Leite Gerência MO disp. 5 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 05
6 Safra 2004/2005 Renda Bruta R$ ,00 Custos Variáveis R$ ,36 LEITE R$ ,51 (89,69%) GRÃOS R$ 5.410,85 (10,31%) LEITE R$ ,00 (90,21%) GRÃOS R$ ,00 (9,79%) Margem Bruta R$ ,64 LEITE R$ ,76 (90,73%) GRÃOS R$ 4.682,88 (9,27%) Depreciações Juros Capital Próprio R$ ,04 R$ 8.142,72 Despesas Operacionais Totais R$ ,40 Remuneração mão-de-obra familiar (Eq. H/mês) R$ 1.307,45 06
7 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS Rebanhos sem controle sanitário, reprodutivo e leiteiro, comprometendo a qualidade do produto, a produtividade e a competitividade econômica da região. Dificuldades econômicas impedem o aumento da escala de produção individual para um grande número de agricultores. Existe a necessidade de que um número maior destes agricultores adote práticas associativas para melhorar a economicidade, a produtividade e a escala de produção, reduzindo ou retardando a exclusão dos mais pobres: A aquisição coletiva de máquinas e equipamentos viabilizaria a melhoria do desempenho econômico das UEA s, minimizando os efeitos da baixa capacidade de investimento individual de parte dos agricultores. A reorganização das próprias UEA's em estruturas associativas, com base em um produto (associações) ou em todas as atividades (condomínios), melhoraria a competitividade, pelo aumento na escala de produção e redução dos custos. A baixa disponibilidade de recursos e mão de obra inviabiliza a manutenção de animais improdutivos nas UEA s. A criação de animais de reposição em condomínios liberaria área e mão de obra, para serem ocupadas com animais adultos, possibilitando o aumento da economicidade e escala de produção; A região possui boas condições de competitividade nos setores, leiteiro e de grãos, decorrentes de seu clima favorável à produção de grãos e pastagens (tropicais e temperadas), boa distribuição de chuvas e elevados níveis de energia solar incidente. A combinação dos efeitos perversos da estrutura fundiária e a insuficiência de incentivos à agricultura familiar, no entanto, podem comprometer o futuro deste sistema de produção. Relativamente às áreas do Brasil Central atualmente as mais promissoras nos setores de leite e grãos a Sudoeste paranaense conta ainda com excelentes condições de produção de forrageiras temperadas, que propiciam condições competitivas de produção no período frio, melhorando sensivelmente a distribuição da oferta de leite, característica importante para reduzir a ociosidade das indústrias de laticínios. Ao acabarmos o levantamento dos dados referente ao ano de 2004/05, percebemos que mesmo com os fatores adversos como clima, mercado e dólar etc enfrentados na região, as famílias acompanhadas que compõem o sistema de referência tiveram aumento na produção e neste caso em especifico na atividade leite. Este aumento tem respaldo do trabalho realizado com as famílias, no planejamento de suas propriedades, a valorização dos produtos com maior receita bruta, dedicação com afinco em obterem resultados planejados. Podemos afirmar que foram varias as ações realizadas as quais estavam constando no planejamento, bem como o entendimento das famílias em estarem constantemente analisando com os técnicos a relação custo beneficio, bem como as receitas que a propriedade garante a família. Constava deste planejamento além das ações descritas no sistema de referência: forrageiras, grãos, a capitação das famílias (troca de informações entre os componentes do sistema), utilizando vários métodos (excursões, dia de campo, reuniões técnicas e práticas). As oportunidades geradas para as propriedades se deram devido aos apoios dos programas municipais, estaduais e federais. Utilização na prática de conceito discutido pela comunidade científica, exemplo agricultura de pastagem a qual deve ser acompanhada periodicamente com analise de solo, sempre tendo solo com excelente fertilidade. As forrageiras sendo manejadas criteriosamente para que os animais aproveitem o máximo do seu potencial em quantidade e qualidade, vislumbrando o bem estar dos animais, permitindo que possam estar 100% do tempo no pasto, bem como a implantação do sistema agrosilvopastoril, mais água com qualidade e a vontade em todos os piquetes. Os equipamentos, instalações permitindo um trabalho prazeroso pelos responsáveis pelas tarefas, para isso foi necessário efetuar adequações levando em consideração menor esforço humano, bem estar aos animais e preservação de higiene. No sistema também ficou entendida a importância da utilização da integração lavoura pecuária leiteira, bem como as questões ligadas ao meio ambiente. O aumento do plantel e da qualidade genética não significou redução na área de lavoura, ou seja, não houve a transformação em área de pastagem. 07
8 ANÁLISE CONJUNTURAL DO SISTEMA Preparando-se para a exportação, o setor leiteiro vive um acelerado processo de modernização, manifestado pelo aumento da produtividade, aumento da escala de produção, redução no número de produtores e queda no preço do produto. À medida que são atendidas as restrições sanitárias presentes no mercado internacional das carnes de aves e suínos - de elevada importância na região ampliam-se suas possibilidades de exportação, valorizando os grãos, insumos fundamentais para estas atividades e presentes em todos os sistemas de referência regionais estudados. Dados de 1999 indicam que na região sudoeste encontram-se 28,63% dos produtores de leite do Paraná, que entregam aos laticínios e cooperativas menos de 200 l/dia, representando 95% dos produtores de leite da região. Devido à importância da atividade leiteira nos sistemas de produção regionais, é possível inferir-se que caso os impactos do fenômeno de modernização do setor leiteiro no Paraná se assemelhem ao ocorrido no Brasil, a economia da região será afetada de maneira profunda e negativa. Diante deste cenário desafiador, o setor exige do produtor, entre outras providências, a rápida melhoria na qualidade da matéria prima, bem como o incremento na produtividade e economicidade do leite e dos grãos, atividades componentes deste sistema. Sistemas de referências para a agricultura familiar no Sudoeste Paranaense: SR 1 / Edevar Perin, José Antonio Nunes Vieira, Luiz Francisco Lovato, Lúcia de Franceschi, Manoel Luiz da Silva Machado, Ornela Bertuol. Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER). Pato Branco, p. : il. Mais informações: Emater UR Pato Branco Tel. (46) josenunesvieira@emater.pr.gov.br, luizlovato@emater.pr.gov.br Realização: Apoio: 08
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